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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Crise se agrava e Venezuela tem escassez recorde de alimentos e remédios

Faz três meses que o mercado estatal Bicentenário em Guatire, periferia a leste de Caracas, não é abastecido com frango, item até então poupado da escassez na Venezuela. A dez minutos de carro dali, outro mercado estatal, o PDVAL, ainda recebe frango ocasionalmente. Numa manhã recente, porém, o estoque era insuficiente diante da multidão amontoada no local desde a madrugada.
Funcionários e soldados com fuzis explicavam que só metade das mil pessoas na fila poderiam adquirir a cota individual de dois frangos a preço regulado. Houve gritaria e empurra-empurra. “Nós nos comportamos como mortos de fome”, disse a dona de casa Susana Oshoa, número 379 na fila, conforme rabiscado em seu braço.
O desabastecimento atinge níveis recordes desde novembro, quando o caos que assola o país há anos deu salto repentino devido ao agravamento das crises econômica e política. Proliferam saques e pancadaria no comércio. Incidentes são filmados e propagados na internet.

ESCASSEZ DE REMÉDIOS: Segundo um consultor da indústria farmacêutica que pediu anonimato, entre os 6.000 medicamentos registrados no país, menos de 450 estão disponíveis. O setor alertou informalmente a Organização Mundial da Saúde sobre o risco de uma crise humanitária.
A escassez de remédios aumenta a preocupação com o zika. O governo admite 4.700 casos, mas médicos falam em dezenas de milhares.

RACIONAMENTO DE ÁGUA: A saúde pública também está em alerta devido ao racionamento de água anunciado em janeiro pelo governo, que culpa a seca, mas é acusado de ter sucateado a infraestrutura hídrica.

INFLAÇÃO E CRIMES: A inflação fechou 2015 como a mais alta do mundo (190%) e caminha para quadruplicar neste ano, com previsão de 720%, de acordo com o FMI.
Preços de artigos não tabelados parecem surreais. Um quilo de tomate ou uma lata de atum custam 1.000 bolívares --10% do salário mínimo, de 10 mil bolívares, que equivale a US$ 10 na cotação paralela.

RAÍZES DO CAOS: Num país rentista que tem no petróleo sua virtual única fonte de divisas, a queda do preço do barril desde 2014 acirrou uma recessão consolidada havia tempo devido aos ataques do governo contra o setor produtivo.
Em 17 anos no poder, o chavismo expropriou centenas de empresas (muitas das quais hoje abandonadas), prendeu empresários e impôs controles de câmbio e de preços que minaram produção e investimento.
Sem dinheiro para importar e sem produzir, o governo acelerou a impressão de moeda e contraiu dívidas para tentar manter programas sociais e subsídios que são sua marca registrada.
Mas, segundo economistas, as medidas só pioraram a crise. Dias piores são esperados
Fonte: Gazeta do Povo -04/02/2016 

Comentário: A finalidade do socialismo é distribuir miséria. É a Cuba da América do Sul

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