segunda-feira, 12 de setembro de 2011

11 de setembro:Resgate dos corpos não foi até o fim


A busca pelas vítimas no WTC durou anos e foi encerrada sem que houvesse de fato terminado. Oficialmente, o número de pessoas mortas nas Torres Gêmeas (incluindo aí os passageiros dos dois aviões, os ocupantes das duas torres e os bombeiros, policiais e socorristas colhidos pelos desabamentos) é de 2.752. Esse é, inclusive, o número com que trabalham os construtores do memorial a ser instalado no Ground Zero. Até hoje, contudo, parte das vítimas não teve seus restos identificados, mesmo com o uso de avançadas técnicas de DNA.

Na verdade, o que se retiraram dos escombros não eram mais corpos, e sim restos mortais esmagados debaixo de 1,5 milhão de toneladas de destroços. Do número total de vítimas, apenas 293 tiveram seus corpos encontrados intactos, e desses, só 12 estavam em condições de serem identificados visualmente. Todos os demais tiveram de ser recolhidos e submetidos a exames de DNA e, quando possível, de arcada dentária. Ao todo, mais de 21,8 mil pedaços de ossos, cartilagem, órgãos e pele foram compilados, e a investigação forense terminou no início de 2005, com a identificação de 1,6 mil vítimas. Em 2006, as buscas foram retomadas, desta vez ampliando o foco para cinco outras construções nas proximidades do WTC e quatro estações subterrâneas de metrô (no total, 25 prédios foram destruídos ou danificados em Manhattan). Em 2010, foram encontrados restos de 72 corpos em uma área abaixo da West Street. Até agora, ainda não foram identificados os restos de 41% dos desaparecidos nas torres.

Caçada a Osama Bin Laden já custou US$ 1,2 trilhão
A perseguição empreendida pelo então presidente americano George W. Bush começou menos de um mês após os atentados, com a invasão do Afeganistão – e em 2003 estendida ao Iraque. No Afeganistão, os americanos conseguiram tirar o Talibã do poder, mas sem capturar Osama Bin Laden nem desbaratar a Al Qaeda. No Iraque, o que Bush conseguiu foi derrubar, a um só tempo, o ditador Saddam Hussein (enforcado por autoridades iraquianas em 2006) e o apoio da comunidade internacional – o país asiático foi atacado sob alegação falsa de que teria armas de destruição de massa (o real motivo estaria ligado aos interesses das corporações do petróleo e da indústria bélica).
Somadas, as duas guerras já mataram 6 mil soldados americanos e custaram US$ 1,2 trilhão aos cofres públicos.
No dia 1º de maio de 2011,  o presidente Barack Obama anunciou a morte de Bin Laden por militares americanos em operação no Paquistão. Seu corpo foi jogado ao mar, para não ser chamariz de um eventual ponto de peregrinação.

Muitos bombeiros ainda hoje enfrentam efeitos do atentado
Dentre os 441 socorristas mortos no WTC, estavam 343 integrantes do Corpo de Bombeiros de Nova York, vitimados pela queda dos edifícios. A tragédia gravou a imagem dos bombeiros na psique pública, tornando os soldados do fogo os super-heróis da vida real em uma América traumatizada.
Falhas fatais - As equipes receberam instruções conflitantes e, mesmo após a queda da Torre Sul, os bombeiros da Norte permaneceram avançando rumo ao fogo. Como as escadarias não tinham janelas, o sinal de rádio era instável. Os que entraram na Torre Norte souberam que um avião atingira o outro prédio.
No início deste mês, foram divulgados os resultados do primeiro exame sobre a incidência de câncer em bombeiros expostos à fumaça e à poeira tóxica no World Trade Center. Eles enfrentam um risco 19% maior de terem algum tipo de câncer do que seus colegas que não foram expostos. Fonte: Diário Catarinense - 11 de setembro de 2011

Vídeo:

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

USP e Unicamp aparecem entre as 300 melhores universidades do mundo

A USP (Universidade de São Paulo) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) aparecem no ranking de universidades inglês QS World University de 2011. A lista com as 300 melhores instituições de ensino é elaborada a partir da opinião de 33 mil acadêmicos de todo o mundo e 16 mil empregadores de recém-formados. As citações científicas feitas às instituições também são levadas em conta para a produção do ranking.

