sábado, 29 de julho de 2017

Bactérias de tosses e espirros viajam 4 metros

As bactérias exaladas podem se espalhar por até 4 metros de distância da pessoa que espirrou e permanecerem vivas por até 45 minutos.

BACTÉRIAS ATIVAS
Passar nas proximidades de alguém que acaba de espirrar ou tossir de fato representa um risco sério de que você adquira uma infecção.
Isto porque os patógenos exalados podem se espalhar por até 4 metros de distância da pessoa que espirrou e permanecerem vivos por até 45 minutos.
A professora Lidia Morawska e uma equipe da Universidade de Queensland e da Universidade Tecnológica de Queensland acabam não apenas de comprovar esse espalhamento, como também mostraram que esses patógenos permanecem ativos, ou seja, com capacidade para infectar outras pessoas.
"Nós queríamos descobrir até que ponto as gotículas que transportam bactérias expulsas por espirros ou tosse viajam a essas distâncias e continuam sendo capazes de infectar outras pessoas depois de tanto tempo," disse Morawska.

BACTÉRIAS EM TOSSES E ESPIRROS
Para fazer um estudo detalhado, a equipe precisou desenvolver uma nova técnica que fosse capaz de monitorar as bactérias ao ar livre. Como modelo, foi usada a bactéria Pseudomonas aeruginosa, um germe multirresistente a antibióticos associado a infecções adquiridas principalmente em hospitais, quando são liberadas por tosse e espirros de pacientes.
"A maioria das pesquisas nesta área até hoje se concentrou em bio-aerossóis gerados em laboratório, ou gotículas no ar, que são diferentes das gotículas respiratórias naturais geradas pelos seres humanos em composição e nos mecanismos de produção.
"Nós desenvolvemos uma nova técnica para alvejar o envelhecimento a curto e longo prazos dos bio-aerossóis gerados pelas pessoas, sem contaminação do ar ambiente. Para demonstrar a técnica, as gotículas de tosse no ar foram coletadas de dois pacientes com fibrose cística e infecção crônica por Pseudomonas aeruginosa," detalhou Morawska, cuja equipe também já havia conseguido mensurar partículas perigosas emitidas por impressoras a laser.

MEIA-VIDA DAS BACTÉRIAS
Os resultados mostraram que as bactérias nas gotas de tosse dos pacientes são neutralizadas em dois períodos diferentes.
"Nós descobrimos que a concentração de bactérias ativas nas gotículas secas mostrou decadência rápida com uma meia-vida de 10 segundos para a maioria das bactérias, mas um subconjunto de bactérias apresentou uma meia-vida de mais de 10 minutos," disse Morawska.
Meia-vida é o tempo necessário para que as bactérias ativas se reduzam à metade, o que significa que uma porção delas dura bem mais do que os 10 minutos de referência. Algumas foram detectadas até 45 minutos mais tarde.

"Tão logo as gotas de tosse atingem o ar, elas secam rapidamente, esfriam e se tornam leves o suficiente para permanecerem no ar. Elas também se degradam parcialmente através do contato com o oxigênio no ar, com as gotículas maiores levando muito mais tempo para evaporar, o que as torna mais resistentes ao decaimento e capazes de manter a viabilidade das bactérias por longos períodos," concluiu a pesquisadora.
Assim, em benefício da saúde pública, o mais adequado seria a disseminação da prática já vista nos países orientais, onde as pessoas que estejam tossindo e espirrando usam máscaras individuais para não passarem as infecções para as outras. Fonte: Diário da Saúde-21/07/2017

sexta-feira, 28 de julho de 2017

PF deflagra Operação Cobra e prende Aldemir Bendine

A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira em Sorocaba, interior de São Paulo, Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras. Bendine é suspeito de prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e foi preso durante a 42ª fase da Operação Lava Jato. Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior e o publicitário André Gustavo Vieira da Silva também foram detidos no Recife (PE). Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária no Distrito Federal e nos Estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

Esta fase da Lava Jato foi batizada de Cobra em uma referência ao codinome dado a Bendine nas tabelas de pagamentos de propinas apreendidas no chamado Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, descobertas durante a 23ª fase da Operação Lava Jato. A operação foi realizada um dia antes de uma viagem, aparentemente só de ida, de Bendine para Portugal. "Como ele tem cidadania italiana, consideramos que havia risco dele se refugiar no país", afirmou Athayde Ribeiro Costa, procurador da República, do Ministério Público Federal (MPF). André Gustavo foi preso no portão de embarque com destino a Portugal. A PF afirma que ele tinha negócios no país, tendo atuado inclusive em campanhas presidenciais.

