sábado, 9 de novembro de 2019

O dia em que o Muro de Berlim caiu

Em 9 de novembro de 1989, Günter Schabowski, porta-voz do governo da então Alemanha Oriental, anunciou a nova legislação sobre viagens do país numa entrevista coletiva que entrou para a história. Após um mal-entendido, o político respondeu à pergunta de um jornalista sobre quando a lei entraria em vigor com uma frase que se tornaria famosa: "Pelo que sei, ela entra... já, imediatamente".

A entrevista foi transmitida ao vivo e acompanhada tanto na Alemanha Ocidental como na Oriental. Portanto, logo em seguida, os cidadãos da República Democrática Alemã (RDA), de regime comunista, peregrinaram até a fronteira interna em Berlim. Durante três horas, os guardas de fronteira – que não haviam sido informados do novo regulamento – contiveram o afluxo humano.

Quando a "TV do Oeste" montou suas câmeras e confirmou a sensacional notícia, ficou claro que chegava ao fim a divisão da Alemanha – marcada pela construção do Muro de Berlim, em 21 de agosto de 1961.
Tarde da noite, os agentes de segurança deixaram de fazer resistência, abriram as passagens de fronteira berlinenses e deixaram as pessoas passarem do Leste para o Oeste e vice-versa, sem que fossem controlados.

INSPIRAÇÃO DE GORBACHEV
Durante meses, milhares de cidadãos da Alemanha Oriental vinham realizando passeatas e exigindo com veemência reformas políticas. As "manifestações de segunda-feira" pelas ruas de Leipzig já tinham se tornado famosas.
Os manifestantes gritavam: "Nós somos o povo!" e "Gorbil! Gorbil!", referindo-se ao secretário-geral do partido comunista russo, Mikhail Gorbatchev (1931). Desde 1985, ele vinha realizando reformas na União Soviética, numa nova política que os habitantes da RDA também desejavam para si.

Porém, por total falta de espírito reformista, o governo de Erich Honecker (1912-1994) bloqueara as mudanças, precipitando, assim, seu próprio fim.
Em 18 de outubro de 1989, Honecker fora substituído por Egon Kreuz no cargo de secretário-geral do partido e presidente do Conselho de Estado. Porém, nem isso foi capaz de conter a derrocada do governo comunista da RDA.
Em 4 de novembro, cerca de meio milhão de pessoas reuniram-se na praça Alexanderplatz, em Berlim Oriental, para protestar em prol de uma reforma do Estado.
A partir dessa poderosa manifestação, ficou claro que o novo governo não contava mais com a confiança popular. Ao mesmo tempo, tornavam-se cada vez mais fortes as exigências de que se fundissem os dois Estados da Alemanha. Cinco dias mais tarde, o Muro caiu.

ENTRE O POVO E AS POTÊNCIAS EUROPEIAS
Algumas semanas após a queda do Muro de Berlim e em meio ao clamor crescente pela reunificação, iniciou-se, às vésperas do Natal de 1989, um intenso tráfego diplomático na RDA.
A França e a Inglaterra, em especial, mostravam receio diante da perspectiva de uma Alemanha grande e economicamente forte, no centro do continente. Elas tentaram, se não impedir, pelo menos subordinar a certas condições políticas a união da República Federal da Alemanha (RFA) e da RDA.
O chanceler federal da RFA, Helmut Kohl, registrou publicamente tais temores num discurso acompanhado pelo mundo inteiro, diante das ruínas da Igreja Frauenkirche, de Dresden, em 19 de dezembro.

Naquela noite, Kohl confirmou, por um lado, a intenção de respeitar a vontade da população da RDA, qualquer que ela fosse. Por outro lado, reconheceu que uma unidade alemã só seria possível "numa casa europeia". A unidade alemã e do continente eram, portanto, dois lados de uma mesma moeda.
Dessa forma, o chefe de governo rechaçava categoricamente uma Alemanha reunificada neutra, num posicionamento que lhe valeu o aplauso frenético dos cidadãos da RDA presentes.
Ainda assim, dois dias mais tarde, o então presidente francês, François Mitterand, voou para a RDA a fim de evitar uma "anexação" desta à RFA. No início de 1990, o processo de unificação de ambos os Estados alemães foi integrado num processo internacional, o qual considerava tanto os interesses dos alemães quanto os das potências aliadas vencedoras da Segunda Guerra Mundial. Fonte: Deutsche Welle-09.11.2019

