quarta-feira, 4 de junho de 2014

Fidel Castro vive no luxo

"Ao contrário do que sempre diz, nunca renunciou ao conforto do capitalismo nem escolheu viver com austeridade", escreve Juan Reinaldo Sánchez, que durante 17 anos foi guarda-costas de Fidel Castro e agora publica um livro sobre a vida privada do líder da revolução cubana.

Iates luxuosos, 20 casas espalhadas por toda a ilha e partidas de caça "à la Luis XV" são alguns dos segredos revelados por "La cara oculta de Fidel Castro", escrito junto com o jornalista francês Axel Gyldén e que estará nas livrarias francesas no próximo dia 28.

O comandante sempre teve o cuidado de manter longe da vista dos cubanos sua vida privada, "o segredo mais bem guardado da Revolução", assegura Juan Reinaldo Sánchez, segundo os extratos do livro consultados pela Agência Efe.

O homem que acompanhou Fidel quase diariamente entre 1977 e 1994 descreve o luxuoso iate do líder, o "Aquarama II", copiado do barco de um próximo do regime de Fulgencio Batista (presidente de Cuba entre 1940-1944 e líder de fato em 1952-1959), com quatro motores, que lhe presenteou o dirigente soviético Leonid Brejnev.

Ancorada em seu porto privado da Baía dos Porcos, cada passeio do navio envolve toda uma operação, que inclui outros dois navios, um deles transformado em clínica médica, uma patrulha militar e vários aviões em alerta para evitar que o comandante sofra um atentado. Em geral, o "Aquarama II" serve para agradáveis passeios marítimos, mas também para ir a Cayo Piedra, uma pequena ilha situada no sudeste de Cuba, um "paraíso para milionários" no qual Fidel repousa rodeado de luxo.

"Fidel Castro deu a entender que a Revolução não lhe deu nenhum respiro, nenhum prazer; que ignorava e desprezava o conceito burguês de férias. Mentia", afirma Sánchez. O guarda-costas relata que ele esteve "centenas de vezes" nesse "pequeno paraíso", onde era o encarregado de escoltar o comandante durante suas várias incursões de caça submarina em profundezas marítimas quase virgens.

Se o tempo fosse clemente, Fidel e sua esposa Dalia viajavam quase todo final de semana a Cayo Piedra, enquanto na temporada de chuvas o comandante preferia a caça do pato na mansão "La Deseada", situada na província de Pinar del Río. "Em agosto, os Castro se instalavam durante um mês em sua ilha dos sonhos", de onde o líder chegava a Havana em helicóptero se algum imperativo assim exigisse, acrescenta Sánchez.

Nenhum cubano comum entrou na secreta ilha de Castro, à qual só um reduzido grupo de privilegiados, quase todos estrangeiros, foram convidados. Reinaldo Sánchez lembra o ex-presidente colombiano Alfonso López Michelsen, o empresário francês Gérard Bourgoin, conhecido como o "rei do frango", o proprietário da "CNN", Ted Turner, e o ditador da República Democrática Alemã, Erich Honecker.

Porém, as presenças mais frequentes eram do escritor Gabriel García Márquez e do herói da revolução Antonio Núñez Jiménez. Em uma dessas visitas, segundo o autor, Fidel propôs a "Gabo" lançar-se à conquista da presidência colombiana com o apoio de Cuba, mas o escritor "preferia desfrutar dos prazeres da vida ficando confortavelmente à margem da política".

O que não conseguiu com García Márquez, ter um "peão" na Colômbia, conseguiu anos mais tarde com Hugo Chávez na Venezuela, escreve Reinaldo Sánchez, que assegura que o líder cubano "sempre teve no ponto de ira o petróleo" desse país. "Sabia que era a chave para financiar seu sonho internacionalista de opor-se aos Estados Unidos", acrescenta.