Desde que começaram as delações de executivos da Odebrecht, Bendine está no radar da PF. O delator Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, contou que a empresa vinha sendo achacada por Bendine, desde a época em que ele era presidente do Banco do Brasil. O executivo estaria contrariado porque Marcelo Odebrecht tratava apenas com Guido Mantega (ex-ministro da Fazenda) durante o Governo Dilma Rousseff, pois queria ter acesso às benesses do caixa da empreiteira.

Segundo o empresário Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, para facilitar alongar uma dívida da Odebrecht Agroindustrial com o banco, Bendine teria pedido 17 milhões de reais em "pédágio".  Mas a empresa considerou que ele não tinha poder para decidir de forma ativa no contrato de financiamento do Banco do Brasil e negou o pedido.

A situação mudou quando Bendine foi alçado por Dilma à presidência da Petrobras, após a renúncia de Graça Foster, no início de 2015, uma vez que o grupo tinha relações profundas com a petroleira. De acordo com a PF, Bendine utilizava o nome da ex-presidente Dilma para tentar se aproximar dos empreiteiros. No entanto, não há indícios de que ela esteja envolvida com os crimes do executivo.

Os delatores afirmaram que Bendine e seus operadores financeiros pediram 3 milhões de reais pra não prejudicar as relações entre a Petrobras e a Odebrecht. Os valores seriam pagos em três parcelas. Marcelo Odebrecht assumiu em delação que cedeu ao "achaque de Bendine" porque a coisa mudou de figura. "O cara é nomeado por ela [Dilma Rousseff], recém-eleito presidente na Petrobras, e a gente cheio de problemas na Petrobras, Lava Jato (...). A gente não vai pagar 17 [milhões], mas vamos administrando", afirmou o empresário.

De acordo com a PF, aparentemente, estes pagamentos somente foram interrompidos com a prisão de Marcelo Odebrecht, quando a Lava Jato já estava em operação. Bendine renunciou a presidência da estatal em maio de 2016, após uma sucessão de escândalos que envolvia a Petrobras e em meio a um cenário em que a empresa apresentava um dos maiores prejuízos da empresa na história. Fonte: El País - São Paulo 27 JUL 2017

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Morte Cinza, o novo coquetel de opiáceos

Morte Cinza, o novo coquetel de opiáceos que se alastra pelos Estados Unidos
Autoridades fazem alerta sobre combinação fatal de drogas

Desde o boom da heroína do último terço do século passado os Estados Unidos não viviam uma epidemia de opiáceos tão devastadora como a atual. Em 2015 foram registradas 33.000 overdoses mortais por consumo de coquetéis de heroína e outros derivados do ópio. E a ameaça se renova confundindo polícia, cientistas e usuários, que têm cada vez menos segurança sobre o que estão comprando e colocando no corpo. A última novidade nefasta é uma mistura conhecida com o apelido de Morte Cinza.

A substância, de aspecto similar ao cimento, às vezes compacta, às vezes em pó, inclui heroína, fentanil, carfentanil – um tranquilizante tão potente que é usado em tigres e elefantes – e um opiáceo sintético denominado U-47700 ou Pink [Rosa] ou O-4. Os consumidores a injetam, engolem, fumam ou cheiram. A toxicidade é tão alta que os pesquisadores afirmam que o simples toque representa um perigo real para a saúde, já que o composto é absorvido pela pele.

Por enquanto sua presença não é nacional. Foi detectado nos estados de Alabama, Geórgia e Ohio. Na Geórgia foram registradas 50 overdoses ligadas à Morte Cinza nos últimos três meses. “É uma das combinações mais terríveis que vi em 20 anos de análise forense”, disse à Associated Press a perita Deneen Kilcrease, do Governo da Geórgia.

Apesar de o mercado da droga estar sempre um passo à frente da polícia e da ciência em sua capacidade de inovar, a nova geração de coquetéis de opiáceos promoveu uma corrida química voraz que se metamorfoseia cada vez mais rápido e com maior perigo. Os usuários, convencidos de que estão comprando heroína ou outras misturas conhecidas, expõem-se a substâncias desconhecidas e para as quais não existe o mínimo padrão de segurança de consumo. São cobaias dos laboratórios do narcotráfico.

