terça-feira, 31 de janeiro de 2023
domingo, 29 de janeiro de 2023
sexta-feira, 27 de janeiro de 2023
Coronavírus: Situação do Brasil até 26 de janeiro de 2023
Vacinação
Os números reunidos pelo consórcio
indicam que mais de 108,5 milhões de brasileiros receberam a dose de reforço.
·
Dose de reforço:
108.522.371 (50,52% da população total e 60,41% da população vacinável**)
·
Totalmente
imunizados (receberam duas doses ou dose única): 173.061.759 (80,56% da
população total e 86,46% da população vacinável*)
·
Parcialmente
imunizados (que receberam apenas uma das doses necessárias): 182.704.885
(85,05% da população total e 91,28% da população vacinável*)
·
Crianças de 3 a
11 anos totalmente imunizadas: 11.123.266 (42,1% da população entre três e 11
anos)
·
Crianças de 3 a
11 anos com a primeira dose: 15.897.122 (60,16% da população entre três e 11
anos)
- Total de doses aplicadas: 464.288.212 (84,81% das doses distribuídas para os estados). Fonte: g1 - 26/01/2023
quarta-feira, 25 de janeiro de 2023
Goshiwon: Como é viver em microapartamento de 3m² na Coreia do Sul
O primeiro contato da influencer Thais Midori, de 27 anos, com a Coreia do Sul foi há 16 anos com as bandas do estilo kpop.
Aos 20 anos, descobriu que
podia fazer um intercâmbio para o país e estudar a língua. Desde então, viaja
para o território coreano todo ano, sempre com o intuito de explorar a cultura.
A primeira vez permaneceu seis meses e, depois, voltou durante as férias de
janeiro e de julho.
Ao chegar lá, ela se deu
conta de que a hospedagem era muito cara — e uma maneira de economizar seria
ficar nos microapartamentos conhecidos como goshiwon, que têm apenas cerca de
cinco metros quadrados e, às vezes, três.
Na maioria das vezes em que
ia estudar no país, ela optava por dormir nesse tipo de alojamento. "Em um
hotel barato, 17 dias, por exemplo, você gasta R$ 3.500", afirma. Já um
aluguel desse tipo de acomodação sai, em média, R$ 1.900 por mês, segundo ela.
O QUE É GOSHIWON
Goshiwons são moradias
pequenas e bem mais em conta do que apartamentos convencionais coreanos. Foram
pensados para estudantes que desejam ficar muito tempo se preparando para
concursos públicos, que usarão o alojamento somente para dormir, ou para idosos
que moram sozinhos e não têm condições financeiras de arcar com alugueis mais
caros.
Quando o inquilino escolhe
morar em um desses, ele pode optar por apartamentos com janela, sem janela, com
banheiro privado ou compartilhado. As cozinhas e lavanderia são coletivas e
alguns andares são divididos para homens e mulheres.
A grande vantagem desta
moradia é a isenção de "alugueis calção" e um contrato de um ano.
Diferentemente das outras habitações coreanas, que exigem um valor antecipado,
basta a pessoa ter dinheiro para pagar o aluguel.
A moradia é uma alternativa
para quem não tem tantos recursos financeiros e, ainda assim, deseja morar na
capital Seul e em outras cidades coreanas, segundo elas.
'DESCONFORTÁVEL'
Devido ao preço, não há
muitas regalias em acomodações como essa. Quanto mais barato for, menos
facilidades o apartamento terá. Há locais em que, mesmo tendo janela, a
abertura dá para o corredor e o inquilino nunca verá a rua.
De acordo com Thais, o maior
problema em seu goshiwon era a circulação de ar. Nesses apartamentos, quem
controla o ar condicionado e o aquecedor, segundo ela, são os donos do imóvel,
o que dificulta a regulagem dos aparelhos caso a pessoa sinta muito frio ou
calor.