O primeiro lugar continua com a Universidade de Cambridge, que obteve 100 pontos. Em seguida, aparece a Universidade Harvard, com 99.3 pontos. A USP conseguiu a 169ª posição, com 50.7 de pontuação - a metade de pontos de Cambridge. A Universidade Nacional Autônoma do México está na mesma colocação da USP. A Unicamp obteve o 235º lugar, com 42,2 pontos. Confira as universidades que estão no top 10 do ranking e a posição das brasileiras: Fonte: UOL Educação - 05/09/2011

                   Ranking de universidades - QS World

Posição
Universidade
País
Pontos
Universidade de Cambridge
Inglaterra
100
Universidade Harvard
Estados Unidos
99.3
Instituto de Tecnologia de Massachusetts - MIT
Estados Unidos
99.2
Universidade Yale
Estados Unidos
98.8
Universidade de Oxford
Inglaterra
98
Imperial College London
Inglaterra
97.6
University College London - UCL
Inglaterra
97.3
Universidade de Chicago
Estados Unidos
96.1
Universidade da Pensilvânia
Estados Unidos
95.7
10ª
Universidade Columbia
Estados Unidos
95.3
169ª
Universidade de São Paulo - USP
Brasil
50.7
235ª
Universidade Estadual de Campinas
Brasil
42.2

A América Latina é representada ainda pela Pontificia Universidade Católica do Chile (250) e a Universidade do Chile (262).
O ranking considera o desempenho acadêmico da universidade nas áreas de artes e humanidades, ciências naturais, engenharia e tecnologia da informação, ciências sociais e ciências da vida. Segundo a QS, a avaliação de cada instituição tem 40% de peso na pesquisa acadêmica, 10% na pesquisa empregador, 20% no desempenho dos estudantes, 20% nas citações ao corpo docente, 5% de presença de corpo docente internacional e mais 5% de estudantes internacionais.
Comentário: Para os universitários brasileiros que estudam na Bolívia, Cuba e Argentina
 

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Na TV, ex-marido nega ação armada de Dilma

Vai ao ar em cinco partes, a partir da próxima segunda-feira, o depoimento que Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma Rousseff, gravou para a novela “Amor e Revolução”, do SBT.

Os depoimentos de ex-militantes de organizações de esquerda na época da ditadura são um dos chamarizes da trama de Tiago Santiago, e vão ao ar sempre no final dos capítulos.

Araújo será o primeiro entrevistado a ocupar cinco capítulos. No depoimento, ele negou a participação de Dilma em ações armadas, contou detalhes sobre o roubo do cofre do ex-governador Adhemar de Barros e falou sobre a prisão da presidente.

 “Eu tenho muito orgulho de ser companheiro da Dilma. Sempre nos identificamos. O nosso bom companheirismo persiste até hoje”, disse.

Ele conta que foi um dos fundadores da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares ) e chama os assaltos que praticavam de “ações de desapropriação de bancos”.

Relata a prisão de Dilma em São Paulo e as sessões de tortura a que foi submetida. “Ela não ficou com sequelas. Felizmente. Ela entrou na cadeia nova e saiu nova.”

Araújo diz que o assalto ao cofre do Adhemar foi planejado pela necessidade de financiar as ações de guerrilha, que se avolumavam. “Tínhamos a informação de que o dinheiro do jogo do bicho era recolhido mensalmente e levado para a casa de Dona Ana Capriglione, no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, e depois mandado para o exterior. Soubemos disso, fomos lá e pegamos o cofre. Naquela época tinha aproximadamente US$ 2 milhões.”

Ele diz que tentou o suicídio depois que foi preso e torturado e negou a participação da ex-mulher em ações armadas. “A Dilma não participou de ação nenhuma. Não existe nenhum processo. Ela não participou de nenhuma ação armada porque não era o setor dela. Ela atuava em outros setores.” Fonte:Folha.com - 29´de junho de 2011

Comentário: Interessante para a esquerda e para a mídia, o que eles fizeram foram uma aventura romântica terrorista. Naquela época a sociedade não apoiou esse romantismo da esquerda  que nasceu na alienação dos movimentos estudantis. O mentor ou intelectual  é muito mais perigoso  pois ele formula a estratégia do terror, ele não mata diretamente, mas ele é o propelente.

