sábado, 18 de fevereiro de 2017

Em busca do tempo perdido

Em 500 anos, os EUA saltaram à frente da América Latina ao conjugar capitalismo e democracia. No mundo pós-crise, começa a ficar claro que esse binômio se constrói mais na política do que no mercado

Durante sua primeira e única visita aos Estados Unidos, entre abril e julho de 1876, o imperador dom Pedro II registrou em seu diário um feito que lhe chamou a atenção: o trem que ligava Nova York a São Francisco completara o percurso "em 84 horas e 26 minutos". Três dias e meio, apenas. No Brasil de 1876, a estrada de ferro mais movimentada, cuja extensão era uma fração da ferrovia americana, fazia a ligação entre as plantações de café e os portos do Rio de Janeiro e Santos.

Uma equivalente a Nova York-São Francisco no Brasil deveria ligar Porto Alegre a Fortaleza – e ainda faltaria chão. Por que os Estados Unidos, que então comemoravam o primeiro centenário de sua independência, já tinham trens rasgando o país do Atlântico ao Pacífico, enquanto no Brasil a maioria das viagens era mesmo feita em lombo de mula?

A questão que se apresentou ao imperador estava no seu nascedouro e, de lá para cá, ficou ainda mais pertinente e intrigante: por que os Estados Unidos, que largaram atrás de tantos países da América Latina, inclusive do Brasil, conseguiram tamanho sucesso, enquanto a maioria da população da América Latina só agora começa a experimentar a vida em padrões pouco acima da linha de pobreza? Por que o "grande irmão do norte" se notabilizou por dois séculos de estabilidade política e social, enquanto os países ao sul do Rio Grande tiveram sua história entrecortada por golpes de estado e experimentalismos econômicos, resultando em um nível de desigualdade obsceno que só rivaliza com o da África?

Quem der as respostas definitivas terá achado o Santo Graal do progresso material e social. Enquanto isso não acontece, as explicações para o fosso vão ficando cada vez mais refinadas. Uma delas aparecerá no próximo livro do economista Bruce Scott, da Universidade Harvard, a ser lançado em novembro pela editora Springer-Verlag, de Heidelberg, na Alemanha. Nos dois capítulos que antecipou a VEJA, Scott mostra que, enquanto nos Estados Unidos se deu o surgimento simultâneo da democracia e do capitalismo, a América Latina teve relação conflituosa com esses conceitos, nunca corretamente entendidos por seus líderes.

"A América Latina sofre de falta de capitalismo, e não de capital", diz ele. O economista afirma que o capital, nacional ou estrangeiro, só ruma para um país quando se sente protegido por um conjunto de instituições. É por essa razão, completa ele, que não funcionou o que parecia ser a bala mágica contra a miséria na região, a famosa proposta do peruano Hernando de Soto, apresentada no livro O Mistério do Capital. De Soto dizia que a regularização dos lotes e casebres das camadas mais pobres da população permitiria seu uso como garantia de empréstimos bancários e despejaria bilhões de dólares na economia formal. Não foi o que aconteceu nos países onde a experiência de De Soto foi tentada. O que deu errado? A precariedade institucional. Sem garantias explícitas de, em caso de calote, recuperarem o empréstimo concedido ou o imóvel financiado, os bancos não entraram na dança. Mais desanimador ainda para eles era recorrer à Justiça. As sentenças demoravam, na melhor das hipóteses, oito meses e, na pior, oito anos. Ou seja, sem regras o capitalismo não existe.

"A recuperação do valor de um bem é, em última instância, um teste sobre a saúde das instituições capitalistas", diz Scott. "E essas instituições formam um sistema de economia política, não apenas de mercado." Eis uma novidade, sobretudo vinda de um economista: quando se trata de promover desenvolvimento capitalista, a política é superior ao mercado. É na política que se definem as regras do jogo, cabendo ao mercado atuar dentro dessa moldura.

