sábado, 4 de março de 2017

Pobreza bate recorde na Alemanha


Taxa chega a 15,7% e atinge quase 13 milhões de pessoas. Berlim e a região do Ruhr são as mais afetadas pelo fenômeno. Reformas econômica, fiscal e trabalhista são necessárias para reverter tendência, diz relatório.

O número de pessoas ameaçadas pela pobreza na Alemanha bateu recorde em 2015, segundo um relatório publicado na quinta-feira (02/03). De acordo com a Associação Alemã para o Bem-Estar Social, a taxa de pobreza chegou a 15,7% no país, 0,3% maior que em 2014.

"O resultado marca um novo recorde na Alemanha reunificada", afirma o relatório.

A associação ressalta que cerca de 12,9 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza no país, que corresponde a uma renda inferior a 60% da média, estipulada em 1.570 euros líquidos por mês por pessoa.

"O desenvolvimento econômico não repercute mais na queda da pobreza", destaca o presidente da associação, Ulrich Schneider. Berlim e a região do Ruhr, coração industrial do país, são as mais afetadas pela situação.

O relatório apontou ainda um aumento da taxa nos chamados grupo de risco. Entre desempregados, ela ficou em 59%, entre mães ou pais solteiros em 44%, já família com muitas crianças em 25%. Entre aposentados, a taxa pulou dos 10,7% em 2005 para 15,9% em 2015.

Para reverter esse quadro, o relatório exige reformas nas políticas econômica, fiscal e trabalhista, assim como medidas para impulsionar a construção de mais moradias sociais. Fonte: Deutsche Welle - Data 02.03.2017

quinta-feira, 2 de março de 2017

Nokia 3310: Está de volta

O mercado contemplou atônito a inesperada volta do Nokia 3310, um celular que, em tese, não poderia rivalizar com os smartphones atuais, mas que foi uma das principais atrações do Mobile World Congress, feira setorial que acontece em Barcelona. Por que é tão irresistivelmente atraente o retorno deste clássico? Deixando de lado o aspecto nostálgico do relançamento, trata‑se de um celular de aproximadamente 160 reais (preço no mercado externo), com uma bateria virtualmente inesgotável para os padrões atuais. Ah, e só serve para fazer e receber telefonemas e mandar mensagens.

O 3310 foi um dos ícones de toda uma geração que desembarcava naquele momento no mercado dos telefones celulares, e foi também um dos aparelhos mais vendidos da história: 126 milhões de unidades desde o seu lançamento, em setembro de 2000. Com estes argumentos, não surpreende que o retorno do diminuto celular tenha ofuscado outros lançamentos do MWC e que as redes sociais tenham enlouquecido com o retorno desse aparelho. Está em curso no setor uma disputa muito atípica, já que o BlackBerry também ressurge das cinzas com seu KeyOne.

Entretanto, essa rentrée não é casual: o novo 3310 chega num momento em que parte do mercado parece ver com interesse os celulares que não têm outras ambições além de fazer (ou receber) uma ligação de emergência e mandar um SMS. Os chamados dumbphones (celulares burros) parecem estar encontrando seu nicho de mercado como segundo celular, para deixar de reserva no porta-luvas, ou para quem quer simplesmente fugir do WhatsApp e do Facebook nos finais de semana.

A Nokia sabe bem o que faz quando reedita um aparelho que oferece a sua legendária resistência e até um mês de bateria sem a necessidade de recarga por apenas 160 reais, valor semelhante ao dos acessórios periféricos de qualquer smartphone. O 3310 pode ser o celular para o fim de semana ou uma alternativa a carregar quando houver a necessidade de estar localizável. Um celular sem conexão com a Internet, que nos permite dedicar mais tempo ao nosso entorno, sem perder um só segundo com as distrações das redes sociais e mensagens. Paradoxalmente, a produtividade e a vida social podem decorrer precisamente dessa desconexão voluntária. Fonte: El País - Barcelona 27 FEV 2017 

Comentário: Bom, barato e funcional
 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Pós-verdade, palavra do ano

Por que 'pós-verdade' foi a palavra do ano e o que ela diz sobre 2016?

Eleita palavra do ano pelo dicionário "Oxford", a pós-verdade definiu 2016. Isso porque atualmente os fatos importam menos do que aquilo em que as pessoas escolhem acreditar --ou seja, são tempos em que a verdade foi substituída pela opinião.

O dicionário britânico é uma das referências mais importantes do mundo para a catalogação de novas palavras e expressões.

Segundo a entidade, o termo é um adjetivo "que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais".