"La cara oculta de Fidel Castro" não descreve só o luxo da vida do ditador cubano, mas também analisa outros aspectos de seu regime, a dinastia familiar, seguida pela de seu irmão Raúl. O ex-guarda-costa também se centra no costume que tinha Fidel de grampear todos seus colaboradores e próximos ou sua tentativa de estender a revolução à Nicarágua. Reinaldo Sánchez caiu em desgraça com Fidel em 1994 por pedir a retirada e a aposentadoria. Foi preso e, após múltiplas peripécias, conseguiu escapar em 2008 para se reunir com sua família nos Estados Unidos. Fonte: UOL Noticias - 21/05/2014

Comentário: Isso lembra o livro a Revolução dos Bichos, de George Orwell, o sonho de um velho porco de criar uma granja governada por animais, sem a exploração dos homens, concretiza-se com uma revolução. Liderados por um grupo de porcos, os bichos expulsam o fazendeiro de sua propriedade e pretendem fazer dela um Estado em que todos serão iguais. Essa é a ideia socialista. Mas como acontece com as revoluções, a dos bichos também está fadada à tirania, com a ascensão de uma nova casta ao poder. Nesta fábula todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais do que os outros. Logo começam as disputas internas, as perseguições e a exploração do bicho pelo bicho, ficando a situação para os bichos ainda pior do que quando o homem administrava a fazenda.

Adivinha quem é?

Ninguém consegue viver todos os dias como rico, viajar como rico, tratar-se em hospital de rico, ganhar como rico (200 000 reais por palestra, e já houve pagamentos maiores), comer e beber como rico, vestir-se como rico, Armani,  hospedar-se em hotel de rico,  critica as zelites, etc. Adivinha quem é?

domingo, 1 de junho de 2014

Estadão reformula site

O Estadão vai colocar no ar seu novo site, no endereço estadao.com.br no próximo dia 31 de maio (sábado). O novo site será moderno, organizado, com visual atraente, com ferramentas e tecnologia inovadoras e muitas possibilidades aos usuários. O objetivo é atender de forma ampla, moderna e participativa essa audiência.

Para Ricardo Gandour, diretor de Conteúdo do Grupo Estado, um pilar importante do projeto é a organização, por meio de uma leitura mais agradável das notícias, menus simplificados e destaque aos conteúdos exclusivos de blogs e colunistas do site. “Queremos que nosso leitor se sinta confortável, encontre o que busca com facilidade e tenha informação recomendada e selecionada por nossos editores, com conteúdo relacionado com o seu próprio hábito de leitura. Os menus do site passam a acompanhar o leitor durante toda a sua navegação”, informa.

Para se chegar ao novo site foi realizada uma grande pesquisa sobre hábito de leitura e navegação no mundo digital. Foram ouvidos leitores do Estadão.com.br e de outros sites exatamente para entender e atender as expectativas desse público. “Ele terá visual muito atraente e tecnologicamente contemporâneo, mantendo a credibilidade e prestígio próprios do Estadão. Queremos dar ao internauta uma nova organização, leitura agradável e a garantia da curadoria do jornal”, explica Roberto Gazzi, diretor de Desenvolvimento Editorial do Grupo Estado.

Para começar, a home page terá maior destaque, com padrão diferenciado de tamanho das colunas. “Podemos resumir da seguinte forma: na esquerda, as notícias importantes; no meio, as interessantes; e na direita, conteúdo de serviços, nossos blogueiros e colunistas, incluindo a capa da edição do dia – o que não havia na versão anterior”, afirma o diretor.

Ainda na home, o menu superior também terá mudanças, ficando simplificado e clean – um mouse over abrirá as opções “recomendadas pelos editores”, “últimas notícias” e “mais lidas”. Outra novidade é a comunicação com as redes sociais. Por exemplo, já na home será possível comentar e compartilhar uma notícia ou um trecho diretamente nas redes sociais. Quando o leitor quiser destacar uma matéria ou parte dela, basta iluminar que aparecerão botões de Facebook e Twitter direcionando-a automaticamente para esses locais, com link reduzido. Outra novidade será o destaque a comentários dos leitores. Os mais interessantes, de acordo com curadoria da equipe de redação, terão destaque na home, com identificação do nome ou nickname do leitor. Fonte: Estadão-22 de maio de 2014