 Berlim em julho 1945

 Berlim em Janeiro 2017

domingo, 3 de novembro de 2019

Fiat Chrysler e Peugeot Citroën anunciam fusão

O grupo francês PSA, proprietário das marcas Peugeot, Citroën e Opel, e a montadora ítalo-americana Fiat Chrysler Automobiles (FCA) anunciaram nesta quinta-feira (31/10) ter acordado "por unanimidade" uma "fusão das atividades dos dois grupos" para criar uma nova entidade com sede na Holanda.
"Os acionistas dos dois grupos passariam a deter, respectivamente, 50% do capital da nova entidade e, portanto, iriam dividir igualmente os lucros dessa fusão", informaram as montadoras em comunicado conjunto.

QUARTA MAIOR MONTADORA DO MUNDO
O acordo definitivo poderá ser fechado "nas próximas semanas", especificaram as empresas em comunicado. Com 8,7 milhões de veículos vendidos por ano, a nova entidade se tornaria a quarta maior montadora do mundo, depois de Volkswagen, Renault-Nissan-Mitsubishi e Toyota.

O conselho de administração será composto por 11 membros, nomeados pela Fiat-Chrysler e pelo PSA, também conhecido como PSA Peugeot Citroën. A fusão entre os dois grupos de montadoras será feita sem o fechamento de fábricas, garantiram as duas sociedades em sua nota conjunta.
O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, saudou o início das negociações entre os dois grupos, mas prometeu que o Estado, acionista em 12% do PSA, vai continuar "particularmente vigilante" sobre o impacto na indústria francesa.

O CEO da FCA, John Elkann, e o diretor-executivo do PSA, Carlos Tavares, vão manter suas respectivas posições na nova entidade incorporada, que deverá alcançar sinergias anuais no valor de 3,7 bilhões de euros (16,5 bilhões de reais), informaram as empresas.
Os principais acionistas da PSA são o Dongfeng Motor Group, da China, a família Peugeot e o banco de investimentos Bpifrance. A FCA, com as marcas Jeep, Ram, Dodge, Alfa Romeo e Maserati, é controlada pela família Agnelli, fundadora da Fiat  e que concluiu sua fusão com a Chrysler em 2014.

Há muito que a FCA procura mais parceiros para dividir investimentos dispendiosos em novas tecnologias, algo absolutamente necessário numa indústria que rapidamente evolui em direção a veículos híbridos e elétricos.
Sob o comando de Sergio Marchionne, falecido em 2018, a FCA conteve esses investimentos, e a empresa agora oferece produtos antiquados como SUVs a gasolina e caminhões RAM.

VEÍCULOS ELÉTRICOS-TECNOLOGIA
Segundo o professor Ferdinand Dudenhoeffer, do Centro de Pesquisa automotiva da Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha, a FCA precisava rapidamente de um acordo.
"A FCA não tem tempo, está numa situação muito difícil, porque eles não têm veículos elétricos e apenas tecnologia antiga. Eles precisam urgentemente de um parceiro", disse o especialista.

Para a PSA, a fusão poderá permitir que retorne ao mercado americano graças ao Dodge e Jeep de seu parceiro, enquanto a FCA consolida suas posições na Europa, onde está perdendo força.
Dudenhoeffer apontou que Tavares seria um "dirigente forte", capaz de resolver os problemas da Fiat na Europa, ainda que à custa de "duros cortes de postos de trabalho", como no caso da Opel. Fonte: Deutsche Welle-31.10.2019

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Dia Mundial do Pão: Conheça um pouco da história do pão no Brasil

INVENÇÃO DO PÃO
Pão francês, bengala, pão caseiro, pão de cereais, bisnaguinha, pão sírio, pão doce, pão australiano, pão de forma, pão italiano, pão integral... O pão é um dos alimentos mais tradicionais em todo o mundo. Para homenagear essa iguaria tão variada, tão popular e tão consumida, foi criado o Dia Mundial do Pão, celebrado no dia 16 de Outubro.

A história do pão é antiga. Ele teria surgido há mais de 6 mil anos, quando os egípcios descobriram a fermentação do trigo. Ele era considerado um alimento básico e era um símbolo de poder. Os pães preparados com trigo de qualidade superior eram destinados apenas aos ricos. Os egípcios se dedicavam tanto ao pão que se tornaram conhecidos como "comedores de pão".

