domingo, 7 de dezembro de 2025

Julgamentos de Nurembergue: os nazistas no banco dos reús

 Com o fim da Segunda Guerra, os países aliados levaram os nazistas a julgamento. Pela primeira vez, representantes de um Estado tiveram que responder por seus crimes perante um tribunal internacional.

 Os nazistas Hermann Göring (1893-1946), Rudolf Hess (1894-1987), Joachim von Ribbentrop (1893-1946) e Wilhelm Keitel (1882-1946) no banco dos réus em Nurembergue. Da esquerda para a direita: os nazistas Hermann Göring (1893-1946), chefe da Luftwaffe; Rudolf Hess (1894-1987), vice de Hitler; o ministro do Exterior Joachim von Ribbentrop (1893-1946); e o comandante supremo das Forças Armadas Wilhelm Keitel (1882-1946)  Foto:  Keystone Archives/Heritage-Imags/picture-alliance

"Por meio deste, acuso as seguintes pessoas de crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade: Hermann Wilhelm Göring, Rudolf Hess , Joachim von Ribbentrop…"

A sala 600 do Palácio da Justiça de Nurembergue está lotada enquanto o procurador-chefe, o americano Robert H. Jackson, lê um nome após o outro. Sua lista é longa. O "Julgamento dos Principais Crimes de Guerra" contra 24 representantes de alto escalão do Estado nazista tem início em 20 de novembro de 1945, em Nurembergue. Ao longo dos próximos 218 dias de audiências, mais de 230 testemunhas serão interrogadas, 300.000 declarações serão lidas e 16.000 páginas de atas serão escritas.

A escolha de Nurembergue como local do julgamento não foi coincidência. A cidade bávara já havia sido palco das convenções em massa do Partido Nazista. Aqui, o regime nazista exerceu seu poder, e aqui as Leis de Nurembergue foram promulgadas — a legislação racista e antissemita que abriu caminho para o Holocausto .

MUDANÇA DE PARADIGMA

Foi a primeira vez na história que altos representantes de um Estado foram responsabilizados pessoalmente por seus atos desumanos. Uma novidade no sistema jurídico internacional.

Após a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial , as potências vitoriosas – Estados Unidos, Reino Unido, França e União Soviética – uniram-se: os crimes do Terceiro Reich não poderiam ficar impunes. Milhões de pessoas haviam sido vítimas do regime nazista – assassinadas em campos de concentração, vítimas da guerra, da fome, da escravização e do trabalho forçado.

Pela primeira vez, a questão da culpa individual também se tornou crucial. "Até então, um líder como Hermann Göring contava – e talvez até pensasse assim – que a Alemanha, o Estado pelo qual ele agia, seria responsabilizada, mas não ele próprio", explicou o jurista Philipp Graebke .

NINGUÉM SE DECLAROU CULPADO

À medida que os interrogatórios aconteciam, um réu após o outro declarava-se "inocente". "Os assassinatos em massa foram realizados exclusivamente e sem influência, sob as ordens do chefe de Estado, Adolf Hitler", argumentou Julius Streicher, um antissemita fanático e editor do jornal de propaganda nazista Der Stürmer.

 Walther Funk, em sua função de presidente do Reichsbank (o banco central da Alemanha nazista), negou aos judeus o acesso às contas bancárias.

Nessa posição, ele também ordenou a transferência para o Reichsbank dos bens de judeus assassinados nos campos de extermínio, incluindo o ouro de seus dentes. Em Nurembergue, ele testemunhou no tribunal: "Ninguém morreu como resultado de medidas que ordenei. Sempre respeitei a propriedade alheia. Sempre me esforcei para ajudar as pessoas necessitadas. E para lhes proporcionar, na medida do possível, felicidade e alegria."

 O braço direito de Hitler, Hermann Göring , parcialmente responsável pela construção dos primeiros campos de concentração, também se declarou "inocente" com convicção.

"Já disse que não tinha a menor ideia da dimensão do que estava acontecendo", respondeu quando questionado se havia uma política voltada para o extermínio dos judeus. Ele afirmou estar ciente apenas de que a emigração dos judeus estava sendo planejada, não o seu extermínio.

DOZE SENTENÇAS DE MORTE, SETE SENTENÇAS DE PRISÃO

Muitos dos principais nazistas não demonstraram remorso e consistentemente atribuíram a culpa exclusivamente a Hitler, que já não podia ser condenado, pois havia cometido suicídio nos últimos dias da guerra.

Mas toda negação foi inútil. As evidências eram esmagadoras: filmes dos campos de concentração, depoimentos de sobreviventes, cartas e ordens dos perpetradores. Pela primeira vez, o mundo viu as atrocidades cometidas nos campos de Auschwitz-Birkenau , Buchenwald e Bergen-Belsen.

Em 1º de outubro de 1946, os primeiros Julgamentos de Nurembergue foram concluídos. O tribunal proferiu doze sentenças de morte, sete sentenças de prisão e três absolvições aos réus nazistas do alto escalão.

"JUSTIÇA DOS VENCEDORES"

"Quando os réus foram condenados, a maioria dos alemães pensou: 'Agora finalmente pegamos os verdadeiros culpados e pronto'", diz Bernhard Gotto, do Instituto de História Contemporânea de Munique-Berlim.

