terça-feira, 19 de junho de 2012

Texto final: Rio+20


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Interessante a Rio+20 todos preocupados com o meio ambiente, enquanto isso, a Baía  de Guanabara é uma autentica cloaca a céu aberto. No entorno da baía, municípios sem saneamento básico. É a reunião do verde com botox.

As delegações chegaram nos aviões mais modernos, proferirão palestras sobre desenvolvimento sustentável, preocupados com as gerações futuras e usufruirão do Rio o que há de melhor de hotéis, restaurantes, ar condicionado, etc e confraternizarão com um belo churrasco sem se preocupar com o selo verde do gado.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Brasil tem três universidades entre top 10 da América Latina

Ranking da QS põe USP, Unicamp e UFRJ no grupo de elite da região

Mais uma vez o Brasil lidera o ranking das melhores universidades latino-americanas da consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS), cujos resultados da segunda edição foram divulgados nesta quarta-feira, 13. Segundo a lista, a Universidade de São Paulo (USP), a Estadual de Campinas (Unicamp) e a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão na elite da região - ocupam a 1.ª, a 3.ª e a 8.ª posição, respectivamente. A Federal de Minas Gerais (UFMG), que na edição passada ficou no 10.º lugar, caiu para o 13.º.

Para a QS, o Brasil é o país mais bem representado no ranking, com 65 entre as 250 melhores instituições de ensino superior latinas, o que representa 26% do total de universidades listadas.

Brasil (65), México (46), Colômbia (34), Chile (30), Argentina (26), Peru (10), Equador (6), Venezuela (6), Cuba (5), Uruguai (4), Costa Rica (3), República Dominicana (3), Paraguai (3), Bolívia (2), El Salvador (2), Panamá (2), Guatemala (1) Nicarágua (1), Porto Rico (1).

Segundo os organizadores do ranking, "o forte posicionamento do Brasil pode ser atribuído a um esforço nacional em aumentar o acesso ao ensino superior – com o número de matrículas triplicado na última década - e com políticas objetivando aumentar a qualidade e quantidade de pesquisas acadêmicas".

A USP já aparecia no topo do levantamento no ano passado, quando ele foi publicado pela primeira vez. A novidade brasileira entre as top 10 foi a UFRJ, que saltou do 19.º para o 8.º lugar. A metodologia do ranking é baseada em indicadores como volume de produção científica, titulação dos professores e opinião de empresários.

 “O ranking mostra a extensão em que o Brasil tem priorizado a pesquisa”, afirma Danny Byrne, coordenador do ranking. “O Brasil tem nove universidades entre as dez latinas com mais trabalhos acadêmicos por docentes, e nove, do total de dez, com maiores proporções de docentes com PhD.”

Para Byrne, a expansão do número de vagas em universidades federais e iniciativas que promovem a mobilidade internacional de alunos e professores "demonstram um aumento na percepção de que capital em recursos humanos e em pesquisa são a solução para a competitividade global".

Fernando Costa, reitor da Unicamp, acredita que a boa colocação da universidade deve-se não só à qualidade dos docentes e das pesquisas, mas principalmente ao processo de internacionalização promovido nos últimos anos. "O reconhecimento mostra que nossa busca por bons profissionais estrangeiros é o caminho a ser seguido", diz. Segundo ele, atualmente cerca de 15% dos docentes da instituição são de outros países. "Cada vez mais a Unicamp tem publicado papers em revistas de renome internacional, nas mais diversas áreas. Isso, sem dúvida, acaba atraindo a atenção de pesquisadores de todo o mundo."

TOP 10 DA AMÉRICA LATINA
1. Universidade de São Paulo (Brasil)
2. Pontifícia Universidad Católica de Chile (Chile)
3. Universidade Estadual de Campinas (Brasil)
4. Universidad de Chile (Chile)
5. Universidad Nacional Autónoma de México (México)
6. Universidad de Los Andes (Colômbia)
7. Instituto Tecnológico de Monterrey (México)
8. Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil)
9. Universidad de Concepción (Chile)
10. Universidad de Santiago de Chile (Chile)
A lista completa:

Fonte: Estadão - 13 de junho de 2012 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O sonho do automóvel acabou em São Paulo


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Trânsito na avenida 23 de Maio, em São Paulo- Hoje São Paulo com 190 km de congestionamento

■ Área urbana - 968,3248 km²

■ População - 11 316 149

■ Número habitantes por km2 – 11.690

■ um veículo para cada dois habitantes.