Quanto mais democrático for o regime, mais chance terá de criar instituições saudáveis. Com a crise financeira mundial deixando patente a necessidade de mais regulação do que preconizava a era Reagan, parece óbvio afirmar que a política tem um papel a cumprir, mas nem sempre foi assim. O mercado, dizia-se, trazia em si mesmo os germes do seu próprio aperfeiçoamento. A abordagem de Scott inspira-se na corrente mais em voga para explicar o fosso econômico que separa o norte e o sul das Américas: a tese institucional (veja o quadro).

Capitaneado por teóricos como Douglass North e Ronald Coase, o novo institucionalismo sustenta que as regras e normas, econômicas e políticas, formais e informais, estão na base do desenvolvimento de uma sociedade. Nos Estados Unidos, desde os primórdios da colonização inglesa, as instituições, que são resultado de negociações políticas, protegem a propriedade privada, zelam pelo respeito aos contratos e leis, garantem o funcionamento impessoal da Justiça, estimulam a prestação de serviços públicos, como hospitais e escolas, para a maioria da coletividade, e não apenas para uma elite.

No começo da colonização, a América Latina era mais rica e tinha sociedades mais complexas que a América do Norte. O Brasil, com terra e clima promissores, já tinha vida comercial, com o pau-brasil e depois com o açúcar, mercadoria altamente valorizada na época, enquanto as tentativas de colonização nos Estados Unidos eram um fracasso atrás do outro.

Nos primeiros 250 anos da colonização européia, a América ibérica teve alguma vantagem sobre a América inglesa. Nos 250 anos seguintes, período em que as colônias viraram países independentes e republicanos, o jogo inverteu-se brutalmente. A renda per capita dos americanos e canadenses disparou (veja o gráfico nas págs. 138 e 139). De acordo com as contas do cientista político Francis Fukuyama, o ex-ícone do conservadorismo americano e editor de Falling Behind, que trata do desnível entre as Américas, o calendário do fosso foi o seguinte.
■ Até cerca de 1800, o norte e o sul das Américas evoluíram de modo mais ou menos semelhante.
■ De 1820 a 1870, período que concentrou as guerras de independência, a América Latina encolheu 0,5% ao ano. Os Estados Unidos cresceram 1,39% ao ano.
■ De 1870 a 1970, com uma interrupção durante a depressão dos anos 30, a América Latina cresceu até mais do que os Estados Unidos, mas num ritmo longe de cobrir a diferença.
■ De 1970 até agora, os Estados Unidos voltaram a crescer mais que os vizinhos do sul, aprofundando o fosso.
■ Em 2001, a renda per capita americana superava 27000 dólares. A latino-americana não chegava a 6 000 dólares.
O Brasil avançou em muitos aspectos, mas ainda é "a eterna promessa de futuro", ora como celeiro do mundo, ora como potência verde, ora com etanol, ora com pré-sal, mas sempre o país em busca de cumprir o vaticínio da aurora redentora.

O México progrediu, recuou e voltou a progredir, e ainda duela para superar a frase imortal de Porfírio Diaz: "Pobre México, tão perto dos EUA e tão longe de Deus". A Argentina fez pior. Já tendo sido mais rica que a Suíça, andou para trás. Buenos Aires, cuja prosperidade pregressa deixou rastro nas avenidas e cafés, nos teatros e na onipresença da arquitetura neoclássica, transformou-se melancolicamente no que o escritor André Malraux chamou de "capital de um império que nunca existiu". No início do século XIX, com a dianteira americana se alargando, atribuiu-se o atraso latino-americano ao trauma da conquista colonial, brutal e sangrenta.

Em seguida, apareceu a tese da inferioridade cultural e religiosa dos ibéricos católicos em relação aos anglo-saxões protestantes, o que não levava em conta o contraste entre o sul e o norte dos Estados Unidos. Do início do século XX em diante, a esquerda dizia que o atraso era produto do imperialismo americano, e não atentava para o Canadá, que, ilhado pelo império, se a tese estivesse certa, não deveria então ser a potência que já era e segue sendo.