Sua colega Stefanie Palm acrescenta: "Os Julgamentos de Nurembergue estabeleceram uma certa narrativa entre a população alemã: [...] todos os outros apenas cumpriram ordens, foram meros seguidores, não tinham culpa! [...] Adotou-se uma espécie de perspectiva de vítima: 'Somos as vítimas desse pequeno grupo em torno de Hitler'".

Sob esse ponto de vista, a maioria dos alemães se opôs aos doze julgamentos subsequentes contra advogados, médicos e industriais que atuaram no regime. O tribunal foi considerado "justiça dos vencedores" [expressão pejorativa usada para se referir à aplicação da justiça pela parte vitoriosa de um conflito], porque levanta imediatamente a questão de até onde se estende a responsabilidade pelos crimes nazistas", diz Gotto.

"E então, de repente, não são mais apenas Göring e Keitel, a Wehrmacht [as Forças Armadas Alemãs), Himmler e, claro, Hitler que são acusados ​​de seduzir os alemães, mas o fardo dessa culpa é distribuído por mais pessoas, e a maioria dos alemães não queria aceitar isso."

PRECURSORES DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

Hoje, os Julgamentos de Nurembergue são considerados um marco no direito internacional. Em 1945, esperava-se que os padrões legais aplicados em Nurembergue fossem replicados igualmente a todos a partir de então. Nenhum criminoso de guerra deveria ter a possibilidade de invocar unilateralmente o poder de seu cargo ou as leis de seu próprio país.

O jurista Philipp Graebke afirma que, a partir dos Julgamentos de Nurembergue, "podemos traçar uma linha direta, através da tradição dos tribunais da ONU para crimes de guerra na década de 1990, até a criação do Tribunal Penal Internacional (TPI)".

No entanto, "isso certamente não levou à aplicação impecável do direito penal internacional desde 1946, nem à aplicação impecável que vemos hoje", esclarece ele.

O TPI foi estabelecido em Haia, na Holanda, apenas em 1998 e iniciou suas atividades em 2002. Mas nem todos os Estados o reconhecem. As principais grandes potências estão ausentes dos 125 Estados-membros: Estados Unidos, Rússia, China e Índia. Israel também não é membro.

TPI: APENAS UM TIGRE DE PAPEL?

Mas mesmo Estados que reconhecem o TPI já desafiaram mandados de prisão. Até recentemente, a regra para líderes acusados ​​era simples: se você não quer ir para a prisão, basta não sair do seu país.

Agora, nem isso é mais necessário. Por exemplo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin , contra quem existe um mandado de prisão pelo sequestro de crianças ucranianas, viajou para a Mongólia, signatária do TPI, em setembro de 2024 e foi recebido com todas as honras. A Mongólia é altamente dependente economicamente de seu poderoso vizinho.

Portanto, o fato de um criminoso de guerra ser levado a julgamento depende do empenho dos Estados-membros. E o próprio Tribunal de Haia não têm os recursos nem a autoridade para levar os suspeitos a julgamento.  Fonte: DW - quarta-feira, 19 de novembro de 2025

domingo, 30 de novembro de 2025

Fome à americana: 47 milhões nos EUA vivem sem saber se terão o que comer

Nos Estados Unidos, 47,4 milhões de pessoas vivem na incerteza diária sobre a próxima refeição, segundo dados oficiais de 2023 e 2024.

Enquanto o Brasil tem 54,7 milhões de pessoas sem saber se terão o que comer, os EUA —com economia 13 vezes maior— exibem um contingente semelhante de vulneráveis.

De tamanho comparável ao Bolsa Família, o Snap teve repasses afetados durante os 43 dias do "shutdown", entre 1º de outubro e 12 de novembro, quando o governo dos EUA parou por falta de acordo orçamentário no Congresso.

"Há uma polarização no mercado de trabalho: há vagas que tornam alguém riquíssimo e muitos empregos que pagam muito pouco diante custo de vida nos EUA", diz Luke Shaefer, professor de políticas públicas da Universidade de Michigan e um dos principais especialistas do país em pobreza e bem-estar social.

Segundo ele, até o ano passado o Snap era um raro exemplo de programa social bem-sucedido em um país conhecido pela precariedade de sua rede de proteção.

O salário mínimo federal está congelado em US$ 7,25 a hora desde 2009. Nesse período, os custos básicos dispararam. Entre 2011 e 2024, o preço médio das casas saltou mais de 86% —de US$ 225 mil para US$ 419 mil…

 A retomada dos repasses do Snap no último dia 12 não significa que o problema acabou para quem depende do benefício.

ESPECIALISTAS DIZEM QUE A TENDÊNCIA NOS EUA É QUE MAIS PESSOAS DEPENDAM DO SNAP.

Hoje são cerca de 42 milhões de beneficiários (1 a cada 8 americanos), a um custo de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 533 bilhões). Em média, o repasse foi de US$ 190 por mês (cerca de R$ 1.000).

No Brasil, o Bolsa Família atendeu em novembro 48,6 milhões de pessoas (cerca de 1 a cada 4 brasileiros) —o menor patamar de participantes em três anos.

O benefício médio ficou em R$ 683. O orçamento reservado para este ano é de R$ 158,6 bilhões.

Embora ambos visem reduzir fome e pobreza, Snap e Bolsa Família têm critérios diferentes. Nos EUA, o benefício só pode ser usado para comprar alimentos.

No Brasil, o objetivo é a transferência de renda, e a família decide como gastar —em comida, remédios ou material escolar, por exemplo.

O Bolsa Família cobra contrapartidas de frequência escolar e acompanhamento de saúde, inexistentes no programa americano.