"Eu não podia tomar
banho quente nem no inverno porque o quarto ficava todo úmido. Mesmo se eu
abrisse a janela não batia vento. O ar não sai."
Ela relembra que pediu para
ligar o ar condicionado por mais tempo e a proprietária cedeu um ventilador.
"No verão é muito quente. Tinha uma vizinha de Manaus que não conseguia
acreditar. É um ar quente que fica em volta de você o tempo todo. Já no frio,
eu tinha cobertor elétrico", diz Thais.
Em relação às cozinhas,
alguns gostam dos "mimos" oferecidos pelos proprietários dos goshiwons.
No local, sempre há miojo e arroz para os moradores. "Tinha dia que comia
miojo e arroz. Sempre vai ter um arroz pronto na panela, sacos de miojo para
fazer e kimchi (acelga fermentada)", conta Thais.
'NUNCA ALUGUE SEM VISITAR'
É muito comum ver placas
pelos bairros anunciando goshiwons, além de conseguir indicações de amigos,
segundo as entrevistadas. Também há sites que disponibilizam esse tipo de
imóvel.
No entanto, há lugares que
podem ter problemas com mofo, por exemplo, de acordo com os relatos. Por isso, é
importante visitar a acomodação antes de fechar qualquer contrato.
Também é comum encontrar esses
miniapartamentos em sites de hospedagem, como Airbnb, para estadias de longa ou
curta duração. O valor mensal pelo aplicativo, por exemplo, pode sair por US$
700 (cerca de R$ 3.500). "Você tem uma proteção do app, porque quando você
lida diretamente com um coreano é mais difícil", afirma Thais.
Há casos de encontrar cabelo
no banheiro, lençol que não foi bem limpo e até de outra pessoa.
E dizem que é necessário ir
com a mente aberta, pois a experiência pode ser bem claustrofóbica, segundo a
brasileira e recomenda que você domine um pouco de coreano ou vá com alguém que
domine a língua, pois muitos proprietários são idosos e não falam inglês ou
outro idioma.
'MINIAPARTAMENTOS' MAIORES
Outra opção comum de moradia
são os apartamentos menores que os tradicionais, mas um pouco maiores do que os
de cinco ou três metros quadrados.
Eles são chamados de one room (um quarto) — parecidos com kitnets convencionais do Brasil. Alguns podem ter até 10 ou 16 metros quadrados. Para essas moradias, porém, é necessário um contrato de um ano, com depósito. Fonte: BBC Brasil - 18 janeiro 2023
Alemanha tem maior inflação anual desde a Reunificação
Taxa fecha 2022 em 7,9%, superando também o recorde da antiga Alemanha Ocidental. Guerra na Ucrânia e crise econômica impulsionaram sobretudo os preços da energia e dos alimentos.
A inflação na Alemanha fechou
2022 em 7,9%, a maior taxa anual registrada no país desde a Reunificação, em
1990, apontaram dados definitivos divulgados pelo Departamento Federal de
Estatísticas (Destatis) nesta terça-feira (17/01).
O recorde anterior para a
antiga Alemanha Ocidental, de 7,6% em 1951, também foi superado.
"A taxa de inflação
anual historicamente alta foi impulsionada principalmente pelo aumento extremo
dos preços de produtos energéticos e alimentos desde o início da guerra na
Ucrânia", afirmou a presidente do Destatis, Ruth Brand.
A inflação de 2022 foi
significativamente mais alta do que a dos anos anteriores. Em 2021, a taxa
havia sido de 3,1%.
As taxas mensais de inflação
se mantiveram elevadas ao longo de todo o ano passado, tendo alcançado 10% em
setembro e o índice mais alto, 10,4%, em outubro. Em novembro, voltou para 10%,
e em dezembro recuou para 8,6%.
Segundo Brand, os efeitos da
crise econômica e da guerra na Ucrânia, como os gargalos de abastecimento e
aumentos significativos de preços, marcaram o ano como um todo.