O promotor Mike De Wine, do estado de Ohio, declarou que os cientistas costumavam dar uma resposta certeira quando analisavam essas drogas: “Diziam: ‘Isto é heroína’, ou ‘isto é fentanil’, mas agora acontece que, às vezes, pelo menos inicialmente, dizem: ‘Não sabemos o que é’”. Ohio foi o estado com mais mortes por overdose de opiáceos em 2016, com mais de 3.000.

Uma dose dessas misturas mortais pode ser comprada na rua por menos de 20 dólares.

A epidemia tem suas raízes na explosão de dependentes de opiáceos farmacêuticos na primeira década dos anos 2000. Os controles para a compra dessas substâncias eram frágeis. Quando o Governo dos Estados Unidos reconheceu a gravidade do problema e estabeleceu normas mais rigorosas para a venda desses fármacos, grande quantidade de consumidores migrou para o mercado clandestino em busca de efeitos similares na heroína e nas novas misturas.

Essa onda de mortes afeta sobretudo a população branca trabalhadora. Dos 33.000 falecidos em 2015, 27.000 eram brancos, 2.700 eram negros e 2.500 latinos. Ligada socialmente à depressão socioeconômica da classe média branca tradicional, a epidemia é conhecida nos Estados Unidos como deaths of despair (mortes por desespero). Fonte: El Pais - 10 MAI 2017  

FMI eleva previsão de alta do PIB do Brasil em 2017



Instituição destaca rendimento melhor do que o previsto da economia brasileira no primeiro trimestre. Mas fraca demanda doméstica e incertezas políticas abalam estimativa de crescimento para 2018.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), elevou levemente a previsão de crescimento econômico do Brasil para 2017, de 0,2% para 0,3%. A projeção trimestral da instituição sobre suas perspectivas de crescimento, divulgada nesta segunda-feira (24/07), destacou um rendimento da economia brasileira no primeiro trimestre melhor do que o previsto.

Em comparação com a previsão de abril, o prognóstico de crescimento do PIB brasileiro para 2017 subiu 0,1 ponto percentual devido a um forte primeiro trimestre, aponta o FMI.

No entanto, a depreciação do real, "a persistente fraqueza na demanda doméstica e um aumento de incertezas políticas refletirão num ritmo de recuperação moderado". Seguindo essa justificativa, o FMI projetou um crescimento menor para 2018. Em abril a previsão era de 1,7% – agora o crescimento econômico do Brasil foi recalculado pelo FMI para 1,3% para 2018.

O Fundo Monetário Internacional comunicou acreditar num crescimento econômico ainda maior em todo o mundo nos próximos anos. Após apresentação do relatório econômico, a instituição afirmou que não há dúvidas sobre o momento positivo da economia mundial.

"A recuperação do crescimento global que previmos em abril está firme e forte", disse o economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld. Ele acrescentou que dados recentes, incluindo um aumento acelerado no comércio, sugeriram que a economia mundial está entrando em sua "maior recuperação sincronizada" da última década. Fonte: Deutsche Welle – 24.07.2017

domingo, 23 de julho de 2017

Planalto emprega 11 vezes mais que a Casa Branca

São apenas 377 pessoas para ajudar Donald Trump a administrar o maior orçamento do planeta contra os 3,8 mil assessores no Brasil

A Presidência da República tem mais de 3,8 mil assessores, sem contar órgãos vinculados, segundo o Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape).

Em comparação feita pelo colunista do Metro Jornal Cláudio Humberto, a residência e local de trabalho do presidente dos Estados Unidos, a Casa Branca dispõe de um contingente de pessoal onze vezes menor.

São apenas 377 pessoas para ajudar Donald Trump a administrar o maior orçamento do planeta, de US$4,4 trilhões (R$ 13,9 trilhões). O orçamento do Brasil é quatro vezes menor: R$ 3,5 trilhões.

Trump tem 83 assessores a menos que os 460 de Barack Obama. Só essa redução faz a Casa Branca economizar US$5,1 milhões ao ano.

O presidente dos EUA também mora e trabalha no mesmo local. No Brasil é diferente, com dois palácios, Planalto e Alvorada, além da espaçosa Granja do Torto.

Ainda de acordo com a coluna, entre os 3,8 mil servidores do Planalto não estão incluídos aqueles de órgãos como Vice-Presidência, secretarias, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), agências, Advocacia-Geral da União (AGU) etc.

Os EUA, com 120 milhões de habitantes a mais que o Brasil, têm 78 deputados federais a menos. E 19 senadores a mais que os nossos 81. Fonte: UOL Noticias - 21 de julho de 2017

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Aumento de impostos

Com dificuldade de fechar as contas deste ano, o Governo de Michel Temer e sua equipe econômica tiveram que ceder à mais impopular das alternativas para tapar o rombo no orçamento: o aumento de impostos. Temer assinou, nesta quinta-feira, um decreto autorizando a elevação da alíquota do PIS/Cofins que incide sobre o preço dos combustíveis.

