quinta-feira, 11 de março de 2010

Lula e Bachelet


Lula
Bachelet
Popularidade
73%
80%
Politico
Esquerda sem ideologia
Esquerda ideológica
Populismo
carismático
Carismático
Governo
Aprovação abaixo da popularidade
Aprovação abaixo da popularidade
Influência na reeleição
A candidata tem potencial
Perdeu a eleição


Interessante na America Latina o presidente e governo são avaliados separadamente pela população. Se o presidente é carismático sua popularidade é elevada, mesmo tendo um governo com falhas de planejamento e execução. A figura do presidente na America Latina é o Salvador da Pátria,  pode ser centralizador, autoritário, mas sua imagem é  dissociada de seu governo pela ótica da população.
A presidente do Chile é carismática, envolve com a população, que é incomum no Chile. Criou um novo padrão político, falar com o povo sem a redoma de vidro. O novo presidente, Piñera segue o mesmo caminho. Para a população latina  esse contato corpo a corpo, mão a mão, percebe que o presidente é feita de carne e osso, faz parte da população. Ela não resolveu os grandes problemas sociais do país, continuando com as mesmas falhas dos presidentes anteriores. O terremoto abriu a cortina desse abismo social, em que o país gira em torno de Santiago. Em primeiro lugar Santiago, depois, depois, o restante do país. No fim do mandato mostrou fraqueza, que um líder não deve ter, demorou enviar os militares para as áreas de desastres, para controlar saques e roubos.  
Veja o exemplo do Lula é um hábil político, sabe manipular a platéia conforme seu grau de instrução. É o tipo orador com discurso de auto-ajuda. Ele transmite a empatia na acepção da palavra.
Nos EUA o presidente é o condutor da política de aspiração da sociedade. Não há separação da figura do presidente  e de sua política. Ele é o responsável pela condução da política e reflete muito na sua imagem o resultado de sua política.
Nos EUA a centralização do governo federal é limitada, contribuindo para a  desburocratização do Estado,   uma fiscalização maior da coisa pública, maior transparência , deve prestar conta  para própria sociedade civil organizada. Cada cidadão americano é fiscalizado e ele pode também fiscalizar. Essa interação  da cidadania possibilita a maior participação da população na política e principalmente  na sua região (cidade, estado). Com esse tipo de participação o cidadão americano tem maior noção de cidadania e direitos. 
Na América Latina por questão cultural e origem a democracia foi adaptada de uma aristocracia, com todos os defeitos. A essência da aristocracia é autoritária, centralizadora e com inúmeros privilégios. A democracia na América Latina foi formada do topo da pirâmide para baixo. Isto quer dizer, um terço da casta privilegiada (funcionários públicos, políticos, etc)   é mantida pelos dois terços da sociedade, O que significa na América Latina a democracia é centralizadora, populesca e caudilhesca. Veja o exemplo de Santiago e Brasília, são núcleos que os demais estados ou regiões giram em torno deles e eles são potencialmente dependentes para o desenvolvimento das regiões, cidades, comunidades. São os resquícios das respectivas  colonizações espanhola e portuguesa.  É uma mistura de feudalismo com democracia.
No sistema feudalismo a hierarquia consistia: Clero (padres, bispos, papa), Nobreza (reis, condes, senhores feudais, duques, cavaleiros), hoje (presidente, congresso, funcionário público, Servos (camponeses), hoje (sociedade). O sistema feudalismo era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. Se analisarmos os significados de sesmarias e capitanias hereditárias, ainda hoje, persistem com outro enfoque. A democracia na América Latina é isso.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Tecnologite