Hoje na mídia a esquerda vende a imagem que naquela época era a Branca de Neve que foi passear na floresta e encontrou o lobo mau (ditadura). Não fizeram nada, não mataram, não torturaram, não seqüestraram, não mataram inocentes, não jogaram bombas, etc. Hoje eles são empresários, adoram a la dolce vita, buona vita, veja os Bons  Companheiros  do Molusco.  Todos estão bem empregados, aposentados ou encostados na Casa da Viúva  A Casa da Viúva é aquela boa senhora que paga as contas. O nosso Brasil

O roubo ou, melhor,  o seqüestro ou desapropriação de bancos do mísero 2 milhões de dólares, equivale, hoje, apenas 34 milhões  de dólares. Pode ser considerado o segundo maior roubo da história no país.

Veja o documento liberado para consulta pública sobre VAR-Palmares

VAR-Palmares planejou execução de militares

Documentos do grupo guerrilheiro, no qual militou a presidente Dilma, indicam planos para ‘justiçamento’ de oficiais do Exército

Com cinco páginas, o relatório A Campanha de Propaganda Militar, redigido por líderes do grupo, avalia que a eliminação de agentes da repressão seria uma forma de sair do isolamento. O texto foi apreendido em um esconderijo da organização, o chamado aparelho, e encaminhado em caráter confidencial ao então Ministério da Aeronáutica.

O arquivo inédito, revelado pelo Estado no ano passado e aberto à consulta pública na terça-feira, 12, faz parte do acervo do Centro de Segurança e Informação da Aeronáutica (CISA). No Arquivo Nacional, em Brasília, novo endereço do acervo que estava em poder do serviço de inteligência da Aeronáutica, há um conjunto de documentos que tratam da VAR-Palmares. Mostram, entre outras coisas, a participação de militares da ativa e a queda de líderes do grupo em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

Os nomes dos integrantes do grupo receberam uma tarja preta, o que impede estabelecer relações diretas entre eles e as ações relatadas. É possível saber, por exemplo, que militantes de Belo Horizonte receberam em certa ocasião dez revólveres calibre 38 e munição, mas não os nomes desses militantes.

Na primeira página, o relatório de cinco páginas destaca que o grupo não tem "nenhuma possibilidade" de enfrentar os soldados nas cidades. Sobre o justiçamento de militares observa: "Deve ser feito em função de escolha cuidadosa (trecho incompreensível) elementos mais reacionários do Exército."

Extermínio. Na época da redação do texto, entre 1969 e 1970, a ditadura tinha recrudescido o combate aos adversários do regime. Falava-se em setores das forças de completo extermínio dos subversivos. Em dezembro de 1968, o regime havia instituído o AI-5, que suprimia direitos civis e coincidia com o início de uma política de Estado para eliminar grupos de esquerda.

A VAR-Palmares surgiu em 1969 com a fusão do grupo Colina (Comando de Libertação Nacional), em que Dilma militava, com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), do capitão Carlos Lamarca. Dilma, à época com 22 anos, foi presa em janeiro de 1970 em São Paulo. Ela só foi libertada em 1972, após passar por uma série de sessões de tortura. Sempre que fala sobre seu envolvimento com a resistência ao regime militar, Dilma costuma ressaltar que sua visão atual da vida não tem "similaridade" com o que pensava durante o tempo de guerrilha.

O documento tornado público classifica as ordens como contraofensiva. Seria uma resposta aos "crimes" do regime militar contra a esquerda: "O justiçamento punitivo visa especialmente paralisar o inimigo, eliminando sistematicamente os cdf da repressão, os fascistas ideologicamente motivados que pressionam os outros."

O texto também dá orientações sobre como definir e vigiar possíveis alvos. A ideia era uma fazer uma lista dos oficiais "reacionários" e de pessoas ligadas à CIA, a agência central de inteligência dos Estados Unidos.