Com a peculiaridade de ser a única ex-colônia portuguesa e a única monarquia depois da independência, o Brasil deu origem a teses também peculiares. Quando o conceito de raça ainda era tido como verdade científica, dizia-se que os Estados Unidos haviam saltado à frente porque eram hegemonicamente brancos. O Brasil era atrasado porque era mestiço. (Do Canadá à Patagônia, o Brasil é o país onde se deu a maior diversidade étnica das Américas.) Nos anos 30, ainda que muitos não entendessem, a mitologia racial foi pulverizada pelo clássico Casa-Grande & Senzala, do sociólogo Gilberto Freyre, que resgatou o valor do negro na formação brasileira e abriu uma perspectiva de análise mais ampla – cultural, social, histórica.

Em 1954, com Bandeirantes e Pioneiros, o escritor Vianna Moog dissecou a natureza da colonização, mostrando que os pioneiros da colônia inglesa desenvolveram um sentimento de pertencimento à nova terra devido às suas atividades produtivas, enquanto os bandeirantes viviam interessados no extrativismo mineral, que era um convite ao desenraizamento. Não há nas Américas dois países tão parecidos como Brasil e Estados Unidos, ambos terra de índios dizimados e gigantes continentais que apostaram na agricultura e na escravidão. Mas, por trás das semelhanças, existem diferenças cruciais.

No Brasil, os portugueses, depois de séculos sob a mística da poligamia moura, eram mais disponíveis aos impulsos dionisíacos diante da beleza das índias e das negras. Nos Estados Unidos, os ingleses, puritanos caucasianos, não. Para os portugueses, a mulher era alvo e presa, e até padre católico se esgueirava nas sombras por um chamego de negra. Para os ingleses, a mulher era uma companheira e braço para o trabalho. Os portugueses chegaram sozinhos, sem mulher nem filhos, movidos pelo desejo de enriquecer e voltar à pátria-mãe, vitoriosos. Os ingleses, não. Vieram com família, dispostos a criar uma nova vida na nova terra. Nas pinturas que retratam as primeiras horas do Brasil e dos Estados Unidos, só no norte aparecem mães embalando berços. Os ingleses queriam fundar sua pátria calvinista. Os portugueses estavam em busca do Eldorado. Os ingleses eram colonizadores.

Os portugueses, conquistadores. Longe da família, já com a cobiça pela riqueza tomando o lugar antes ocupado pela reverência católica à pobreza, o português, nos trópicos, fez-se outro. Na definição inspirada de Vianna Moog: "Ao forte e exuberante português da Idade Média e das Descobertas sucedeu o outro, mulhereiro, cobiçoso, guloso, onzenário, inventor de receitas de doces, barroco, presa de angústias e daquela tristeza apagada e vil em que já o surpreendia Camões no fim do século XVI".

Do caldeirão de diferenças e semelhanças nasceram ordens políticas e econômicas tão diferentes entre o norte e o sul. Mas por quê? As instituições decorrem das condições materiais de cada lugar ou são moldadas pelo interesse do colonizador? Em 2002, os economistas Stanley Engerman e Kenneth Sokoloff mostraram como as instituições refletem as condições materiais. Por exemplo: onde havia terra e clima adequados ao cultivo de cana-de-açúcar o europeu recorreu à escravidão porque precisava de braços para plantar e colher.

A Geórgia, no sul dos Estados Unidos, é um caso lapidar. A colônia foi fundada por James Oglethorpe, um reformista social com uma boca feminina e um narigão de corvo, que fez questão de proibir, por escrito, a escravidão. Mas a pressão dos fazendeiros, ávidos pelo braço do negro, levou à legalização do trabalho escravo em apenas uma geração. Eis por que os ingleses eram humanitários no norte e escravocratas no sul dos Estados Unidos, em Barbados e na Jamaica.

Na América espanhola, as instituições também foram assumindo formas distintas conforme as condições locais. No Peru, populoso e rico, eram fechadas, controladas pelo colonizador. Na Argentina e no Chile, então mais pobres e menos populosos, o controle colonial era mais frouxo, o que acabou encorajando maior participação comunitária na vida pública.

