sexta-feira, 18 de agosto de 2023
segunda-feira, 14 de agosto de 2023
Há 150 anos nascia Santos Dumont, o "pai da aviação"
Santos Dumont a bordo do 14-Bis, na França |
Há 150 anos, em 20 de julho
de 1873, nascia o inventor brasileiro Alberto Santos Dumont, o "pai da
aviação", cujo legado de invenções fez dele uma das grandes personalidades
brasileiras do século 20.
Santos Dumont criou os
primeiros balões dirigíveis, com os quais realizou as célebres voltas ao redor
da Torre Eiffel. Foi também o primeiro a decolar um protótipo de avião
tripulado, impulsionado por um motor a gasolina, sem ajuda do vento ou de
rampas de lançamento.
Para além das contribuições
aeronáuticas, atribui-se também a Santos Dumont algumas invenções do cotidiano,
como a porta de correr em hangares, a adaptação do relógio de bolso para o
pulso – que virou moda em Paris – e ainda o chuveiro para banhos quentes e
frios, na sua casa em Petrópolis.
CONTROVÉRSIA SOBRE
PIONEIRISMO
Apesar de sua contribuição
para a aviação ser inquestionável, há controvérsias sobre o reconhecimento de
Dumont como o inventor do avião mundo afora. Ao contrário dos brasileiros, para
a Federação Aeronáutica Internacional e a maior parte do mundo, o crédito do
invento é atribuído aos americanos Irmãos Wright.
"Sem dúvida Santos
Dumont é um dos pioneiros da aeronáutica. Mas, para o avião, os Irmãos Wright
são mais importantes", disse o professor Holger Steinle, que antes de se
aposentar em 2013 era administrador da exposição permanente sobre aviação no
Museu Técnico Alemão de Berlim.
Oficialmente, os Wright
fizeram seu primeiro voo público com um avião tripulado em 1908, mas alegaram
que a façanha havia sido feita em dezembro de 1903, nos Estados Unidos,
praticamente três anos antes do 14-Bis.
A polêmica está baseada na
falta de provas testemunhais ou documentos que comprovem a realização desse
voo. Há relatos de cinco testemunhas locais que o teriam presenciado. Mas
nenhuma delas com certificações ou conhecimentos aeronáuticos para confirmá-lo.
Anos depois foi ainda apresentada uma fotografia, supostamente tirada na data
do voo.
Santos Dumont, no entanto,
foi o primeiro a realizar, de forma oficial, um voo perante uma comissão de
especialistas, jornalistas e diversas outras testemunhas.
"[No caso de Dumont]
todos estavam lá registrando com fotos. Havia uma comissão internacional
montada. Existia um regulamento que dizia que só seria avião aquele que
decolasse por meios próprios, enquanto os Irmãos Wright estavam numa praia dos
Estados Unidos, com o vento superforte e utilizavam catapulta. Eles só aparecem
na Europa em 1908, quando outros concorrentes também já estavam com várias
invenções voando bem", disse à Agência Brasil o suboficial da Aeronáutica
Maurício Inácio da Silva, historiador do Museu Aeroespacial (Musal), no Rio de
Janeiro.
No início do século 20, as
revoluções tecnológicas fervilhavam por diversos cantos do mundo, o que
naturalmente torna difícil a atribuição de méritos diante de tantas pesquisas e
protótipos desenvolvidos paralelamente.
O voo do planador motorizado
dos Irmãos Wright, com decolagem realizada de uma colina, não podia ser
considerado voo por meios próprios, como no caso do 14-Bis. Mas, segundo
Steinle, o planador dos Wright se mantinha um bom tempo no ar, era dirigível e
manobrável, podendo retornar ao ponto de decolagem. "Esse é o critério
geralmente reconhecido para se poder falar em voar", disse.
DO BALÃO AO AVIÃO
Nascido na cidade de Palmira,
em Minas Gerais – rebatizada em 1932 em sua homenagem –, Santos Dumont sempre
acreditou que o homem poderia voar. Aos 18 anos foi emancipado e recebeu uma
fortuna familiar para que pudesse prosseguir seus estudos na França.
O brasileiro chegou a Paris
em 1891 e pôde vivenciar de perto as grandes revoluções tecnológicas e
culturais, como o surgimento da lâmpada elétrica, o desenvolvimento da
fotografia, do cinema e, claro, os primeiros carros com motores de combustão.
Foi no balonismo que Dumont
iniciou seus trabalhos de aviação. Após alguns protótipos que deram errado, ele
conseguiu resolver o grande problema da dirigibilidade dos balões. Em 1899, o
dirigível N-3, em formato cilíndrico, que podia ser direcionado através de um
motor adaptado, ergueu voo perante o público francês e contornou a Torre
Eiffel, pousando em seguida em condições controladas.