Por outro lado, o Snap exige que adultos beneficiários comprovem um certo período de horas mensais trabalhadas, ainda que de modo voluntário.

Trump não esconde o interesse em cortar o Snap, ação que já começou com a aprovação em julho da lei orçamentária "One Big Beautiful Bill Act" (em tradução livre, "Uma Grande e Bela Lei"), que impôs regras mais rígidas ao programa.

Os critérios para receber o benefício variam de estado para estado, mas, basicamente, é preciso comprovar renda abaixo de determinado limite.

O que muda no Snap com Trump

·        Trabalho obrigatório: adultos de 18 a 64 anos sem emprego ou atividade qualificada por 80h/mês só recebem benefício a cada período de três anos.

·        Benefícios menores: famílias sem idosos ou deficientes terão menos ajuda. Isenção para cuidadores vale só para crianças menores de 14 anos.

·        Imigrantes afetados: refugiados, asilados e pessoas com proteção humanitária têm elegibilidade limitada ou eliminada.

·        Especialistas consideram a exigência de 20 horas de trabalho por semana inexequível em algumas regiões e estimam que milhões perderão o benefício.

 Fonte: UOL, em Washington (EUA)-29/11/2025 

 

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Bomba da 2ª Guerra força evacuação de 21 mil na Alemanha

 Uma bomba da Segunda Guerra Mundial encontrada na cidade de Nurembergue, no sul da Alemanha, provocou a evacuação de 21 mil pessoas  no sábado (15/11). O artefato acabou sendo desativado com sucesso durante a madrugada.

Três especialistas em remoção de explosivos atuaram por cerca de uma hora para desabilitar os explosivos da bomba, que pesava cerca de 450 quilos.

Após a operação de desativação, a bomba foi removida e os moradores puderam retornar às suas casas.

Antes da remoção, vias e estradas de ferro dentro de um raio de 800 metros foram bloqueados e cerca de 21 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e apartamentos.

Essa foi a maior operação de evacuação já realizada em Nurembergue após a descoberta de uma bomba da época da 2° Guerra, informaram as autoridades da cidade.

A bomba havia sido encontrada nesta semana durante trabalhos de construção na Rua Avenarius, no distrito de Grossreuth, no oeste da cidade.

CENTENAS DE EQUIPES DE EMERGÊNCIA NO LOCAL

A partir das 19h30 (horário local) de sexta-feira, a polícia começou a bloquear ruas na área afetada. Veículos com alto-falantes percorreram a região para informar os moradores.

Ônibus de transporte levaram os afetados ao centro escolar de Berliner Platz (Praça de Berlim), onde um centro de atendimento foi montado.

As autoridades também pediram aos moradores que deixassem suas casas o mais cedo possível e ficassem com parentes ou amigos.

Quase 500 bombeiros, cerca de 250 voluntários do serviço de resgate, 60 membros da organização de proteção civil (THW) e mais de 100 policiais participaram da operação em apoio às equipes que desativaram os explosivos.

PROBLEMA RECORRENTE NA ALEMANHA

As descobertas de bombas da Segunda Guerra Mundial em canteiros de obras e construções ocorrem com frequência em todo o país.

Em setembro, duas bombas da Segunda Guerra Mundial encontradas em bairros diferentes de Berlim, acabaram forçando a retirada de mais de 20 mil moradores de suas casas.

Em agosto, equipes de segurança desativaram uma bomba de fabricação britânica encontrada em Dresden, no leste da Alemanha. A operação para desarmar o dispositivo de 250 quilos exigiu a evacuação de 17 mil pessoas que viviam em um raio de mil metros de onde o artefato se encontrava.

Uma bomba da 2ª Guerra de 500 quilos encontrada em Berlim em 2023Uma bomba da 2ª Guerra de 500 quilos encontrada em Berlim em 2023

Em junho, a cidade de Colônia precisou evacuar 20 mil pessoas para desarmar três bombas americanas lançadas por aviões na Segunda Guerra. No estado da Renânia do Norte-Vestfália, onde fica a cidade, mais de 1,6 mil explosivos foram desativados no ano passado.

Já no estado de Brandemburgo, que fica ao redor de Berlim, apenas em 2024, especialistas coletaram 90 minas, 48 mil granadas, 500 bombas incendiárias, 450 bombas de alto poder explosivo com mais de cinco quilos e cerca de 330 mil cartuchos.

Cidades como Frankfurt também enfrentam o problema. Em 2018, 60 mil pessoas precisaram deixar suas casas para que um explosivo fosse desarmado.

Em 2012, uma bomba precisou ser completamente detonada em Munique. Procedimento similar acontece com frequência quando dispositivos são encontrados no leito de rios como o Elba e o Reno.

O problema também atinge vários países vizinhos. Na França e na Bélgica, munições das duas Guerras Mundiais são encontradas regularmente, especialmente da Primeira Guerra, em regiões como Verdun e Somme.

Na Itália, a seca no Vale do Rio Pó em 2022 trouxe à tona explosivos antigos. No Reino Unido, uma bomba alemã de uma tonelada teve que ser detonada de forma controlada em Exeter em 2021, danificando mais de 250 prédiosFonte: DW - sábado, 15 de novembro de 2025

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Dia do Pão

Dia (16) é celebrado o Dia Mundial do Pão. Segundo o Sampapão, entidade que representa o setor de panificação e confeitaria de São Paulo, em todo o mundo, o Brasil é o país que tem mais padarias, com mais de 70 mil unidades, sendo que quase metade delas (32 mil) está localizada na Região Sudeste.

