Países europeus começaram a fechar escolas e cancelar cirurgias, indo muito além das restrições à vida social agora que autoridades sobrecarregadas enfrentam o ressurgimento da covid-19 às vésperas da chegada do inverno. A maioria da nações da Europa amenizou seus lockdowns durante o verão para começar a reativar as economias já a caminho de retrações e cortes de empregos inéditos, resultantes da primeira onda da pandemia. Mas a volta das atividades normais - de restaurantes cheios a novos semestres nas universidades - desencadeou um pico acelerado de casos em todo o continente.
Itália
Nesta terça-feira (13), a
Itália adotou uma série de novas regras após cerca de quatro meses de liberação
geral de serviços, comércio e indústria. Entram em vigor, já a partir desta
quarta-feira (14), o fechamento de bares e restaurantes à meia-noite, a
proibição de festas em locais abertos ou fechados e a suspensão de excursões
escolares e competições esportivas amadoras que tenham contato físico.
O país vem registrando uma
intensa alta no número de contágios, nos patamares de março e abril, com mais
de cinco mil novas infecções por dia. As regras devem valer até 13 de novembro.
Espanha
O governo da Catalunha, na
Espanha, anunciou que adotará o fechamento de bares e restaurantes para os
próximos 15 dias em uma tentativa de frear o avanço da Covid-19. A medida é
similar a implantada pelo governo nacional em Madri e região, que vem
registrando o pior dos cenários dentro da Espanha.
Conforme boletim do
Ministério da Saúde espanhol, divulgado nesta terça, o país teve 2.759 novos
casos em 24 horas, mas a média de infecções diárias dos últimos sete dias está
em mais de 8,6 mil.
Reino Unido
A Irlanda do Norte, assim
como tinha ocorrido na semana passada com a Escócia, também anunciou uma série
de medidas drásticas, como o fechamento de escolas por duas semanas,
aproveitando um feriado no fim do mês de outubro; dos bares e restaurantes por
quatro semanas - podendo atuar apenas com entrega e retirada; e a limitação de
pessoas para matrimônios e funerais.
A premier Arlene Foster
anunciou que as regras já valem a partir da sexta-feira (16). Assim como ocorre
nos demais países do Reino Unido, a Irlanda do Norte vem sofrendo com o aumento
de casos e de internações.
Hoje mesmo, a região de
Liverpool, na Inglaterra, está no nível "muito alto" de transmissão -
o terceiro na escala de três níveis - e deve enfrentar o fechamento de bares e
restaurantes também, apenas com a liberação de entregas e retiradas, o
fechamento de locais de entretenimento e restrições para cerimônias de
casamentos e festas particulares.
República Checa
A República Checa foi outra
nação a impor novas restrições: o fechamento, por três semanas, de bares,
restaurantes, escolas e centros universitários.
Conforme dados do governo,
foram oito mil novos contágios em um dia. O Centro Europeu para Prevenção e
Controle de Doenças (ECDC) aponta que a nação é a que a tem a maior taxa de
incidência entre os países europeus.
Portugal
O agravamento da pandemia de
Covid-19 fez Portugal decretar o status de "situação de calamidade" a
partir da 0h desta quinta-feira (15). Com a decisão, o país passa a adotar
medidas mais rígidas de isolamento social para conter o avanço do Sars-Cov-2 em
seu território.
Segundo informações do jornal
"Público", o governo português passará a exigir máscara na rua e
limitar as aglomerações em cinco pessoas em lojas, restaurantes e vias
públicas. Nos casamentos e outras celebrações pessoais, serão permitidos até 50
convidados. A situação de calamidade será mantida por pelo menos 15 dias após a
quinta-feira.
Até esta quarta-feira (14),
Portugal registrava 89.121 casos confirmados e 2.110 mortes, de acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS). Na terça-feira (13) foram 1,2 mil casos,
sendo que o recorde de casos confirmados ocorreu na semana anterior, quando
foram registrados 1.646 casos.
Mesmo com o avanço no total
de infectados, o número de mortes não atingiu patamares perto do recorde. Na
terça-feira foram 16 mortes, sendo que o recorde de foi em 3 de abril, quando
foram contabilizados 37 óbitos.
Alemanha
A Alemanha está discutindo
implementar novas regras para evitar a transmissão do Sars-CoV-2, entre as
quais, o uso obrigatório de máscaras em qualquer local em que não seja possível
manter o distanciamento social.
Também está na pauta, segundo
a imprensa local, o aumento da implementação do toque de recolher, que deve
ocorrer em localidades que tenham 35 casos a cada 100 mil habitantes ou menos.
A medida é válida atualmente apenas para regiões com 50 casos a cada 100 mil
moradores.
O território alemão
registrou, nas últimas 24 horas, 5.132 novos contágios. O número é recorde no
país desde abril, de acordo com o Instituto Robert Koch. Há ainda 620 pacientes
em unidades de terapia intensiva.
França
Já o governo francês deve
anunciar novas regras mais rígidas ainda nesta quarta-feira. Fontes do Palácio Eliseu informam que deverá
entrar em vigor um toque de recolher a partir das 20h (hora local) em Paris e
em toda a Ilha da França, que deve afetar em cheio os setores de bares,
restaurantes e entretenimento em geral.
A França registra cerca de
820 mil casos de Covid-19 desde o início da pandemia, mas o número de novos
registros da doença dispararam nos últimos dias: só na segunda-feira, mais de
43 mil casos foram confirmados. Isso dá quase o dobro do pico visto na primeira
onda, em abril.
O número de mortes, porém,
não acompanha o mesmo ritmo de alta e ainda mantém patamares bem abaixo da onda
vista entre março e abril. No total, o coronavírus matou mais de 33 mil pessoas
desde o começo da pandemia na França.
Europa
Apesar dos números de
contaminações serem até maiores dos que os registrados no início da pandemia na
Europa, a letalidade da doença está menor do que a registrada naquele período.
No entanto, as autoridades temem que o rápido aumento nos números de infecções
superlotem os hospitais, o que provocaria a falta de atendimento e a maior chance
de mortes pelo novo coronavírus. Fontes: Ansa Brasil - 15:01, 14 Out 2020; G1-14/10/2020
15h26
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