Comentário. O site anterior era mais clean, para quem estava a procura de conteúdo com qualidade. Agora, o novo site lembra mais um álbum de figurinhas, fotos excessivas, em alguns artigos as fotos são tão grandes que atrapalham  a visualização e leitura dos conteúdos. O site lembra muito o site inglês do jornal ou tabloide Mail Online, dá muita ênfase a fotos. Parece que o jornal está mais preocupado coma geração dos leitores Facebook e Twitter, Instagram, apreciam mais fotos do que conteúdo e artigos curtos e muita publicidade. O site do NYtimes dá um banho de qualidade e conteúdo. Os jornais tradicionais impressos está numa encruzilhada, no meio digital,  querem faturar com publicidade e leitores, mas não sabe atingir o ponto de equilíbrio  de qualidade de um jornal impresso com a mídia digital. O novo site optou integralmente pela mídia digital, esquecendo da qualidade de informação e conhecimento do jornal impresso. É difícil a navegação no site por excesso de fotos e publicidade.

sábado, 31 de maio de 2014

Colapso financeiro da USP

Apesar de a crise financeira da Universidade de São Paulo (USP) ter vindo à tona no fim do ano passado, a instituição já tem estourado seu orçamento anual desde 2011. O motivo principal foi o aumento dos gastos com pessoal provocado após revisão do plano salarial e de carreira dos servidores, em 2011, e o avanço nas contratações de técnico-administrativos.

Já em 2011, os gastos totais da universidade superaram o que a instituição havia recebido do tesouro estadual, vindos dos 5% fixos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) destinados à universidade. No fim de 2012, o comprometimento com a folha já havia alcançado 96% do orçamento e quase todo o custeio e investimento eram pagos com reservas e outras fontes.

A alta de salário dos técnicos foi de 67% entre 2010 e 2013, além do salto de 10% no número desses servidores. Os docentes tiveram reajuste de 26% no período e o número de professores ficou praticamente estável. "O plano de carreira foi um dos principais fatores (que levaram à crise). Outro foi a contratação de 2.600 funcionários nos últimos quatro anos", disse o reitor Marco Antônio Zago ao Estado. O peso do gasto com salários de técnicos passou a responder por quase metade da folha da USP em 2012.

A folha de pagamento da universidade consome desde o ano passado mais de 100% do orçamento.

Desde 1989, as três estaduais (USP, Unicamp e Unesp) têm autonomia financeira, garantida pela cota fixa do ICMS. Especialistas dizem que o momento atual da USP é a pior crise financeira desde a década de 1980, exatamente quando a autonomia foi alcançada. Fonte: Estadão-28 Fevereiro 2014  

Comentário: Duas grandes Universidades e suas visões de eficiência. A Universidade de Harvard teve no ano passado um déficit  operacional de 34 milhões de dólares  e está procurando cortar despesas. Enquanto a USP gasta 105% do orçamento em despesa de pessoal.  A Universidade de Harvard gasta 48% do orçamento em despesa pessoal. Desde 2012, a USP já gastou R$ 1,3 bilhão do total de R$ 3 bilhões que possuía como reserva técnica.

O Estado de São Paulo, possui  três universidades públicas com orçamento total de quase 6 bilhões  de reais. Se compararmos com os mais de 5.500 municípios existentes no país, apenas 47 cidades possuem  orçamento anual igual ou superior a R$ 1 bilhão. A gratuidade do ensino superior é terrível.

terça-feira, 27 de maio de 2014

USP perde liderança em ranking de universidades da América Latina

Universidade Paulista foi a primeira colocada por três anos consecutivos.

No ranking QS de 2014, porém, ela perdeu o topo para PUC do Chile.