De acordo com a Euromonitor, que fez um levantamento encomendado pelo Sampapão, a cada ano cerca de 2,4 bilhões de compras são feitas em padarias no Brasil. No ano passado, o setor movimentou R$ 178,1 bilhões, com 7,6 milhões de toneladas produzidas, informou o Euromonitor.

A expectativa é que, nos próximos três anos, o mercado total de produtos de panificação no Brasil (e que inclui pães, doces, misturas para sobremesas, produtos assados congelados e bolos) alcance R$ 210 bilhões. Fonte: Agência Brasil - Publicado em 15/10/2025    

domingo, 5 de outubro de 2025

Quantos carros haverá no mundo em 2025?

 Se você quiser saber quantos carros haverá na Terra em 2025, há cerca de 1,644 bilhão de veículos no mundo, com base em uma análise de dados feita pela Hedges & Company em janeiro de 2025 e publicada no mesmo mês.

A maioria dos carros e caminhões do mundo está na Ásia/Oceania 2. Ela concentra mais de um terço de todos os veículos do planeta e é um mercado em rápido crescimento. Muitas pessoas pensam que a América do Norte é obcecada por carros, mas a América do Norte está em terceiro lugar. A Europa, em segundo lugar, detém 26% dos veículos do mundo, enquanto a América do Norte detém apenas 23%.

Veja quantos carros e caminhões existem no mundo, divididos por região.

1). Ásia/Oceania: 619 milhões de veículos nas estradas

2). Europa: 431 milhões de veículos (282 milhões na UE mais 149 milhões em países fora da UE)

3). América do Norte: 370 milhões de veículos

4). América do Sul: 105 milhões de veículos

5). Oriente Médio: 69 milhões de veículos

6). África: 50 milhões de veículos

7). Antártida : cerca de 75 veículos

Fonte: Hedges & Company  - Pesquisa de Mercado Automotivo - atualizado em 18 de setembro de 2025

sábado, 20 de setembro de 2025

Pressão 12 por 8 passa a ser considerada pré-hipertensão

Uma nova diretriz brasileira de manejo da pressão arterial passa a considerar a aferição 12 por 8 não mais como pressão normal, mas como indicador de pré-hipertensão. O documento foi elaborado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Nefrologia e pela Sociedade Brasileira de Hipertensão.

De acordo com a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, a reclassificação tem como objetivo identificar precocemente indivíduos em risco e incentivar intervenções mais proativas e não medicamentosas no intuito de prevenir a progressão do quadro de hipertensão dos pacientes.

A partir de agora, portanto, para que a aferição passe a ser considerada pressão normal, ela precisa ser inferior a 12 por 8. Valores iguais ou superiores a 14 por 9 permanecem sendo considerados quadros de hipertensão em estágios 1, 2 e 3, a depender da aferição feita pelo profissional de saúde em consultório.

Nas redes sociais, a Sociedade Brasileira de Cardiologia avaliou o documento como fundamental no sentido de orientar a prática clínica de cardiologistas em todo o país. “Atualização essencial para quem busca fazer medicina baseada em evidências e alinhada às recomendações mais recentes”, postou a entidade. Fonte: Agência Brasil-Publicado em 19/09/2025

domingo, 10 de agosto de 2025

Nagasaki lembra os 80 anos do ataque atômico contra a cidade

 

 Nagasaki observou um minuto de silêncio neste sábado (09/08) em memória do momento em que, há 80 anos, a bomba atômica caiu sobre a cidade japonesa, enquanto o sino de uma igreja restaurada tocava pela primeira vez desde o ataque.

Em 9 de agosto de 1945, às 11h02, horário local, três dias após Hiroshima, Nagasaki sofreu o horror da bomba atômica lançada pelos Estados Unidos. Cerca de 74 mil pessoas perderam a vida nesta cidade portuária no sudoeste do Japão, somando-se às 140 mil vítimas de Hiroshima.

"Oitenta anos se passaram, e quem imaginaria que o mundo se tornaria assim? Parem os conflitos armados imediatamente!", instou o prefeito da cidade, Shiro Suzuki, durante a cerimônia diante de representantes de cerca de 100 países.

"Confrontos estão se intensificando em vários lugares devido a um ciclo vicioso de enfrentamento e divisão. Uma crise que pode ameaçar a sobrevivência da humanidade, como uma guerra nuclear, paira sobre todos nós que vivemos neste planeta", acrescentou ele sob chuva torrencial, que parou durante o minuto de silêncio.

Cerca de 2.600 pessoas, compareceram a um evento memorial no Parque da Paz de Nagasaki, onde Shiro Suzuki e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, discursaram, entre outros convidados.

"TERROR INVISÍVEL"

Às 11h02, horário exato em que a bomba de plutônio explodiu sobre Nagasaki, os participantes observaram um momento de silêncio enquanto um sino tocava.

"Mesmo após o fim da guerra, a bomba atômica trouxe um terror invisível", disse o sobrevivente Hiroshi Nishioka, de 93 anos, em seu discurso no memorial, observando que muitos dos que sobreviveram sem ferimentos graves começaram depois a sangrar das gengivas e perdes os cabelos e a morrer.