■ São Paulo conta com uma com uma frota de cerca de quinze mil unidades ônibus.

■ A malha metroferroviária da cidade tem 322 quilômetros de extensão, sendo 69 quilômetros de linhas administradas de metrô (34,6 quilômetros inteiramente subterrâneo), com 5 linhas em operação e 55 estações de embarque e 261 quilômetros de linhas administradas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A CPTM e o Metrô transportam em média 5,9 milhões de pessoas por dia.

■ Em 2009, o recorde de índice de congestionamento em São Paulo - 294 km de lentidão - foi quebrado duas vezes no mesmo dia.Ao longo da última década, 118 km de vias congestionadas têm sido a média diária da cidade

■ Horários de pico. Entre os anos 2000 e 2008, a velocidade média do trânsito nos horários de pico da manhã e da tarde na cidade de São Paulo foi de 19,30 km/h.

■ Tempo médio gasto no trânsito pelos paulistanos para realizar todos os deslocamentos diários é de 2h42min. (tempo gasto equivale uma viagem de quase 300 km)

■ A cada mês, o paulistano passa dois dias e seis horas no carro ou no transporte público para se locomover. Os paulistanos perdem, em média, 27 dias por ano presos no congestionamento.

■ A cada 20 minutos no transito um carro gasta em média um litro de gasolina, logo em SP você gasta em média 8,15 litros de gasolina todo dia 8,15 X 7 = 57,05 litros por semana X 4 = 228,2 litros por mês X 12 = 2738,4 litros por ano X 2,30 = R$ 6298,32 gastos por ano em combustível.

■ 40% das viagens de carro que você faz são menores que 3.2 km, esse trajeto poderia ser facilmente realizado de bicicleta.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Sul-coreanos exportam mais produtos tecnológicos do que o Brasilasil

Sul-coreanos exportam mais que o dobro de produtos tecnológicos em relação ao Brasil

Os aumentos nos custos da mão de obra no Japão, na década de 1960, diz Marcos Troyjo, do Ibmec, empurraram muitos empreendimentos para os países que mais tarde formariam o bloco conhecido como tigres asiáticos. Segundo ele, esse processo tornou a indústria sul-coreana especialista em “adaptação criativa”. Com isso, os sul-coreanos têm um percentual de 29% de produtos de alta tecnologia (indústria aeroespacial, computadores, farmacêuticos, instrumentos científicos e maquinário elétrico) nas suas exportações, contra só 11% dos brasileiros.

— Essencialmente, eles começaram fazendo versões mais baratas e muitas vezes mais eficientes de tecnologias existentes, e alcançaram a excelência na exportação de produtos manufaturados. São os maiores exportadores de bens de capital para a China. Uma tonelada de produtos exportados do Brasil para a China tem custo de aproximadamente US$ 60. Já uma tonelada de produtos da Coreia para a China custa US$ 2 mil. Enquanto isso, o Brasil continua com saudade do século XIX, quando era possível ter desenvolvimento sustentado apenas por commodities — explica o especialista.

Após uma fase em que a indústria nascente teve a proteção de incentivos governamentais, diz a economista Mônica de Bolle, começou a ocorrer a transferência de tecnologias, outra deficiência brasileira.

— Isso só aconteceu, um pouco, no Brasil, na indústria automobilística nos anos 1970 — diz ela. — Uma lição importante, que não estamos aprendendo, é que, para ser competitivo, é preciso especializar. O Brasil produz um pouco de tudo.
Produção diversificada, mas com prioridades claras
Segundo ela, é natural que, pelo tamanho do mercado interno brasileiro, haja uma produção mais diversificada, mas é preciso definir prioridades.