"Mesmo que esses
aumentos de preços não fossem totalmente repassados aos consumidores, a energia
e os alimentos em particular se tornaram visivelmente mais caros para
eles", afirmou.
A presidente do Destatis
apontou que as altas taxas mensais de inflação foram temporariamente mitigadas
por medidas de alívio. Entre elas, estiveram o bilhete mensal subvencionado de
9 euros para o transporte público, um desconto nos preços dos combustíveis e a
redução do imposto sobre gás e aquecimento.
SEM ENERGIA E ALIMENTOS,
INFLAÇÃO SERIA DE 4%
A energia encareceu 34,7% em
2022 em relação ao ano anterior, após uma alta de 10,4% em 2021.
A energia das residências
saltou 39,1%, com aumentos particularmente acentuados nos preços do gás natural
(64,8%) e óleo para calefação (87%). A energia elétrica subiu 20,1%, e os
combustíveis, 26,8%.
Sem levar em conta os preços
de energia, a taxa anual de inflação de 2022 teria ficado em 4,9%.
Os preços dos alimentos
aumentaram 13,4% em 2022, com todos os grupos alimentícios afetados. Tiveram
uma alta acima da medida gorduras e óleos (36,2%), como manteiga e óleo de
girassol, assim como laticínios e ovos (19,7%).
Se excluídos tanto os
alimentos quanto a energia, a inflação de 2022 teria ficado em 4%, cerca da
metade da taxa registrada.
Para 2023, a maioria dos
especialistas prevê uma desaceleração da inflação. O Instituto para a Economia
Mundial (IfW), de Kiel, projeta uma taxa 5,4%, por exemplo.Fonte: Deutsche
Welle - 17/01/2023
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
segunda-feira, 23 de janeiro de 2023
sábado, 21 de janeiro de 2023
sexta-feira, 20 de janeiro de 2023
quinta-feira, 19 de janeiro de 2023
terça-feira, 17 de janeiro de 2023
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
Psicólogo vê risco de retrocesso para humanidade com vício em telas
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso abusivo da internet aumentou drasticamente nos últimos 20 anos. Esse aumento veio associado a vários casos de consequências negativas para a saúde. Também a rolagem infinita, pensada para proporcionar uma melhor experiência ao usuário, acabou, na opinião de muitos, se tornando um pesadelo por ser altamente viciante. O próprio inventor da timeline infinita, Aza Raskin, se arrependeu de sua criação e hoje afirma que “estamos colocando toda a humanidade no maior experimento psicológico já feito.“
Para entender melhor o
assunto, a DW Brasil entrevistou o coordenador do Núcleo de Dependências
Tecnológicas da USP, Dr. Cristiano Nabuco.
No hospital onde atende, Dr.
Nabuco recebe adolescentes de todas as regiões do país que chegam a ficar
conectados na Internet mais de 55 horas de forma ininterrupta. "Eles não
se alimentam, não vão sequer ao banheiro“, conta.
Para o psicólogo que já publicou 15 livros sobre psicologia, saúde mental e uso abusivo de tecnologia, as redes sociais podem produzir, pela 1º vez na história da humanidade, a interrupção da consolidação do conhecimento. Fonte: DW Brasil - 2 de ago. de 2022
domingo, 15 de janeiro de 2023
sábado, 14 de janeiro de 2023
Picanha brasileira fica em segundo lugar como melhor prato do mundo
A picanha brasileira conquistou o segundo lugar em um ranking com as 100 melhores comidas tradicionais do mundo, o Tasteatlas Awards 2022. Dados do governo federal mostram que o país produz 9,7 milhões de toneladas de carne bovina e exporta 25% da produção.
Outro prato brasileiro que
obteve destaque no levantamento foi a vaca atolada, comida típica caipira que
ficou em 29º no ranking. O prato sul mato-grossense é composto por uma
combinação de carne bovina e mandioca.
