quarta-feira, 6 de julho de 2016

Educação básica ruim joga Brasil no grupo dos lanternas

A má qualidade da educação de base jogou o Brasil para baixo na nova edição do "Relatório Sobre o Capital Humano", estudo do Fórum Econômico Mundial sobre o êxito dos países em preparar sua gente para criar valor econômico.
O Brasil ficou em 83º lugar entre 130 países. Dono da oitava maior economia do mundo, pontuou menos que países da América Latina e Caribe de menor desenvolvimento relativo, como Uruguai (60º), Costa Rica (62º), Bolívia (77º) e Paraguai (82º). Cuba, na 36ª posição, lidera na região.

Calculado desde 2013, o chamado Índice de Capital Humano compara 130 países e uso do potencial de capital humano.
Sintetiza indicadores de ensino, capacitação e emprego disponíveis a cinco grupos etários diferentes (menos de 15 anos a mais de 65 anos), como qualidade de escolas primárias, taxa de desemprego e treinamento no trabalho.

Para o Fórum Econômico Mundial, o capital humano de um país "pode ser um determinante mais importante para seu sucesso econômico de longo prazo do que virtualmente qualquer outro recurso". Isso se explica, diz a organização, pelo seu papel chave na produtividade, mas também no funcionamento das instituições políticas, sociais e cívicas das nações.

ÍNDICE DE CAPITAL HUMANO 2016
Ensino, capacitação e emprego em 130 países pelo mundo
1- Finlândia - 85.86
2- Noruega - 84.64
3- Suíça - 84.61
4- Japão - 83.44
5- Suécia - 83.29

FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL
O índice de 2016 continuou a ser dominado por pequenas nações europeias, sobretudo países nórdicos e do chamado Benelux, como Bélgica e Holanda.
A Finlândia foi a líder do ranking que mede como os países constroem e mantêm seu potencial de capital humano. O país se beneficia de uma população jovem bem educada, da melhor educação primária e da maior taxa de ensino superior completo na faixa de 25 a 54 anos. Noruega e Suíça completaram o top 3.

RESULTADO BRASILEIRO
Maior economia da América Latina e do Caribe, o Brasil ficou abaixo da média da região, com uma pontuação de 64.51 - o que significa que mais de 35% do capital humano do país continua subdesenvolvido.

PÉSSIMA EDUCAÇÃO BÁSICA
Quem puxou o desempenho do país para baixo foi o preparo dos jovens de 0 a 14 anos, o 100º entre 130 países. Pesaram nesse sentido a chamada "taxa de sobrevivência em educação básica", a capacidade de o aluno sair bem preparado do ciclo primário de ensino (98º lugar), e a qualidade da educação primária (118º lugar).


MÃO DE OBRA QUALIFICADA
Outro ponto negativo foi a percepção de empresários sobre a disponibilidade de mão de obra qualificada (114º lugar). O país teve melhor resultado em capacitação no emprego e taxa de ocupação para o grupo etário de 25 a 54 anos.

ÍNDICE DE CAPITAL HUMANO 2016 - AMÉRICA LATINA E CARIBE
1-Cuba - 36ª posição geral
2-Chile - 51ª posição geral
3-Panamá - 52ª posição geral
4-Equador - 53ª posição geral
5-Argentina - 56ª posição geral
Fórum Econômico Mundial

Os 24 países da América Latina/Caribe listados no estudo ficaram no meio do ranking, com uma pontuação média de 66.95, logo atrás da região do leste da Ásia e Pacífico. A diferença entre os países com melhor e pior desempenho da região é a mais baixa de todas - Chile (51º lugar) e Argentina (56º lugar), por exemplo, tiveram as mesmas qualidades e fraquezas.
"Em contraste, o Brasil acabou de alguma maneira atrás da média regional", diz o relatório.

Como a África do Sul (88º lugar no ranking), o Brasil apresentou uma pequena diferença entre os níveis de aprendizado de pessoas com menos e mais de 25 anos - o que mostra ausência de melhora na educação entre gerações, aponta o texto.