Top 10 do Ranking QS América Latina 2014:

1º) Pontifícia Universidad Católica (Chile)

2º) Universidade de São Paulo (USP/Brasil)

3º) Universidade Estadual de Campinas (Unicamp/Brasil)

4º) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/Brasil)

5º) Universidad de Los Andes (Colômbia)

6º) Universidad de Chile (Chile)

7º) Instituto Tecnológico de Monterrey (México)

8º) Universidad Nacional Autónoma de México (México)

9º) Universidade Estadual Paulista (Unesp)

10º) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

10º) Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

13º) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

15º) Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

17º) Universidade de Brasília (UnB)

18º) Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Veja o ranking completo: 

http://www.topuniversities.com/latin-american-rankings

No total, 395 instituições do continente foram avaliadas nesta quarta edição do ranking, e 300 foram classificadas. Foram levados em conta sete critérios: o de maior peso foi a reputação acadêmica de cada universidade, com 30% da pontuação, seguido pela reputação dos graduados no mercado de trabalho. Juntos, esses dois critérios somam 50% da nota.

O número de alunos por professor na sala de aula, a quantidade de publicação por professores, o número de citações por publicação, a proporção de professores com doutorado e a presença digital da instituição constituíram a outra metade da pontuação.

Das 300 instituições classificadas, o Brasil responde por 88: 17 universidades brasileiras estão entre as 50 melhores em 2014, e 56 das 200 mais bem colocadas são do Brasil. Fonte: G1- 27/05/2014 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

FIFA divulga preços dos alimentos nos estádios da Copa

A FIFA divulgou nesta segunda-feira, os preços  dos alimentos que serão vendidos nos estádios durante a realização da Copa do Mundo do Brasil. A curiosidade é a presença de um prato típico de casa sede. No Mineirão, por exemplo, haverá o tradicional feijão tropeiro que custará R$ 15.

O restante do cardápio será padronizado. Haverá sanduíches, cachorre quente, chips, amendoins e chocolate.

Entre as bebidas, serão vendidas cerveja nacional e importante, refrigerantes água e isotônicos.

Comentário: A mineirada comendo feijão tropeiro no estádio? Faltou o  queijinho. Os cariocas bem soft, savoury and sweet biscuit, como sempre com little money in the pocket.

Pelo jeito a farofada nos estádios será grande?

Nós 'tamo' entrando sem óleo nem creme

Precisando a gente se espreme

Trazendo snacks, drinks, pipoca, chocolate

Levando também o radinho, smartphone

Separa um lugar nessa arena

Nós vamos chacoalhar a aldeia

domingo, 25 de maio de 2014

Colombia:Zuluaga gana en la primera vuelta

El 15 de junio Zuluaga y Santos definirán la presidencia

ELECCIONESEl candidato del uribista Centro Democrático, Óscar Iván Zuluaga, ganó la primera vuelta con cerca del 30 % de la votación.

 Óscar Iván Zuluaga se convirtió este domingo en el ganador de la primera vuelta de las elecciones presidenciales de Colombia aunque no obtuvo la mayoría absoluta por lo que deberá enfrentarse en una segunda ocasión con el jefe del Estado Juan Manuel Santos.

Zuluaga redondeó un 30% de los votos, seguido del presidente y candidato a la reelección Juan Manuel Santos, con una cifra cercana al 25 %.

En el tercer lugar se ubicaron Marta Lucía Ramírez, del Partido Conservador, la izquierdista Clara López, del Polo Democrático Alternativo (PDA), y, finalmente, Enrique Peñalosa, de la Alianza Verde.

El escrutinio avanza a gran velocidad, pues en solo una hora desde el cierre de los colegios se ha logrado contar más del 95 % de los votos.

Esta fue una de las campañas más atípicas de la historia pues era la primera vez que un presidente en ejercicio, Juan Manuel Santos, se lanza a buscar un segundo mandato inmediato sin haber cambiado la Constitución en mitad del período. A lo anterior se añade que el primer mandatario lideró simultáneamente a la contienda electoral una mesa de negociaciones con las FARC en Cuba.

Este es un factor fundamental porque Zuluaga basó su campaña en una dura crítica a la negociación del Estado con la guerrilla. Sin embargo, ahora se abre el interrogante: ¿Cómo queda el proceso en La Habana cuando la apuesta de Santos fue su defensa y no le alcanzó para imponerse?

Era natural que de los resultados finales de este domingo, se haga una profunda reflexión al proceso de negociación con la guerrilla. Un apoyo masivo a la reelección de Santos constituiría un mandato inequívoco de la ciudadanía para continuar con las conversaciones. Al contrario, como ocurrió, el mensaje de los votantes está orientado a un endurecimiento a las condiciones y ritmos de esa mesa de diálogos.