A explosão "parece algo muito antigo, mas para as pessoas que a vivenciaram, deve ser como se tivesse sido ontem. Devemos lembrar que estes são eventos reais", disse Atsuko Higuchi, moradora de Nagasaki de 50 anos, presente perto do Parque da Paz.

SINO VOLTA A SOAR APÓS 80 ANOS

Como símbolo desta comemoração, o sino de uma catedral destruída pela explosão da bomba e restaurado por cristãos americanos tocou pela primeira vez em 80 anos.

A igreja de tijolos vermelhos dedicada à Imaculada Conceição, ladeada por duas torres de sinos, a Catedral de Urakami fica no topo de uma colina na cidade. Foi reconstruída em 1959, após a ,destruição do edifício original a algumas centenas de metros de distância.

Apenas um de seus dois sinos foi encontrado entre os escombros. Com fundos coletados de fiéis americanos, um novo sino foi construído e restaurado na torre, e tocou no sábado no exato momento em que a bomba foi lançada.

Para seu principal sacerdote, Kenichi Yamamura, esta restauração "mostra a grandeza dos seres humanos, a prova de que aqueles que pertencem ao lado que feriu o outro podem um dia buscar redenção".

"Não se trata de esquecer as feridas do passado, mas de reconhecê-las e agir para repará-las, reconstruí-las e, assim, trabalhar juntos pela paz", acrescentou Yamamura.

Apesar da dor causada pelos ferimentos, discriminação e doenças causadas pela radiação, os sobreviventes se comprometeram publicamente com o objetivo comum de abolir as armas nucleares. Mas eles se preocupam com o mundo caminhando na direção oposta.

TRANSMITINDO LIÇÕES

Sobreviventes idosos e seus apoiadores em Nagasaki agora depositam suas esperanças de alcançar a abolição das armas nucleares nas mãos dos mais jovens, dizendo-lhes que o ataque não é uma história distante, mas uma questão que permanece relevante para o seu futuro.

"Há apenas duas coisas pelas quais anseio: a abolição das armas nucleares e a proibição da guerra", disse Fumi Takeshita, um sobrevivente de 83 anos. "Busco um mundo onde as armas nucleares nunca sejam usadas e que todos possam viver em paz."

Na esperança de transmitir as lições da história às gerações atuais e futuras, Takeshita visita escolas para compartilhar sua experiência com as crianças.

"Quando vocês crescerem e se lembrarem do que aprenderam hoje, por favor, pensem no que cada um de vocês pode fazer para evitar a guerra", disse Takeshita aos alunos durante uma visita à escola no início desta semana.

Teruko Yokoyama, de 83 anos, membro de uma organização de Nagasaki que apoia sobreviventes, disse que pensa na crescente ausência daqueles com quem trabalhou, e isso alimenta seu desejo de documentar a vida de outros que ainda estão vivos.

O número de sobreviventes caiu para 99.130, cerca de um quarto do número original, com idade média superior a 86 anos. Os sobreviventes se preocupam com o desaparecimento das memórias, já que os mais jovens dos sobreviventes eram jovens demais para se lembrar do ataque. Fonte: DW- sábado, 9 de agosto de 2025  

sábado, 9 de agosto de 2025

Nos 80 anos de Hiroshima, armas atômicas estão em alta

Nuvem de cogumelo gerada pela explosão da bomba

nuclear sobre Hiroshima em 6 de agosto de 1945

 
"Naquele momento, vi o clarão branco-azulado na janela. No instante seguinte, senti como se estivesse flutuando no ar. A onda de choque da detonação nos catapultou para o ar." A ativista antinuclear Setsuko Thurlow, agora com 93 anos, descreveu o momento em que a bomba atômica americana batizada como "Little Boy" detonou sobre Hiroshima às 8h15 do dia 6 de agosto de 1945.

De 90 mil a 136 mil pessoas morreram instantaneamente ou sucumbiram mais tarde aos graves ferimentos. Setsuko Thurlow tinha 13 anos e era estudante na época. Ela relatou repetidamente o horror daquele dia, que mudou tudo.

"Aos poucos, consegui distinguir figuras. Eram pessoas. Mas não pareciam pessoas. Seus cabelos estavam arrepiados. Estavam cobertos de sangue. A pele e a carne estavam penduradas nos ossos. Partes inteiras do corpo estavam faltando. E alguém caminhava por ali com seus olhos nas mãos", continuou Thurlow. Seus pais sobreviveram. Mas sua irmã e uma sobrinha morreram poucos dias após a explosão.

Hiroshima após o bombardeio atômico: a cidade foi quase completamente destruída

 Thurlow dedicou sua vida à luta contra as armas nucleares, tornando-se uma figura de destaque na Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (Ican, na sigla em inglês). A aliança para a abolição de todas as armas nucleares recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2017. Thurlow proferiu um comovente discurso na cerimônia de premiação.

Desde 1947, o Sino da Paz toca em Hiroshima às 8h15 do dia 6 de agosto. Uma cerimônia é realizada para homenagear os mortos. O prefeito em exercício pede a abolição das armas nucleares e apela pela paz no mundo. Em sua Constituição adotada em 1946, a chamada "Constituição da Paz", o Japão se comprometeu a nunca mais travar guerras. Além disso, em 1967, o país adotou os "Princípios Não Nucleares", segundo os quais rejeita a posse e a importação de armas nucleares.