O inglês James Robinson, professor de Harvard, acredita na importância das instituições, mas não as considera resultado direto das condições materiais. Acha que são guiadas pelo interesse do colonizador. Robinson diz que nas colônias ricas e populosas não interessava ao europeu dar direitos civis e econômicos à maioria da população. Foi o que ocorreu na maior parte da América Latina. Já nas regiões mais pobres e com baixa densidade populacional, onde os próprios europeus constituíam a maioria, era interessante ter mais liberdade e proteger direitos de propriedade. Foi o que aconteceu no norte dos Estados Unidos e no Canadá. "As instituições econômicas nas diversas colônias foram moldadas pelos europeus de modo a beneficiar a eles mesmos", diz Robinson.

Sejam as instituições produto do meio ou do homem, ou um pouco de cada coisa, é certo que o atraso da América Latina resulta de sua riqueza inicial. É o paradoxo da abundância. A fartura de recursos naturais no raiar da colonização explica as instituições deformadas: exclusivistas, autoritárias, concentradoras. A relativa pobreza do norte da América inglesa, onde a agricultura não convidava à escravidão e a propriedade privada da terra foi multiplicada, é a razão de suas instituições mais funcionais: homogêneas, igualitárias, democráticas.

A missão da América ibérica é livrar-se da herança institucional do passado colonial que emperra o crescimento, a radicalização da democracia e a superação da desigualdade aguda. Mas a tarefa é politicamente mais complicada do que parece. As instituições podem ser eliminadas do papel com uma canetada. Outra coisa é desentranhá-las da vida cotidiana.

Os Estados Unidos fizeram uma guerra civil para abolir a escravidão, brutal ruptura da ordem política, mas a herança desse período se perpetuou por décadas na segregação racial, até Martin Luther King liderar a conquista da igualdade nos anos 60. Mesmo assim, a tensão racial chegou até os dias de hoje. No Brasil, a elitização do poder político começou na colônia e, apesar da independência, do fim da escravatura, da Revolução de 30, da industrialização, da redução do analfabetismo, da universalização do voto, apesar de tudo, ela ainda está aí. No Nordeste, onde o Brasil nasceu e onde é ainda mais arcaico, o coronelismo, versão atualizada do mando escravocrata, resiste à extinção.

 O historiador José Murilo de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, encontra as raízes do atraso brasileiro na ausência de rupturas – não por acaso, na maior delas, a Revolução de 30, nasceu o Brasil moderno. A falta de rupturas, diz o historiador, é um problema porque consome o tempo das reformas.

Os estudiosos Adam Przeworski e Carolina Curvale, da Universidade de Nova York, calcularam o custo anual de adiamento da independência (165 dólares per capita) e de tumulto posterior (70 dólares), assim considerado o período decorrido entre a independência e o fim do mandato do primeiro dirigente eleito. No Brasil, o custo foi de 12.200 dólares. Ou seja: se o Brasil tivesse ficado independente mais cedo e politicamente estável em seguida, a renda per capita do brasileiro seria hoje 12.200 dólares maior – ou cerca de 20.000 dólares, curiosamente igual à de Portugal. Num país em que Getúlio Vargas virou líder do operariado sindicalizado, e o operário sindicalizado Luiz Inácio Lula da Silva virou líder do lumpesinato, o pendor para as instituições enjambradas é uma dificuldade adicional. Eliminá-las requer a extinção das condições que as criaram.

No mundo das reformas, já se tentou até transplantar instituições de um país para outro, como fez a Inglaterra na Índia, mas não funcionou. Por diversas razões, inclusive resistência cultural, a Índia não se deixou impregnar pela ordem inglesa. Eis um favor decisivo: instituições, para produzir efeito, precisam ser absorvidas. É um lembrete útil para a casta de consultores que, regiamente remunerados, se entregam a papagaiar receitas institucionais como se sua aplicação fosse tão natural e inevitável como a lei da gravidade. Sem a intermediação da política, elas não desabrocham.