El rumbo de la política de paz no era lo único en juego en las elecciones de este domingo. Los comicios también definen el pulso más intenso de la política contemporánea en Colombia: Juan Manuel Santos versus Álvaro Uribe. La campaña del 2014 pasará a la historia como la única en que el inmediato antecesor y mentor del presidente en ejercicio no sólo se lanzó a la oposición sino también regresó a la arena política como cabeza de lista al Senado.

Uribe, quien aún mantiene una favorabilidad mayor del 55 % dentro de los colombianos, construyó el Centro Democrático, segunda fuerza política tras las elecciones al Congreso de marzo y principal bloque opositor.

El expresidente se convierte así en el gran elector de Colombia. Ganó la presidencia de Colombia hace 12 años, luego repitió hace 8, se convirtió en el mentor de Santos, cuando éste arrasó en las urnas hace 4, y ahora se apunta otra victoria con Zuluaga. Fuente: Semana - 25 mayo 2014

Os corcundas de smartphone

Uma nova geração toma conta das ruas. Não tem gênero nem idade, mas compartilha a mesma obsessão e uma maneira distinta de ver o mundo: por meio das telas de seus telefones. São os corcundas de smartphone, um grupo numerosíssimo que faz a Humanidade “evoluir” mais um passo: da posição ereta para a curvada. Dentro de casa, em ruas, restaurantes, bares, shows, ônibus, trens e até ao volante, eles estão por toda parte. E o mais alarmante: especialistas garantem que estão todos doentes física e socialmente.

 O problema é que o grau de intensidade desse uso é tão grande que a pessoa não consegue se concentrar em outra coisa além do celular - alerta a socióloga e professora da Universidade Metodista de São Paulo Luci Praun.  O uso que se faz do aparelho não está ligado ao espaço que a pessoa frequenta. Então, ela vai mesmo para outro mundo.

Luci, no entanto, não concorda com a tese de que essa geração vive mais no mundo virtual. Essa não é a questão, segundo ela. Na maior parte do tempo, as pessoas estão, pelo telefone, relacionando-se com aqueles que fazem parte de seu convívio social. Então, por que o smartphone mesmo?

Em minha tese de doutorado pesquisei amplamente a questão da influência dos telefones celulares no cotidiano das pessoas - conta Sandra Rúbia da Silva, doutora em Antropologia Social e professora de Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (RS). - Meus entrevistados diziam que não conseguiam viver sem o telefone celular, que o aparelho havia mesmo se tornado uma parte de seu corpo.

Para Sandra, esse tipo de obsessão gera, sim, uma alienação social, na medida que as pessoas facilmente se desligam de conversas no mundo real para checar mensagens e notificações nas redes sociais. Tanto Sandra quanto Luci acreditam que a questão é a falta de foco, que afeta tanto as relações interpessoais como o trabalho e a educação.

 Helder Montenegro, presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRC) e do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral (ITC), diz que ainda não há comprovação científica do fato, que é muito recente, mas o comportamento, principalmente das crianças, está modificando a curvatura natural das pessoas.

 Esse é um problema que estamos antecipando. A flexão do pescoço com os ombros enrolados para a frente está deixando a coluna mais reta, afirma Montenegro. E é essa curvatura a responsável por amortecer os impactos e estabilizar o corpo. Sem ela, acabamos modificando a anatomia dos discos intervertebrais.

Se, antes, a preocupação eram as bolsas femininas e as mochilas das crianças na escola, a corcunda gerada pelo uso excessivo de smartphones representa um desafio bem maior para a saúde pública. O desgaste começa no músculo, vai para as articulações e termina no osso.

Especialista em RPG, a fisioterapeuta do Instituto Cohen de Ortopedia Nathassia Orestes ressalta o reduzido tamanho dos telefones como algo negativo. Quanto menor o aparelho, maior a curvatura para enxergar o que está escrito nele. Fonte: Globo - 04/05/14