Executivos da tecnologia priorizam escolas que apostam mais
na criatividade do que na infraestrutura
Os gurus do Vale do Silício, os cérebros por trás da Apple,
Google, Yahoo e Hewlett Packard, aqueles que inundam o mundo com novos
softwares e aplicativos, enviam seus filhos a escolas onde o material escolar
pareceria mais compatível com uma comunidade Amish, conhecidos pelas restrições
aos eletrônicos, do que com o maior laboratório tecnológico de ideias do mundo.
Os mesmos desenvolvedores que concebem tablets, jogos interativos e programas
de computador para crianças escolhem para os seus rebentos escolas que apostam
em metodologias de ensino inovadoras. Não por causa da tecnologia empregada em
sala de aula, mas sim pela filosofia de aprendizagem.
A Escola Waldorf da Península, na Califórnia, é um dos
estabelecimentos que mais recebem os filhos da tecnologia, com uma pedagogia
que aposta na experimentação do mundo real e na ênfase em fomentar a
criatividade, a curiosidade e as habilidades artísticas inatas dos pequenos. A
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) sugere num
relatório global que os sistemas educacionais que investiram muito em
computadores registraram pouca melhora em seus resultados de leitura,
matemática e ciências no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA).
Por conta disso, os melhores sistemas educacionais foram muito precavidos na
hora de usar a tecnologia nas salas de aula.
Beverly Amico, líder da associação das escolas Waldorf da
América do Norte, acredita que as escolas realmente inovadoras “ensinam aos
alunos as novas formas de pensar que muitos empresários procuram”, conforme
declarou em matéria do The Guardian sobre o assunto. Habilidades como tomar
decisões, criatividade e concentração são muito mais importantes do que saber
manipular um iPad ou preencher uma planilha do Excel. Os empresários do Vale do
Silício sabem, afinal, que a tecnologia que utilizamos hoje se tornará obsoleta
no mundo de amanhã. Priorizar metodologias inovadoras, e não somente
infraestrutura tecnológica de ponta, portanto, é mais estratégico em sala de
aula. Fonte: El País - Madri 12 JUL 2016
Comentário: O ativo do ser humano é o capital intelectual.O que devemos desenvolver e estimular nas crianças e jovens é o talento, criatividade, intuição, capacidade de análise e contextualização.