"É importante lembrar da importância que o pão tem para a humanidade. Desde os primórdios, os grãos eram consumidos de forma bruta, comidos crus. Posteriormente, alguns historiadores falam que, por acidente, os pães - que eram formados numa pasta mascada na boca, pasta essa feita de mingau - caíram em cima de uma pedra quente, em uma fogueira e, a partir dali, se gerou uma massa assada," conta o especialista e historiador sobre pão, Augusto Cézar de Almeida, que é autor de diversos livros sobre o assunto.

Quando o homem começou a controlar o processo de fermentação, a técnica de fazer pão se aprimorou e se espalhou pelo mundo. "No começo da história, tinha muita rejeição àquilo que fermentava porque dava ideia que estava estragando. Quando se teve controle, com Pasteur [Louis Pasteur, cientista francês, 1822-1895], que foi um estudioso que conseguiu controlar e entender o processo fermentativo, essa ação da fermentação passou a se propagar de forma mais controlada, mais industrial," disse Augusto.

O PÃO NO BRASIL
Augusto conta que o produto chegou ao Brasil por meio dos portugueses: "Para se ter ideia, o primeiro documento que narra um brasileiro consumindo pão foi a carta de Pero Vaz de Caminha. Quando as naus [portuguesas] chegaram em território brasileiro, elas traziam pães. Os índios então provaram, pela primeira vez, aquilo que era totalmente estranho, que era o pão. E a reação dos índios não foi lá muito favorável porque eles não estavam habituados a consumir aquele tipo de produto. Os produtos que se consumiam aqui eram derivados da mandioca e típicos da região".
Os pães que foram provados pelos índios eram muito rústicos e, pela longa viagem, provavelmente eram duros também. "Por isso não deve ter sido muito fácil aceitar", diz Augusto.

Mas com o plantio do trigo, que teria sido iniciado pelas sementes trazidas por Martim Afonso de Souza [1490-1570], é que o hábito de comer pão começa a crescer no país. "Ele também era governador da Índia, muito próxima das regiões árabes, e ele trouxe sementes de trigo para o Brasil. São duas narrativas que pouco se fala aqui: primeiro, que o pão foi provado pelos índios nas naus portuguesas. E, segundo, que o trigo foi trazido pelo Martim Afonso de Souza," conta o historiador.

PADARIAS
No ano passado, havia em todo o país 70.523 padarias, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip). A maior parte dessas padarias, cerca de 95% do total, são micro e pequenas empresas familiares.

PÃO FRANCÊS BRASILEIRO
"Debret [1768-1848], um pintor e desenhista francês que veio junto com a Família Real, fez uma série de ilustrações que falaram sobre algumas características da época. E uma das gravuras que ele faz é de uma padaria onde a moagem do trigo era feita dentro dela. Ali se moía e se fazia a farinha. A narrativa do Debret fala ainda que os pães feitos pelos franceses no Rio de Janeiro não eram iguais aos da França," contou o historiador. "A França historicamente tem pães de uma casca mais grossa, feito com fermentação mais longa. São pães mais compactos. No Brasil, já tivemos o período dos filões, com densidade maior, mais pesados; e das baguetes, que eram pães mais parecidos com os da França. Porém não tinham os mesmos componentes e nem o tipo de fermentação que era feito lá na França".

O pão branco, com um miolo úmido, revestido por uma casca fina, dourada e levemente crocante, composto por água, farinha de trigo, sal e fermento, e mais conhecido como pão francês - o nome varia conforme a região do país -, é o mais consumido pelos brasileiros. Entre os produtos de panificação, a venda de pão francês corresponde atualmente, segundo a Abip, a 45% do total comercializado nas padarias.

No entanto, ele vem perdendo espaço para a imensa variedade de pães que existem hoje: "O pão francês percentualmente está perdendo a sua importância - não porque está deixando de ser consumido, mas porque outros tipos de pães estão crescendo no consumo como os integrais ou com cereais".

"Os primeiros registros com o nome de pão francês são da época de Debret, na época da Família Real presente no Brasil. Mas entendo mais isso como o pão francês feito pelos franceses, já que as características não eram tão iguais assim. Se procurar o pão francês como temos no Brasil, na França, não vamos encontrar", diz o especialista. Fonte: Diário da Saúde - 16/10/2019