"'Pós-verdade' deixou de ser um termo periférico para se tornar central no comentário político, agora frequentemente usado por grandes publicações sem a necessidade de esclarecimento ou definição em suas manchetes", justifica a entidade. Fonte: UOL- 31/12/2016
 
Pós-verdade

Pós-verdade é um neologismo que descreve a situação na qual, na hora de criar e modelar a opinião pública, os fatos objetivos têm menos influência que os apelos às emoções e às crenças pessoais.

Na cultura política, se denomina política da pós-verdade (ou política pós-factual) aquela na qual o debate se enquadra em apelos emocionais, desconectando-se dos detalhes da política pública, e pela reiterada afirmação de pontos de discussão nos quais as réplicas fáticas -os fatos- são ignoradas. A pós-verdade difere da tradicional disputa e falsificação da verdade, dando-lhe uma importância "secundária".

Resume-se como a ideia em que “algo que aparente ser verdade é mais importante que a própria verdade”.

Para alguns autores, a pós-verdade é simplesmente mentira, fraude ou falsidade encobertas com o termo politicamente correto de "pós-verdade", que ocultaria a tradicional propaganda política
Fonte: Wilkipédia

Comentário: Como dizia uma propaganda do Estadão: Qual é o valor do conhecimento?  
A informação passa e o conhecimento fica. A informação está em todo lugar e o conhecimento é difícil de achar. A informação envelhece e o conhecimento é para sempre. A informação vem até você e o conhecimento leva você mais longe. Hoje a informação é de graça. Qual é o valor do conhecimento?  

A maior derrota do Maracanã

Apenas meio ano após Jogos Olímpicos, estádio reformado ao custo de mais de 1 bilhão de reais está abandonado e, em meio a impasse sobre administração, foi invadido, roubado e depredado.

Seis meses após ser palco da luxuosa festa de abertura dos Jogos Olímpicos, o Maracanã reflete a dramática situação de falência do estado do Rio de Janeiro: o estádio está completamente abandonado. O gramado foi destruído, há cadeiras quebradas, a luz foi cortada por falta de pagamento, vários equipamentos foram roubados e até o busto do jornalista Mário Filho – que dá o nome oficial ao estádio – desapareceu.

Durante o período em que Sérgio Cabral esteve à frente do governo (entre 2007 e 2014), o Maracanã passou por diversas reformas – para os Jogos Pan-americanos de 2007, para a Copa do Mundo de 2014 e, logo depois, para os Jogos Olímpicos do ano passado. Os custos superaram 1 bilhão de reais. E foram tantas mudanças que, do Maracanã original, não sobrou praticamente nada.

"O Maracanã sempre foi visto como o principal palco do futebol brasileiro, a casa da seleção brasileira, que é um dos maiores produtos de exportação do país", diz o jornalista Arthur Dapieve, autor de Maracanazo e outras histórias. "A gente enchia a boca para dizer que era o maior estádio do mundo. Mas essas reformas controversas o tornaram um estádio igual aos outros. Até a marquise de concreto, que era tombada pelo Patrimônio Histórico, foi retirada."

JOGO DE EMPURRA
Desde 2013, o estádio é administrado pela concessionária Maracanã S.A., liderada pela Odebrecht. Mas entre março e novembro do ano passado, por conta dos Jogos Olímpicos e Para-olímpicos, ficou sob o controle do Comitê Rio-2016. A concessionária, no entanto, não aceitou o estádio de volta em novembro, alegando que precisava de reparos.
Somente em janeiro, por conta de uma liminar, a concessionária assumiu novamente o Maracanã. No tempo em que ficou sem dono e sem segurança, o estádio foi invadido, roubado e depredado. E até hoje continua sem luz por falta de pagamento.
Em nota, a concessionária informou que está negociando o pagamento das contas em atraso. A concessionária informou ainda que aguarda a habilitação de empresas interessadas pelo estado para dar continuidade ao processo de venda do controle acionário. E espera anunciar até o fim deste mês o nome do novo grupo que substituirá a Odebrecht à frente do consórcio.
Inaugurado em 1950, com capacidade para 200 mil torcedores, o Maracanã hoje abriga, no máximo, 79 mil pessoas. Há muito tempo não é mais "o maior estádio do mundo".
É uma coisa horrível isso que está acontecendo, o maior patrimônio esportivo do país, o Maracanã, está abandonado. Fonte: Deutsche Welle - Data 14.02.2017

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Oscar 2017- Todos os vencedores