Antes da era da internet a conexão era com os livros. Navegávamos nos sonhos virtuais do pensamento. Ler significa atribuir, é construir um significado para o texto lido. Uma leitura sem compreensão não é leitura, é sem fundamento. Ler é compreender, e se isto não ocorre, a pessoa está parando na etapa de decodificação do sinal gráfico. Para que uma leitura seja eficiente, é preciso que haja interação entre o leitor e o texto lido. Essa era conexão com o mundo. Era a conexão da palavra com o pensamento. Era o mundo do conhecimento
Quem são os Baby Boomers eletrônicos? A geração Baby Boomer são aquelas pessoas que nasceram na era da internet. É a geração interessado na transmissão de informações. É geração que está com tudo mundo, mas está com ninguém.
É a geração de jovem multitarefa, predomina o audiovisual, ouve musica e consegue manter  conversas em paralelo através do sistema de mensagens instantâneas com várias pessoas. É o fast food eletrônico. Tudo tem de ser instantâneo. A informação atropela o pensamento. O livro físico é o atraso, pois o pensamento cadencia as conexões com palavras e o livro virtual, isto é, na página virtual, você  pode pular ou abrir várias. Não há conexão com o pensamento. A informação predomina na fluidez das palavras. Esse tipo de informação é o santo Graal, é o elixir da vida dessa geração. É a geração on-line. É o radar humano ligado 32 horas.
Onde você olha alguém está conectado on-line
Alguém está falando no celular
Alguém está usando o computador
Alguém está navegando na internet
Ou fazendo tudo isso simultaneamente
É a rede social, a comunicação virtual está tão próxima, torna-se a comunicação real tão distante. Tudo tem de ser rápido e descartável. E a vida real  está virando um pagina virtual  É o crack eletrônico. Parece um filme em 3D, que prevalece a interação e a fluidez da palavra. A ação prevalece sobre o pensamento. Não há tempo para pensar. Esse tipo de informação, parece um allien, um elemento estranho que penetra no corpo humano, alimenta dele e o conduz. Estamos perdendo o senso crítico e a arte de sonhar. Sonhar é como um novelo de lã, cheio de labirinto e surpresa. O sonho da internet é instantâneo e linear. E o senso crítico é a busca do questionamento, confronta motivos, busca descobrir a verdade. É o observador crítico da sociedade.que exige pausa, raciocínio, que a informação eletrônica não o permite.   
Receita Médica para Tecnologite :
Indicações:
Para pessoas com tecnologia a flor da pele. Com tendências a procurar on e off em tudo o que vê. Pessoas que sonham com botões e quando acordam, se vêem mandando Mensagem SMS para algum ser da mesma espécie. Para aqueles que tendem a procurar tela touch screen em tudo que vê.(Flavio Pucci)
Na maioria  das vezes resulta em uma condição de falta de emoção típica de dirigir as relações interpessoais, em que permanece em um ambiente protegido, como a de seu quarto.
Ela também pode causar transtorno Dependência da internet caracterizada pela necessidade compulsiva de usar a Web, pela instabilidade de humor e desconforto físico e mental, um sentimento irreal de onipotência e ausência de limites espacial-temporal
Posologia: tomar uma dose por semana de nostalgia, por exemplo, ler livros, conversar ou bater papo fisicamente. Superdosagem: três vezes por semana. Não existe efeito colateral.