domingo, 27 de outubro de 2019

Elecciones Argentina


Entenda a onda de protestos no Chile

Quase 10 mil integrantes das Forças Armadas foram mobilizados para atuar contra os protestos.
O presidente do Chile, Sebastian Piñera, solicitou neste sábado (26) que ministros coloquem cargos à disposição. O anúncio foi feito após uma semana de protestos. Na sexta-feira (25), cerca de 1 milhão foram às ruas, no maior ato desde a ditadura.
A capital chilena viveu o terceiro dia de distúrbios no domingo (20) com confrontos violentos entre manifestantes e policiais. Os protestos pela suspensão do aumento nas passagens de metrô seguiram após o presidente anunciar no sábado (19) sua revogação.
Na noite de sábado (19), manifestantes atacaram vidraças de prédios, destruíram semáforos, queimaram ônibus e invadiram e incendiaram um supermercado. Ao menos 19 pessoas morreram desde semana passada devido a incêndios em estabelecimentos, atropelamentos e confrontos com forças de segurança.

ENTENDA OS DISTÚRBIOS NO CHILE EM SEIS PONTOS:
·    Governo anunciou um aumento de 30 pesos na tarifa do metrô, equivalente a 20 centavos de real
·    Violência aumentou nos protestos a partir de sexta (18);
·    Chile decreta no sábado "Estado de Emergência" e Exército vai às ruas pela 1ª vez desde a ditadura;
·    Presidente chileno suspendeu o aumento na tarifa do metrô, mas os protestos prosseguiram;
·    Metrô de Santiago foi fechado e o aeroporto da capital chilena teve voos suspensos;
·    Na sexta-feira (25), cerca de 1 milhão foram às ruas. O presidente solicitou que ministros coloquem cargos à disposição.

1. AUMENTO DA TARIFA DO METRÔ
O preço da passagem do metrô de Santiago nos horários de pico subiu para 830 pesos – equivalente a R$ 4,80 –, aumento de 3,75%. Não havia aumento nessa proporção desde 2010. O reajuste não afetou o valor das passagens para estudantes e idosos, mas se soma ao aumento geral de 20 pesos nas tarifas decretadas em janeiro passado.

2. ESCALADA DA VIOLÊNCIA
Os protestos, que começaram há cerca de 15 dias, tornaram-se violentos a partir de sexta. Houve confrontos entre manifestantes e policiais. Houve registro de incêndios que deixaram mortos em um supermercado e uma fábrica. O balanço oficial indica que 11 pessoas morreram e 1.462 foram detidas no país.
Manifestantes provocaram danos em 78 estações e trens. A empresa estatal que administra o serviço do metrô avalia que o prejuízo deve chegar a mais de US$ 300 milhões.

3. ESTADO DE EMERGÊNCIA E TOQUE DE RECOLHER
O aumento da violência nos protestos fez o governo enviar tropas do Exército às ruas de partes de Santiago. Foi a primeira vez que isso ocorreu desde 1990, quando o Chile voltou à democracia após a ditadura de Augusto Pinochet.
Mais 9.500 integrantes das Forças Armadas foram mobilizados para atuar contra os protestos para controlar pontos estratégicos como centrais de abastecimento e estações de metrô, que são alguns dos alvos mais visados pelos manifestantes.
O governo do país andino decretou estado de emergência por 15 dias na capital e na região metropolitana.
O general Javier Iturriaga decretou toque de recolher duas noites consecutivas, no sábado e no domingo. A medida atingiu a região metropolitana de Santiago, Valparaíso (centro), Coquimbo, Biobío e Antofagasta, entre outras regiões.

4. SUSPENSÃO NA ALTA DA TARIFA
Os protestos contra o aumento nas passagens de metrô seguiram mesmo após o presidente Sebastián Piñera anunciar no sábado (19) a suspensão do aumento de 30 pesos (R$ 0,17), que foi o estopim dos protestos.
"Escutei com humildade a voz de meus compatriotas e não terei medo de seguir escutando esta voz. Vamos suspender o aumento nas passagens do metrô", disse o presidente em uma transmissão.
No entanto, a medida não acalmou os manifestantes, que continuaram nas ruas com gritos de "basta de abusos" e com o lema "Chile acordou".
As manifestações não têm um líder definido nem uma lista precisa de demandas. Até o momento aparece como uma crítica generalizada a um sistema econômico neoliberal que, por trás do êxito aparente dos índices macroeconômicos, esconde um profundo descontentamento social.
No Chile, o acesso à saúde e à educação é praticamente privado, a desigualdade social é elevada, os valores das pensões estão reduzidos e os preços dos serviços básicos estão em alta, de acordo com a France Presse.