A VAR-Palmares tinha definido como alvos prioritários o delegado Sérgio Paranhos Fleury, do DOPS, e seu subordinado Raul Careca, acusados de comandarem a máquina da tortura nos porões de São Paulo: "Careca, Fleury são assassinos diretos de companheiros também. Trata-se de represália clara. Já outros investigados serão eliminados sob condição, conforme vimos acima." Fonte: O Estado de São Paulo - 13 de abril de 2011 

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Aimi Eguchi - Real ou Virtual

No mais recente movimento  pop-japonês em direção as estrelas virtuais ou fictícias, com a inclusão de mais um membro a uma banda formada de garotas japonesas com milhões de superfãs termina em não ser real.
Aimi Eguchi estrelou um comercial de doces logo depois de entrar para o grupo AKB48,  exibindo cabelo perfeitamente penteado, feições proporcionais, e divulgando o doce com uma voz doce e insípida .
Os fãs de AKB48 desconfiaram imediatamente, pois todos os anos, os fãs escolhem do grupo a mais popular e geralmente, é a que aparece nos comerciais.  De acordo com Eguchi, que detalhou sua idade, cidade natal, e hobbies, ela era apenas uma modesta  "estudante de pesquisa." Seria possível que Eguchi nem existisse?  
Assista ao comercial de doces estrelado pela Eguchi.
Logo após o comercial que foi ao ar, a empresa de doces Ezaki Glico, admitiu que Aimi Eguchi  era apenas uma personagem gerada por computação gerada por imagem facial, com as melhores características de cada membro da banda.
O manager da banda  AKB48 inicialmente tentou defender a humanóide  Eguchi, dizendo: "Ela é real!  Ela não participou do 12th Generation Auditions, mas tivemos que rapidamente aceitá-la".
Mas um vídeo no Hub Singularity , mostrou o making de Aimi Eguchi e provou uma vez por todas que ela foi gerada por computação gráfica.
Eguchi é outro exemplo da tendência pop-japonesa em direção as estrelas virtuais ou fictícias. Fonte: The Washington Post - 06/23/2011

Video: Outro exemplo difícil  reconhecer  a imagem real da virtual
Comentário: Com a tecnologia digital, daqui a pouco o internauta criará sua própria Barbarella e  com a realidade virtual em 3D penetrará na tela e terá sua girlfriend e outras coisas mais.

sábado, 25 de junho de 2011

Guerra da Tríplice Aliança: Sem passado não há futuro



Exatamente o que Solano Lopes pretendia ao invadir o Brasil em dezembro de 1864 e junho de 1865, matando, estuprando, roubando e torturando brasileiros nas terras que habitavam havia gerações não se sabe. Já o revisionismo histórico que se pratica há mais de quarenta anos no Brasil em relação à Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) é mais fácil de estimar: levar a luta ideológica ao extremo de negar a nacionalidade.

Num átimo, aplica-se o socialismo utópico ao Paraguai do século XIX, transformando uma nação pobre submetida a gerações de autocratas num bastião da luta antiimperialista contra o Brasil e a Inglaterra. Pouco importa que o Brasil estivesse rompido com a Inglaterra havia mais de dez anos, que o Brasil tivesse apoiado a independência paraguaia, que o Brasil tivesse procurado chegar a algum tipo de acordo sobre fronteiras antes do conflito, que o Brasil tivesse sofrido o apresamento de um navio e uma invasão predatória e que o Brasil, depois de sustentar praticamente sozinho uma guerra sangrenta e custosa, tivesse se comedido na vitória, garantindo a soberania e a integridade territorial paraguaias, mesmo à custa de forte discordância com aliado.

Dada a facilidade com que o revisionismo histórico se alimenta da distorção de acontecimentos de há mais de um século, a comissão da “verdade” que o governo pretende impor à sociedade brasileira deveria estabelecer como marco cronológico inicial de seus trabalhos o século XIX. Quem sabe assim, de um debate não controlado pela esquerda revolucionária incrustada no governo, tivéssemos nossa História de volta, apagada dos livros de nossos filhos e netos pela fúria sindicalista e ideológica que transbordou aos currículos escolares.