domingo, 7 de março de 2010

A decepcionante visita de Lula

Minha capacidade de indignação política atenua-se um pouco nos meses do ano que passo na Europa. Suponho que a razão disso seja o fato de que, lá, vivo em países democráticos nos quais, independentemente dos problemas de que padecem, há uma ampla margem de liberdade para a crítica, e a imprensa, os partidos, as instituições e os indivíduos costumam protestar de maneira íntegra e com estardalhaço quando ocorrem episódios ultrajantes e desprezíveis, principalmente no campo político.
Entretanto, na América Latina, onde costumo passar de três a quatro meses ao ano, esta capacidade de indignação volta sempre, com a fúria da minha juventude, e me faz viver sempre temeroso, alerta, desassossegado, esperando (e perguntando-me de onde virá desta vez) o fato execrável que, provavelmente, passará despercebido para a maioria, ou merecerá o beneplácito ou a indiferença geral.
Na semana passada, experimentei mais uma vez esta sensação de asco e de ira, ao ver o risonho presidente Lula do Brasil abraçando carinhosamente Fidel e Raúl Castro, no mesmo momento em que os esbirros da ditadura cubana perseguiam os dissidentes e os sepultavam nos calabouços para impedir que assistissem ao enterro de Orlando Zapata Tamayo, o pedreiro pacifista da oposição, de 42 anos, pertencente ao Grupo dos 75, que os algozes castristas deixaram morrer de inanição - depois de submetê-lo em vida a confinamento, torturas e condená-lo com pretextos a mais de 30 anos de cárcere - depois de 85 dias de greve de fome.
Qualquer pessoa que não tenha perdido a decência e tenha um mínimo de informação sobre o que acontece em Cuba espera do regime castrista que aja como sempre fez. Há uma absoluta coerência entre a condição de ditadura totalitária de Cuba e uma política terrorista de perseguição a toda forma de dissidência e de crítica, a violação sistemática dos mais elementares direitos humanos, de falsos processos para sepultar os opositores em prisões imundas e submetê-los a vexames até enlouquecê-los, matá-los ou impeli-los ao suicídio. Os irmãos Castro exercem há 51 anos esta política, e somente os idiotas poderiam esperar deles um comportamento diferente.
DESCARAMENTO
Mas de Luiz Inácio Lula da Silva, governante eleito em eleições legítimas, presidente constitucional de um país democrático como o Brasil, seria de esperar, pelo menos, uma atitude um pouco mais digna e coerente com a cultura democrática que teoricamente ele representa, e não o descaramento indecente de exibir-se, risonho e cúmplice, com os assassinos virtuais de um dissidente democrático, legitimando com sua presença e seu proceder a caçada de opositores desencadeada pelo regime no mesmo instante em que ele era fotografado abraçando os algozes de Zapata.
O presidente Lula sabia perfeitamente o que estava fazendo. Antes de viajar para Cuba, 50 dissidentes lhe haviam pedido uma audiência durante sua estadia em Havana para que intercedesse perante as autoridades da ilha pela libertação dos presos políticos martirizados, como Zapata, nos calabouços cubanos. Ele se negou a ambas as coisas.
Não os recebeu nem defendeu sua causa em suas duas visitas anteriores à ilha, cujo regime liberticida sempre elogiou sem o menor eufemismo.
Além disso, este comportamento do presidente brasileiro caracterizou todo o seu mandato. Há anos que, em sua política exterior, ele desmente de maneira sistemática sua política interna, na qual respeita as regras do estado de direito, e, em matéria econômica, em vez das receitas marxistas que propunha quando era sindicalista e candidato - dirigismo econômico, estatizações, repúdio dos investimentos estrangeiros, etc. -, promove uma economia de mercado e da livre iniciativa como qualquer estadista social-democrata europeu.
Mas, quando se trata do exterior, o presidente Lula se despe de suas vestimentas democráticas e abraça o comandante Chávez, Evo Morales, o comandante Ortega, ou seja, com a escória da América Latina, e não tem o menor escrúpulo em abrir as portas diplomáticas e econômicas do Brasil aos sátrapas teocráticos integristas do Irã.
O que significa esta duplicidade? Que Lula nunca mudou de verdade? Que é um simples mascarado, capaz de todas as piruetas ideológicas, um político medíocre sem espinha dorsal cívica e moral? Segundo alguns, os desígnios geopolíticos para o Brasil do presidente Lula estão acima de questiúnculas como Cuba, ou a Coreia do Norte, uma das ditaduras onde se cometem as piores violações dos direitos humanos e onde há mais presos políticos.
O importante para ele são coisas mais transcendentes como o Porto de Mariel, que o Brasil está financiando com US$ 300 milhões, ou a próxima construção pela Petrobrás de uma fábrica de lubrificantes em Havana. Diante de realizações deste porte, o que poderia importar ao "estadista" brasileiro que um pedreiro cubano qualquer, e ainda por cima negro e pobre, morresse de fome clamando por ninharias como a liberdade? Na verdade, tudo isto significa, infelizmente, que Lula é um típico mandatário "democrático" latino-americano.
Quase todos eles são do mesmo feitio, e quase todos, uns mais, outros menos, embora - quando não têm mais remédio - praticam a democracia no seio dos seus próprios países, mas, no exterior, não têm nenhuma vergonha, como Lula, em cortejar ditadores e demagogos, porque acham, coitados, que desta maneira os tapinhas amistosos lhes proporcionarão uma credencial de "progressistas" que os livrará de greves, revoluções e de campanhas internacionais acusando-os de violar os direitos humanos.
Como lembra o analista peruano Fernando Rospigliosi, em um artigo admirável: "Enquanto Zapata morria lentamente, os presidentes da América Latina - entre eles o algoz cubano - reuniam-se no México para criar uma organização (mais uma!) regional. Nem uma palavra saiu dali para exigir a liberdade ou um melhor tratamento para os mais de 200 presos políticos cubanos." O único que se atreveu a protestar - um justo entre os fariseus - foi o presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera.
De modo que a cara de qualquer um destes chefes de Estado poderia substituir a de Luiz Inácio Lula da Silva, abraçando os irmãos Castro, na foto que me revoltou o estômago ao ver os jornais da manhã.
Estas caras não representam a liberdade, a limpeza moral, o civismo, a legalidade e a coerência na América Latina. Estes valores estão encarnadosem pessoas como Orlando Zapata Tamayo, nas Damas de Branco, Oswaldo Payá, Elizardo Sánchez, a blogueira Yoani Sánchez, e em outros cubanos e cubanas que, sem se deixarem intimidar pelas pressões, as agressões e humilhações cotidianas de que são vítimas, continuam enfrentando a tirania castrista. E se encarnam ainda, em primeiro lugar, nas centenas de prisioneiros políticos e, sobretudo, no jornalista independente Guillermo Fariñas, que, enquanto escrevo este artigo, há oito dias está em greve de fome em Cuba para protestar pela morte de Zapata e exigir a libertação dos presos políticos.
O curioso e terrível paradoxo é que no interior de um dos mais desumanos e cruéis regimes que o continente conheceu se encontrem hoje os mais dignos e respeitáveis políticos da América Latina.
Fonte: O Estado de São Paulo - Domingo, 07 de Março de 2010 - Mario Vargas Llosa