CAPITAL HUMANO
Segundo o Fórum Econômico Mundial, aprimorar o capital humano é essencial diante de uma nova onda de inovação tecnológica - a chamada Quarta Revolução Industrial - que irá trazer grandes mudanças radicais à indústria e ao mercado de trabalho nas próximas décadas.
Ao identificar que cerca de 35% do capital humano global ainda não tem um tratamento digno, o relatório lembra que muitos sistemas educacionais pelo mundo estão desconectados das capacidades necessárias aos mercados de trabalho.
"Enquanto os sistemas de educação atuais buscam desenvolver qualidades cognitivas, qualidades não-cognitivas que se relacionam com a capacidade das pessoas de colaborar, inovar, autodirigir-se e resolver problemas são cada vez mais importantes", diz o relatório.
Nesse sentido, diz a organização, haverá desafios para todos: legisladores terão que desenvolver regras ágeis de governança para lidar com o crescente mercado de trabalho digital, governos deverão cumprir a promessa de usar tecnologia na educação e capacitação permanente e empresas precisarão repensar a atitude de ser apenas "consumidores" da mão de obra, atuando também cada vez mais em formação. Fonte: BBC Brasil em Londres- 30 junho 2016

Human Capital Index 2016.
Human Capital Index 2016.
Rank          
Economy
Overall Score
Rank       
Economy
Overall Score
1
Finland
85.86
51
Chile
71.45
2
Norway
84.64
52
Panama
71.18
3
Switzerland
84.61
53
Ecuador
70.84
4
Japan
83.44
54
Azerbaijan
70.72
5
Sweden
83.29
55
Mongolia
70.71
6
New Zealand
82.79
56
Argentina
70.70
7
Denmark
82.47
57
Serbia
70.54
8
Netherlands
82.18
58
Tajikistan
70.53
9
Canada
81.95
59
Macedonia, FYR
70.01
10
Belgium
81.59
60
Uruguay
69.96
11
Germany
81.55
61
Barbados
69.78
12
Austria
81.52
62
Costa Rica
69.72
13
Singapore
80.94
63
Moldova
69.67
14
Ireland
80.79
64
Colombia
69.58
15
Estonia
80.63
65
Mexico
69.25
16
Slovenia
80.33
66
Qatar
68.64
17
France
80.32
67
Jamaica
68.62
18
Australia
80.08
68
Vietnam
68.39
19
United Kingdom
80.04
69
United Arab Emirates
68.25
20
Iceland
79.74
70
Albania
68.23
21
Lithuania
79.34
71
China
67.81
22
Luxembourg
79.28
72
Indonesia
67.61
23
Israel
78.99
73
Turkey
67.57
24
United States
78.86
74
Trinidad and Tobago
67.04
25
Czech Republic
78.45
75
Guyana
66.67
26
Ukraine
78.42
76
Mauritius
66.53
27
Latvia
78.13
77
Bolivia
66.47
28
Russian Federation
77.86
78
El Salvador
66.31
29
Kazakhstan
77.57
79
Peru
66.31
30
Poland
77.34
80
Dominican Republic
65.88
31
Cyprus
76.97
81
Jordan
64.70
32
Korea, Rep.
76.89
82
Paraguay
64.62
33
Hungary
76.36
83
Brazil
64.51
34
Italy
75.85
84
Ghana
64.26
35
Malta
75.66
85
Iran, Islamic Rep.
64.16
36
Cuba
75.55
86
Egypt
63.72
37
Armenia
75.39
87
Saudi Arabia
63.69
38
Romania
74.99
88
South Africa
62.97
39
Croatia
74.99
89
Venezuela
62.94
40
Slovak Republic
74.94
90
Zambia
62.06
41
Portugal
74.39
91
Bhutan
61.83
42
Malaysia
74.26
92
Cameroon
61.64
43
Bulgaria
73.66
93
Honduras
61.60
44
Greece
73.64
94
Guatemala
61.07
45
Spain
72.79
95
Nicaragua
60.60
46
Bahrain
72.69
96
Botswana
60.50
47
Kyrgyz Republic
72.35
97
Kuwait
60.27
48
Thailand
71.86
98
Morocco
59.65
49
Philippines
71.75
99
Uganda
59.28
50
Sri Lanka
71.69
100
Cambodia
58.88
101
Tunisia
58.24
102
Kenya
57.90
117
Algeria
53.22

103
Namibia
57.90
118
Pakistan
53.10

104
Bangladesh
57.84
119
Ethiopia
53.02

105
India
57.73
120
Burkina Faso
52.11

106
Lao PDR
57.66
121
Lesotho
51.62

107
Gabon
57.48
122
Senegal
51.49

108
Nepal
57.35
123
Cute d’Ivoire
50.34

109
Myanmar
56.52
124
Burundi
50.17

110
Rwanda
56.27
125
Guinea
50.17

111
Haiti
56.24
126
Mali
49.37

112
Madagascar
56.17
127
Nigeria
48.86

113
Benin
55.38
128
Chad
44.23

114
Malawi
54.64
129
Yemen
42.98

115
Mozambique
53.64
130
Mauritania
42.33

116
Tanzania
53.56



Comentário:
O Brasil já destina mais do seu PIB para educação do que alguns países ricos.