A Guerra da Tríplice Aliança (12 de novembro de 1864 a 1º de março de 1870) se desdobrou nas campanhas de Mato Grosso (invadido a 27 de dezembro de 1864 e ocupado até abril de 1868), de Corrientes, na Argentina, (13 de abril a 5 de outubro de 1865), do Rio Grande do Sul (10 de junho a 18 de setembro de 1865) e do Paraguai (5 abril de 1866 a 1º de março de 1870), combatidas as três primeiras nos territórios invadidos do Brasil e da atual Argentina. O comando-em-chefe das tropas brasileiras foi desempenhado pelo General Osório e pelo General Polidoro, antes de o Duque de Caxias exercê-lo no período de 18 de novembro de 1867 a 19 de janeiro de 1869, e posteriormente pelo Conde D´Eu até o final da guerra. Diante desses fatos históricos, vitimizar o Paraguai e acusar Caxias só podem servir muito bem a um propósito: desmoralizar a maior atuação do Exército Brasileiro na sua missão de defesa da Pátria e a figura de seu patrono que o conduziu à vitória.

Não é pela manutenção do sigilo de documentos de estado que o Brasil se singulariza, pois não se tem notícia que Cuba, Coréia do Norte, China e a URSS antes de sua derrocada tenham aberto os seus arquivos ou estabelecido qualquer prazo para fazê-lo. Quem visitar os sítios históricos da Campanha do Paraguai nos dias de hoje vai notar o cuidado sistemático com que os paraguaios reconstroem a “Guerra Grande” segundo a sua perspectiva patriótica. Desde o túmulo napoleônico de Solano Lopez à discreta exibição num obscuro museu próximo ao Rio Paraguai do cruel instrumento de imobilização dos prisioneiros, passando por obras de arte e narrativas que enaltecem os combatentes paraguaios, sem esquecer o parque histórico Vapor-Cué, onde se findou a esquadra paraguaia e estão expostos os navios de guerra guaranis restaurados, aí incluído o patrimônio brasileiro tomado na invasão de Mato Grosso, verifica-se que os paraguaios estão fazendo na paz, sem a menor cerimônia, o que fizeram na guerra – defender o seu país. O Brasil não se singulariza pelo trato a documentos de estado, mas sim por ser o único que denigre a própria história. Não há nação no mundo do tamanho e, pior, com as pretensões do Brasil que dedique à sua história, em particular à militar, esse tratamento.

O Exército é uma instituição nacional e permanente. Não é justo ultrajá-lo, negando-lhe até mesmo ter defendido a Pátria. O mal que assim faz é ao país que não chegará a lugar algum ferindo a si mesmo.

País sem futuro é país sem passado.

Sérgio Paulo Muniz Costa- historiador, é membro do CPE da UFJF, pesquisador de Segurança e Defesa do CEBRI e responsável pela Clio Consultoria Histórica. Foi Delegado do Brasil na Junta Interamericana de Defesa, órgão de assessoria da OEA para assuntos de segurança hemisférica.

Comentário: O passado é cheio de vida e seu rosto irrita, revolta, fere, a ponto de querermos destruí-lo ou pintá-lo de novo. Só queremos ser mestres do futuro para podermos mudar o passado. Lutamos para ter acesso aos laboratórios onde se pode retocar as fotos e reescrever as biografias e a História. Milan Kundera. O livro do riso e do esquecimento.

Retirada de Laguna

Durante o Segundo Império (governo de Dom Pedro II), o fato mais importante que ocorreu foi a Guerra da Tríplice Aliança, movida pela República do Paraguai contra o Brasil, Argentina e Uruguai, iniciada a 27/12/1864 e terminada a 01/03/0870 com a morte do Presidente do Paraguai, Marechal Francisco Solano Lopez, em Cerro-Corá.

Os episódios mais notáveis ocorridos em terras matogrossenses durante os 5 anos dessa guerra foram: a) o início da invasão de Mato Grosso pelas tropas paraguaias, pelas vias fluvial e terrestre; b) a heróica defesa do Forte de Coimbra.; c) o sacrifício de Antônio João Ribeiro e seus comandados no posto militar de Dourados. d) a evacuação de Corumbá; e) os preparativos para a defesa de Cuiabá e a ação do Barão de Melgaço; f) a expulsão dos inimigos do sul de Mato Grosso e a retirada da Laguna; g) a retomada de Corumbá; h) o combate do Alegre; Pela via fluvial vieram 4.200 homens sob o comando do Coronel Vicente Barrios, que encontrou a heróica resistência de Coimbra ocupado por uma guarnição de apenas 115 homens, sob o comando do Tte. Cel. Hermenegildo de Albuquerque Portocarrero. Pela via terrestre vieram 2.500 homens sob o comando do Cel. Isidoro Rasquin, que no posto militar de Dourados encontrou a bravura do Tte. Antônio João Ribeiro e mais 15 brasileiros que se recusaram a rendição, respondendo com uma descarga de fuzilaria à ordem para que se entregassem.