sábado, 6 de março de 2010

Tsunami: Falha de comunicação

Geofísico americano teve dificuldades para alertar Chile e países vizinhos sobre terremoto

“O governo demorou muito para reagir. Quando se produz uma crise, o tempo de resposta é muito importante e, neste caso, foi demasiadamente longo. Não sei se por falta de informação ou por erro de análise, mas o certo é que, a princípio, tentaram nos fazer acreditar que nada tinha acontecido” assegura Antonio Cobelo, vice-reitor de ordenação acadêmica da Universidade Antonio de Nebrija e doutor em Ciências da Informação. Afundamento do  petroleiro “Prestige” na Espanha
 Victor Sardiña e a tsunami disputaram corrida no sábado: enquanto as ondas corriam o Pacífico do Chile ao Japão, o geofísico alertava todos os países do caminho. O cientista do Instituto de Estudos Oceânicos e Atmosféricos dos EUA estranhou a dificuldade para se comunicar com várias nações, inclusive o Chile. O americano, que falou ao GLOBO de Honolulu, no Havaí, garante: apesar dos prejuízos provocados pelo mar, o estrago poderia ser muito maior.
O terremoto no Chile foi às 3h34m. A que horas o senhor entrou em contato com a Marinha local?
VICTOR SARDIÑA: Mandamos o primeiro alerta sobre o terremoto 11 minutos depois. É necessário um certo tempo para que o sismo seja detectado por uma das quatro estações que temos na costa chilena, assim como para determinar a localização do epicentro. Ficamos espantados com a magnitude do terremoto - a primeira medida que tivemos era de 8,5 graus na escala Richter. Como o potencial para que uma tsunami fosse gerada era muito grande, tentamos imediatamente falar também com o Peru, que poderia ser atingido pelas ondas entre três e seis horas depois.
Como foi o contato com estes países?
SARDIÑA: Houve problemas de comunicação. Um colega meu, que também estava de plantão, tentou falar com a Marinha chilena, mas não conseguiam entendê-lo. Como falo espanhol, peguei o telefone para perguntar se eles receberam o alerta que havíamos mandado sobre a tsunami. Repeti esta mensagem umas duas ou três vezes, porque a ligação era transferida. Pedi enfaticamente para me avisarem caso tivessem qualquer confirmação de tsunami, o que eles fizeram algum tempo depois.
E com o Peru?
SARDIÑA: Certamente eles receberam nossa mensagem, mas ninguém atendeu as ligações. Talvez por ainda ser muito cedo, não conseguimos contato telefônico com muitos países das Américas do Sul e Central. Mas todos receberam o alerta.
Houve demora do Chile para confirmar a tsunami?
SARDIÑA: A verdade é que, em determinadas regiões, a população teria um tempo mínimo para reagir. Talcahuano (um dos principais portos do Chile, a 20 quilômetros de Concepción) foi atingida por uma onda de 2,3 metros às 6h53m. Na prática, a população teria apenas cinco minutos para se proteger. Já a Ilha de Juan Fernández teria mais tempo para tomar providências. Não sei se a Marinha chilena pensou que as primeiras ondas não fossem uma tsunami. Foi um comportamento incomum, porque trata-se de um país com grande histórico de atividades sísmicas e que tem ótimos profissionais.
Este foi o sexto maior terremoto já registrado. O senhor esperava que viesse acompanhado de ondas maiores?
SARDIÑA: Se pensarmos na magnitude do terremoto e em sua proximidade da costa, não seria absurdo ter uma onda de dez metros. Mas não podemos nos prender à ideia de que, para haver destruição, é preciso ter ondas gigantes como as vistas nas tsunamis de 2004. Talcahuano foi devastada com ondas de menos de 2,5 metros. E a massa d'água movida pelo sismo chegou, menos de 22 horas depois, ao Japão. É, portanto, uma força considerável.
Japão e Havaí prepararam-se bastante para as ondas, mas a tsunami mal foi vista em seus litorais...
SARDIÑA: No Havaí, as ondas tiveram um metro de altura. No Japão, um pouco menos. É o suficiente para provocar prejuízos nos portos e nas zonas costeiras. Ainda é muito difícil estimar o tamanho que terão as ondas, mas nosso trabalho é alertar para qualquer evento com potencial para causar um estrago.
Que lição o Chile pode tirar deste terremoto?
SARDIÑA: Talvez o centro de monitoramento possa rever alguns procedimentos para nos responder mais rapidamente. O importante é que tivemos sorte: a tsunami poderia ser muito maior.
Fonte:Globo Online - 02/03/2010