Vista aérea de Hiroshima completamente destruída após bomba atômica dos EUA

No caso de um possível uso de armas nucleares, o Japão a Alemanha não teriam liberdade para agir. Os Estados Unidos teriam a palavra final. Na Alemanha, a palavra-chave é compartilhamento nuclear, por meio do qual a Alemanha, país sem armas nucleares, poderia participar do uso de armas nucleares compartilhadas pelos Estados Unidos. Especialistas acreditam que 20 bombas nucleares americanas estejam armazenadas na cidade de Büchel, no estado alemão de Renânia-Palatinado. A autoridade decisória sobre essas armas é do presidente americano em exercício. No entanto, as armas nucleares seriam lançadas em seus alvos por jatos alemães.

Menos sobreviventes

No entanto, este ano já conta com menos sobreviventes — conhecidos como hibakusha — do que 2023.

Um relatório do governo divulgado em março confirmou que agora existem apenas 99.130 hibakusha vivos — 7.695 a menos que no ano passado. A idade média dos sobreviventes hoje é de 86 anos.

Em contrapartida, museus, organizações e indivíduos se mobilizam para manter suas histórias vivas. 

No 80º aniversário das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, apenas algumas testemunhas – conhecidas como hibakusha – ainda podem relatar suas próprias experiências e alertar, como Setsuko Thurlow: "Ainda temos 16 mil dessas armas. É uma loucura, até mesmo um crime. Não vou parar nunca de explicar às pessoas que estamos vivendo na era nuclear, e é por isso que levantaremos nossas vozes. Porque os políticos ainda estão construindo mais. Em vez de um Estado com armas nucleares, como era o caso na época, agora são nove países. Temos que interromper esse processo!" Fonte: Fonte: DW-terça-feira, 5 de agosto de 2025  

sábado, 12 de julho de 2025

Explosão do dirigível Hindenburg em 1937

Em 6 de maio de 1937 ocorreu a explosão do Hindenburg, em Lakehurst, perto de Nova York.

O dirigível Hindenburg tinha 245 metros de comprimento, 41,5 metros de diâmetro, voava a 135 km/h, com autonomia de voo de 14 mil quilômetros, e havia sido construído pela Zeppelin, na Alemanha. Ele era, em sua época, o maior e mais moderno dirigível do mundo.

O acidente aconteceu no final de uma tarde chuvosa, 77 horas depois da decolagem em Frankfurt. A bordo estavam 61 tripulantes, 36 passageiros, dois cachorros, além de bagagem, cargas e correspondências. O forte vento em Lakehurst havia obrigado o capitão Max Pruss a sobrevoar o atracador por duas vezes. Ao mesmo tempo, ordenou que fossem soltos gás e mais de uma tonelada de água para aliviar o peso.

O zepelim já estava com as escadas baixadas quando, a 60 metros do chão, iniciou-se um incêndio em sua cauda. Meio minuto depois, o corpo do dirigível caía, em chamas, com o solo.

Chocado, Herb Morris, repórter da CBS que fazia a cobertura da aterrissagem, apenas balbuciava: "Terrível, ele está caindo. Os passageiros... não posso continuar. A pior catástrofe do mundo".

DERROTA PARA O GOVERNO NAZISTA

Cinco equipes de cinegrafistas e massas de repórteres e fotógrafos guardaram para o mundo as imagens da destruição do orgulho dos alemães da época. O fogo consumiu o dirigível em poucos segundos, matando 35 pessoas. Foi o primeiro acidente com o zepelim, que já havia percorrido 2 milhões de quilômetros nos oito anos em que estava sendo usado no transporte comercial.

Diversas comissões de peritos tentaram descobrir a causa da explosão, sem alcançar resultados concretos. Na época, correram várias versões. Podia ter sido um problema técnico, mas também uma sabotagem dos norte-americanos, duas semanas após o bombardeio de Guernica pelos alemães. Ou teria sido um complô judeu? Da concorrência? Ou ainda dos agricultores cujos campos ficavam em volta do campo de pouso?

PERITOS APONTAM PARA CAUSA NATURAL

Os técnicos têm quase certeza de que a causa está nas leis da física. O gás hidrogênio, que fazia o balão flutuar, vazou devido a uma trágica cadeia de circunstâncias e explodiu em contato com o ar, por causa da eletricidade estática acumulada na atmosfera com o temporal. O fogo espalhou-se rapidamente pela parede externa do dirigível, feita de algodão e linho e revestida por uma fina camada de alumínio. Fonte: DW - quarta-feira, 2 de julho de 2025

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Dia da Pizza

 


Dia da Pizza: cidade de São Paulo produz quase 4 'redondas' por segundo e abriga pizzaiolos brasileiros mais premiados

Mais de 314 mil pizzas saíram dos fornos paulistanos por dia em 2024, de acordo com a Apubra (Associação Pizzarias Unidas do Brasil). Em 2023, eram 190.955 por dia - um aumento de 64%.

Se considerarmos o estado, São Paulo é responsável pela produção de cerca de um terço dos 2,5 milhões de discos feitos diariamente no país – cerca de 823 mil unidades.

São Paulo é a cidade ideal para quem quer comemorar o Dia Mundial da Pizza, celebrado em 10 de julho. Afinal, 3,6 "redondas" são produzidas por segundo na capital paulista, de acordo com dados da Apubra (Associação Pizzarias Unidas do Brasil).

Mais de 314 mil pizzas saíram dos fornos paulistanos por dia em 2024, de acordo com a Apubra (Associação Pizzarias Unidas do Brasil). . Em 2023, eram de 190.955 por dia - um aumento de 64%.