De acordo com o Ministério do
Turismo, o pescado brasileiro também se posicionou bem na premiação, com a
moqueca em 49º lugar no Tasteatlas Awards 2022. O prato normalmente é feito com
camarão e peixes como badejo, robalo, dourado e cação.
O último prato brasileiro a
aparecer no levantamento é o feijão tropeiro, típico em São Paulo, Minas Gerais
e Goiás. A comida mistura feijão, carne seca, toucinho e farinha de mandioca ou
de milho.
Dados da Organização Mundial
do Turismo mostram que a gastronomia é o terceiro principal motivo da
realização de viagens em todo o planeta. Fonte:
Agência Brasil – Brasília -Publicado em 07/01/2023
Brasil registra inflação de 5,79% em 2022
Inflação ultrapassa meta definida pelo governo para o ano passado. Segundo IBGE, índice foi puxado para cima principalmente pelo aumento dos preços de alimentos e bebidas.
O Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, acumulou 5,79% em
2022, fechando o ano acima da meta definida pelo governo, informou nesta
terça-feira (10/01) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embora tenha ultrapassado a
meta de 3,5% com teto de 5%, a inflação ficou bem abaixo dos 10,06% registrados
em 2021. A trégua foi influenciada pelos cortes de impostos que reduziram os
preços dos combustíveis.
Segundo o IBGE, a inflação
foi puxada para cima principalmente pelo aumento dos preços de alimentos e
bebidas, que registrou uma variação de 11,64% – o que representa um impacto de
2,41 pontos percentuais no acumulado do ano. A cebola e o leite longa vida
tiveram o maior impacto nesse grupo, seguidos por batata-inglesa, frutas e pão
francês.
SAÚDE E VESTUÁRIO TAMBÉM
PUXARAM INFLAÇÃO
Depois dos alimentos, o grupo
de saúde e cuidados pessoais, com 11,43% de variação, ficaram em segundo lugar
entre os nove grupos pesquisados. O maior aumento foi registrado em itens de
higiene pessoal, com destaque também para planos de saúde e produtos
farmacêuticos.
O grupo vestuário ficou em
terceiro lugar, com um impacto de 0,78 ponto percentual. A inflação desse grupo
foi puxada pela alta nos preços de roupas masculinas e femininas, que ficaram
acima dos 20% ao ano.
Já o grupo habitação ficou
próximo da estabilidade, e os grupos transporte e comunicação registram
deflação. Fonte: Deutsche Welle – 09.01.2023
Covid-19: quase 69 milhões estão com a dose de reforço atrasada
sexta-feira, 13 de janeiro de 2023
quinta-feira, 12 de janeiro de 2023
quarta-feira, 11 de janeiro de 2023
Carta aos pentacampeões: Pelé esteve presente em cada jogo da seleção
Pelé é o único que foi três vezes campeão do mundo
Caros pentacampeões,
Certa vez, num discurso de
despedida de um burocrata de plantão aqui na ONU, o embaixador do Vietnã pediu
a palavra para fazer uma homenagem à pessoa que estava deixando o cargo. Entre
anedotas e agradecimentos, ele lembrou de um provérbio vietnamita:
Quando você for comer uma
fruta, nunca se esqueça de quem a plantou".
Pelé morreu e, em sua
despedida, nenhum de vocês conseguiu chegar até Santos. Alguns trouxeram
argumentos logísticos. Outros, apenas o silêncio.
Fizeram falta.
Os ritos de passagem dão significado,
inclusive para o incompreensível. Eles conservam o sentido coletivo daquela
vida. Ritos, em si, não geram a coesão de uma sociedade. Mas o sentimento
produzido naquele ato pode ajudar a desenhar a silhueta daquele povo. O luto
não é sobre a morte. Mas sobre a vida.
Não escrevo essa carta a
vocês para cobrar nenhuma postura moral e muito menos uma explicação. Quem sou
eu para julgar a forma pela qual vocês decidem viver, quais os destinos das
viagens de seus jatos particulares ou se devem ou não cobrar cachê por cada vez
que são fotografados em um batizado, casamento ou churrasco.