sexta-feira, 5 de março de 2010

Comentário da tragédia no Chile


A tragédia que abateu no Chile mostrou duas faces: a tragédia humana e a tragédia do governo. Da tragédia do governo, os únicos que se salvaram foram os bombeiros. Qual é o lema dos bombeiros? Salvar vidas. Para eles não existem reuniões,  avaliações, esperar o que vai acontecer e sim chegar rapidamente nos locais das tragédias para salvar vidas. 
Eles tomam as decisões no local dos desastres. A preocupação  deles é com o ser humano. E o que fez governo? O governo foi atingido pelo tremor da inércia, não teve a sensibilidade que nos primeiros momentos da tragédia a população  necessitava de apoio. 
O que eles fizeram; reuniões, avaliações pediu calma a população, etc. Na tragédia do Haiti, os EUA atropelaram os demais países com decisões rápidas de emergência. O presidente americano ordenou a forças armadas para prestar auxilio e elas executaram, já tinham um plano preparado. Em emergência não se faz plano e sim a executa. Essa é a diferença entre um país que está preparado para tragédia  e outro  que pretende durante a tragédia elaborar um plano.
O presidente do Senado do Chile disse uma verdade: transcrevo o trecho
"Nosotros debemos tener respuestas automáticas para evitar interpretaciones de tipo político. Tenemos que pensar en un sistema más institucional para reaccionar ante las emergencias", enfatizó.
El parlamentario sugirió que "cada vez que haya un sismo de más de seis grados debiéramos tener una alerta en toda la costa y cada vez que haya un terremoto, debiera automáticamente generarse un Estado de Catástrofe".
Novoa agregó que "ha habido un colapso completo de las comunicaciones. Desgraciadamente fallaron todos los sistemas, tanto los de las Fuerzas Armadas (FF.AA.) como de las oficinas de emergencia y de las intendencias, y en un país como Chile, que está afecto a catástrofes, eso no puede volver a ocurrir", sentenció.
En ese sentido, puntualizó que "ha existido una falta de información lo cual ha provocado rumores, el temor de la gente y situaciones de pánico que no coinciden con la realidad. Es por eso que es necesaria la realización de una sesión como ésta. La falta de información produce temor y el temor genera malas decisiones", justificó.
É a pura verdade. Os latinos procuram misturar política com problema técnico e ficam sem apresentar solução.
Existem, alguns princípios estratégico que os governantes devem ou deveriam conhecer;
1-Sun Tzu, a arte da guerra nos negócios,  a chamada «presciência» ou «previsão» não pode ser deduzida dos espíritos, nem dos deuses, nem por analogia com as atividades passadas, nem por cálculos. Elas devem ser obtidas dos homens que conhecem a situação do inimigo (nesse caso seria o terremoto).
2-No livro O Príncipe,  Maquiavel refere a necessidade de o príncipe estar sempre informado, "os príncipes sensatos devem fazer, isto é, pensar nas desordens futuras, e não só nas presentes, e, servir-se de toda a habilidade para as evitar, pois certo é que prevendo-as à distância mais facilmente as remedeiam", e acrescenta, "o mal é fácil de curar e difícil de diagnosticar, mas não sendo diagnosticado nem curado torna-se com o tempo fácil de diagnosticar e difícil de curar
3-No livro Arte de Guerra, Clausewitz refere também a importância das informações ao considerar o termo informações como o  conjunto de conhecimentos relativos ao inimigo e ao seu país e, por conseqüência, a base sobre o qual se fundamentam as nossas próprias idéias  e os nossos atos.
Pode escolher onde o governo do Chile errou?
Quando há uma tragédia, a resposta do governo deve ser imediata. O mais patético disso tudo é um governo preocupado com o social, mas no momento da tragédia ficou desorientado, não sabia o que fazer nos primeiros momentos da tragédia. Caberá ao novo governo a responsabilidade de salvar novamente o país, desta vez, da tragédia social. A política e vida dão muitas voltas.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