5. VOOS SUSPENSOS
No aeroporto da capital chilena, centenas de pessoas ficaram retidas - muitas dormiram no chão - com o cancelamento ou adiamento de voos.
Os voos operados pelas maiores companhias aéreas do Chile, a Latam e a Sky Airline, foram suspensos por causa do toque de recolher.
A Latam Chile disse em uma rede social que, devido à situação da ordem pública, seus voos para dentro e fora de Santiago estavam sendo afetados.

6. UM MILHÃO NAS RUAS
O presidente do Chile, Sebastian Piñera, solicitou neste sábado (26) que ministros coloquem cargos à disposição. "Pedi a todos os ministros para colocar seus cargos à disposição para poder estruturar um novo gabinete para poder enfrentar essas novas demandas", afirmou no final da manhã em pronunciamento no Palácio da Moeda, sede do Executivo do país.
O anúncio foi feito um dia depois de cerca de 1 milhão irem às ruas na que é considerada pela imprensa local como maior manifestação desde o período da ditadura de Augusto Pinochet, que terminou em 1990. Fonte: Por G1-20/10/2019

Comentário: É a Primavera Chilena
Consequências: Lado obscuro do protesto: Saques, vandalismos, etc
■Comércio chileno calcula perdas de mais de US$ 1,4 bilhão
A CCS, que representa as principais empresas do país, estima os prejuízos em prejuízos de US$ 900 milhões e a falta de vendas em outros US$ 500 milhões.
Dos prejuízos estimados, US$ 900 milhões seriam apenas em danos causados por saques e destruição de lojas, mais US$ 500 milhões mais pela falta de vendas por roubo de espécies e pelos dias em que as lojas estavam fechadas.
■O setor estima que as instalações afetadas por incêndios, pilhagem ou destruição excedam 25.000. Estimativas do CCS, que representa as principais empresas do país, estimam que o número de instalações afetadas nacionalmente por incêndios, saques ou destruição ultrapassa 25.000, das quais 10.000 pertencem a pequenas e médias empresas.
■Prejuízo milionário para Metrô de Santiago - A empresa Metro confirmou  que terá de enfrentar com o seu património os danos milionários deixados nelas pelo vandalismo que ocorreu no início da explosão social que abalou o país desde sexta-feira, 18 de Outubro. Dessa forma, a maior parte dos US$300 milhões em que as perdas causadas pelos abusos e significarão uma dura diminuição para a empresa.
Das 136 estações da rede do Metrô, 79 estão danificadas. Destes, dez foram completamente destruídos por incêndios e outros atos de vandalismo. A estes se somam 11 parcialmente danificados, 41 com danos múltiplos e 17 que requerem pequenos reparos. Quanto aos trens, há seis que têm algum tipo de dano causado pela violência dos protestos. Fontes: Cooperativa - 26 de Outubro de 2019 , CIPER - 24.10.2019

  







sábado, 26 de outubro de 2019

Mancha de petróleo no litoral do nordeste

Resumo
·    No dia 30 de agosto foram registradas as primeiras manchas de óleo nas praias de Conde e Pitimbu, na Paraíba.
·    Até o momento, 1.027 toneladas de resíduos foram coletadas, em uma faixa de 2,5 mil quilômetros da costa brasileira.
·    Os resíduos já foram encontrados no Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
·    Autoridades e especialistas em saúde alertam para a necessidade de evitar o contato direto com o material. Isso porque o óleo pode causar irritações e alergias na pele. Todos os voluntários devem fazer o uso de materiais de proteção (botas, luvas, máscaras e óculos) no momento de recolher os resíduos.
·    Órgãos envolvidos nas ações; Marinha, Ibama, Petrobras, FAB, Exército Brasileiro, Defesa Civil, ICMBio, Polícia Federal, Ministério do Meio Ambiente, instituições e agências federais, estaduais e municipais, além de empresas e universidades.
·    O que é esse óleo: Análise feita pela Marinha e pela Petrobras aponta que a substância encontrada nos litorais do Nordeste é petróleo cru. Ou seja, não se origina de nenhum derivado de óleo. Trata-se de hidrocarboneto, mais conhecido como piche. Em águas profundas, essas “placas” densas de óleo ficam submersas. Em locais mais rasos, elas aparecem na superfície e se partem em pedaços menores com a rebentação das ondas.
·    Áreas atingidas; Monitoramento do Ibama revela que as manchas de óleo já foram encontradas em 2,5 mil quilômetros da costa brasileira. Mais de 120 praias já foram atingidas, em uma faixa que envolve todo o litoral nordestino.
·    Possíveis causas; A origem desse acidente ambiental ainda é desconhecida. Investigações sigilosas sobre as possíveis causas estão sendo conduzidas pela Marinha, enquanto a investigação criminal é objeto da Polícia Federal. Análises preliminares da Petrobras indicam que foram encontradas amostras com a mesma “assinatura” do óleo da Venezuela. Quanto ao local onde surgiu o derramamento, é provável que seja em uma área entre 600 km e 700 km da costa brasileira.
Em 25 de outubro a Petrobras confirma que petróleo que chegou ao Nordeste foi produzido na Venezuela. A conclusão veio depois da análise de 30 amostras recolhidas nas praias do Nordeste. Na entrevista coletiva, a Petrobras afirmou que o petróleo vem de três campos de exploração venezuelanos, mas disse que isso não significa que a Venezuela seja responsável pelo derramamento. Segundo a Marinha, a hipótese mais provável é a de um acidente com um navio-tanque fantasma, que navegava sem registro oficial e com o equipamento de localização em tempo real desligado. Fonte: Ibama
Comentário: Parece que é o navio fantasma Holandês Voador?