Foi ai que o Tte. Antônio João enviou ao Comandante Dias da Silva, de Nioaque, o seu famoso bilhete dizendo: "Ser que morro mas o meu sangue e de meus companheiros será de protesto solene contra a invasão do solo da minha Pátria" A evacuação de Corumbá, desprovida de recursos para a defesa, foi outro episódio notável, saindo a população, através do Pantanal, em direção a Cuiabá, onde chegou, a pé, a 30 de abril de 1865.

Na expectativa dos inimigos chegarem a Cuiabá, autoridades e povo começaram preparativos para a resistência. Nesses preparativos sobressaia a figura do Barão de Melgaço que foi nomeado pelo Governo para comandar a defesa da Capital, organizando as fortificações de Melgaço. Se os invasores tinham intenção de chegar a Cuiabá dela desistiram quando souberam que o Comandante da defesa da cidade era o Almirante Augusto Leverger - o futuro Barão de Melgaço -, que eles já conheciam de longa data. Com isso não subiram além da foz do rio São Lourenço. Expulsão dos invasores do sul de Mato Grosso- O Governo Imperial determinou a organização, no triângulo Mineiro, de uma "Coluna Expedicionária ao sul de Mato Grosso", composta de soldados da Guarda Nacional e voluntários procedentes de São Paulo e Minas Gerais para repelir os invasores daquela região. Partindo do Triângulo em direção a Cuiabá, em Coxim receberam ordens para seguirem para a fronteira do Paraguai, reprimindo os inimigos para dentro do seu território.

A missão dos brasileiros tornava-se cada vez mais difícil, pela escassez de alimentos e de munições. Para cúmulo dos males, as doenças oriundas das alagações do Pantanal matogrossense, devastou a tropa. Ao aproximar-se a coluna da fronteira paraguaia, os problemas de alimentos e munições se agravava cada vez mais e quando se efeito a destruição do forte paraguaio Bela Vista, já em território inimigo, as dificuldades chegaram ao máximo. Decidiu então o Comando brasileiro que a tropa seguisse até a fazenda Laguna, em território paraguaio, que era propriedade de Solano Lopez e onde havia, segundo se propalava, grande quantidade de gado, o que não era exato. Desse ponto, após repelir violento ataque paraguaio, decidiu o Comando empreender a retirada, pois a situação era insustentável.

Iniciou-se aí a famosa "Retirada da Laguna", o mais extraordinário feito da tropa brasileira nesse conflito. Iniciada a retirada, a cavalaria e a artilharia paraguaia não davam tréguas à tropa brasileira, atacando-as diariamente. Para maior desgraça dos nacionais veio o cólera devastar a tropa. Dessa doença morreram Guia Lopes, fazendeiro da região, que se ofereceu para conduzir a tropa pelos cerrados sul mato-grossenses, e o Coronel Camisão, Comandante das forças brasileiras. No dia da entrada em território inimigo (abril de 1867), a tropa brasileira contava com 1.680 soldados. A 11 de junho foi atingido o Porto do Canuto, às margens do rio Aquidauana, onde foi considerada encerrada a trágica retirada. Ali chegaram apenas 700 combatentes, sob o comando do Cel. José Thomás Gonçalves, substituído de Camisão, que baixou uma "Ordem do dia", concluída com as seguintes palavras: "Soldados! Honra à vossa constância, que conservou ao Império os nossos canhões e as nossas bandeiras".  Historiador: Paulo Pitaluga Costa e Silva

A qualidade da universidade brasileira

Sabemos por que nossas universidades são deficientes; resta ver se temos vontade política para mudar, o que ainda não conseguimos fazer

Há exatos 35 anos, em 22/6/1976, escrevi o artigo inaugural da seção "Tendências/Debates", intitulado "Tecnologia e humanismo". Desde então, especialmente nos últimos dez ou 12 anos, ficou universalmente reconhecida a importância das universidades ditas de pesquisas para o desenvolvimento econômico de seus respectivos países.

