O alívio trazido pelo início da vacinação contra a covid-19 na Alemanha foi atropelado pelo aumento no número de mortes. "O atual lockdown não é tão eficaz", afirmou Lothar Wieler, o presidente do Instituto Robert Koch (RKI), a agência governamental de controle e prevenção de doenças. Nos domingos de dezembro, segundo ele, havia frequentemente mais pessoas passeando do que na primavera.
Com isso, os número de casos
aumentou no país europeu, que registra quase 2 milhões de infecções desde o
início da pandemia. De acordo com o RKI, os contatos privados são um fator para
o crescimento de contágios.
As mortes em decorrência da
covid-19 ocorrem com um intervalo de tempo. Segundo o RKI, uma paciente grave
com a doença leva, em média, quatro dias para ser internado. Os óbitos nestes
casos ocorrem cerca de doze dias depois.
As mortes causadas por
infecções que ocorreram durante o final de ano irão aparecer nas estatísticas
com um atraso de ao menos 16 dias. Mesmo quando os números diários de casos
caem, pode haver um aumento nos óbitos no mesmo período. Eles só começarão a
cair também com um intervalo de tempo, quando houver uma queda nos novos
contágios.
A taxa de mortalidade entre
os mais velhos é particularmente alta, pois o sistema imunológico deste grupo
costuma ser mais enfraquecido. O risco de morte e de casos graves de covid-19
entre os idosos é desproporcionalmente maior do que entre os jovens. Cerca de
87% dos mortos pela doença na Alemanha tinha mais de 70 anos, a média está em
83 anos.
De acordo com dados de 12 de
janeiro, baseado nos números do RKI, 89% dos óbitos correram em pacientes com
mais de 69 anos. A maior proporção de mortes desde o início da pandemia está na
faixa etária de 80 a 89 anos: 46,8%. Já na faixa etária entre 0 e 49 anos ela
ficou em 0,9%.
AUMENTO EM OUTROS PAÍSES: Um aumento no número de mortes em decorrência da covid-19 também foi registrado em outros países. Um estudo da pesquisadora americana Elizabeth Lee, da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, em Baltimore, investiga os possíveis motivos para esse crescimento. O estudo conclui que grande parte das infecções ocorre em ambientes privados. Nos Estados Unidos, isso representa entre 46 e 66% dos casos.
O México também enfrenta um
aumento de mortes e com uma taxa de letalidade de quase 9%, segundo a
Universidade Johns Hopkins, lidera atualmente esse ranking. Mais para o final
da tabela, estão, lado a lado, Alemanha e Estados Unidos, embora, de acordo com
esses números, o país europeu tenha uma taxa pouco acima da americana, com
2,2%, contra 1,7% dos EUA.
A circulação de novas cepas
do vírus também é motivo de preocupação. Na Alemanha, elas teriam sido trazidas
por viajantes. Os impactos disso não estão claros. "Elas também podem se
estabelecer por aqui e gerar um aumento de casos em pouco tempo", afirma
Wieler. O presidente do RKI criticou também a alta mobilidade no país apesar do
lockdown. Fonte:Deutsche Welle –
15.01.2021
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