Essa carta é apenas uma
reflexão sobre uma poderosa palavra: gratidão, um conceito que estou convencido
de que pode ter um papel transformador num país que precisa se encontrar.
Eu tenho certeza que vocês
sabem que Pelé foi quem abriu as portas para suas carreiras brilhantes. Não
estou aqui desmerecendo o esforço e o suor de cada um de vocês. Alguns saíram
de condições precárias e venceram, desafiando o destino que parecia querer se
impor sobre suas famílias.
Ainda assim, não há como
ignorar que, em cada chute de vocês, cada drible e cada vez que usaram a camisa
amarela,
Pelé estava presente. Seja na
expectativa que o mundo tinha sobre vocês, moldada a partir das cenas que o
eterno camisa 10 nos deixou. Seja na esperança de empresários de que cada um de
vocês fosse o novo Pelé.
Mas onde estavam vocês?
Vejo a ausência de tantos
jogadores e de tantos outros que se beneficiaram das conquistas do Rei do
Futebol em seu funeral como um sintoma do mal-estar de uma sociedade que tem
sérias dificuldades para se reconhecer como um coletivo, de assumir o passado
como parte de nosso presente.
Na encruzilhada em que
vivemos, acredito que é fundamental recuperar esse significado e rejeitar a
disseminação de lemas como "não sou coveiro". Vocês tiveram uma linda
ocasião para mostrar ao mundo e aos nossos filhos que nós, sim, somos mais que
o nosso presente e a nossa individualidade.
Vejo como meu filho promove
uma verdadeira cerimônia em casa para pendurar no local mais nobre de seu
quarto - que é o resumo de seu mundo - um quadro com o autógrafo de vocês.
Nesse autógrafo, portanto, não vem apenas a imagem do gol. Confesso que tive
vontade de convencê-lo a retirar da parede aqueles quadros. Mas decidi que ele
tem direito a sonhar. E sei que ele logo irá torcer com consciência.
E, para isso, precisamos
reconhecer aqueles que são referências de nossa identidade, o que representamos
como valores e de que modo queremos desenhar o futuro onde nossos filhos
crescerão.
Somos, como disse Max Weber,
um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu. Mas se não
tecermos, quem somos?
Precisamos resgatar o ato do
agradecimento e da homenagem, desmontado por quatro anos de profanação da alma.
Precisamos agradecer a Pelé e seus gols, a João Gilberto e Aldir Blanc e seus
acordes, a Marielle e sua coragem, a Isabel Salgado e sua indignação, a Gal
Costa e sua insurreição.
Na reconstrução do Brasil, os
tijolos que precisamos usar terão de ser feitos de afeto, gratidão e humildade.
Caso contrário, estaremos cultivando apenas mitos com pés de barro.
Viva Pelé!
UOL - 08/01/2023 - Colunista Jamil Chade
segunda-feira, 9 de janeiro de 2023
domingo, 8 de janeiro de 2023
quinta-feira, 5 de janeiro de 2023
terça-feira, 3 de janeiro de 2023
segunda-feira, 2 de janeiro de 2023
Covid deixou mais de 40 mil crianças órfãs de mãe no Brasil
Estudo mostra impacto da pandemia sobre jovens e revela aumento de 37% nas taxas de mortalidade materna no país. Para pesquisadores, demora de ação pública agravou disseminação da doença.
A covid-19 deixou ao menos
40.830 crianças e adolescentes órfãos de mãe no Brasil nos dois primeiros anos
da pandemia, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira (26/12) pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizado em parceria com pesquisadores da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Publicado no periódico
Archives of Public Health, o estudo revelou ainda que a covid-19 foi
responsável "por um terço de todas as mortes relacionadas a complicações
durante o parto" entre mulheres jovens – o que representa um aumento de
37% nas taxas de mortalidade materna no Brasil em relação a 2019.