Essa manobra fez com que
Santos Dumont alcançasse seu prestígio com o público francês e o deixou
confiante para participar do Prêmio Deutsch. Criado por um milionário judeu, o
prêmio prometia uma vultosa quantia em dinheiro para o aviador que criasse um
dirigível eficiente, rápido e que realizasse um percurso determinado perante a
comissão do Aeroclube da França.
Em outubro de 1901 Dumont
executou a prova com o novo dirigível N-6, ganhando o prêmio em dinheiro e
reconhecimento internacional.
Seguiram-se inúmeras
publicações sobre o seu feito e convites de todo o mundo para homenagens
internacionais e a continuidade dos seus projetos. A imagem do brasileiro
voador ficou conhecida em toda Paris.
Era chegada a hora de tentar
algo "mais pesado que o ar". Em 1906, Santos Dumont desenvolveu o
famoso 14-Bis. O modelo tripulado resolvia o grande problema de levantar voo
por meios próprios. A aeronave com um formato excêntrico possuía motor a
gasolina, que conferia velocidade, e um design que aproveitava a aerodinâmica
do ar.
Foi em 23 de outubro de 1906,
cinco anos depois do vôo de dirigível ao redor da Torre Eiffel, que Dumont fez
o 14-Bis voar a três metros de altura ao longo de 60 metros, sem o auxílio de
rampas, catapultas ou do vento, apenas com a propulsão do motor. A façanha
ocorreu perante uma comissão do Aeroclube da França, que concedeu a ele um
prêmio em dinheiro.
MORTE
Em 1931, Santos Dumont voltou
ao Brasil num estado de saúde debilitado e muito depressivo. Ele passou alguns
meses em viagens pelo país até se instalar num hotel em Guarujá, no litoral
Paulista.
O inventor se resguardou de
convívios sociais e já não aceitava homenagens, tendo recusado tomar posse da
cadeira reservada a ele na Academia Brasileira de Letras.
Em julho de 1932, Santos
Dumont pôs fim à própria vida em seu quarto de hotel, aos 59 anos. Por não ter
deixado uma nota de suicídio, especula-se que Dumont teria visto aviões de
combate sobrevoando Guarujá para o ataque ao Campo de Marte, em São Paulo, devido
à Revolução Constitucionalista. Ver seu invento como arma de guerra teria sido
a causa de seu grande desgosto, diz essa tese.
HOMENAGEM NA LUA
Não é exagero dizer que a fama do inventor chegou até à Lua. Em 1973, como homenagem pelo centenário de nascimento do brasileiro, a União Astronômica Internacional batizou de Santos Dumont uma cratera existente no satélite natural da Terra. Com 8,8 quilômetros de diâmetro, a cratera fica a 54 quilômetros do local de pouso da missão Apollo 15, em 1971. Fonte: Deutsche Welle - 20/07/2023 20 de julho de 2023
quarta-feira, 9 de agosto de 2023
quarta-feira, 2 de agosto de 2023
segunda-feira, 31 de julho de 2023
Veja qual é o país mais seguro do mundo para turistas
A Islândia é, pelo 16º ano consecutivo, o país mais seguro do mundo para se visitar ou morar em 2023. A conclusão é do ranking Global Peace Index (GPI) — ou Índice de Paz Global — elaborado anualmente desde 2008 pelo Institute of Economics and Peace (IEP), organização sem fins lucrativos de Sydney, na Austrália, que é parceira da ONU e do Banco Mundial e monitora globalmente os níveis de conflito, criminalidade, insegurança socioeconômica, entre outros.
O país nórdico obteve a menor
nota de zero a cinco pontos, 1,124 — quanto menor, mais seguro o país — graças
a um bom desempenho nas áreas de militarização de seu território (que é
bastante baixa), atuação em confito em andamento e segurança do seu domínio. No
entanto, este foi o primeiro ano em que o IEP detectou atividade terrorista
dentro do país, após a prisão de quatro indivíduos que organizavam um atentado
contra o seu Parlamento.
Os índices de homicídio
também cresceram na Islândia, mas não o suficiente para tirá-la da liderança de
paz global.
No entanto, ela não está
sozinha na deterioração da segurança de seus residentes. Segundo o IEP, o mundo
se tornou menos pacífico em 2023 pela 13ª vez nos últimos 15 anos, com uma perda
de segurança de 0,42%, em média. No total, a tranquilidade melhorou em 84
países e caiu em 79.