Como consequência, proliferaram diferentes esquemas de avaliação, em que se incluem ordenações por qualidade (ranking).

Embora opiniões sobre o que seja qualidade divirjam, é notável a convergência das classificações das universidades de todo o mundo, realizadas com critérios distintos. Exemplo expressivo é o fato de que, dentre as dez primeiras classificadas, estão quase sempre as mesmas sete ou oito americanas e as duas ou três inglesas, quaisquer que sejam os critérios.

Essas características ocorrem até pelo menos a ducentésima posição, embora sem a mesma acuidade que no caso das dez primeiras. A pertinência dessas avaliações, incômodas, para dizer o menos, para certos acadêmicos, não surpreendentemente é contestada.

Se no Brasil as avaliações negativas de suas universidades serviram apenas para provocar ressentidos diatribes inconsequentes, em países maduros e em outros emergentes elas ao menos produziram tentativas de identificação das razões das deficiências de suas instituições de ensino superior; em alguns casos, reformas já foram encetadas.

O presidente da Universidade Yale (EUA), Richard C. Levin, em recente artigo na revista "Foreign Affairs", mostra como a China elegeu nove universidades (denominadas C9) para concentrar recursos, o que já havia acontecido com Japão, Coreia do Sul e Taiwan.

A agenda da Índia é ainda mais ambiciosa, com 14 universidades escolhidas. Os países que estão se desenvolvendo mais aceleradamente no Oriente imitam nesse aspecto os EUA e a Inglaterra.

A França encomendou um estudo a um grupo de intelectuais provenientes de vários países (a "Missão Aghion"), com a finalidade justamente de identificar as diferenças entre as grandes universidades do exterior e as francesas.

O relatório resultante serve melhor ao Brasil que à França. Abaixo, listamos as diferenças essenciais entre as universidades brasileiras e as universidades mais bem qualificadas dos EUA e da Inglaterra.

1 - O órgão máximo no Brasil, o conselho universitário, é constituído essencialmente por membros da corporação interna (70 na Unicamp e cem na USP), enquanto nas grandes universidades do exterior o órgão colegiado supremo é formado por uma grande maioria de cidadãos prestantes externos à universidade (entre dez e 15), frequentemente empresários, dirigentes de instituições da sociedade civil etc.

2 - Enquanto no Brasil eleições de reitores e diretores se fazem entre e por grupelhos da corporação interna, desnaturando a atividade acadêmica, nas boas universidades do exterior o conselho escolhe um comitê de busca para procurar seus reitores e diretores, principalmente fora da universidade.

3 - No Brasil, tudo favorece a endogenia ("inbreeding"), enquanto no exterior uma pluralidade de mecanismos é adotada para eliminá-la em todos os níveis da carreira universitária. São escolhidos fora da universidade os professores titulares e, por vezes, os associados.

4 - Finalmente, nas universidades americanas o pesquisador-docente só alcança estabilidade, e assim mesmo precária, no fim da carreira; aqui, começa como vitalício. Sabemos, portanto, por que nossas universidades são deficientes.

Resta ver se temos vontade política para mudar, o que não fizemos nesse intervalo de 35 anos.

Fonte: Folha de São Paulo - 22 de junho de 2011 - ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE, 79, físico, é professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), presidente do Conselho de Administração da ABTLuS (Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron) e membro do Conselho Editorial da Folha.

Comentário: A qualidade  da Universidade americana é a capacidade de gerenciar de forma empresarial e não perder o foco em ciência e tecnoligia. Aqui a universidade está  mais  preocupado com a rotina administrativa  e carreira acadêmica. Os quatro tópicos indicados no artigo dizem tudo sobre as deficiências das universidades brasileiras.

A universidade brasileira é como uma concha que desenvolve pérola que se fecha totalmente para a sociedade. Ela não participa da sociedade quanto a democratização do conhecimento, como uma estratégia  de produção de tecnologia e ciência  que sirvam a todos.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Rastros portugueses na comida japonesa

“Tempura deriva de uma receita popular portuguesa conhecida originalmente como peixinho-da-horta”, diz a Wikipedia.

E mais: “o nome (tempura) vem da palavra portuguesa ‘tempero’ “.