MELHOR FILME:
Moonlight: Sob a Luz do Luar
Outros indicados: Hacksaw Ridge, Estrelas Além do Tempo, Lion: uma jornada para casa, Cercas (Fences), A Qualquer Custo, Manchester à beira-mar e La La Land – Cantando estações

MELHOR ATOR:
Casey Affleck - Manchester a beira mar
Outros indicados: Denzel Washington - Cercas (Fences), Ryan Gosling - La La Land – Cantando estações, Andrew Garfield - Até o Último Homem e Viggo Mortensen - Capitão Fantástico

MELHOR ATRIZ:
Emma Stone – La La Land - Cantando estações
Outras indicadas: Natalie Portman – Jackie, Meryl Streep – Florence: Quem é Essa Mulher?, Ruth Negga – Loving e Isabelle Huppert – Elle

MELHOR DIRETOR
Damien Chazelle, La La Land
Outros indicados: Denis Villeneuve, Arrival (A Chegada),  Mel Gibson, Hacksaw Ridge, Kenneth Lonergan, Manchester à beira-mar e Barry Jenkins, Moonlight

MELHOR ATOR COADJUVANTE:
Mahershala Ali - Moonlight: Sob a luz do luar
Outros indicados: Jeff Bridges - Até o Último Homem, Lucas Hedges - Manchester à beira-mar,  Dev Patel - Lion: uma jornada para casa e Michael Shannon - Animais Noturnos

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Viola Davis - Cercas (Fences)
Outras indicadas: Naomie Harris - Moonlight, Nicole Kidman - Lion, Octavia Spencer - Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures) e Michelle Williams - Manchester à beira-mar

MELHOR ANIMAÇÃO:
Zootopia - Essa Cidade é o Bicho
Outras indicados:  Kubo e a Espada Mágica, Moana: Um Mar de Aventuras, Minha Vida de Abobrinha e A Tartaruga Vermelha

MELHOR FILME ESTRANGEIRO:
O apartamento (Irã), do diretor Asghar Farhadi
Outros indicados: Land of mine (Dinamarca),  A mand called Ove (Suécia), O apartamento
(Irã), Tanna (Austrália) e Toni Erdmann (Alemanha)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO:
Moonlight
Outros indicados: Lion, Cercas (Fences), Estrelas além do tempo e A chegada

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL:
Manchester à beira-mar
Outros indicados: La la land: Cantando estações, A qualquer custo, O lagosta, 20th century woman

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO:
La la land: Cantando estações
Outros indicados: A chegada , Animais fantásticos e onde habitam, Ave, Cesar! e Passageiros

MELHOR FOTOGRAFIA:
La La Land - Cantando as Estações
Outros indicados: A chegada, Lion: uma jornada para casa e  Moonlight: Sob o sol do Luar

EFEITOS VISUAIS:
Mogli
Outros indicados: Deepwater horizon, Doutor Estranho, Kubo e a Espada Mágica e Rogue One: Uma história Star Wars

MELHOR CURTA-METRAGEM:
Sing
Outros indicados: Ennemis Intérieurs, La femme et le TGV, Silent night e Timecode
MELHOR DOCUMENTÁRIO:

O.J.: Made in America
Outros indicados: Fogo no Mar,  I am not your negro, Life, Animated e A 13ª Emend

MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA-METRAGEM:
The white helmets
Outros indicados:  41 miles, Extremis, Joe's violin e Watani: My homeland

MELHOR CABELO E MAQUIAGEM:
Suicide Squad
Outros indicados: A Man Called Ove e Star Trek Beyond

MELHOR EDIÇÃO DE SOM:
A chegada
Outros indicados: Deepwater horizon, Até o último homem,  La la land: Cantando estações e Sully: O herói do rio Hudson

MELHOR MIXAGEM DE SOM:
Até o último homem
Outros indicados:  A Chegada, La la land: Cantando estações, Rogue One: Uma história Star Wars e 13 Hours: The secret soldiers of Benghazi

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO:
Piper
Outros indicados: Blind Vaysha, Borrowed Time, Pear Cider and Cigarettes e Pearl

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL:
City Of Stars - La La Land
Outros indicados: The Fools Who Dream - La La Land, Can't Stop - Trolls, The Empty Chair - Jim, The James Foley Story e How Far I'll Go - Moana

MELHOR TRILHA SONORA:
Justin Hurwitz - La la land: Cantando estações
Outros indicados: Mica Levi - Jackie, Nicholas Britell - Moonlight: Sob a luz do luar, Thomas Newman - Passageiros

