Pesquisas mostram que os uspianos usam mais drogas do que a população em geral e que os alunos das Ciências Humanas são os campeões em consumo de drogas lícitas e ilícitas entre os universitários
Os protestos na USP fazem parte das manifestações das esquerdas no País que se fingem de espontâneas e evitam ter uma liderança formalmente constituída
Você gostaria de ter um apartamento de graça, pagar apenas R$ 1,90 por uma refeição (visitante paga R$ 7,50) e ainda dispor de sexo recreativo a qualquer hora do dia e da noite sem precisar pagar motel? Então, ingresse na USP, a universidade que agora carrega dois cadáveres insepultos: o do estudante de Medicina morto num trote e o do estudante de Administração morto num assalto. Os autores do trote ficaram impunes, protegidos pelo corporativismo da Faculdade de Medicina da USP. E a memória do estudante de Administração foi conspurcada por um bando de estudantes das Ciências Humanas, que, travestidos de traficantes de morro, invadiram a reitoria da universidade para protestar contra a presença da polícia no campus.
A invasão da reitoria da USP por uma malta de menos de cem estudantes deve ser analisada sob duas perspectivas: uma prática (a dos danos causados diretamente à instituição) e outra simbólica (a do mau exemplo que se irradia a partir da USP para os demais estabelecimentos de ensino do País, desde a pré-escola até a graduação). Essa segunda dimensão talvez seja ainda mais grave do que a primeira, uma vez que estamos falando de educação. Os danos materiais ao prédio da reitoria e a obstrução de algumas aulas durante o protesto poderiam ser passíveis de correção – isso se a simbologia de que se reveste a invasão não fosse, ela própria, um sintoma da impunidade.
A imagem dos estudantes universitários mascarados como bandidos de morro, alguns com porretes na mão, invadindo o prédio da reitoria, é uma prova cabal de que o culto ao banditismo se tornou uma profissão de fé da universidade brasileira. As cenas dignas de boca-de-fumo do narcotráfico são consequência de um longo processo de inversão de valores perpetrado pelas universidades, que começa a ter graves consequências práticas. O Brasil e o mundo estão perdendo o controle de sua juventude, como já ocorreu em outras épocas da história. E as universidades são as principais responsáveis por esse fenômeno.
Coletivos de vândalos
Nos distúrbios da Universidade de São Paulo, a pretexto da presença da PM no campus, percebe-se a existência de estudantes profissionais, que fazem da militância política sua única razão de estar na universidade. Um exemplo é o estudante Rafael Alves, do curso de letras da USP, que deu declarações à imprensa como um dos líderes do movimento, ainda que informal. Desde o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), as mobilizações das esquerdas no País fingem-se espontâneas e evitam ter uma liderança formalmente constituída. Hoje, essa gente trabalha com a difusa ideia de “coletivo”, uma forma mais fácil de escapar da lei – por isso, cobrem também o rosto durante seus atos de vandalismo.
Entrevistado pela Agência Brasil (órgão oficial do governo federal, criado na Era Lula), o estudante Rafael Alves disse que ele e seus colegas invasores não depredaram a reitoria da USP e que os móveis quebrados e as bombas caseiras foram plantados pela polícia com o objetivo de incriminá-los. Mas esse tipo de discurso é velho. Quando a cantora Elis Regina morreu, em 1982, aos 36 anos, e ficou comprovado que fora vítima de overdose de cocaína e álcool, as esquerdas tentaram desacreditar o laudo do médico-legista Harry Shibata. Alegaram que ele estava a serviço da ditadura militar (já então praticamente extinta) e, por isso, queria desmoralizar a cantora. Mas a farsa acabou desmentida pelos fatos (já que Elis usava mesmo drogas), o que jamais impediu a esquerda de continuar lançando mão da mesma tática.
Foi o que fizeram os invasores da USP. Segundo o blog do jornalista Reinaldo Azevedo, o estudante Rafael Alves, que acusou a polícia de criar o cenário de depredação na reitoria e plantar as bombas caseiras no local, responde a cinco processos na Justiça. Contra ele pesam as acusações de ter cometido crime de dano qualificado, injúria, lesão corporal e crime contra o meio ambiente e o patrimônio genético. Mesmo com essa ficha corrida, Rafael Alves — que está com 29 anos —frequenta há sete anos o curso de Letras na USP. Acabou sendo jubilado, mas prestou vestibular novamente e, pasmem, está lutando para ter de volta o apartamento estudantil onde morava na universidade.