Em sites portugueses, encontrei várias receitas de "peixinhos-da-horta", que consistem de vagens (‘feijao verde’) empanada em um ‘polme’ – massa  – feito de farinha, água, ovo e cebola picada,  e frita em óleo. Outros legumes, como abóbora e pimentão, também são fritos desse jeito.

Não consegui descobrir a origem do nome "peixinhos da horta", mas o sagaz colega Rogerio Wassermann observou a semelhança visual de tempura com porções de ‘peixinho frito’;  ou seja, é bem provável que o nome surgiu de uma alusão visual a uma versão ‘vegetariana’ de uma porção de peixes empanados fritos.

Há outra versão para a origem do nome ‘tempura’, que diz que o nome deriva do hábito dos jesuítas de não comer carne vermelha “no tempo da Quaresma”, em latim "ad tempora quadragesimae".

Li ainda que os japoneses também se encantaram com vários doces portugueses. Ainda hoje, são populares as pequenas balas conhecidas localmente como kompeito (o nome deriva de ‘confeito’) e o bolo kasutera (uma versão do 'bolo de Castella’, um tipo de pão-de-ló).

Navegando ainda mais longe, descobri ainda que o curry vindaloo – um dos mais populares pratos servidos nos restaurantes indianos aqui na Grã-Bretanha – deriva de “carne de vinha d’alhos”, levada pelos portugueses a  Goa.

Para mim isso tudo é novo e incrível: entre os rastros mais fortes da passagem dos gloriosos navegadores portugueses, séculos atrás, por vários cantos do mundo, estão pratos típicos da "terrinha".

Nós ficamos com a feijoada, os japoneses com o tempura e os indianos com o curry vindaloo. Fonte: BBC Brasil - 13 junho 2011

Comentário: Navegando em sites  de gastronomia português encontrei a receita, peixinhos-da-horta. É muito popular em Portugal como entrada. Minha mãe fazia muito com berinjela ou com abobrinha italiana.

Ingredientes:

400 gr de feijão verde

125 gr de farinha com fermento

1 colher de sopa de azeite

100 ml de cerveja ou leite

2 ovos inteiros

sal e pimenta q.b.


Preparação:
Aparam-se as pontas do feijão e cortam-se em pedaços de 10 cm. Lavam-se e cozem-se em água a ferver cerca de 5 minutos. Devem ficar semi-cozidos. Escorrem-se e deixam-se arrefecer.

Faz-se então o polme: deita-se a farinha numa tigela e ao centro abre-se uma cavidade na qual se deita o azeite, uma pitada de sal, pimenta, a cerveja ou leite e começa-se a mexer aos poucos do meio para as pontas.Vai-se juntando os ovos um a um e bate-se bem a massa para ligar melhor. Deixa-se repousar meia hora.

Depois envolve-se os pedaços de feijão verde na massa um a um (pode ser com a ajuda de um garfo) e fritam-se em óleo quente. Escorrem-se bem e estão prontos a servir.

Carne Vinha d'Alhos

É um dos principais pratos tradicionais associados à Festa, sendo confeccionado na maioria dos lares madeirenses. Alguns restaurantes apresentam o receituário tradicional ao longo do ano, no entanto, é nesta quadra festiva que encontra maior procura. Aqui fica a minha sugestão, sabendo que este é um prato que pode ser confeccionado de muitas formas, dependendo da sua apresentação à mesa.

Bom apetite!

Ingredientes:

1 kg de lombo de porco (ou entremeada)

2 dentes de alho

1 folha de louro

1 ramo de segurelha

200 ml de vinho branco

100 ml de vinagre

sal e pimenta da terra

1 cebola

1 nabo

2 colheres de sopa de banha

750 g de semilha miúda

Corte a carne aos cubos e deixe a marinar durante dois dias com o vinho, o vinagre, os dentes de alho, a segurelha e o louro cortado em pedaços, sal e a pimenta. No dia em que utilizar a carne, refogue a cebola e a banha. Junte a carne e a marinada e deixa-se cozer com o nabo cortado às rodelas finas. A meio da cozedura da carne, junte as semilhas descascadas e deixe cozer.

Pode optar por fritar a carne com a marinada que depois vai a acompanhar o pão de casa fatiado, frito na mesma gordura da cozedura. Serve-se com semilhas descascadas e passadas como o pão e com legumes cozidos à parte. Fonte: Gastronomia de Madeira