Países
Gasto em função  do PIB
Taxa de conclusão do ensino médio
Finlândia
7,2%
95,68%
Noruega
7,4%
98,93%
Suiça
5,1%
93,54%
Japão
3,8%
99,95%
Suécia
7,7%
98,63%
Coréia do Sul
4,6%
95,44%
Chile
4,6%
79,39%
Argentina
5,3%
87,75%
Índia
3,8%
74,61%
Rússia
4,2%
85,32%
Brasil
5,9%
56,7%
Estados Unidos
5,2%
88,24%
Alemanha
5,0%
99%
França
5,5%
95,71%
Itália
4,1%
97,85%
Canadá
5,3%
99%


domingo, 3 de julho de 2016

Alemanha investe bilhões no fomento a universidades de elite

Fechadas as últimas negociações com os governadores dos 16 estados federados, o governo federal alemão finalmente anunciou, na sexta-feira (17/06), um novo programa de fomento ao ensino universitário de elite.
A chamada "Estratégia de Excelência" para a pesquisa de ponta vai repassar 533 milhões de euros por ano, entre 2019 e 2026, a 11 instituições de ensino superior da Alemanha, visando aprimorá-las como "universidades de excelência". O projeto é o sucessor da "Iniciativa de Excelência", com um perfil semelhante, que já distribuiu 4,6 bilhões de euros desde 2006.

Os governos estaduais e federal também lançaram um programa para escolas superiores de menor porte, denominado "Faculdade Inovadora", e um pacote de incentivo às novas gerações de pesquisadores, perfazendo, juntos, 1,5 bilhão de euros.
Apesar de resistências da parte de Hamburgo, que envolveram negociações adicionais, a ministra alemã da Pesquisa, Johanna Wanka, pode declarar em Berlim à agência de notícias DPA: "Fico feliz que o pacote completo tenha passado e sido aprovado. Este é um dia realmente excepcional para o sistema científico alemão, para todas as universidades e para as novas gerações de cientistas."

ROTATIVIDADE ENTRE AS INSTITUIÇÕES
O projeto acordado prevê que as 11 faculdades de elite incluídas na primeira fase de implantação sejam minuciosamente avaliadas após sete anos. Wanka parte do princípio aí que algumas delas serão excluídas, e suas vagas estariam abertas a novas instituições candidatas. De qualquer modo, na segunda fase quatro faculdades novas faculdades terão a vez.
Esse mecanismo responde à demanda do estado de Hamburgo, de que o sistema mantenha um "dinamismo". A ministra da Pesquisa admite que teria ficado satisfeita com um projeto com menos de 11 universidades, mas "o importante era o pacote total", e ela vê chances realistas de que a pesquisa universitária alemã possa agora competir "em nível mundial".

O outro projeto, de incentivo às novas gerações de pesquisadores, contará com cerca de 1 bilhão de euros entre 2017 e 2032. Ele vai garantir a criação, em todo o país, de mil vagas acadêmicas do tipo tenure track, que garante estabilidade adicional, a serem financiadas em caráter permanente pelos estados, após o encerramento do programa, dentro de 15 anos.
Com esse procedimento, que já é comum nos Estados Unidos há algum tempo, os doutorandos se qualificam para uma vaga acadêmica vitalícia. Caso cumpram as metas de pesquisa e ensino estabelecidas com a universidade, sua vaga por período limitado se torna permanente, após cerca de seis anos.

No programa "Faculdade Inovadora", pequenas universidades e faculdades de ciências aplicadas receberão subsídios no valor total de 550 milhões de euros entre 2018 e 2027. Sua atividade deve ser relevante econômica ou socialmente, sendo decisiva a presença de cooperações e acordos de transferência de conhecimento. Fonte: Deutsche Welle - Data 17.06.2016

Comentário: No Brasil o governo criou apenas o marketing, ou melhor, logomarca , Pátria educadora, mas ainda estamos no lema Pátria deseducadora, sem rumo e objetivos.

Corrupção passou a ser espantosa regra

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso afirmou que a corrupção se tornou a "espantosa regra" por causa da impunidade e disse que a sociedade brasileira não tolera mais esse fato.

"Corrupção, sonegação, lavagem de dinheiro passaram a ser a espantosa regra", disse, durante seminário realizado pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) para discutir grandes casos criminais do Brasil e da Itália.

E completou: "O errado virou a regra e todo mundo passou a operar nessa regra".

Para ele, ainda há uma cultura no Brasil que valoriza a corrupção. O ministro deu o exemplo de duas empresas, na qual em uma seu funcionário investe em baratear os custos para aumentar o lucro, enquanto outra tem um empregado que possui proximidade com agente público e paga propina.