Entre os economistas, sociólogos e historiadores, há controvérsia sobre os fatores decisivos para o desenvolvimento, mas existe o consenso de que, sem educação, não há avanço. E, de novo, a educação é uma construção política. Em 1850, os Estados Unidos já tinham a população mais educada do planeta. No Caribe inglês, as primeiras escolas só foram abertas em 1870, o que explica seu atraso. Em 1950, a renda per capita da Coreia do Sul correspondia a 8% da americana. Em 2000, era metade. Nenhum país latino-americano avançou tanto no último meio século. Nenhum fez, nem de longe, o investimento sul-coreano em educação. No Brasil, a educação, escassa e precária, fincou raízes cedo, sob a influência da atrasada família real portuguesa, que não realizou a reforma religiosa do catolicismo, nem a revolução econômica do capitalismo, nem a revolução científica. Isso se refletiu na falta de democracia, na falta de capitalismo e, é claro, na educação do povo, desastrosa na colônia, no império e nos primeiros 100 anos da República. Dom Pedro II talvez tenha sido o dirigente mais culto da história do Brasil.

Tinha curiosidade científica, interessava-se por tecnologia, falava espanhol, italiano, francês, inglês, alemão e hebreu e dizia que, se não fosse imperador, queria ter sido professor. Quando anotou em seu diário, no dia 5 de junho de 1876, que o trem levara 84 horas e 26 minutos de Nova York a São Francisco, talvez não tivesse clareza de que aquilo era fruto da conjunção de democracia e capitalismo na América, mas intuía que o Brasil do lombo de mula já estava em busca do tempo perdido. Fonte: Revista Abril - Edição 2130 / 16 de setembro de 2009

Comentário: O Brasil continua perdido no tempo, pois, a educação anda no lombo de burro . As camadas mais pobres não visualizam que a educação é o planejamento futuro dos filhos. Eles  preocupam com o trabalho que é imediatismo  e as mesadas sociais do governo. E a política sabe como manobrar essa parte social.   

Os maiores portos do mundo

Os portos desempenham um papel vital no fluxo de mercadorias, pois distribuem as cargas transportadas por navios, trens e caminhões.

             Os maiores portos do mundo em movimentação de contêineres
Rank
Port
Volume 2014 (Million TEU)
1
Shanghai, China
35.29
2
SIngapore
33.87
3
Shenzhen, China
24.03
4
Hong Kong, S.A.R., China
22.23
5
Ningbo-Zhoushan, China
19.45
6
Busan, South Korea
18.65
7
Qingdao, China
16.62
8
Guangzhou Harbor, China
16.16
9
Jebel Ali, Dubai, United Arab Emirates
15.25
10
Tianjin, China
14.05
11
Rotterdam, Netherlands
12.30
12
Port Klang, Malaysia
10.95
13
Kaohsiung, Taiwan, China
10.59
14
Dalian, China
10.13
15
Hamburg, Germany
9.73
16
Antwerp, Belguim
8.98
17
Xiamen, China
8.57
18
Tanjung Pelepas, Malaysia
8.50
19
Los Angeles, U.S.A.
8.33
20*
Keihin Ports, Japan
7.85
21
Long Beach, U.S.A.
6.82
22
Laem Chabang, Thailand
6.58
23
Tanjung Priok, Jakarta, Indonesia
6.40
24
Ho Chi Minh, Vietnam
6.39
25
Bremen/Bremerhaven, Germany
5.78
26
New York-New Jersey, U.S.A.
5.77
27
Yingkou, China
5.77
28**
Hanshin Ports, Japan
5.32
29
Lianyungun, China
5.01
30
Columbo, Sri Lanka
4.91
31
Algerciras Bay, Spain
4.56
32
Jawaharlal Nehru, India
4.45
33
Suzhou, China
4.45
34
Valencia, Spain
4.44
35
Jeddah, Suadi Arabia
4.20
36
Sharjah, United Arab Emirates
4.12
37
Felixstowe, U.K.
4.00
38
Santos, Brazil
3.68
39
Manila, Philippines
3.65
40
Piraeus, Greece
3.59
41
Port Said East, Egypt
3.50
42
Balboa, Panama
3.47
43
Haiphong, Vietnam
3.45
44***
Seattle-Tacoma NW Seaport Alliance, U.S.A.
3.43
45
Ambarli, Turkey
3.38
46
Georgia Ports, U.S.A. 
3.35
47
Colon, Panama
3.29
48
Tanjung Perak, Surabaya, Indonesia
3.13
49
Tanger Med, Morocco
3.08
50
Salalah, Oman
3.03
*Keihin Ports is Japan's superport hub on the Tokyo Bay and includes Yokohama,
Kawasaki, and Tokyo.                                                                           
**Hanshin Ports is Japan's superport hub on the Osaka Bay and includes Kobe, Lsaka,
Sakai-Semboku and Amafasaki-Nishinomiya-Ashiya.
***In October of 2014 the Port of Tacoma and Port of Seattle announced an
agreement to opperate jointly.       
Fonte: World Council 