A morte do dissidente cubano Orlando Zapata poucas horas antes da chegada de Luiz Inácio Lula da Silva a Havana deixou patentes as contradições da diplomacia brasileira na hora de pressionar, como potência regional que é, a favor da proteção dos direitos humanos ou das liberdades civis. Lula foi capaz de fechar suculentos acordos comerciais com Havana e ao mesmo tempo ignorar o pedido da dissidência para interceder junto aos irmãos Castro - "Lula faz negócios sobre os cadáveres", dizia ontem uma tribuna do jornal "O Estado de S. Paulo". O mesmo ocorre com a Venezuela, onde a influência que Lula exerce sobre Chávez nunca serviu para aliviar a situação da oposição em Caracas. Brasília gritou devido à permissividade da Colômbia para o uso de suas bases aéreas por parte dos EUA, mas nada disse sobre a iminente compra de armas russas pela Venezuela.
No recente conflito em Honduras, Brasília teve a primeira oportunidade de demonstrar sua influência fora da América do Sul. Mas a crise saiu do ponto morto depois da intervenção dos EUA. No Haiti, as tropas brasileiras têm o comando da primeira missão da ONU a cargo de forças latino-americanas. Mas depois do terremoto foi a Casa Branca que mobilizou milhares de soldados para organizar a chegada da ajuda humanitária. Por enquanto, os resultados da política externa brasileira se destacam mais pelos empréstimos do banco de desenvolvimento BNDES ou pelos investimentos da Petrobras e da construtora Odebrecht do que pela defesa das liberdades na América Latina.
Cuba é uma grande oportunidade para Brasília demonstrar sua liderança regional à margem das ideologias e para "projetar na atuação internacional do Brasil a confiança no potencial transformador da sociedade democrática", como diz o assessor especial de Assuntos Internacionais da presidência brasileira, Marcel Fortuna Biato, em um artigo publicado em outubro na revista "Política Exterior". "Em um mundo que abandona antigos paradigmas econômicos e quebra mitos ideológicos, reforçar a confiança e dissolver os receios, atrever-se a criar novos vínculos de interesse e vantagem mútuos, sobretudo com países vizinhos, deve ser o eixo da política externa brasileira. Chamamos isso de 'paciência estratégica'", explica Fortuna Biato.
Depois de uma visita de Lula a Havana no início de 2008, o analista político do jornal "Folha de S.Paulo" Kennedy Alencar adiantou que os Castro tinham escolhido o Brasil para ajudá-los a melhorar as relações com Washington e, se fosse o caso, para ajudar o regime na hora de empreender mudanças políticas e econômicas. Em troca, Lula pediu a Raúl uma maior abertura política para demonstrar ao mundo que Havana estava disposta a fazer uma verdadeira transição democrática, e não só reproduzir o modelo chinês - abertura econômica sob um férreo controle político. Mas Lula chegou na quarta-feira a Cuba mais interessado no comércio do que nos direitos civis.
Além de ser membro de todos os clubes das potências emergentes - o G20 e os BRIC (junto com Rússia, Índia e China) - e de ter exercido um papel chave para evitar que o sangue chegasse ao rio no confronto entre Venezuela e Colômbia e no conflito civil boliviano, o Brasil tem outra oportunidade de consolidar sua liderança mundial com a crise iraniana. Pode pressionar Teerã para que seja transparente no que se refere ao desenvolvimento do programa nuclear. Até agora Brasília se escudou na "não ingerência" nos assuntos de outro Estado soberano. A cautela pode ser compreensível, mas Lula deveria ter em mente que sobre o ministro da Defesa do governo iraniano, Ahmad Vahidi, pesa uma ordem de captura da Interpol solicitada pela Argentina, o principal parceiro comercial do Brasil no Cone Sul, por sua suposta participação no atentado contra a mutual judia em Buenos Aires em 1994, no qual morreram 85 pessoas. A "paciência estratégica" tem suas contradições.
Fonte: UOL Noticias- El País - 27/02/2010
Comentário: É o capitalismo da esquerda. Se fosse da direita seria selvagem. Mas sendo da esquerda é o socialismo humanista.
Durante a visita, o presidente brasileiro e o presidente cubano, Raul Modesto Castro Ruz, assinaram dez acordos, que abrangem comércio, agricultura, saúde, infraestrutura, e informação e comunicações.
Cuba é o quarto maior parceiro comercial do Brasil no momento, com um volume total de negócios de U$330 milhões em 2009.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O jornal El Pais critica Lula por falta de pressão sobre regime cubano