Parasitas sociais
O caso desse estudante profissional ilustra o descalabro do conceito de justiça social no Brasil, que está na raiz das políticas compensatórias. Hoje, a caridade deixou de ser uma ação privada e voluntária de quem decide ajudar o próximo para ser um direito de quem quer viver às custas dos outros, tornando-se, portanto, um dever compulsório dos demais cidadãos. Com isso, o beneficiário da política compensatória jamais precisa oferecer qualquer contrapartida pelo que recebe do Estado. É só “venha a nós”, nada de “vosso reino”. Não precisa nem mesmo se sentir na obrigação de retribuir moralmente à sociedade o benefício que o Estado — com o dinheiro dos contribuintes, repita-se — concede a ele.
É o que já ocorria, por exemplo, com o Bolsa-Escola na época do governo Fernando Henrique Cardoso. As equipes encarregadas pela avaliação do programa, bem como os pesquisadores universitários que tratavam das políticas compensatórias, condenavam qualquer tentativa de se cobrar mais empenho do aluno beneficiário do programa. Se um professor exigia disciplina do aluno, lembrando, com razão, que ele não tinha o direito de desperdiçar a bolsa recebida, os pesquisadores condenavam essa atitude, alegando que o benefício, como compensação social, era um direito e que a criança não poderia ser sacrificada com essa cobrança.
No caso de uma criança até pode ser justificável essa preocupação, mas é um completo absurdo que uma universidade de elite como a USP continue garantindo casa, comida e roupa lavada para um aluno que se deixa reprovar por gosto. E a um custo altíssimo. A qualidade do bandejão da USP, por exemplo, é de fazer inveja a qualquer trabalhador e, no mercado, não sairia por menos de R$ 12. Mas na USP, o estudante paga apenas R$ 1,90 por um cardápio que oferece carnes, guarnições e saladas diversas, além de suco. Como é que os profissionais da militância estudantil podem depredar uma instituição que lhes oferece tudo isso praticamente de graça? É um acinte contra o estudante pobre da universidade privada que sai diretamente do trabalho para a faculdade e paga até o triplo desse valor por um refrigerante e um salgado, que lhe serve de jantar depois de um dia inteiro de labuta.
Analfabetismo histórico
A selvagem ousadia dos invasores que transformaram a USP no Morro do Alemão só é possível porque, ao longo dos anos, eles vêm sendo tratados com total leniência — e até incentivo — por parte das autoridades pedagógicas. Convém salientar que os cursos de pedagogia e as licenciaturas da USP, da Unicamp, da UnB e suas congêneres pelo País afora esmeram-se em destruir a autoridade do professor da escola básica, em nome da autonomia de adolescentes e jovens, que, uma vez libertos de qualquer autoridade institucional, tornam-se presas fáceis do cabresto partidário. O PC do B (Partido Comunista do Brasil) sobrevive à custa dessa militância, já que seu discurso sectário e ultrapassado perdeu o bonde da história para o PT, com quem disputava os grêmios livres e centros estudantis na época da abertura política do general João Batista Figueiredo. Enquanto o PT conquistou o Brasil, o PC do B se aferrou ao DCE — sua tábua de salvação.
Mas o PC do B não é o único parasita político que suga a energia dos estudantes. Na USP, a invasão da reitoria foi perpetrada por grupelhos ainda mais radicais, como o PCO (Partido da Causa Operária) e uma tal LER-QI (Liga Estratégia Revolucionária – Quarta Internacional). O PSOL, que normalmente estaria junto com os invasores, pondo fogo no circo, foi obrigado a encenar o papel de bombeiro, fingindo certa moderação. A Chapa Todas as Vozes, ligada ao PSOL, detém a máquina do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP e chegou a emitir nota dizendo que a invasão da reitoria não era o melhor caminho, mas, ao mesmo tempo, condenou com virulência a presença da PM no campus e até justificou o roubo dos panetones de um funcionário, perpetrado pelos estudantes durante a invasão.