— A indústria da Coreia do Sul se desenvolveu a partir de investimento em nichos como partes, eletrônicos, semicondutores para exportação. A indústria automobilística e eletrônica ter se fortalecido internamente foi consequência dessa especialização.
Lembrando a participação expressiva dos chaebol (grandes conglomerados) na economia sul-coreana, Troyjo contesta:

— A presença dos conglomerados multissetoriais é uma das principais características da economia sul-coreana. É outra coisa que eles aprenderam com os japoneses. Qual é o core business (principal ramo) da Samsung? Ela tem 86 áreas de negócios. A Hyundai tem supermercados espalhados pelo país, onde você pode entrar e comprar um frango Hyundai, enquanto aqui nós só os conhecemos como fabricantes de carros.
Segundo os especialistas consultados, o ponto negativo deste tipo de desenvolvimento é o enfraquecimento das pequenas e médias empresas, verificado em ambos os países. Fonte: O Globo - 09/06/12 

Na Coreia do Sul, inovação é quase uma religião

Gastos do governo com pesquisa e desenvolvimento da Coreia do Sul são de 3,36% do PIB, contra 1,08% do Brasil

A Coreia do Sul investe mais do que o triplo do Brasil em pesquisa e desenvolvimento (R&D, na sigla em inglês) em proporção do PIB: o total chega a 3,36%, contra 1,08%, segundo os dados mais recentes do Banco Mundial. Marcos Troyjo, diretor do BricLab da Universidade de Columbia e professor do Ibmec, diz que, além de igualar esse investimento, o governo brasileiro precisa cobrar participação do setor privado.
— Não existe uma receita, as realidades dos dois países são muito diferentes, mas o desenvolvimento, na Coreia, é quase uma religião civil. É um país que se sacrifica com esse objetivo. O Brasil está há 30 anos investindo em torno de 1% do PIB em R&D. Não vamos ter saltos importantes gastando apenas isso.

Atualmente, a indústria contribui com cerca de 15% do total investido neste setor, ainda de acordo com Troyjo, quando esse percentual precisaria ser pelo menos 50%. Ele lembra ainda que os tributos no Brasil chegam a 38% do PIB (que é o dobro do sul-coreano), enquanto no país asiático a carga é de 26% .
Segundo o economista Claudio Salm, da UFRJ, a falta de investimento nessa área se refletiu negativamente no mercado de trabalho brasileiro.
— Enquanto eles investiam pesado para recuperar o atraso, nós nos voltamos para as atividades que exigem baixa competência — sentencia Salm.

O descolamento entre a atividade de pesquisa nas universidades brasileiras e a indústria também é apontado pelos especialistas — que divergem apenas quanto aos motivos — como uma diferença significativa em relação à Coreia do Sul. Para Troyjo, os acadêmicos brasileiros têm "um certo puritanismo” quanto a pesquisas voltadas para o mercado. Salm discorda:
— É importante encontrar o meio termo. E as empresas brasileiras também são deficientes na aproximação. Pode haver preconceitos dos dois lados. Fonte: O Globo - 09/06/12 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sul-coreanos têm mais anos de estudo do que brasileiros

Com pouco mais de metade do PIB brasileiro, a Coreia do Sul tem metade da taxa de desemprego e o dobro do número de estudantes de nível superior em relação à população

Com pouco mais de metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a Coreia do Sul tem metade da taxa de desemprego, o dobro do número de estudantes de nível superior em relação à população e está 69 posições acima no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU). O que separa o Brasil do salto de desenvolvimento dado pelo país asiático nos últimos anos, para especialistas, é uma equação com vários fatores, sendo o principal a educação — verdadeira obsessão nacional.