O grande perdedor em 2023 é a
Ucrânia, que devido à invasão pela Rússia perdeu 14 posições no ranking e
alcançou a nota 3,043. Mesmo assim, o país em guerra não é o mais inseguro do
mundo: o Afeganistão leva este título pelo oitavo ano consecutivo, com uma nota
3,448.
Mas e o Brasil?
O Brasil está,
definitivamente, entre os locais mais inseguros do mundo. Das 163 nações
estudadas, nosso país aparece estável em 132º lugar com uma nota 2,462. O
território nacional ainda é um dos mais perigosos da América do Sul, atrás
apenas de Venezuela e Colômbia. Já o mais seguro do continente é o Uruguai, que
com a nota 1,798, conquistou o 50º lugar global.
Um dos maiores problemas do
Brasil, segundo o IEP, é a segurança da sociedade e do território, que o tornam
o 13º pior país do mundo neste quesito. Em guerra, a Ucrânia conseguiu uma
pontuação melhor do que a do Brasil na categoria e é atualmente a 19ª nação
mais insegura. Por aqui, há também o 29º maior custo econômico proporcional (ao
PIB) da violência em todo o mundo.
Critérios de avaliação
Para avaliar a paz em um
país, o IEP analisa três grandes grupos — nível de militarização, extensão de
conflito internacional e doméstica, segurança social e do domínio — em que
estão inclusos 23 indicadores qualitativos e quantitativos, como níveis de encarceramento
da população, taxas de homicídios, número de mortes por conflitos internos,
percepções de criminalidade e etc.
Os 10 destinos mais seguros
do mundo para visitar
1º: Islândia
Este é o 16º ano consecutivo
que a Islândia é considerada a nação mais segura do mundo, desde o surgimento
do ranking em 2008. Apesar de ter o menor gasto militar e mais baixa taxa de
conflitos internacionais em todo o planeta -- não dividir fronteiras com outros
países ajuda -- sua nota piorou em cerca de 4% no período graças a um aumento
nos índices de homicídios e nos riscos de terrorismo.
2º: Dinamarca
A Dinamarca subiu uma posição
desde 2022, quando ficou em terceiro, e se destacou pela eficácia de suas
instituições governamentais, baixos níveis de corrupação e distribuição igualitária
de recursos. O país ainda é famoso por ser "o mais feliz do mundo",
segundo seus próprios cidadãos.
3º: Irlanda
A Irlanda saltou cinco
posições desde 2022, do oitavo lugar para o terceiro. No ano passado, foi a
primeira vez que ela apareceu no top 10, o que indica uma tendência de
crescimento na tranquilidade dentro da nação. Os três países mais seguros do
mundo hoje estão na Europa.
4º: Nova Zelândia
Mesmo após cair duas posições
em relação ao ranking do ano passado, a Nova Zelândia segue como o país mais
seguro da região da Ásia e do Pacífico. O número de protestos violentos, taxa
de prisões e impactos do terrorismo caiu nos últimos doze meses, mas houve
piora na militarização do país -- especialmente na questão de importação e
exportação de armas.
5º: Áustria
Forte representante na lista,
a Áustria perdeu apenas uma posição em relação a 2022. Sua capital, Viena,
ainda foi considerada a melhor cidade do mundo para se viver em 2023, na
avaliação do núcleo de inteligência da revista The Economist.
6º: Singapura
Estreante na lista, Singapura
ficou no top 5 nas categorias segurança (4º), conflito em andamento (3º). É o
segundo país mais seguro da região da Ásia e do Pacífico.
7º: Portugal
Portugal fez progressos
significativos em termos de paz nos últimos anos. Em 2014, o país saía de uma
crise econômica e aparecia em 18º no ranking. Apesar de ter caído três posições
em relação a 2022, hoje possui baixos índices de criminalidades, saúde
acessível, economia estável e clima ensolarado do Mediterrâneo atraindo
turistas e imigrantes -- especialmente brasileiros.
8º: Eslovênia
A Eslovênia estreou no top 10
em 2020, mas não deixou a lista desde então. Mesmo tendo caído do quinto lugar
para o oitavo no último ano, oferece baixos índices de criminalidade e
terrorismo, além de belas paisagens com castelos e lagos, que encantam turistas
e moradores.
9º: Japão
Em segundo lugar, apenas
atrás da Finlândia, em termos de segurança, o Japão se consolida como um país
seguro, com baixos índices de incidentes com armas de fogo. O país reabriu suas
fronteiras para turistas apenas este ano, então segue em recuperação econômica
pós-pandemia.
10º: Suíça
Apesar de altos índices de
exportações de armas per capita, a Suíça compensa com altos indicadores de
segurança e paz em outros aspectos. Fonte:
De Nossa UOL - 06/07/2023