sábado, 11 de novembro de 2017

Banguela e com carro zero

Povo tem carro novo, celular, mas falta dente da frente. A situação mudou nos últimos anos, mas muita gente gasta dinheiro em bens como carros e celulares de última geração, mas não cuida dos dentes. É uma questão cultural, diz a dentista Carla Sarni, fundadora e presidente da rede de clínicas Sorridents.  

Hoje 20% dos dentistas do mundo estão no Brasil. Temos mais dentistas do que os EUA e o Canadá juntos. Isso é um problema? Acho que o problema maior é que 55% da população não tem hábito de ir ao dentista.

É nisso que precisamos trabalhar, nessa conscientização. Porque dente é saúde, a saúde começa pela boca, as pessoas precisam ir ao dentista e não só quando têm problema ou quando estão com dor. É uma questão cultural a ser trabalhada. Isso melhorou muito nos últimos anos. O cenário de 20 anos atrás era muito pior.
Hoje você vê pais preocupados que os filhos não percam os dentes como eles perderam, isso já é uma evolução fantástica. E tem outra questão: 57% dos dentistas brasileiros, que hoje são mais de 250 mil, estão na região Sudeste.

O problema que eu vejo é cultural, a gente vê gente andando de carro zero, com celular de última geração no bolso e às vezes faltando um dente da frente.
E os dentes têm uma série de correlações com outros órgãos do corpo. É importante não só para a autoestima, mas para a saúde mesmo. A gente vem trabalhando muito na solução disso. O meu instituto atua muito nisso, numa odontologia preventiva, educativa.

FALTA DE DINHEIRO É UM PROBLEMA, MAS TAMBÉM HÁ A CULTURA
Há um pouquinho da questão financeira, mas a cultural é maior.
Então eu perguntava ao paciente: "Por que você quer arrancar esse dente?". Ele respondia que tratar era muito caro, arrancar era mais barato. Eu propunha parcelar o pagamento, perguntava quanto ele poderia pagar por mês.
Quando fazia isso, a pessoa desistia de arrancar o dente. Tudo era uma questão de adequação ao bolso dele. E fui cada vez arrancando menos, conquistando mais pacientes e cheguei a ter fila de espera de paciente de um ano para tratar comigo.

POBRE NÃO QUER DE GRAÇA, QUER SER TRATADO COM RESPEITO
Você tem de olhar para o paciente como um ser humano, uma pessoa que veio buscar a sua ajuda. Por que não orientá-la a fazer o que é melhor para ela? Por que não oferecer o melhor?
Está errado quem acha que as pessoas mais simples não têm dinheiro para fazer as coisas, que querem tudo de graça. Nada disso. Querem ser atendidas com respeito e ter acesso às coisas boas.
Elas não podem errar e pagar duas vezes, elas querem pagar e receber por aquilo que foi pago, querem receber aquilo que foi prometido. Quando você traz esse paciente para perto de você e mostra que é possível ele ter a mesma coisa que a classe A tem, mas parcelado, e ele ter a mesma qualidade de vida, ele realiza o sonho dele e faz, encaixa lá na parcelinha, e são excelentes pagadores, pagam direitinho todos os meses e têm orgulho de saber que foi uma conquista.
Você vê muitos pacientes dizendo: "Doutora, eu perdi os meus dentes, mas os meus filhos não perderam, usaram aparelho". Essa evolução na cultura das pessoas é maravilhosa. Fonte: UO Notícias- 9 de novembro de 2017

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Abu Dhabi inaugura filial do Museu do Louvre

O museu, construído na Ilha de Saadiyat, abriga 300 obras emprestadas por instituições francesas. A partir de sábado, os visitantes poderão passear pelo complexo inspirado nas medinas árabes. Projetado pelo arquiteto francês Jean Nouvel, o museu é composto por um conjunto de 55 edifícios brancos, com uma cúpula de 180 metros de diâmetro com mais de 7,8 mil estrelas de metal, através das quais passam os raios de sol, que criam um efeito descrito como "chuva de luz". Fonte: Deutsche Welle – 09.11.2017





segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Disputa: Peixe x Pássaro

Num remoto atol nas ilhas Seychelles, um grupo de 50 xaréus gigantes (Caranx ignobilis) tenta capturar filhotes de andorinhas-do-mar. É um jogo em que vence o mais esperto.
Os filhotes de aves tentam se manter fora d'água por maior tempo possível, mas o cérebro do peixe consegue calcular sua altitude, sua velocidade e sua trajetória.
É só questão de tempo até que os xaréus consigam se alimentar.
A cena é mostrada no documentário da BBC Blue Planet 2, que mostra a vida e o comportamento dos animais em mares, oceanos e corais, e vai ao ar no canal BBC One, na Grã-Bretanha.