A importância dada pelos sul-coreanos ao tema se reflete nos dados da Unesco. A vida escolar na Coreia do Sul é de 17,2 anos, em média, contra 14,2 no Brasil e o índice de alfabetização, de 100%, contra 90% do Brasil. O número de universitários do país asiático, em taxas proporcionais em relação à população, é mais do que o dobro dos registrados no Brasil: 6.784 (por 100 mil habitantes) contra 3.158.
Na educação, os investimentos públicos do Brasil são até maiores — 5,4% contra 4,8% —, mas são mal-alocados e, segundo o diretor do BricLab da Universidade de Columbia, Marcos Troyjo, os gastos das famílias e das empresas elevam o total sul-coreano a cerca de 8% do PIB.
— Os dados brutos do investimento escondem o fator qualidade. A capacitação profissional, no Brasil, tem que começar praticamente do zero. O que temos são cursos técnicos de qualidade muito baixa, enquanto o país sofre com carência de mão de obra — avalia Mônica Baumgarten de Bolle, professora da PUC-RJ.
Para o economista Claudio Leopoldo Salm, da UFRJ, no entanto, a educação profissionalizante não é o melhor caminho para o Brasil:
— Ao contrário da Coreia, o Brasil deu muita atenção a atalhos como os cursos profissionalizantes. É preciso focar no ensino fundamental e médio. Fonte: O Globo - 09/06/12 

O novo milagre econômico da Coreia do Sul

SEUL — São duas cenas emblemáticas: o showroom da Sony em Tóquio não tem filas ou consumidores desesperados para colocar as mãos em algum aparelho recém-chegado. O da Samsung, no centro de Seul, é um barulhento entra e sai de grupos de todas as idades. Tem um clima de parque de diversões, com brinquedos novos sendo inaugurados. Enquanto a japonesa Sony luta contra prejuízos e a falta de lançamentos bombásticos, a sul-coreana Samsung Electronics brilha. É a grande rival dos smartphones e tablets da Apple, tirou da Nokia o título de maior fabricante de celulares do planeta e atropelou não só a Sony como dois outros gigantes japoneses, Panasonic e Sharp, no mercado de TVs. A empresa é a síntese de um país que fez apostas certas no futuro e assumiu o papel de potência industrial e tecnológica.

Os recordes da Samsung — US$ 5,2 bilhões de lucro e 20 mil smartphones Galaxy vendidos por hora no primeiro trimestre — escancaram o novo capítulo de um milagre econômico, que tem o investimento em tecnologia como protagonista. A imagem de uma nação que fabricava produtos baratos e ruins foi substituída por outra, moderna e influente. O primeiro ciclo do crescimento sul-coreano foi impulsionado por uma economia centralizada, amparada por exportações e uma mão de obra disciplinada e mal remunerada. Foi a era de ouro dos tigres asiáticos, soterrada pela crise monetária de 1997.
Desde então, os sul-coreanos mergulharam num processo de reinvenção. Estão se movendo com o pé no acelerador e as mãos nos gadgets nacionais. Embora seu Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) seja modesto perto do dos vizinhos japoneses e chineses (US$ 1,1 trilhão, o 15 do mundo), o país é tido por especialistas como modelo por quem busca saltos em competitividade, oportunidades de negócios e melhores índices sociais. Como o Brasil.

86% dos jovens nas faculdades
Para alcançar o mesmo salto de qualidade, o caminho que o Brasil precisa trilhar é longo. Diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), o economista Carlos Langoni destaca duas diferenças estruturais profundas na formação das economias do Brasil e da Coreia do Sul a partir da metade do século passado.

— Da Segunda Guerra Mundial até os anos 1990, o Brasil montou um parque industrial com baixa capacidade. Nos dois modelos, o Estado foi o motor da economia, mas o Brasil não foi exposto ao ambiente de competitividade no exterior. No caso da Coreia, a industrialização veio junto com forte estímulo às exportações, enquanto no Brasil houve um foco na substituição de importações voltada somente para atender ao nosso enorme mercado interno — diz Langoni.
Outra vantagem sul-coreana em relação ao Brasil, reflete Langoni, é a valorização da qualificação da mão de obra por meio da educação.
— O Brasil só começou a descobrir que a rentabilidade do capital humano é maior do que a do capital físico na década de 1990. Na Coreia, desde o início, houve um processo de industrialização com acumulação de capital humano — analisa.

A Samsung, maior empresa de tecnologia do mundo em faturamento, é a marca mais conhecida dessa virada, mas nomes como Hyundai e LG também comprovam o poder crescente do selo made in Korea. São grifes globais que explicam por que a Coreia do Sul do século XXI está sendo comparada ao Japão dos anos 80 e início dos 90.