Se considerarmos o estado, São Paulo é responsável pela produção de cerca de um terço dos 2,5 milhões de discos feitos diariamente no país – cerca de 823 mil unidades.

A iguaria não é devorada apenas nos salões das pizzarias. É sucesso também no delivery. São Paulo lidera o ranking entre os estados que mais pedem pizza no país pela plataforma do iFood.

Em 2024, o iFood computou 36 milhões de pedidos do pizza no estado de São Paulo. Neste ano, só no primeiro semestre – até junho –, foram quase 19 milhões de pedidos, 10% a mais que no mesmo período do ano passado.

O negócio de fazer pizzas também tem se mostrado apetitoso. No Brasil, de acordo com dados da Apubra, o setor de pizzarias cresceu 7,25% em 2024, em relação a 2023, considerando o saldo entre aberturas e fechamentos de estabelecimentos – sendo que houve uma alta de 9,52% na inauguração de novas unidades em relação ao ano anterior. Fonte: G1 SP — SÃO PAULO - 10/07/2025

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Coronavírus: Situação do Brasil até 19 de junho de 2025

 

Coronavírus: Situação do Estado de São Paulo até 15 de junho de 2025

 

Coronavírus: Situação da cidade de São Paulo até 18 de junho de 2025

 

Um em cada 9 adolescentes usa cigarro eletrônico no Brasil


 Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgada esta semana apontou que um em cada nove adolescentes brasileiros afirma que usa cigarro eletrônico. O estudo ouviu cerca de 16 mil pessoas de 14 anos ou mais, de todas as regiões do país. 

Segundo o levantamento, a quantidade de usuários jovens que usam cigarro eletrônico já é cinco vezes o total daqueles que fumam o cigarro tradicional. A pesquisa utilizou dados de 2022 a 2024 do Terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad 3). É a primeira vez que cigarros eletrônicos entram no levantamento.

Apesar de o produto ser proibido no Brasil, a coordenadora da pesquisa e professora de psiquiatria da Unifesp, Clarice Madruga, ressalta que é muito fácil comprar o aparelho pela internet, o que amplia o acesso.  

Outro problema, aponta a pesquisadora, é o risco à saúde, já que a inalação de substâncias altamente tóxicas, como a nicotina, é muito maior no cigarro eletrônico, se comparado ao cigarro tradicional. Clarice lamenta o retorno do crescimento do uso de cigarro, após o sucesso de políticas antitabagistas, iniciadas na década de 1990, que tinham freado o consumo. 

"A gente teve uma história gigantesca de sucesso de políticas que geraram uma queda vertiginosa no tabagismo, mas que um novo desafio quebrou completamente essa trajetória. E a gente hoje tem um índice de consumo, principalmente entre adolescentes, muito superior e que está totalmente invisível”, afirma.

Os participantes ouvidos no estudo receberam a opção de serem encaminhados para tratamento no Hospital São Paulo e no Centro de Atenção Integral em Saúde Mental da Unifesp. Fonte: Agencia Brasil - Publicado em 17/06/2025 

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Um a cada 20 brasileiros não sabe ler ou escrever, mostra IBGE

 O Brasil registrou, em 2024, 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler nem escrever —uma taxa de analfabetismo de 5,3%. Os dados são da Pnad Contínua Educação 2024, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O QUE ACONTECEU

A taxa de analfabetismo caiu de 6,7%, em 2016, para 5,3%, em 2024, redução de 1,4 ponto percentual, segundo o IBGE.

O indicador mostra que o Brasil atendeu parcialmente à Meta 9 do PNE (Plano Nacional de Educação), em vigor até dezembro de 2025, no que diz respeito à redução da taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais para 6,5% até 2015. No entanto, não cumpriu a meta de erradicação total até 2024.

·        Maior parte dos analfabetos está na Região Nordeste (55,6% do total): 5,1 milhões de indivíduos.

·        O Sudeste aparece em seguida (22,5%), com 2,1 milhões de pessoas.

ANALFABETISMO NO BRASIL AINDA ESTÁ FORTEMENTE ASSOCIADO À IDADE.

Em 2024, 5,1 milhões de analfabetos tinham 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de 14,9% nesse grupo. Entre os mais jovens, os percentuais diminuem progressivamente: 9,1% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 6,3% entre aquelas com 25 anos ou mais, e 5,3% na população com 15 anos ou mais.

A DESIGUALDADE DE GÊNERO TAMBÉM APARECE NOS DADOS.

A taxa de analfabetismo entre mulheres de 15 anos ou mais foi de 5,0%, enquanto entre os homens foi de 5,6%. Entre os idosos, o percentual de mulheres analfabetas (15,0%) superou levemente o dos homens (14,7%). Para o instituto, "apesar da leve oscilação, essa diferença segue como uma das menores da série histórica, indicando uma tendência de equilíbrio entre os sexos".

A ANÁLISE POR COR OU RAÇA ESCANCARA DESIGUALDADES EDUCACIONAIS.

Entre as pessoas de 15 anos ou mais, 3,1% dos brancos eram analfabetos, enquanto a taxa foi de 6,9% entre pretos ou pardos. A disparidade é ainda mais acentuada entre os idosos: 21,8% das pessoas pretas ou pardas com 60 anos ou mais não sabiam ler nem escrever, frente a 8,1% dos brancos. Mesmo com uma queda de 0,9 p.p. entre os idosos pretos ou pardos em relação a 2023, "a taxa permanece quase três vezes superior à observada entre pessoas brancas da mesma faixa etária, evidenciando um legado estrutural de exclusão educacional", destaca o IBGE.