domingo, 5 de novembro de 2017

Novo analfabetismo: alunos latino-americanos terminam ensino fundamental sem ler ou fazer contas

A conclusão do ensino fundamental é uma etapa essencial da vida estudantil, mas para grande parte dos alunos latinos-americanos ela é concluída sem que sejam aprendidas habilidades mínimas.
Segundo um informe recente do Instituto de Estatísticas da Unesco, braço da ONU para a educação, grande parte dos jovens da América Latina e do Caribe não alcançam os níveis exigidos de proficiência em capacidade leitora ao concluírem o que no Brasil equivale à segunda etapa do ensino fundamental, em geral, aos 14 anos. O estudo diz que, em média, 36% das crianças latino-americanas no ensino fundamental não estão atingindo as habilidades mínimas de leitura. Em matemática, esse índice sobe para 52%.
Em números absolutos, 19 milhões de adolescentes do continente concluem o fundamental "sem conseguir níveis mínimos" de compreensão nessas áreas.

BRASIL
Especificamente no Brasil, dados compilados pela plataforma QEdu com base no Prova Brasil 2015 dão a dimensão do problema nessa etapa do ensino: apenas 30% dos alunos da rede pública saem do 9º ano com aprendizado adequado em leitura e interpretação.
Em matemática, apenas 14% dos alunos do 9º ano aprenderam o adequado em resolução de problemas.

NOVO ANALFABETISMO
Silvia Montoya, diretora do Instituto de Estatísticas da Unesco, considera "dramática" a ausência de compreensão de leitura em tantos estudantes do continente. "O fato de haver crianças sem competências básicas, no que se refere a ler parágrafos simples e extrair informações deles, é o que eu consideraria uma nova definição de analfabetismo".
"No mundo de hoje, ter um nível mínimo de alfabetização já não é (apenas) saber ler o próprio nome e escrever algum fato da vida cotidiana. Carecer de compreensão leitora é uma espécie de incapacidade de se inserir na sociedade, poder votar e entender as propostas dos candidatos, entender seus próprios direitos e deveres como cidadão. Afeta todas as dimensões."

E, prossegue Montoya, a leitura é uma habilidade básica, sobre a qual se constroem as demais capacidades estudantis.
"Sem essa competência, estamos gerando crianças e adolescentes que vão (vivenciar) diretamente muitas frustrações pessoais e de integração social e profissional. Sem entender textos, é muito difícil avançar em qualquer área."
A situação se agrava quando se leva em consideração o grau de exigências do mundo atual, em que a informação disponível é complexa e tem diferentes graus de qualidade e confiabilidade - o que exige leitores com senso crítico e habilidade de interpretação.

UMA ESCOLA QUE NÃO FUNCIONA
E se antes o desafio da América Latina era o da inclusão dos alunos ao sistema de ensino, hoje a questão é mais qualitativa do que quantitativa.
O relatório da Unesco afirma que "o desperdício de potencial humano evidenciado pelos dados confirma que levar as crianças à sala de aula é apenas metade da batalha. Agora, temos de garantir que todas as crianças naquela sala de aula estejam aprendendo as habilidades básicas de que precisam em leitura e matemática, no mínimo".
"Agora, a realidade é que as crianças estão dentro do sistema educativo, mas há uma inabilidade da escola em dotá-los do nível de aprendizado razoável e mínimo para as circunstâncias que demanda o mundo hoje e no futuro", afirma Montoya.

E isso é resultado de uma série de problemas, como formação deficiente que não prepara os docentes para lidar com os desafios de sala de aula, problemas de infraestrutura, numerosas perdas de dias letivos por conta de greves e outras questões - além, também, da própria situação socioeconômica dos estudantes, que "podem vir de lares de baixa renda e contar com menor apoio familiar".
"Há uma combinação de fatores que podem variar em cada lugar, mas evidentemente há uma ausência de políticas específicas para enfrentar o problema", afirma Montoya.
Ela agrega que é preciso analisar os currículos, a formação de docentes - para garantir que sejam capazes de ensinar crianças vindas de contextos sociais difíceis -, contar com um ambiente e uma infraestrutura adequados e ter uma rede de políticas sociais de apoio.

