A crise econômica internacional deixou um triste legado para jovens de todo o planeta: o desemprego entre pessoas de 15 a 24 anos atingiu nível recorde. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 81 milhões de jovens estavam fora do mercado de trabalho em todo o mundo em 2009. O contingente de jovens sem horizontes no mercado de trabalho recebeu o reforço de 7,8 milhões de pessoas desde 2007, início da crise. Somente entre 2008 e 2009, 6,6 milhões se juntaram ao contingente dos sem emprego.
Com isso, o desemprego juvenil cresceu com força durante a crise econômica e passou de 11,9% do total de jovens economicamente ativos, em 2007, para 13%, em 2009. De 2008 para 2009, a alta foi de um ponto percentual, a maior variação anual em mais de 20 anos e uma mudança na tendência de declínio do desemprego nessa faixa etária desde 2002. Ao longo dos últimos dez anos anteriores ao período da crise, o número de desempregados subiu a uma média de 192 mil por ano.
Dificuldades que já eram corriqueiras para essa parcela da população, como a falta de experiência, a falta de recursos financeiros durante a procura por emprego e a menor rede de contatos, se tornaram ainda mais evidentes em tempos de crise, segundo a organização. A OIT alerta para o risco de uma nova "geração perdida".
"Não há dúvida que a geração de jovens homens e mulheres que estão à procura de emprego no mercado de trabalho têm tido tempos mais difíceis para encontrar um trabalho adequado", diz o texto do relatório da organização.
De acordo com a OIT, tanto em países desenvolvidos quanto em emergentes, o impacto da crise é sentido em termos de desemprego e de riscos sociais associados ao desemprego e inatividade prolongada. Diversos estudos mostram que a entrada conturbada no mercado de trabalho durante a recessão pode deixar permanentes cicatrizes na nova geração.
O relatório assinala que nas economias em desenvolvimento, onde 90% dos jovens vivem, eles são mais vulneráveis ao subemprego e à pobreza. Nos países de baixa renda, o impacto da crise é mais sentido nas horas mais curtas de trabalho e na redução de salários para os poucos que mantêm empregos assalariados e no aumento do emprego vulnerável em uma economia com um número cada vez maior de empregos informais.
O relatório estima ainda que 152 milhões de jovens, ou cerca de 28% de todos os trabalhadores jovens do mundo, tinham trabalho mas estavam em situação de miséria, em famílias que sobreviviam com menos de US$ 1,25 por pessoa por dia em 2008.
Estimativas
Apesar das estimativas de crescimento econômico para 2010, o desemprego global deve continuar a crescer neste ano. A expectativa é de um aumento de 2,3 milhões de desempregados sobre 2009. De acordo com a OIT, os jovens terão mais dificuldade que os adultos para sair da crise. A previsão é que o desemprego entre jovens continue a avançar e termine o ano em 13,1%, seguido por um declínio moderado em 2011 (12,7%). Para os adultos, a estimativa é fique em 4,8% neste ano e que caia para 4,7% em 2011. Fonte: Globo Online - 11/08/2010
Comentário: O mercado mundial mudou, estamos na era do conhecimento tecnológico, não há necessidade de ter tantas fábricas e empregos como antigamente. Existe uma reorganização industrial onde o excedente de mão de obra não há como ser aproveitado, acrescido com crescimento demográfico e imigrações. Esse é grande problema da maioria dos países, não há emprego para toda a população. Cada vez mais a indústria utiliza menos mão de obra para fabricar um produto, gerando um excedente de mão de obra cada vez maior. O crescimento do PIB de qualquer país não é suficiente para gerar novos empregos para os trabalhadores que estão entrando no mercado de trabalho e os demais que perderam empregos que estão procurando. E com mais um agravante, novos países que antigamente não fazia parte do comercio mundial, tornaram-se fornecedores desse comércio afetando os demais países tradicionais, substituindo-os na produção de produtos. O que prevalece atualmente é o preço do produto. Os países que tem encargos sociais elevados estão perdendo a competição no mercado mundial para fornecer produtos com bons preços. O que prevalece é a lógica do mercado, produto bom e barato.