Com orgulho, o Chile celebra neste mês o quanto avançou em 200 anos de independência, mas uma sombra paira acima das festividades. Ninguém se esquece dos 33 trabalhadores presos a 700 metros de profundidade numa mina. A exploração do cobre sempre ajudou a definir o Chile, e o país se uniu na sua determinação de salvar esses homens.
Mas eles provavelmente passarão meses sem ver a luz do dia, até que um poço de resgate seja escavado. De modo que os mineiros permanecem como uma constante lembrança de como o Chile continua sendo dependente das exportações de recursos naturais como principal motor da sua economia.
Eis um problema central, agora e no futuro, que o Chile compartilha com todos os seus vizinhos sul-americanos -a incapacidade de se libertar dos grilhões da exploração de commodities, que garante sua subsistência, mas os deixa vulneráveis aos ciclos de prosperidade e decadência e a terríveis flutuações cambiais. A atividade consome um capital que poderia ser usado no desenvolvimento de fontes de riquezas mais estáveis e lucrativas, como a indústria.
A disparada de desenvolvimento de outras terras, principalmente a China, só torna mais difícil fugir dessa armadilha. Conforme se industrializa e se torna um sofisticado exportador de bens manufaturados, a China desenvolve um apetite aparentemente insaciável pelo tipo de matéria-prima que a América do Sul produz -soja do Brasil e Argentina; minério de ferro do Brasil; cobre do Chile; petróleo do Brasil, Venezuela e outros.
Fonte: Folha de São Paulo - São Paulo, 20 de setembro de 2010
Comentário: Esse é o grande problema da América Latina, a monocultura da produção; minério, agricultura, petróleo. Toda tecnologia que não agrega conhecimento ou tecnologia que causa impacto ambiental são transferidas para os países que tem mão de obra barata, terras baratas e riquezas no subsolo..
O russo Kondratiev foi o responsável pelo conceito de que o crescimento econômico ocorre em ondas, e cada uma delas tem uma duração aproximada entre 50 e 60 anos. Cada uma dessas ondas está associada a alguma importante mudança tecnológica. Já aconteceram quatro ondas e estamos agora na metade da quinta onda.
Kondratiev dizia que a mudança tecnológica que caracteriza cada onda tem um impacto enorme sobre toda a economia e a sociedade no período da sua vigência.
Cada onda, segundo ele, teria quatro sub-fases:
1. prosperidade com crescimento;
2. recessão;
3. depressão; e
4. decadência com substituição por uma nova onda.
Assim sendo, inicialmente a nova onda provoca um grande crescimento econômico e enormes mudanças na sociedade, incluindo quebra de paradigmas e mudanças culturais. No entanto, ao final do período, a demanda começa cair, além
de haver uma saturação devido ao grande número de empresas competindo entre si. Nesse momento, os investimentos também diminuem, as empresas se concentram em racionalização e o desemprego aumenta. É quando começa a surgir a próxima onda com base no surgimento de alguma nova tecnologia revolucionária. Estamos vivenciando agora, a quinta, que é a onda da Tecnologia da Informação
Quinta onda
■ Tecnologias da informação
■ Microeletrônica
■ Tecnologia digital
■ Equipamentos de informática
■ Telecomunicações,
■ Robótica,
■ Serviços info-intensivos, softwares
■ Redes e sistemas information highways”
■ Biotecnologia
■ Nanotecnologia
■ Atividades espaciais
Países lideres Japão, EUA, Alemanha, Suécia, outros países da CEE