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Farinelli Il Castrato

Farinelli é um filme de drama biográfico ítalo-franco-belga de 1994 dirigido por Gérard Corbiau. Foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro na edição de 1995, representando a Bélgica.
No filme, o ator Stefano Dionisi, que interpreta o protagonista, é dublado nas partes cantadas. Para reproduzir a particularíssima voz de um castrato, foram gravadas em separado e depois mixadas eletronicamente, as vozes da soprana  polonesa Ewa Małas-Godlewska e do contratenor americano Derek Lee Ragin. Apenas em Lascia ch'io pianga, de George Frideric Handel, a voz é de Małas-Godlewska, apenas, sem mixagem.

Carlo Maria Michelangelo Nicola Broschi, conhecido pelo pseudônimo de Farinelli (Andria, 24 de janeiro de 1705 — Bolonha, 15 de julho de 1782), foi um lendário castrato do século XVIII, o mais popular e bem pago cantor de ópera da Europa em sua época.

Castrato (termo extraído do idioma italiano, cuja tradução lusófona trata-se literalmente de "castrado") é o nome pelo qual eram conhecidos os cantores masculinos que, a fim de terem preservada, ainda na fase adulta, a tessitura vocal da infância (cuja extensão vocal é quase idêntica àquela própria das tessituras vocais femininas, sejam de soprano, de mezzo-soprano ou de contralto), eram submetidos a uma operação cirúrgica de corte dos canais provenientes dos testículos, a partir da qual a chamada "mudança de voz" não ocorria.

A prática de castração de jovens cantores teve início no século XVI (tendo surgido a partir da necessidade de vozes agudas nos grupos corais das igrejas da Europa Ocidental, já que a Igreja Católica Apostólica Romana não aceitava mulheres no coro de suas igrejas)[carece de fontes], atingindo seu auge nos séculos XVII e XVIII (de tal sorte que, nas óperas do compositor barroco alemão Georg Friedrich Händel, por exemplo, o papel do herói era frequentemente escrito para castrato).

Muitos dos rapazes que eram submetidos à castração tratava-se de crianças órfãs ou abandonadas. Algumas famílias pobres, incapazes de criar a sua prole numerosa, entregavam um filho para ser castrado. Em Nápoles, recebiam a sua instrução em conservatórios pertencentes à Igreja, onde lecionavam músicos de renome. Algumas fontes referem que muitas barbearias napolitanas tinham, à entrada, um dístico com a indicação "Qui si castrano ragazzi" ("Aqui castram-se rapazes").

Na segunda metade do século XVIII, com a chegada do verismo na ópera, a popularidade dos castrati entrou em declínio. Durante alguns anos, é verdade, ainda houve desses cantores na Itália, mas, com o decorrer do tempo, esses papéis foram transferidos aos contratenores e, por vezes, às sopranos.

Foi só em 1870, não obstante, que o castratismo destinado a este fim foi terminantemente proibido na Itália (o último país onde ainda era efetuado). E, em 1902, o papa Leão XIII proibiu definitivamente a utilização de castrati nos coros das igrejas.

O último castrato a abandonar o coro da Capela Sistina foi Alessandro Moreschi (1858-1922), no ano de 1913. Há alguns registros fonográficos da voz deste castrato, que, entre 1902 e 1904, gravou exatos dez discos. Fonte: Wikipedia