O LER-QI é ainda mais incendiário. Em sua página na Internet, essa facção trotskista da esquerda liliputiana comemora a invasão da reitoria da USP, mas devia estar reivindicando mais vagas no EJA (Educação e Jovens e Adultos). Como se sofressem de LER no cérebro, os “lerqueístas” escrevem que, nas últimas décadas, a “burguesia” se aproveitou da derrocada do stalinismo para tentar enterrar o “verdadeiro comunismo que viveu seu momento auge na Revolução Russa”. Mas o texto inteiro é um “momento auge” do analfabetismo gramatical e histórico, em que os tempos verbais se misturam caoticamente, como se o redator não tivesse a menor noção de princípio, meio e fim e, em vez de análise histórica, fizesse fluxo de consciência. O próprio Trotsky — pai dos campos de concentração de Hitler e santo padroeiro da LER-QI — ficaria envergonhado do grau de analfabetismo de seus discípulos no DCE da USP.
Meliantes estudantis
A despeito das palavras de ordem vazias e da ideologia surrealista que professam, antevendo o fim do capitalismo até numa invasão da USP, esses verdadeiros meliantes estudantis conseguem ter muito mais força do que teriam num mundo normal. Só conseguem toda essa visibilidade na imprensa, porque o mundo, especialmente o Brasil, está de ponta-cabeça. Mas sua força não está nos partidos que os encabrestam e, sim, na educação que os aliena desde a pré-escola. A própria educação produzida nas universidades e espalhada pelo MEC no ensino básico é um manifesto permanente de subversão, jogando alunos contra professores e filhos contra pais, numa sistemática destruição de qualquer forma de autoridade e hierarquia.
E uma das formas de transgressão perpetrada pelas universidades é, sem dúvida, seu quase indisfarçável apoio à liberação total das drogas — principal pivô dos distúrbios na USP. Os estudantes de passeata repudiam a presença da polícia militar no campus não é por amor à liberdade — mas porque são usuários de drogas e querem fazer da universidade uma grande boca de fumo. Graças ao dinheiro que economizam na moradia estudantil gratuita e na lauta refeição de R$ 1,90, esses predadores ideológicos podem comprar maconha à vontade, transformando as universidades num território privilegiado do tráfico. Para eles não importa se inocentes vão morrer; o que importa é o prazer fácil e farto, custeado por trabalhadores pobres que jamais porão os pés na USP.
Por isso, considero que a polícia foi até muito educada no trato com os invasores da USP: eles deveriam ser retirados sem negociação, por meio de cães, cassetete e bombas de gás lacrimogêneo. Só a indumentária de traficante que usaram — fazendo uma descarada apologia da criminalidade bárbara dos morros — já era motivo mais do que suficiente para que saíssem do prédio literalmente debaixo de vara. A polícia não invade morro de madrugada para buscar traficante mesmo ao preço de matar crianças? Por que não pode arrancar o receptador da droga de dentro da USP (onde não tem criança), fazendo cantar a borracha no lombo da malta? Um estudante que se fantasia de traficante de morro está fazendo uma irresponsável apologia da tortura e da morte e, antes de ser expulso sumariamente da universidade, bem que merecia apanhar da polícia.
Alucinógeno ideológico
Mas é claro que foi muito melhor a PM paulista dar aos celerados da USP — e seus professores de marxismo — uma lição de democracia, promovendo a retirada dos estudantes sem qualquer truculência. Se a polícia tivesse tocado num único fio de cabelo dos estudantes, o fato seria transformado em palanque eleitoral de Fernando Haddad contra o reduto tucano de São Paulo e é provável que eclodissem mais protestos estudantis, inclusive em outros Estados. A simples prisão dos invasores, obrigados a pagar fiança, já deu fôlego para uma greve de estudantes. O diretor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco franqueou até o salão nobre da faculdade para que os estudantes fizessem assembleia e ainda brincou que, devido ao calor, a malta entrou no salão com latas e garrafas de cerveja.