O relatório da Unesco calcula que, no mundo, haja 617 milhões de crianças e adolescentes - o equivalente a três vezes a população total do Brasil - incapazes de entender minimamente um texto ou resolver problemas matemáticos básicos, o que seria esperado em sua idade escolar.
Na África Subsaariana, 88% dos alunos concluem os estudos equivalentes ao fundamental com problemas de compreensão em leitura. Para efeitos comparativos, esse índice cai para 14% na América do Norte e na Europa. Fonte: UOL Educação - 11/10/2017

Ex-líder catalão se entrega à polícia belga

O presidente destituído da Catalunha, Carles Puigdemont, entregou-se neste domingo (05/11) à polícia belga, afirmou o Ministério Público de Bruxelas. Puigdemont estava acompanhado pelo seu advogado e por quatro dos seus ex- secretários do governo da Catalunha: Antoni Comín, Clara Ponsatí, Lluís Puig e Meritxell Serret.
Segundo o porta-voz do Ministério Público de Bruxelas, Guilles de Dejemeppe, a Justiça tem 24 horas para decidir o destino do ex-presidente catalão e de seus secretários, que estão à disposição da Justiça, mas não estão detidos.
O Ministério Público belga tinha ordenado horas antes a detenção do presidente destituído do governo da Catalunha e dos seus ex-secretários regionais, segundo noticiou a agência de notícias Efe. Fonte: Deutsche Welle – 05.11.2017

sábado, 4 de novembro de 2017

Cinco ambiciosos projetos de infraestrutura da China

A antiga Rota da Seda uniu comercial e culturalmente o Oriente ao Ocidente há dois mil anos. A China quer revivê-la com projetos como este do trem de alta velocidade na cidade chinesa de Anshun, na província de Guizhou
A China quer ampliar sua influência mundial através de um colossal e dispendioso plano de infraestrutura.

"Esperamos desencadear novas forças econômicas para o crescimento global, construir novas plataformas para o desenvolvimento mundial e reequilibrar a globalização para que a humanidade chegue mais perto de uma comunidade de destino comum", disse o presidente chinês, Xi Jinping, ao abrir, na semana passada, um fórum internacional sobre o projeto, batizado de Nova Rota da Seda.

O fórum contou com a participação de cerca de 30 líderes mundiais, entre eles os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, da Argentina, Maurício Macri, e do Chile, Michelle Bachelet.
A ideia da Nova Rota da Seda - com nome inspirado na antiga rota comercial que ligou o Oriente e o Ocidente há dois mil anos - é melhorar conexões comerciais entre Ásia e Europa e Ásia e o leste da África, promovendo desenvolvimento, com a construção ou expansão de redes de ferrovia de alta velocidade, gasodutos, oleodutos, portos e centros logísticos.

"É um esforço ambicioso sem precedentes", disse, por sua vez, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, sobre o plano com o qual a China pretende "sacudir" a ordem econômica mundial.

O investimento total chega a US$ 900 bilhões (R$ 2,9 trilhões).

Ainda que, em teoria, o objetivo do projeto é aumentar a integração econômica entre Europa, Ásia e África, críticos em países ocidentais acreditam que o governo chinês busca, na verdade, expandir sua influência para o campo geopolítico.

Segundo a analista para assuntos chineses da BBC Carrie Gracie, tanto os oleodutos e gasodutos que atravessam a Ásia Central, como os portos do Paquistão e Sri Lanka, no Oceano Índico, poderiam servir para fins militares no futuro.

Abaixo, apresentamos cinco grandes obras que fazem parte da Rota da Seda.

1. TRANSPORTE DE MERCADORIAS CHINA-EUROPA
O presidente da China, Xi Jinping, anunciou uma nova injeção de US$70 bilhões para o projeto
Atualmente, a China já opera cerca de 20 linhas de trem de carga que ligam o país a cidades europeias como Londres, Madri, Roterdã ou Varsóvia. A rota China-Madri funciona há mais de um ano e é o mais extenso serviço ferroviário do mundo.