Comentário: A esquerda está em silêncio. Até no silêncio a esquerda justifica!!!. Ela não erra!! Sempre procurando a verdade, a próxima democracia será melhor!!
artigo:
Morte de dissidente Orlando Zapata Tamayo seria 'teste para o Brasil e a comunidade internacional', afirma jornal espanhol.
Em editorial publicado nesta quinta-feira (25), o jornal espanhol "El País" criticou o presidente Luis Inácio Lula da Silva, afirmando que seu governo poderia exercer mais pressão sobre o regime cubano, em especial na área de defesa de direitos humanos.
O jornal cita a morte do dissidente cubano Orlando Zapata Tamayo em uma prisão, após 85 dias de greve de fome, dizendo que o incidente representa um teste decisivo para Lula e para a comunidade internacional.
O periódico diz que Lula, na condição de líder e porta-voz regional, deveria ter se pronunciado sobre a morte de Zapata, que ocorreu no dia da chegada do presidente a Cuba.
"O silêncio de Lula diante de uma ditadura como a castrista...mancharia o que ele representa, que é tão importante para a América Latina e, na medida em que o Brasil estabelece sua posição de potência emergente, para o resto do mundo."
Durante sua visita a Cuba, Lula negou ter recebido uma carta com um pedido de apoio supostamente entregue por um grupo de dissidentes do regime cubano, e afirmou que teria conversado com os dissidentes se eles tivessem solicitado um encontro.
"Se eles tivessem pedido para conversar comigo, eu teria conversado com eles, qualquer presidente teria conversado com eles. Nós não nos recusamos a conversar", disse.
Para o jornal, a visita a Havana seria uma "oportunidade de demonstrar que o crescente papel internacional do Brasil não significa sacrificar o principal capital político que ele (Lula) arrecadou: a opção por uma esquerda capaz de oferecer progresso e bem-estar diante do fortalecimento e gestão das instituições e procedimentos democráticos", afirma o jornal.
Segundo o "El País", a morte do prisioneiro político, que protestava contra maus tratos sofridos na prisão e só recebeu ajuda médica quando sua saúde estava tão deteriorada que o fim era irreversível, é razão para forte condenação ao regime cubano, "a ditadura mais longa da América Latina e uma das que mais coíbe a liberdade da história do continente".
O jornal lembra ainda que um grupo de dissidentes cubanos entregou uma carta a Lula pedindo ao presidente que interceda pela sorte dos presos.
"O compromisso que o Brasil tem demonstrado com os direitos humanos já seria suficiente para justificar esta ação, mas a morte de Zapata a torna inevitável."
O jornal lembra que o mito da revolução cubana para parte da esquerda latino-americana torna difícil o trato com Havana para qualquer governo, sobretudo para o governo brasileiro.
"Mas as dificuldades para administrar as relações com este mito não podem levar a fechar os olhos diante dos abusos de poder que se cometem em Cuba, e que neste caso resultaram na morte de um preso político." Fonte: G1-25/02/10