Os generais de Bolsonaro: quem são os militares de mais alta
patente no círculo do presidente
•Antônio Hamilton Martins Mourão (Vice-presidente)
•Augusto Heleno Ribeiro Pereira (Gabinete de Segurança
Institucional)
•Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo)
•Fernando Azevedo e Silva (Defesa)
•Maynard Marques de Santa Rosa (Secretaria de Assuntos
Estratégicos)
•Floriano Peixoto Vieira Neto (secretário-executivo
Secretaria-Geral da Presidência)
•Guilherme Theophilo (Secretaria Nacional de Segurança
Pública)
•Almirante Bento Costa Lima Leite (Minas e Energia)
OS GENERAIS DE BOLSONARO
•ANTÔNIO HAMILTON MARTINS MOURÃO
O vice-presidente, de 65 anos, é considerado de perfil linha
dura e se destaca por falar o que pensa, envolvendo-se seguidamente em
polêmicas. Entrou no Exército em 1972, foi instrutor da academia de formação de
oficiais, no Rio de Janeiro, atuou como militar na missão de paz da ONU em
Angola (1995-1997) e também foi adido na Venezuela. Já nos postos finais da
carreira, liderou um batalhão de infantaria de selva na Amazônia e todas as
tropas da região Sul do país.
Em 2015, após criticar a presidente Dilma Rousseff em uma
palestra,defendendo o "despertar para luta patriótica" em meio à
crise política que assolava o país, foi transferido para a secretaria de
Finanças do Exército, em Brasília, seu último cargo na ativa, onde permaneceu
até 2018.
•AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA
Aos 71 anos, chefiará o Gabinete de Segurança Institucional
(GSI), onde está a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Conselheiro de
Bolsonaro, foi comandante militar da Amazônia e o primeiro brasileiro a chefiar
a missão de paz da ONU no Haiti, em 2004. Bolsonaro, que ficou no Exército até
o posto de capitão, serviu como cadete (aluno militar) de Heleno na escola
preparatória, em Campinas (SP).
Na reserva desde 2011, assumiu o Departamento de Comunicação
e Educação Corporativa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), no Rio de Janeiro,
deixando o cargo em 2017 para se dedicar a atividades políticas e à campanha de
Bolsonaro.
•CARLOS ALBERTO DOS SANTOS CRUZ
Gaúcho de 66 anos, será responsável pela interlocução com o
Congresso, partidos, municípios e estados na Secretaria de Governo. É conhecido
pelo perfil estratégico e o trânsito nos meios civil, diplomático e militar.
Comandou duas missões de paz da ONU: no Haiti (entre 2007 e 2009) e na
República Democrática do Congo (2013 a 2015).
Formado em engenharia civil, foi adido militar na embaixada
do Brasil em Moscou (Rússia), entre 2001 e 2002 e, atuou como conselheiro do
Banco Mundial. Após deixar o Exército, Santos Cruz chefiou a Secretaria
Nacional de Segurança Pública durante parte da gestão do presidente Michel
Temer, subordinando-se ao Ministério da Justiça e sendo um dos responsáveis
pelo planejamento da intervenção federal no Rio de Janeiro.
•FERNANDO AZEVEDO E SILVA
Foi chefe dos ajudantes de ordens direto do ex-presidente
Fernando Collor de Mello, desde o início da gestão (1990) até o afastamento
definitivo (1992), e atuou como chefe da assessoria parlamentar do Exército, no
Congresso, durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). No final
da carreira, presidiu a Autoridade Pública Olímpica, comandou todas as tropas
do Exército no Rio de Janeiro e no Espírito Santo e coordenou a defesa dos
Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
•MAYNARD MARQUES DE SANTA ROSA
Aos 73 anos, chefiou o departamento de pessoal do Exército e
foi secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério
da Defesa. Ele assumirá a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE)de
Bolsonaro.
Em 2010, como general da mais alta patente, foi exonerado
pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após criticar a criação da
Comissão da Verdade, incluída entre as medidas de um programa de direitos
humanos do governo para investigar crimes contra os direitos humanos durante a
ditadura militar (1964-1985), chamando a composição da comissão de
"fanáticos" e que viraria uma "comissão da calúnia".
•FLORIANO PEIXOTO VIEIRA NETO
O general, que comandava as tropas da ONU no Haiti por
ocasião do terremoto no país caribenho, em 2010, será o número dois da
Secretaria-Geral da Presidência, cuidando dos contratos da Secretaria de
Comunicação (Secom). Serviu no Exército por mais de 41 anos, chefiando a
divisão de assuntos especiais e internacionais e sendo o coordenador inicial de
defesa dos eventos da Copa do Mundo, de 2014, em São Paulo.
Por ter comandado unidades do Exército com tropas que variam
de 700 a 9 mil homens, adquiriu experiência na administração de recursos
humanos, financeiros e logísticos.
•GUILHERME THEOPHILO
General de 63 anos , tendo comandando o Exército nos estados
do Norte do país, e também atuado co-observador militar da ONU na América
Central. Passou para a reserva em março deste ano, candidatando-se, em outubro,
ao cargo de governador do Ceará, pelo PSDB, para o qual não foi eleito.
Ficou conhecido em 2016, ao fazer críticas à precariedade de
investimentos do governo federal para a proteção da Amazônia, alegando falta de
estrutura e recursos operações militares nas fronteiras. "Não consegui que
o governo federal olhasse para a nossa Amazônia com outros olhos", disse
na época.
Aos 63 anos, chefiará a Secretaria Nacional de Segurança
Pública (Senasp), subordinada ao ministro da Justiça, Sergio Moro. Segundo o
ex-juiz, Theophilo se desfilou do partido ao qual era coligado após a derrota
nas eleições.
•ALMIRANTE BENTO COSTA LIMA LEITE
Com perfil técnico, o oficial de 60 anos atuava até então
como diretor-geral da área de desenvolvimento nuclear e tecnológico da Marinha e
faz parte do conselho de administração da Nuclebrás, autarquia que desenvolve o
programa nuclear brasileiro. O almirante Bento Costa Lima foi responsável pelos
programas de desenvolvimento de submarinos e do programa nuclear da Marinha.
Ingressou na Marinha na década de 70, onde atuou em
gabinetes administrativos do estado‑maior e do comandante da Força, além de
secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação interno da organização. Foi
observador das forças de paz da ONU em Saraievo, na Bósnia e Herzegovina,
assessor parlamentar no Congresso e comandante dos submarinos navais Tamoio e
Toneleiro. Fonte: G1 SP-16/12/2018