Agora, o objetivo do governo de Xi Jinping é otimizar esta rede e torná-la uma alternativa mais rápida - embora mais dispendiosa - ao tradicional transporte marítimo de produtos chineses.

As obras do novo trem de alta velocidade, que unirá os sete mil quilômetros de Pequim a Moscou, devem terminar em 2025, segundo a companhia estatal russa OAO Russian Railways. Ela reduzirá o tempo de viagem, de cinco dias, para 30 horas.
Por trás desta grande iniciativa, está a intenção da China de se consolidar como uma potência comercial global, comenta Carrie Gracie.
Custo: US$ 242 bilhões

2. REDE DE TRENS NA ÁSIA
Nesta seção, há dois grandes projetos futuros:

2.1-A Rede Pan-asiática
A China planeja conectar a cidade de Kunming, situada no sul do país, com Vientiane, a capital do país vizinho Laos, e com a rede ferroviária de Mianmar.
Assim que esta e outras obras semelhantes previstas em Tailândia, Camboja e Vietnã estiverem concluídas, estará formada uma rede pan-asiática ligando a China ao Sudeste asiático.
Custo: US$ 7 bilhões (apenas o trem de alta velocidade entre Kunming e Vientiane)

2.2- Alta velocidade na Indonésia
A ferrovia Jacarta-Bandung será o primeiro trem de alta velocidade da Indonésia e ajudará a melhorar o transporte público entre a capital do arquipélago e um dos principais centros econômicos de Java.
Embora várias empresas japonesas também aspirassem ganhar o projeto, o governo indonésio acabou preferindo as empresas chinesas.
Custo: US$ 5,9 bilhões

3. CORREDOR CHINA-PAQUISTÃO
Aproveitando que o vizinho Paquistão é um de seus aliados históricos, a China investirá no país e ajudará no desenvolvimento do porto de Gwadar, no Mar Árabe.
A ideia de ambos os países é que se converta na versão paquistanesa do complexo portuário de Shenzhen.
A implementação deste projeto dará à China uma saída para o mar sem necessidade de que seus produtos passem pelo estreito de Malaca, onde operam piratas e o clima é desfavorável.
O projeto contempla a ampliação da rodovia de Kakarorum, umas das mais altas do mundo, que conecta a China ao Paquistão.
Custo total: US$55 bilhões

4. PORTO DE COLOMBO
O governo do Sri Lanka outorgou o projeto do porto Colombo-Sul, previsto em US$ 1,4 bilhão, a uma companhia chinesa
Outro porto-chave nos planos da Nova Rota da Seda é o de Colombo, capital do Sri Lanka.
Embora tenha sido paralisado com a troca de governo no país - mais próximo, politicamente, da Índia -, negociações recentes permitiram a continuidade do projeto; as obras já foram retomadas.
Custo: US$1,4 bilhão

5. PROJETOS NA ÁFRICA
Operada por funcionários chineses, a frota de trem da nova construção da linha que une a capital da Etiópia, Adis Adeba, a Djibuti está ajudando a impulsar a economia de ambos os países
A China já está construindo a ferrovia que unirá as duas principais cidades do Quênia: a capital, Nairóbi, e Mombasa, na costa do país.
Este projeto faz parte da futura rede de transportes da África Oriental, que conectará as cidades do Quênia com as capitais de Uganda (Kampala), Sudão do Sul (Juba), Ruanda (Kigali) e Burundi (Bujumbura).
 A China já inaugurou o trem que une Adis Abeba, capital da Etiópia, com Djibouti, capital do país do mesmo nome na costa do Mar Vermelho, onde companhias chinesas estão construindo um centro logístico marítimo.
"É um desenvolvimento estratégico enorme", disse ao jornal New York Times Peter Dutton, professor de estudos estratégicos da Escola Naval de Guerra de Rhode Island, nos Estados Unidos.
"Trata-se de uma expansão do poder naval para proteger o comércio e os interesses regionais da China no Chifre da África. Isto é o que as potências em expansão costumam fazer. E a China aprendeu as lições do império britânico de 200 anos atrás", concluiu.
Custo total: US$13,8 bilhões
Fonte: BBC Brasil - 22 maio 2017