MELHOR FIGURINO:
Animais fantásticos e onde habitam - Colleen Atwood
Outros indicados: Allied, Florence: Quem é essa mulher?, Jackie e La la land: Cantando estações

MELHOR MONTAGEM:
Até o Último Homem
Outros indicados:  La La Land: A Cidade das Estrelas, Moonlight: Sob a luz do Luar
Fonte: El País- 27 FEV 2017

domingo, 26 de fevereiro de 2017

“Politicamente correto” chega ao Carnaval do Rio

A irreverência do Carnaval do Rio de Janeiro está com os dias contados. E a ausência de regras também. Há 40 carnavais, ninguém via problema algum em se usar a palavra “mulata” ou fazer piada com homossexuais nas músicas que embalam os cortejos de rua, mas essa inércia chegou ao fim. Algumas letras produzem feridas, e o debate, agora, está nas ruas: serão compatíveis o Carnaval e o politicamente correto?

O assunto tem sido colocado há algumas edições da festa, mas a polêmica aumentou depois que alguns blocos deixaram de tocar músicas incômodas e agressivas em relação aos negros, às mulheres e aos homossexuais. Entre essas canções estão clássicos do Carnaval carioca, que são tocados, incansavelmente, todos os anos e cujas letras a população sabe de cor. O Carnaval mais famoso do Brasil, que leva mais de cinco milhões de pessoas às ruas, conseguiu fazer com que a discussão transbordasse as redes sociais e chegasse aos próprios desfiles, orquestras e jornais de outras cidades do país.

Cabeleira do Zezé, do compositor João Roberto Kelly, que tem passado a vida inteira inventando refrães carnavalescos, é um exemplo dessa polêmica: A marchinha diz: “Olha a cabeleira do Zezé/ Será que ele é bossa nova?/ será que ele é Maomé?/ Parece que é transviado/ Mas isso eu não sei se ele é!/ Corta o cabelo dele!”. Essa canção incomoda sobretudo por causa do último verso, que sugere de se cortar o cabelo de Zezé, e seus críticos o interpretam como uma incitação à violência contra gays e travestis. Kelly, que, com seu amplo repertório de mais de cem canções de Carnaval, tem várias delas envolvidas na polêmica, reclama disso. “Nunca vi uma vigilância tão grande, nem nos tempos da ditadura. O Carnaval é uma brincadeira. A gente ri dos carecas, dos barrigudos, não se deve tomar as coisas ao pé da letra”, declarou ao jornal O Estado de S. Paulo.

O Teu Cabelo Não Nega, uma das obras mais famosas do compositor de música popular Lamartine Babo, também foi retirada do repertório de alguns blocos carnavalescos. A marchinha, que diz “O teu cabelo não nega, mulata/ Porque és mulata na cor/ Mas como a cor não pega, mulata/ Mulata eu quero o teu amor”, provoca um duplo repúdio. Primeiro, por associar a cor da pele a algo contagioso e, depois, por usar a palavra “mulata”, que etimologicamente provém de mula e é repudiada pelo movimento negro no Brasil há muitos anos.

O veto quase atingiu também uma canção histórica de Caetano Veloso, Tropicália, que fala nos “olhos verdes da mulata”. Mas, ao final, vários blocos decidiram mantê-la. O artista também falou sobre a polêmica em O Estado de S. Paulo: “Eu sou mulato e adoro a palavra mulato: é como o próprio país é chamado em Aquarela do Brasil, que é o nosso hino não oficial. Sempre detestei Cabeleira do Zezé por causa do refrão ‘corta o cabelo dele’, que é repetido quase como uma incitação ao linchamento. Mas não quero proibir nada”.

Os blocos carnavalescos também não querem entrar no terreno da proibição. “A imprensa falou muito em censura, mas nós não queremos proibir nada, apenas que as pessoas entendam como é problemático ficar repetindo essas músicas”, explica Ju Storino, percussionista de vários blocos não oficiais que retiraram de seu repertório as canções potencialmente ofensivas. “Existem 15.000 músicas de carnaval. Será que precisamos mesmo continuar tocando coisas que ofendem as pessoas? Eu amo o Caetano, respeito-o demais, mas ele não sabe o que significa ser mulata, uma mulher hipersexualizada da qual a única coisa que se espera é que dance samba para todo mundo ver. O Caetano pode gostar da palavra, mas nunca esteve na pele de uma mulata. Estamos cumprindo com o nosso papel, que é o de fazer as pessoas pensarem”. Fonte: El País - Rio de Janeiro 25 FEV 2017