O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi condenado pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal pelo crime de corrupção ativa por ter comandado do Palácio do Planalto o esquema de compra de apoio político no Congresso Nacional.
Para o tribunal, Dirceu era “o mentor”, “o mandante”, “o principal articulador da engrenagem” do esquema que, de acordo com os ministros, comprometeu a autonomia e liberdade do legislativo. José Genoino e Delúbio Soares, dirigentes do PT à época dos crimes, também foram condenados por oferecer dinheiro a parlamentares em troca de apoio ao governo Lula.
A Corte julgou que Dirceu estava por trás do esquema de captação de recursos do mensalão, negociava acordos políticos e oferecia em troca de apoio ao governo recursos milionários.
Ministros que votaram pela condenação de Dirceu admitiram não haver uma prova documental que o incriminasse. Foi o encadeamento dos fatos, como montado pelo relator do caso, que colocou Dirceu no posto de comando do esquema. A começar pela relação que mantinha com Marcos Valério, operador do mensalão. O empresário intermediava as reuniões de Dirceu com dirigentes do Banco Rural e do BMG. Reuniões que contavam com a participação de Delúbio e Marcos Valério.
Depois dessas reuniões, segundo o relato de Barbosa, os bancos liberavam os empréstimos milionários para as empresas de Marcos Valério – dinheiro que era repassado por ordem de Delúbio Soares às lideranças partidárias e parlamentares.
A maioria dos ministros entendeu que não seria possível que o ex-tesoureiro do PT tivesse operado com autonomia o esquema, como sugeriu a defesa de Dirceu. “O que não é crível é a pretensa e absoluta dissociação do ministro, desde sua posse, de interesses partidários”, afirmou Gilmar Mendes. “O ministro (Dirceu), além de cuidar dos assuntos da pasta, tinha responsabilidade de coordenação política do governo Lula”.
O que declarou Jose Dirceu
Sob o título “Ao povo brasileiro”, o ex-ministro José Dirceu publicou, uma mensagem;
“No dia 12 de outubro de 1968, durante a realização do 30º Congresso da UNE, em Ibiúna, fui preso, juntamente com centenas de estudantes (…) Em 1969 fui banido do País e tive a minha nacionalidade cassada(…)
Após a anistia, lutei, ao lado de tantos, pela conquista da democracia. Dediquei a minha vida ao PT e ao Brasil (…)
Hoje, a Suprema Corte do meu País, sob forte pressão da imprensa, me condena como corruptor, contrário ao que dizem os autos, que clamam por justiça e registram, para sempre, a ausência de provas e a minha inocência (…)
Vou acatar a decisão, mas não me calarei. Continuarei a lutar até provar minha inocência. Não abandonarei a luta. Não me deixarei abater. Minha sede de justiça, que não se confunde com o ódio, a vingança, a covardia moral e a hipocrisia que meus inimigos lançaram contra mim nestes últimos anos, será minha razão de viver.
O que declarou José Genoíno
Genoino também leu a carta a jornalistas que cobriam a reunião. Na carta, ele disse que está indignado porque considera que sua condenação foi “uma injustiça monumental”. Invocando a frase do escritor Mário Quintana: “Eles passarão, eu passarinho”, Genoino leu o texto de uma folha e meia com os olhos marejados, porém manteve um tom altivo, dizendo que, apesar de ser favorável a que as decisões do STF sejam cumpridas, ele se reserva ao direito de discordar e discutir a sentença que lhe foi imposta e que será obrigado a cumprir.
“Como posso esperar um julgamento sereno, num momento em que juízes são pautados por comentaristas políticos”, criticou. E destacou que o julgamento coincidiu “matematicamente” com as eleições municipais. No final do texto, Genoino diz que sua condenação é uma tentativa de condenar também o seu partido, o PT, e que setores contrários à legenda fracassarão.
Fonte: Estadao - 9 de outubro de 2012
Comentário:
Placar:
Jose Dirceu: Corrupção ativa – votos favoráveis – 08 - contra - 02
Jose Genoino: Corrupção ativa – votos favoráveis – 09 – contra – 01
Delúbio Soreas: Corrupção ativa - votos favoráveis – 10 – contra - 0
Como a esquerda utiliza subterfúgios para declarar que eram democratas desde a juventude. O que eles queriam durante a ditadura é a derrubada do capitalismo, com implantação no país de uma democracia popular do tipo cubana, albanesa, etc. É o comunismo com suas nuances. Não tinha nada de democrata. Basta pesquisar nos jornais da época. A revolução viria através da luta armada. Pergunta para a nossa presidente.
O mais interessante de tudo isso, dessa condenação, no passado eles assaltavam bancos por uma causa que eles consideravam nobre, a luta armada, para derrubada do capitalismo. Hoje, eles criaram um poder para assaltar o país, utilizando dinheiro público, para perpetuar no poder.
É a Camarilha do PT cujo sonho era criar um projeto secreto, para eternizar no poder, promovendo através de intriga seus pontos de vista e interesses políticos na sociedade. E o nosso Calamar não sabia de nada ou fazia de conta que não enxergava.