Obs: Na logística de transportes, a sigla TEU (Twenty Foot Equivalent Unit) refere-se à Unidade Equivalente de Transporte. Esta unidade de transporte possui um tamanho padrão de contêiner intermodal de 20 pés. Estes módulos padronizados de contêiner de 20 pés recebem o nome de TEU, ou seja, um contêiner de 20 pés é um contêiner de 1 TEU enquanto 1 contêiner de 40 pés é um contêiner de 2 TEUs. Trata-se da medida padrão para medir capacidade de conteineres em navios, trens, etc. Equivale a um contêiner padrão de 6.10m (comprimento) x 2.44m (largura) x 2.59m (altura), ou aproximadamente 39 m3.

Terminal de contêiner de Busan - Coreia do Sul

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O Paradoxo do Nosso Tempo

Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos.
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.

Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado.
Fonte:George Denis Patrick Carlin (Nova Iorque, 12 de maio de 1937 — 22 de junho de 2008) foi um comediante, ator e autor norte-americano, pioneiro, com Lenny Bruce, no humor de crítica social.


domingo, 12 de fevereiro de 2017

Apagando ciberpassado

Comentários em sites de notícias e fóruns online, fotos constrangedoras marcadas por amigos em redes sociais, vídeos que jamais deveriam ter sido publicados no YouTube. Se há 10 anos (5?) as pequenas irresponsabilidades que todos cometemos na infância e na adolescência viravam apenas histórias entre amigos, para as novas gerações elas ficam guardadas e disponíveis na internet. E como escapar de tudo isso na vida adulta, na hora de procurar um emprego ou impressionar os pais da(o) futura(o) esposa(o)?

Para o CEO do Google, Eric Schmidt, num futuro próximo os jovens poderão mudar seus nomes para escapar do "ciberpassado" quando chegarem à vida adulta. Sugerindo que as questões de privacidade no mundo atual vão muito além do Google, Schmidt disse durante uma entrevista ao Wall Street Journal que a vida das pessoas hoje é tão documentada que essa pode ser a única saída.

- Não acho que a sociedade compreenda o que acontece quando tudo está gravado e disponível para todo o tempo inteiro - disse ele.

Presidente-executivo de uma empresa que já se envolveu em diversas disputas ligadas à questão da privacidade, Schmidt já deu outras declarações polêmicas sobre o tema. A mais marcante até então, no ano passado: "Se tem algo que você não quer que as pessoas saibam, talvez você não devesse ter feito isso para começar".  

Na entrevista, Schmidt comentou também qual será a estratégia do Google quando a busca não estiver mais no centro das nossas vidas online. Segundo ele, no futuro próximo o Google saberá tanto sobre seus usuários que poderá ajudá-los a planejar suas vidas.
- Eu acredito que a maioria das pessoas não quer que o Google responda suas perguntas. Elas querem que o Google diga o que devem fazer em seguida.