Como se vê, até as autoridades pedagógicas comportam-se como vândalos morais, desrespeitando quem verdadeiramente custeia a universidade pública. Por acaso o trabalhador pobre que ajuda a financiar a USP pode entrar no seu local de trabalho empunhando garrafa de cerveja? Por que, então, estudantes que nada pagam para estudar (pelo contrário, são subsidiados), podem transformar a universidade em botequim com a anuência do próprio diretor da instituição, que ainda transforma o fato em motivo de galhofa na imprensa? Depois, essa mesma universidade que na prática libera drogas para seus alunos se arvora a policiar até propaganda de leite em pó, banida de todos os veículos de comunicação como se leite fosse droga pesada.
Há, sem dúvida, um culto às drogas nas universidades, como mostram as pesquisas acadêmicas sobre o uso de drogas entre universitários. Os adeptos da política de redução de danos gostam de afirmar que droga não é caso de polícia, mas de educação e saúde e que a informação é a maior prevenção. Se fosse verdade, não haveria uso de droga nas universidades, onde a informação é muita e a polícia não entra.
Entretanto, pesquisa realizada pelo psicólogo Vladimir de Andrade Stempliuk, na Faculdade de Medicina da USP, mostrou que, de 1996 para 2001, houve um “crescimento significativo” (expressão do pesquisador) no consumo de drogas ilegais pelos estudantes da USP. Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2008, da ONU, no Brasil, 2,6% da população em geral fez uso de maconha nos últimos 12 meses. Na USP, esse índice foi de 22,8% — ou seja, 8,7 vezes maior. Já no caso da cocaína, enquanto a prevalência anual na população de um modo geral foi de 0,7%, na USP chegou a 2,4% — quase quatro vezes mais.
E o que é mais grave: na pesquisa sobre drogas na USP realizada em 2001 (a primeira do gênero foi feita em 1996 e a terceira em 2009), constatou-se um crescimento na aprovação das drogas pesadas — cocaína e crack — por parte dos uspianos. Em 2009, devido à tragédia do crack mostrada diariamente pela imprensa, a aprovação do crack na USP foi reduzida, mas os uspianos continuam usando mais drogas do que a população em geral. E os alunos da área de humanas, segundo o estudo, continuam sendo os que mais usam drogas lícitas e ilícitas (observo, por minha conta, que entre as drogas lícitas estão a pedagogia de Paulo Freire e a filosofia de Marilena Chauí). Isso não só explica a invasão da reitoria justamente pelos “humanistas” da maconha como também remete à origem do mal – o marxismo alucinógeno do próprio ensino, que provoca delírios revolucionários. Marx é o ópio da USP.
Jornal Opção – Novembro de 2011
Comentário: Interessante essa agitação no Campus da USP é semelhante da década de 70. As faculdades principais são as mesmas, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, ECA (Escola de Comunicações e Artes), Geografia. Naquela época existia o Crusp que era um imenso laboratório de idéias políticas revolucionárias, drogas, bebidas e de sexo. Era considerado território livre.
Recentemente fui a USP, para retirar documentos e estava tendo uma feira de livros na Faculdade de História.. Fui dar uma olhada e por espanto os livros expostos são os mesmos da década de 70, Guevara, Fidel, Socialismo, Comunismo, jornais da classe operária, partidos da esquerda, banca do PT, camisas com estampas de idéias revolucionárias, .etc. Pensei, não mudou nada na mentalidade desse jovens atuais, o mundo mudou, o muro de Berlim caiu, mas eles continuam com a mesma mentalidade daquela época, abaixo o capitalismo, a burguesia. Eles devem sofrer do mal de Alzheimer Socialista, só lembram do passado.
Qual é o motivo dos universitários de cursos de humanas são contrários a qualquer tipo de lei? A lei representa o capitalismo ou a classe dominante da burguesia? Esses mesmos jovens quando formados encostam no Estado para propagar suas idéias na educação, problemas sociais da pobreza, etc. Eles vivem num mundo de fantasia política, do tipo Disnelândia política. Quando aquela jovem foi assassinado nenhum centro acadêmico manifestou-se contra violência e muito menos a reitoria e o sindicato dos professores e de funcionários. Qual é o valor de uma vida diante de uma maconha? Fumar maconha é um direito ou como diz alguns por questões filosóficas são favoráveis a maconha.. E o direito a vida, a responsabilidade é de quem?