A variante P.1 do novo coronavírus, primeiramente identificada em Manaus, já responde por 90% das amostras analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz no estado de São Paulo.
Segundo um estudo divulgado
hoje (28) pela Secretaria estadual da Saúde de São Paulo, dos 1.439
sequenciamentos genéticos realizados, 90% das amostras tinham prevalência da
P.1. Essa é uma variante considerada de atenção em todo o mundo por poder ser
mais transmissível ou provocar um quadro mais grave.
O estudo também demonstrou
que a prevalência dessa variante no estado quadruplicou em apenas três meses.
Em janeiro, ela representava 20% dos sequenciamentos. Em fevereiro, a 40%. E no
mês seguinte, já respondia por 80% das amostras analisadas. Essa variante está presente
em todos os 17 departamentos de saúde do estado e só não é prevalente nas
regiões de São José do Rio Preto e Presidente Prudente, onde a P.2 (que surgiu
no Rio de Janeiro) é mais evidente.
“O aumento dos casos, internações e óbitos que
identificamos especialmente no primeiro trimestre deste ano pode estar
relacionado à maior circulação desta variante de atenção”, disse Regiane de
Paula, coordenadora de Controle de Doenças, por meio de nota.
LINHAGENS: Até outubro do ano
passado, a variante B.1.1.28 predominava em todo o estado e chegou a
ultrapassar 90% do sequenciamento. Havia também, segundo a secretaria da Saúde,
a B.1.1.33, que chegou a alcançar 30% das amostras. Mas elas sofreram mutações
e deram origem a duas novas variantes: a P.2 e a N.9. Em novembro, a variante
inglesa B.1.1.7, que também é uma mutação que requer atenção, começou a
circular no estado. Já a P.1, que derivou da B.1.1.28 e primeiro foi observada
em Manaus, chegou ao estado de São Paulo em dezembro.
Nas amostras analisadas pelo
Adolfo Lutz, 21 linhagens diferentes do novo coronavírus foram encontradas.
Entre elas, três são variantes de atenção: a P.1 (Manaus), a B.1.1.7 (Reino
Unido) e a B.1.351 (África do Sul). O estudo indica que as duas primeiras
circulam mais efetivamente no estado paulista.
A B.1.1.7 está presente em 12
regiões do estado, com maior predominância em Campinas e Taubaté – de 12,33% e
21,05%, respectivamente. Não houve registros nas regiões de São João da Boa
Vista, Bauru, Presidente Prudente, São José do Rio Preto e Marília.
O surgimento de novas
variantes gera preocupação em todo o mundo porque elas podem ser mais
transmissíveis e provocar mais gravidade. As variantes também podem ser mais
resistentes às vacinas. Mutações do novo coronavírus surgem quando a pandemia
está descontrolada. Por isso, é fundamental continuar fazendo o uso de máscara,
higienizando as mãos com água e sabão ou álcool gel e manter o distanciamento
social.
CASOS AUTÓCTONES: Até ontem
(27), 164 casos autóctones dessas três variantes já foram identificadas em São
Paulo, sendo 152 delas com confirmações da P.1. Quanto à B.1.1.7 (Reino Unido),
foram confirmados nove casos, sendo cinco deles na capital e um caso nas
cidades de Peruíbe, Jacareí, Guarulhos e Bauru.
Para a variante sul-africana (B.1.351),
houve três notificações no estado, sendo duas delas em Sorocaba e uma em
Santos. Fonte: Agência Brasil Publicado
em 28/04/2021 - 13:04
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