Com as informações coletadas em seus diversos sites, o Google "sabe mais ou menos quem você é, o que te interessa, quem são seus amigos". As possibilidades a partir dessas informações são imensas. O Android é obviamente uma parte importante dessa estratégia, já que com ele a empresa sabe também onde você está.
Segundo Schmidt, 200 mil aparelhos com o sistema operacional são ativados por dia. Apesar do Android ser gratuito, o CEO garante que o Google tem outras formas de ganhar dinheiro com ele.
- Se você tem um bilhão de pessoas usando algo, existem diversas maneiras de se ganhar dinheiro. Com certeza, acreditem em mim. Nós vamos ganhar muito dinheiro com ele (Android) - afirma. Fonte:Globo Online - 18/08/2010

Entenda o sexting

Antes restrito às manchetes internacionais, os casos de sexting – quando vídeos e imagens com conteúdo sexual vazam na internet ou via celulares – crescem entre adolescentes brasileiros. Um caso recente, registrado na pequena cidade gaúcha de Bom Retiro do Sul, com cerca de 12 mil habitantes, mostra que pais e educadores devem ficar atentos ao problema, com graves consequências psicológicas para as vítimas. “Perdi minha dignidade”, resumiu a garota que aparecia no vídeo espalhado via celular pelos moradores da cidade.

A palavra sexting é a junção de dois termos em inglês: sex (sexo) e texting (envio de mensagens)

Antes de contar sua história, no entanto, uma breve explicação sobre esse fenômeno cada vez mais comum entre os jovens. A palavra sexting é a junção de dois termos em inglês: sex (sexo) e texting (envio de mensagens). O termo – que já ganhou até definição no dicionário resume o compartilhamento, via celular, de textos ou imagens de cunho sexual, mas passou a englobar também conteúdo exposto na internet.

Não há uma data exata de quando a “moda” entre adolescentes americanos e europeus surgiu. No Brasil, o fenômeno é recente, segundo a Safernet, ONG de defesa dos direitos humanos na internet. No entanto, tem crescido rapidamente. Uma pesquisa feita pela entidade com 2.525 crianças e adolescentes brasileiros em 2009 revelou que já naquela época 12% deles admitiram terem publicado fotos íntimas na internet (o estudo não se restringia a telefones celulares).

Enquanto existem casos em que essas imagens são publicadas sem o consentimento da vítima, há também muitos outros de adolescentes que deliberadamente se deixam filmar e fotografar. “É um comportamento de risco. O jovem acha ‘legalzinho’ e não pensa na exposição, nem nos problemas que um vídeo ou foto podem causar depois de publicados”, alerta Rodrigo Nejm, diretor de prevenção da Safernet.

SEXTING É CRIME
Pena de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, para quem oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Artigo 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente

CASO GAÚCHO
Voltemos agora à história do começo desta reportagem. Na cidade gaúcha de Bom Retiro do Sul, o vídeo de dois adolescentes de 16 anos fazendo sexo foi espalhado de forma viral entre os moradores. As imagens, que tinham sido gravadas com o consentimento da garota, foram passadas pelo rapaz por celular a dois ou três amigos, como vingança após o término do namoro. Esses amigos repassaram, também por celular, a outros colegas.  Até que o vídeo começou a circular na escola onde a garota era aluna e, depois, em celulares de trabalhadores das fábricas e do comércio da cidade. Em cerca de 48 horas, praticamente todos os moradores já tinham visto ou ouvido falar do vídeo de sexo entre os adolescentes.

Após o escândalo, a jovem parou de ir ao trabalho e, de acordo com o setor jurídico da 3ª Coordenadoria Regional de Educação, pediu transferência para uma escola de outro município. “Não sei por que isso aconteceu comigo. Eu perdi tudo, trabalho, escola. Perdi minha dignidade”, lamentou a jovem, durante uma entrevista ao programa “Domingo Espetacular”, da TV Record. Enquanto isso, o rapaz que gravou e distribuiu o vídeo agora evita sair de casa com receio de ser reconhecido na rua.

O delegado de Bom Retiro do Sul, Rodrigo Reis, explicou ao UOL Tecnologia que o inquérito sobre o caso está quase concluído e será encaminhado ao Ministério Público. Há provas materiais contra o adolescente.
Mas, apesar de a divulgação do material por terceiros também ser um crime – são imagens pornográficas de uma menor de idade – não há como identificar e punir as demais pessoas. “É surreal querer responsabilizar a cidade toda. O que podemos fazer é identificar o núcleo, quem fez a coisa se expandir”, explica Reis.