— Somos um país de apenas 50 milhões de pessoas. Temos que pensar para além de nossas fronteiras, ao contrário dos japoneses, que podem focar em seu mercado doméstico. Tudo o que fizemos foi pensando na competitividade internacional — explica Kenneth Hong, diretor de comunicações da LG, segunda maior fabricante de TVs do mundo.

Entre 1970 e 2011, a renda per capita dos sul-coreanos subiu de US$ 254 para US$ 22 mil. A evolução se reflete nas ruas de Seul. A metrópole é globalizada, segura e hi-tech, com transportes públicos impecáveis. Após a guerra que dividiu a península entre comunismo e capitalismo, o Sul viu seu PIB triplicar em quatro décadas, com políticas econômicas ditadas pelo regime militar. A prioridade para a educação — uma obsessão entre os sul-coreanos — reduziu os índices de analfabetismo a menos de 1%, ajudando a deixar a pobreza no passado e a formar trabalhadores altamente qualificados (86% dos jovens cursam o ensino superior).

O ponto de ruptura veio com a crise financeira no fim dos anos 90, que sacudiu a Ásia e abriu uma nova página na história dos conglomerados sul-coreanos, os chaebol, cujos poderes iam além dos negócios. O Fundo Monetário Internacional (FMI) ajudou na recuperação do país, que já completara a transição para a democracia, e as empresas passaram por reestruturações profundas. Leis que impediam demissões caíram; fábricas foram fechadas; escritórios, enxugados, e companhias, vendidas.

A decisão do governo de investir de forma ousada em novas tecnologias, criando uma geração conectada, foi fundamental para que uma nova Coreia do Sul surgisse. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica da Samsung (Seri, na sigla em inglês), o país aplica hoje 3,74% do PIB na área de pesquisa e desenvolvimento — índice que só perde para os de Israel e Finlândia no ranking da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, que reúne os países mais industrializados).
Não à toa, o PIB sul-coreano avançou 3,6% em 2011, o dobro da média da OCDE. Este ano, a projeção é crescer 3,3%.

— As reestruturações deixaram as companhias menos vulneráveis a crises globais. Além disso, passaram a tomar decisões de forma mais rápida, fator essencial em meio à revolução tecnológica. E investimos nas áreas certas. A Samsung deixou de ser analógica para apostar no universo digital — resume o analista Hansoo Kang, do Seri.

Câmbio também é trunfo de exportações
A moeda desvalorizada também está entre os trunfos das exportações sul-coreanas. Segundo dados do FMI, mil wons coreanos equivalem a US$ 0,85 ou 0,69 — ou, ainda, a R$ 1,70.
Sem uma mudança de mentalidade industrial, no entanto, marcas que hoje estão em ascensão teriam continuado apagadas, defendem os executivos. A Hyundai já foi motivo de piada entre as montadoras. Seus rivais tiveram que engolir o riso quando o sedã de luxo Genesis, projetado para competir com os dos tradicionais modelos alemães como Audi A6, BMW Série 5 e Mercedes-Benz Classe E, ganhou o prêmio de carro do ano nos EUA em 2009. Em 2011, o sedã médio Elantra repetiu o feito, desbancado concorrentes como os japoneses Toyota Corolla e Honda Civic.

— Investimos em qualidade e vemos os resultados agora. Criamos carros eficientes, com design caprichado, e apostamos na diversificação do mercado mundial, para não depender de uma região específica — explicou William Lee, vice-presidente da Hyundai, que constrói a primeira fábrica brasileira, em Piracicaba (SP), com investimento previsto de US$ 600 milhões (R$ 1,2 bilhão).

Acusada pela Apple de copiar suas patentes, a Samsung trava uma batalha ferrenha com a concorrente. Um encontro entre os executivos-chefes das duas empresas, Tim Cook e Choi Gee-Sung, foi arranjado pela corte federal de São Francisco, mas, após dois dias de conversas, não houve acordo. O início do julgamento do caso está previsto para julho. Nada que pareça abalar os arranha-céus de Seul, que está contratando engenheiros na Índia. Os talentos nacionais já não são suficientes para a ofensiva global. Fonte: O Globo - 09/06/12