"Nós vivemos ainda em um país em que esse segundo funcionário é mais valorizado do que o primeiro", afirmou Barroso.

O ministro voltou a defender o fim do foro privilegiado e afirmou que o Supremo não está preparado para instruir e julgar ações penais como uma primeira instância.

"O prazo médio para recebimento de uma denúncia no Supremo é de 617 dias. Isso é um escândalo", disse Barroso. Fonte: Folha de São Paulo - 29/06/2016  

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Reino Unido e França lembram 100 anos da Batalha do Somme

O Reino Unido e França lembraram nesta sexta-feira (01/07) o centenário do início da Batalha do Somme, em que os dois países combateram as linhas de defesa alemãs em território francês. O combate é considerado um dos mais sangrentos da Primeira Guerra Mundial.

Em cerimônia realizada no memorial em Thiepval, o presidente francês, François Hollande recebeu a família real britânica, o primeiro-ministro David Cameron e o ex-presidente alemão Horst Köhler.

Pela manhã, os britânicos fizeram um minuto de silêncio em homenagem aos cerca de 20 mil soldados do país que morreram apenas no primeiro dia da batalha – jornada mais sangrenta da história do Exército britânico.

Sons de disparos de canhões abriram a cerimônia ao meio-dia no memorial de Thiepval, construído no norte da França em 1932 pelo Reino Unido e dedicado aos mais de 73,3 mil soldados britânicos e sul-africanos desaparecidos na batalha. Aeronaves de França, Reino Unido e Alemanha usadas durante a guerra sobrevoaram o local.

Mais de 1 milhão de pessoas morreram, ficaram feridas ou desapareceram durante a Batalha do Somme. A ofensiva de tropas britânicas e francesas contra o Exército alemão no norte da França, ao longo do rio que deu nome à batalha, teve início no dia 1º de julho de 1916 às 7h30.

A ofensiva visava aliviar a pressão das tropas que estavam sendo atacadas por alemães em Verdun. Em quase cinco meses de confrontos, houve pouco avanço das tropas e muitas mortes. A Batalha de Somme ficou conhecida com uma das mais inúteis da Primeira Guerra Mundial e simboliza os horrores da guerra de trincheiras. Fonte: Deutsche Welle – 01.07.2016

Comentário:
A batalha é mais lembrada pelo seu primeiro dia, 1 de Julho de 1916, data em que os britânicos sofreram 57.470 baixas (19.240 mortos),considerado o mais sangrento dia na história do Exército britânico. Pela primeira vez, a sociedade britânica foi exposta aos horrores da guerra moderna.
Com mais de 1,2 milhão de vítimas (entre mortos e feridos), em cinco meses de combate, foi uma das operações militares mais violentas da História da humanidade. E, levando-se em conta os ganhos territoriais (cerca de 300 quilômetros quadrados), foi uma das mais inúteis. Nunca em toda a história militar tantos pereceram por tão pouco. Fonte: Wikipédia

Tecnologia no front
A Batalha do Somme marcou a entrada no teatro militar de importantes inovações tecnológicas. Em 15 de setembro, na Batalha de Flers Courcelette (que fez parte de Somme), os britânicos usaram uma arma secreta: o tanque de guerra. 48 tanques Mark I participaram dos combates, embora apenas 21 tivessem conseguido chegar à linha de frente - 17 quebraram no caminho.

Aviões jã faziam parte do teatro de operações da Primeira Guerra desde o início, em 1914, especialmente para operações de reconhecimento. No Somme, o poder aéreo foi muito mais importante neste sentido, embora pilotos já estivessem equipados com armamento para ataques e pequenos bombardeios.
Vídeo

Cada figurino representa um soldado que morreu no 1º dia de batalha (19.240 mortos)

Vídeo




Deputados custam 1 bilhão de reais ao ano


Um levantamento feito pelo site Congresso em Foco mostra que os deputados custam ao ano cerca de 1 bilhão de reais aos cofres públicos. Os principais gastos são com salário, de 33.763 reais, e verba de gabinete, de 92.000 reais ao mês.


Benefício
Média mensal
Por ano
Salário
R$ 33.763,00
R$ 438.919,00
Ajuda de custo
R$ 1.406,79
R$ 16.881,50
Transporte, alimentação, alugueis e outros
R$ 39.884,31
R$ 478.611,67
Auxílio-moradia
R$ 1.608,34
R$ 19.300,16
Verba de gabinete para até 25 funcionários
R$ 92.000
R$ 1.104.000,00
Total de um deputado
R$ 168.662,44
R$ 2.023.949,28
Total dos 513 deputados
R$ 86.523.831,72
R$ 1.038.285.980,64
Fonte: Congresso em Foco - El País - 29 Jun 2016