DESIGUALDADES NO NÍVEL DE ESCOLARIDADE

Segundo o IBGE, 56% da população com 25 anos ou mais havia concluído, no mínimo, o ensino médio.

·        "Destaca-se o percentual de pessoas com o ensino médio completo, que passou de 29,9%, em 2022, para 31,3%, em 2024", aponta a pesquisa.

·        Entre os que não completaram o ciclo básico, 5,5% não tinham instrução alguma.

·        Outros 26,2% tinham ensino fundamental incompleto, 7,4% haviam concluído o fundamental e 4,9% interromperam os estudos no médio.

A DESIGUALDADE POR GÊNERO PERMANECE.

Em 2024, 57,8% das mulheres com 25 anos ou mais haviam completado a educação básica obrigatória, contra 54,0% entre os homens. Os dois grupos apresentaram crescimento em relação ao ano anterior, o que revela "uma tendência positiva no acesso à escolarização".

DISPARIDADE ENTRE BRANCOS E PRETOS SE MANTÉM.

"63,4% das pessoas de cor branca haviam concluído o ciclo básico educacional, contra 50,0% das pessoas de cor preta ou parda, resultando em uma diferença de 13,4 p.p. entre esses grupos", aponta a pesquisa. O número é praticamente o mesmo de 2023, quando a diferença era de 13,5 pontos percentuais.

O número médio de anos de estudo da população com 25 anos ou mais foi de 10,1 em 2024, frente a 9,9 em 2023.

As mulheres seguem com maior escolaridade média (10,3 anos) do que os homens (9,9 anos). A diferença por raça ou cor também persiste: pessoas brancas alcançaram 11 anos de estudo, enquanto pretas ou pardas atingiram 9,4 anos. A desigualdade, embora ainda significativa, caiu em relação a 2023, quando era de 2 anos. Fonte: UOL, em São Paulo - 13/06/2025

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Bombas da Segunda Guerra fazem Alemanha evacuar 20 mil pessoas em Colônia

 Colônia sofreu uma das maiores evacuações de sua história após autoridades encontrarem três bombas americanas. Museus, hotéis, escolas e linhas de trem foram afetados.

Cerca de 20 mil pessoas tiveram que deixar suas casas na cidade alemã de Colônia, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, para que autoridades pudessem desativar com segurança três bombas da Segunda Guerra Mundial, numa das maiores evacuações na história da cidade desde o fim do conflito, segundo a prefeitura.

A ordem de evacuação, válida a partir das 8h desta quarta-feira (04/06) para um raio de mil metros, afetou boa parte do centro antigo da cidade. A zona de exclusão incluiu o centro histórico de Colônia, 58 hotéis, várias escolas, um hospital, casas de repouso, creches, além de empresas e locais para eventos. Grande parte da administração da cidade também teve que ser evacuada, assim como os estúdios da emissora de TV alemã RTL.

As bombas, duas de uma tonelada e uma de meia tonelada, são de fabricação americana e foram encontradas na segunda-feira.

A ordem de evacuação foi removida no início da noite desta quarta-feira (horário local), após especialistas desarmarem os artefatos com sucesso.

EVACUAÇÕES POR CAUSA DE BOMBAS ANTIGAS NÃO SÃO RARAS

Pivô da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha convive até hoje com a ameaça de bombas não detonadas daquele período. Há evacuações por causa disso todos os anos, sempre que operários escavam a terra para fazer alguma obra e descobrem algum explosivo adormecido sob o solo.

Isso é especialmente comum em Colônia, já que a cidade foi uma das mais bombardeadas no conflito.

Apenas na Renânia do Norte-Vestfália, mais de 1,6 mil bombas foram desarmadas no ano passado. Um dos motivos para o aumento significativo desses episódios é o maior número de construções, com a instalação de cabos de fibra ótica, reformas de pontes e reconstrução da malha rodoviária.

Regiões metropolitanas como a região do vale do Ruhr, Hamburgo e Berlim são particularmente afetadas. Essas áreas foram alvos de intensos bombardeiros das forças aliadas que também visavam infraestruturas civis.

Já em Brandemburgo, só em 2024, especialistas em desarmamento de bombas coletaram, entre outras coisas, 90 minas, 48 mil granadas, 500 bombas incendiárias, 450 bombas de alto poder explosivo com mais de cinco quilos e cerca de 330 mil cartuchos.

Colônia era considerada um alvo estratégico pelos aliados devido à quantidade de indústrias e linhas de trem, vitais para distribuição de bens e mercadorias. Em 1942, a Força Aérea britânica adotou uma nova diretriz, trocando os ataques de precisão por bombardeios maciços que afetassem "o moral da população inimiga", na descrição de historiadores.

Um marco dessa estratégia ocorreu em 31 de maio de 1942, quando 1.330 aviões despejaram mais de 1.500 toneladas de explosivos e bombas incendiárias sobre a cidade. O saldo foi de 1.700 incêndios, 480 mortos e 5.000 feridos. Um ano mais tarde, a Alemanha nazista de Adolf Hitler já perdia a soberania aérea do conflito.

No total da guerra, Colônia sofreu mais de 260 ataques aéreos, que mataram cerca de 20 mil pessoas. Fonte: DW - quarta-feira, 4 de junho de 2025