Caso condenado, o adolescente não ficará preso -- terá como pena a prestação de serviços à comunidade, detalha Renato Opice Blum, especialista em Direito Eletrônico. Mas a família da jovem, caso queira, pode processar o rapaz por danos morais e obter indenização. Para adultos que repassarem o vídeo da menor, a pena é de três a seis anos de reclusão e multa, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente.

A pena ao adolescente soa branda, mas a punição ainda assim é importante, considera o representante da Safernet. Para Nejm, o crime cometido pelo rapaz ficará marcado para o restante da vida. “Sempre que ele procurar um emprego, constará um registro de que ele passou pelo Juizado da Infância e do Adolescente. É um constrangimento.”

DÁ PARA EVITAR?
Um dos principais problemas das imagens de sexting é que elas são usadas posteriormente por sites de pedofilia. Nejm adverte que é importante os pais conversarem com seus filhos sobre não se deixarem fotografar ou filmar em cenas íntimas, mesmo por pessoas em quem confiam – namorados e namoradas. “Muitos pais se eximem da tarefa de falar sobre cidadania na internet com os filhos, dizem que não possuem o conhecimento técnico necessário”, afirma. “O que acontece é que a ‘bronca’, depois que algo ocorre, se torna vazia”, explica o especialista em direitos humanos na internet.
“Os adolescentes não pensam no futuro. Mas é preciso que tenham em mente que, num dia, eles também serão mães e pais, profissionais no mercado de trabalho. E a internet não esquece: é praticamente impossível controlar o destino dessas imagens, uma vez divulgadas na web”, diz o especialista da Safernet.

EDUCADORES DE PLANTÃO
Além da orientação dos pais, a escola pode ajudar contra a disseminação do sexting, pois aborda dois temas importantes com os adolescentes, sexualidade e cidadania. Confira aqui as dicas de uma educadora.
Numa medida emergencial, a escola estadual de Bom Retiro do Sul onde a vítima do sexting era aluna proibiu o uso de celulares, para evitar a disseminação do vídeo.
Professores receberam orientação da 3ª Coordenadoria Regional de Educação sobre como abordar o tema com os alunos. Além disso, foram realizadas palestras dentro do eixo de cidadania do programa pedagógico com os estudantes – incluindo responsabilidade criminal e consequências legais do sexting, com auxílio do delegado Rodrigo Reis.
Os educadores podem destacar os limites de algo que acaba sendo considerado apenas “brincadeira” ou “moda” e, sobretudo, mostrar que a internet não é uma terra sem lei. Na rede, adolescentes tendem a ter um comportamento diferente do que teriam na vida real acreditando na impunidade. “A internet não é mais uma brincadeira, deve ser um lugar onde a cidadania também é exercida”, lembra Nejm.

COMO DENUNCIAR
Quem encontra imagens pornográficas envolvendo menores de idade pode denunciar o crime pelo site da Safernet ou diretamente à polícia. É importante guardar os links e se possível capturas de tela dos sites para a denúncia. Fonte: UOL Tecnologia- 13/04/2011
Comentário:  
O que atrai os jovens para fazer o fetichismo eletrônico? O desejo, o prazer, a aventura,  a primeira vez, a competição tribal, etc. Só depois da transa ou strip-tease a jovem  saiu da fantasia para a realidade.
Onde fica as responsabilidades de uma adolescente, que tem 16 anos? Pode fazer tudo menos assumir responsabilidades?
Vivemos num mundo globalizado e os jovens já tem  consciência do que faz ou não? Pode votar aos 16 anos, o que deduz o jovem pode escolher  com consciência e clareza seus representantes.
Mas ao mesmo tempo, não pode ser dono de seus atos, ao praticar um erro?  O Estado-Bebê entra  em cena  para proteger esses jovens.
Afinal uma adolescente menor de idade pode transar?
Antigamente o voyeurismo era o buraco da fechadura, hoje é o celular, mas que buraco!!!!