A Islândia é, pelo 16º ano consecutivo, o país mais seguro do mundo para se visitar ou morar em 2023. A conclusão é do ranking Global Peace Index (GPI) — ou Índice de Paz Global — elaborado anualmente desde 2008 pelo Institute of Economics and Peace (IEP), organização sem fins lucrativos de Sydney, na Austrália, que é parceira da ONU e do Banco Mundial e monitora globalmente os níveis de conflito, criminalidade, insegurança socioeconômica, entre outros.
O país nórdico obteve a menor
nota de zero a cinco pontos, 1,124 — quanto menor, mais seguro o país — graças
a um bom desempenho nas áreas de militarização de seu território (que é
bastante baixa), atuação em confito em andamento e segurança do seu domínio. No
entanto, este foi o primeiro ano em que o IEP detectou atividade terrorista
dentro do país, após a prisão de quatro indivíduos que organizavam um atentado
contra o seu Parlamento.
Os índices de homicídio
também cresceram na Islândia, mas não o suficiente para tirá-la da liderança de
paz global.
No entanto, ela não está
sozinha na deterioração da segurança de seus residentes. Segundo o IEP, o mundo
se tornou menos pacífico em 2023 pela 13ª vez nos últimos 15 anos, com uma perda
de segurança de 0,42%, em média. No total, a tranquilidade melhorou em 84
países e caiu em 79.
O grande perdedor em 2023 é a
Ucrânia, que devido à invasão pela Rússia perdeu 14 posições no ranking e
alcançou a nota 3,043. Mesmo assim, o país em guerra não é o mais inseguro do
mundo: o Afeganistão leva este título pelo oitavo ano consecutivo, com uma nota
3,448.
Mas e o Brasil?
O Brasil está,
definitivamente, entre os locais mais inseguros do mundo. Das 163 nações
estudadas, nosso país aparece estável em 132º lugar com uma nota 2,462. O
território nacional ainda é um dos mais perigosos da América do Sul, atrás
apenas de Venezuela e Colômbia. Já o mais seguro do continente é o Uruguai, que
com a nota 1,798, conquistou o 50º lugar global.
Um dos maiores problemas do
Brasil, segundo o IEP, é a segurança da sociedade e do território, que o tornam
o 13º pior país do mundo neste quesito. Em guerra, a Ucrânia conseguiu uma
pontuação melhor do que a do Brasil na categoria e é atualmente a 19ª nação
mais insegura. Por aqui, há também o 29º maior custo econômico proporcional (ao
PIB) da violência em todo o mundo.
Critérios de avaliação
Para avaliar a paz em um
país, o IEP analisa três grandes grupos — nível de militarização, extensão de
conflito internacional e doméstica, segurança social e do domínio — em que
estão inclusos 23 indicadores qualitativos e quantitativos, como níveis de encarceramento
da população, taxas de homicídios, número de mortes por conflitos internos,
percepções de criminalidade e etc.
Os 10 destinos mais seguros
do mundo para visitar
1º: Islândia
Este é o 16º ano consecutivo
que a Islândia é considerada a nação mais segura do mundo, desde o surgimento
do ranking em 2008. Apesar de ter o menor gasto militar e mais baixa taxa de
conflitos internacionais em todo o planeta -- não dividir fronteiras com outros
países ajuda -- sua nota piorou em cerca de 4% no período graças a um aumento
nos índices de homicídios e nos riscos de terrorismo.
2º: Dinamarca
A Dinamarca subiu uma posição
desde 2022, quando ficou em terceiro, e se destacou pela eficácia de suas
instituições governamentais, baixos níveis de corrupação e distribuição igualitária
de recursos. O país ainda é famoso por ser "o mais feliz do mundo",
segundo seus próprios cidadãos.
3º: Irlanda
A Irlanda saltou cinco
posições desde 2022, do oitavo lugar para o terceiro. No ano passado, foi a
primeira vez que ela apareceu no top 10, o que indica uma tendência de
crescimento na tranquilidade dentro da nação. Os três países mais seguros do
mundo hoje estão na Europa.
4º: Nova Zelândia
Mesmo após cair duas posições
em relação ao ranking do ano passado, a Nova Zelândia segue como o país mais
seguro da região da Ásia e do Pacífico. O número de protestos violentos, taxa
de prisões e impactos do terrorismo caiu nos últimos doze meses, mas houve
piora na militarização do país -- especialmente na questão de importação e
exportação de armas.
5º: Áustria
Forte representante na lista,
a Áustria perdeu apenas uma posição em relação a 2022. Sua capital, Viena,
ainda foi considerada a melhor cidade do mundo para se viver em 2023, na
avaliação do núcleo de inteligência da revista The Economist.
6º: Singapura
Estreante na lista, Singapura
ficou no top 5 nas categorias segurança (4º), conflito em andamento (3º). É o
segundo país mais seguro da região da Ásia e do Pacífico.
7º: Portugal
Portugal fez progressos
significativos em termos de paz nos últimos anos. Em 2014, o país saía de uma
crise econômica e aparecia em 18º no ranking. Apesar de ter caído três posições
em relação a 2022, hoje possui baixos índices de criminalidades, saúde
acessível, economia estável e clima ensolarado do Mediterrâneo atraindo
turistas e imigrantes -- especialmente brasileiros.
8º: Eslovênia
A Eslovênia estreou no top 10
em 2020, mas não deixou a lista desde então. Mesmo tendo caído do quinto lugar
para o oitavo no último ano, oferece baixos índices de criminalidade e
terrorismo, além de belas paisagens com castelos e lagos, que encantam turistas
e moradores.
9º: Japão
Em segundo lugar, apenas
atrás da Finlândia, em termos de segurança, o Japão se consolida como um país
seguro, com baixos índices de incidentes com armas de fogo. O país reabriu suas
fronteiras para turistas apenas este ano, então segue em recuperação econômica
pós-pandemia.
10º: Suíça
Apesar de altos índices de
exportações de armas per capita, a Suíça compensa com altos indicadores de
segurança e paz em outros aspectos. Fonte:
De Nossa UOL - 06/07/2023