A Espanha decretou nesta
sexta-feira (09/10) um estado de emergência de 15 dias em Madri e outros nove
municípios próximos à capital e reimpôs restrições que haviam sido anuladas
pela justiça no dia anterior.
A medida adotada em reunião
extraordinária do Conselho de Ministros entra em vigor na noite desta
sexta-feira, horas depois de o Tribunal Superior de Justiça de Madri ter
rejeitado as restrições de movimento em dez municípios da região madrilenha que
haviam sido impostas pelo governo no último sábado.
As restrições proíbem, entre
outras coisas, a entrada e saída de pessoas em cada uma das dez cidades da
região de Madrid, incluindo a capital, exceto para deslocamentos
"devidamente justificadas", como idas ao médico, ao trabalho, aos
bancos, tribunais e outros órgãos públicos, e também centros de educação,
assistência a idosos, menores e dependentes.
As reuniões familiares e
sociais estão limitadas a seis pessoas, com a exceção daquelas que moram no
mesmo endereço. A capacidade máxima dos estabelecimentos comerciais e serviços
abertos ao público foi reduzida em 50%, com limite máximo de funcionamento até
as 22h.
No caso de hotéis,
restaurantes, cafés e bares, a capacidade permitida não pode exceder 50% na
parte interna e 60% na externa, e o consumo no balcão é proibido. O horário de
fechamento desses estabelecimentos é 23h.
DUELO NA JUSTIÇA
Há duas semanas os governos
central e regional travam uma disputa em relação às medidas, que visam reduzir
o número de contaminações pelo novo coronavírus na região madrilenha, a mais
afetada pela pandemia em todo o país.
Os juízes deram razão ao
governo regional de Madri, administrado por partidos de direita, que considera
ilegais as imposições do governo central, formado por uma coligação de
esquerda. Os magistrados consideraram que as medidas, aprovadas pelo órgão que
coordena as regiões autônomas na área de saúde, "interferem com os
direitos e as liberdades fundamentais".
Segundo a agência espanhola
Efe, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, comunicou a decisão à chefe
do governo regional de Madrid, Isabel Diaz Ayuso, que pediu mais tempo ao
governo central. Ela recusou um pedido de feito por Sánchez para que apoiasse a
decisão.
Ao declarar estado de
emergência, o governo central encontrou uma solução legal para manter as
restrições, antes de um fim de semana prolongado do Dia Nacional da Espanha,
que vai até a segunda-feira. As autoridades temiam que centenas de milhares de
madrilenhos deixassem a cidade durante o feriado, após a Justiça suspender as
medidas que restringem a movimentação.
O governo ampliou a imposição
de restrições para os municípios que tiverem índices de contaminação de 500
casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias e com percentual de testes
positivos maior do que 10%, além de uma ocupação dos leitos nas UTIs acima de
35% nas regiões autônomas à qual os municípios pertencem.
A Espanha vive um aumento significativo de casos de covid-19. Números oficiais desta quinta‑feira registram 848.324 pessoas infectadas no país desde o início da pandemia, com 32.688 mortes em razão do coronavírus. Madri é a região autónoma com o maior número de novas infeções, com um total para 258.767. Fonte: Deutsche Welle – 09.10.2020
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