GASOLINA E PIS/COFINS
O aumento da tributação representará, segundo informou o Governo, uma alta de 41 centavos por litro de gasolina e de 21 centavos por litro de diesel. Já a alíquota do PIS/Cofins sobre etanol passa de 12 centavos para 13. O impacto deste aumento de preços para o consumidor final vai depender, no entanto, da decisão das redes de combustíveis e das distribuidoras. Caso os postos repassem o imposto integralmente, um brasileiro que for encher, por exemplo, o tanque de gasolina de um carro de 40 litros, terá que desembolsar 16,40 reais a mais do que está acostumado.

O objetivo do aumento da tributação é arrecadar 10,4 bilhões de reais e evitar uma revisão na meta fixada pelo Orçamento, que já previa um déficit primário (despesas maiores que as receitas) de 139 bilhões de reais neste ano, o equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB). A escolha do tributo se deve também à rapidez com que o reajuste irá entrar em vigor, pois já passa a valer após o decreto do presidente. A equipe econômica também anunciou um corte adicional temporário de cerca de 5,9 bilhões de reais no Orçamento. Segundo nota do Ministério do Planejamento, "o valor deverá ser compensado por receitas extraordinárias que ocorrerão ainda este ano".

Embora Temer tenha relutado ao máximo em optar por uma elevação de impostos em meio a pior crise política enfrentada pelo seu Governo, a avaliação do Planalto é que um aumento de poucos centavos no preço do litro da gasolina não deve pesar fortemente o bolso do consumidor brasileiro, mas ajudará bastante a impulsionar a arrecadação. O impacto da elevação de tributos também não será tão perceptível já que, desde o ano passado, a Petrobras estreou uma nova política de preços, e tem reduzido o valor dos combustíveis nas suas refinarias. Fonte: El País - São Paulo 20 JUL 2017     

Uruguai dá início à venda de maconha em farmácias

País sul-americano passar a ser o primeiro do mundo a distribuir a substância legalmente por meio de rede autorizada. Mecanismo estatal irá controlar todo o processo, desde o cultivo até o consumidor final.
A partir de quarta-feira (19/07) tem início no Uruguai a venda legalizada de maconha para fins recreativos. Com isso, o país sul-americano se torna o primeiro do mundo onde o próprio Estado distribui a substância legalmente por meio de uma rede de farmácias autorizadas, em um mecanismo que deverá controlar todo o processo, desde o cultivo até o consumidor final.
De acordo com a nova regra, interessados poderão adquirir a substância em 16 farmácias registradas pelo país a um custo de 187 pesos uruguaios (cerca de 20 reais) por cinco gramas, informou nesta terça-feira o Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (IRCCA).
Até o momento, duas variedades da droga foram registradas: a Alfa I e a Beta I, ambas com uma concentração de cerca de 2% de tetrahidrocanabinol (THC), componente psicoativo da planta.

LIMITE DE COMPRA
O acesso à erva se dará com a impressão digital do usuário, que assim não precisará divulgar suas informações pessoais. Haverá, no entanto, um limite de compra de 10 gramas semanais e 40 mensais, e os consumidores deverão ter mais de 18 anos, cidadania uruguaia ou residência no país há mais de um ano. Para se ter acesso à maconha legal também será necessário se registrar nas agências dos correios do país. De acordo com os últimos dados da IRCCA, o número de pessoas já habilitadas é de 4.959.

VENDA EM FARMÁCIAS
A venda em farmácias ainda é limitada e não cobre todo o território do Uruguai, mas as autoridades acreditam que, pouco a pouco, irão adicionar mais estabelecimentos e registrar mais consumidores, pois isso fará com que o produto possa ser adquirido por meios legais sem exposição do usuário aos riscos de comércio ilegal.
A liberação da venda de maconha em farmácias estava prevista na lei que regulou a produção, comercialização e distribuição da droga. A regra havia sido aprovada em dezembro de 2013durante o governo do então presidente José Mujica (2010-2015).
Simultaneamente à distribuição em farmácias, operam no Uruguai outros dois mecanismos legais para aquisição de maconha: os clubes de cannabis (63 autorizados) e os chamados autocultivadores (6.948).  Fonte: Deutsche Welle – 18.07.2017