Comentário: O uso abusivo do Photoshop para criar uma imagem da pessoa
que não aparenta na vida real, a imagem estampada em propaganda não tem limite,
ultrapassando a ética, induzindo o consumidor que aquele produto
trará vantagens ou benefícios para seu problema. É uma propaganda enganosa,
ultrapassando o limite do bom senso.
A propaganda atribui a capacidade de estimular os consumidores
para vislumbrar na aquisição de produtos e serviços, além satisfazer suas
necessidades práticas e de utilização, manipula a subjetividade através das
necessidades do lado emocional e social.
A propaganda manipula muito bem essas necessidades do
consumidor para estimular a aquisição de produtos, com artimanhas capazes de
persuadir, induzir e aproveitar suas fraquezas, dificultando a sua capacidade
racional de julgamento. O que vale é a emoção, falsa sensação do
bem estar. O marketing em geral se prevalece da fraqueza, do lado
emocional das pessoas para comercializar a imagem de produtos.
Nem o cirurgião plástico conseguiria fazer esse milagre de
eliminar as rugas, deixar a pele jovial de uma pessoa com quase 60 anos. Em
geral a empresa utiliza a ética de acordo com seu interesse estratégico. Hoje
está na moda no meio empresarial é a Responsabilidade Social Empresarial, cujo
conceito está relacionado com a ética e a transparência na gestão dos negócios
e deve refletir-se nas decisões cotidianas das empresas.
E um dos tópicos desse conceito, proíbe a empresa de uso de
técnicas comerciais antiéticas, como exageros sobre a potencialidade do produto
e seu desempenho e sobre a quantidade necessária do produto para atender à
demanda do cliente.
Outro tópico é evitar a publicidade "tóxica", que
proíba mensagens enganosas, que explorem as emoções ou que transmitam a
eventual manipulação para a compra de seu produto.
A Responsabilidade Social Empresarial é um santinho que todas as
grandes empresas possuem, mas a maioria esquece de praticar o que prega. Por
que isto ocorre?
Artigo
Grã-Bretanha proíbe veiculação de anúncio de creme antirrugas com
a modelo Twiggy retocada com Photoshop
A proibição da veiculação de um anúncio de um creme
antirrugas na Grã-Bretanha promete colocar mais lenha na fogueira na polêmica
das correções digitais nas revistas femininas. A propaganda suspensa trazia uma
foto da modelo Twiggy, de 60 anos, praticamente sem marcas de expressão, sugerindo
que o creme poderia fazer milagres no tratamento das rugas e das olheiras. A
suspensão do anúncio foi determinada pela Advertising Standard Authority, que
recebeu mais de 700 reclamações das consumidoras. Segundo a ASA, o anúncio é
"socialmente irresponsável" porque pode aumentar a percepção negativa
que as mulheres têm do envelhecimento e da própria imagem.
Além disso, a propaganda
é enganosa, já que promete algo que o produto não faz. "Não concordamos
com imagens excessivamente tratadas em programas como o Photoshop".
Em nota, a instituição afirmou: "Consideramos que os
consumidores poderiam ter uma expectativa irreal em relação ao produto com base
nestas imagens. As mulheres sabem que modelos são maquiadas e produzidas antes
das fotos, mas não concordamos com imagens excessivamente tratadas em programas
como o Photoshop." Em resposta a proibição, a Procter&Gamble,
fabricante do creme, disse que não achava que as imagens teriam tanto impacto,
principalmente por se tratar de um produtos para mulheres mais velhas,
geralmente mais bem-resolvidas com sua autoimagem. Além disso, a empresa
lembrou que existe sempre "diferenças entre imagens feitas por paparazzi e
as feitas por profissionais da indústria da beleza". A P&G admitiu que
os olhos de Twiggy foram "levemente" retocados no computador. Outros
anúncios também foram criticados
Em outubro, um anúncio da Ralph Lauren provocou polêmica nos
Estados Unidos ao mostrar uma modelo com a cabeça maior do que seus quadris. A
imagem, junto com a da atriz Jessica Alba, 'emagrecida' no calendário da
Campari e o da Gisele Bunchen para a London Fog, que teve a barriga de cinco
meses de gravidez removida após a edição de imagens, motivou o Parlamento
Britânico a coibir anúncios ou matérias modificadas digitalmente.
Anunciantes e editores afirmam que homens e mulheres não gostam de
ver corpos 'normais', de pessoas com alguns quilinhos a mais, nas páginas das
publicações. Por outro lado, pesquisas feitas nos Estados Unidos apontam que a
magreza excessiva retratada nas revistas e nos anúncios voltados para mulheres
diminui a autoestima do sexo feminino, e aumenta os índices de anorexia,
bulimia e intervenções estéticas desnecessárias entre as leitoras. Fonte: Globo Online - 16/12/2009