"A cada mil bebês
nascidos vivos, uma mãe morreu no Brasil nos dois primeiros anos da
pandemia", destacou o coordenador do Observa Infância, Cristiano
Boccolini, um dos autores da pesquisa.
Para o estudo, os pesquisadores
cruzaram dados das mortes por covid-19 registrados no Sistema de Informações
sobre Mortalidade (SIM) em 2020 e 2021 com os do Sistema de Informações sobre
Nascidos Vivos (Sinasc) entre 2003 e 2020.
"Considerando a crise
sanitária e econômica instalada no país, com a volta da fome, o aumento da
insegurança alimentar,o crescimento do desemprego, a intensificação da
precarização do trabalho e a crescente fila para o ingresso nos programas
sociais, é urgente a mobilização da sociedade para proteção da infância, com
atenção prioritária a este grupo de 40.830 crianças e adolescentes que perderam
suas mães em decorrência da covid-19", avaliou Boccolini.
O pesquisador em Saúde
Pública da Fiocruz ressaltou ainda a urgência de políticas públicas intersetoriais
para proteger esses órfãos da pandemia.
"É certo que a morte de
um dos pais, em particular da mãe, está ligada a desfechos adversos ao longo da
vida e tem graves consequências para o bem-estar da família, afetando
profundamente a estrutura e a dinâmica familiar. As crianças órfãs são mais
vulneráveis a problemas emocionais e comportamentais, o que exige programas de
intervenção para atenuar as consequências psicológicas da orfandade",
acrescentou Celia Landmann Szwarcwald, pesquisadora da Fiocruz.
COVID RESPONSÁVEL POR QUASE
20% DAS MORTES NESTE PERÍODO
O estudo mostrou também que,
em 2020 e 2021, a covid-19 foi responsável por quase um quinto de todas as
mortes registadas no Brasil (19%). O pico da pandemia ocorreu em março de 2021,
com uma média de cerca de 4 mil óbitos diários. Esse número supera a média de
mortes por dia por todas as causas registrada em 2019.
"A faixa etária de 40 a
59 anos foi a que apresentou a maior proporção de vítimas da covid-19, em
comparação com a mortalidade por outras causas. Neste grupo, um a cada quatro
brasileiros que morreram em 2020 e 2021 tiveram o óbito relacionado à
covid", afirmou Boccolini.
O estudo apontou ainda que a
taxa de mortalidade por covid entre homens a partir dos 30 anos foi 31% maior
do que entre mulheres da mesma faixa etária. Os pesquisadores também descobriram
que a mortalidade pela doença foi três vezes mais elevada entre adultos
analfabetos do que entre aqueles que concluíram o ensino superior.
Para Szwarcwald, as
diferenças nas taxas de mortalidade por nível educacional refletem o impacto
desigual da pandemia sobre as famílias brasileiras socialmente desfavorecidas.
DEMORA DE AÇÃO PÚBLICA
AGRAVOU PANDEMIA
Os pesquisadores concluíram
ainda que a demora na adoção das medidas de saúde pública necessárias para o
controle da covid no país agravou a disseminação da doença, resultando em
perdas de vidas humanas que poderiam ter sido evitadas.
Desde o início da pandemia, o
Brasil registrou mais de 36 milhões de casos de covid e mais de 692 mil mortes
ligadas à doença, segundo dados oficiais. O Brasil é o quarto país do mundo em número
de mortes por 100 mil habitantes, ficando atrás apenas da Grécia, Estados
Unidos e Chile.
"Como consequência da
gestão inadequada da pandemia, além de criar uma legião de órfãos, o Brasil
perdeu cerca de 19 anos de vida produtiva devido à morte de adultos jovens por
covid-19", acrescentou Boccolini.
O estudo foi financiado pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela
Fundação Bill e Melinda Gates e pela Fiocruz. Fonte: Deutsche Welle - 27/12/2022
domingo, 1 de janeiro de 2023
Países onde a COVID-19 se espalhou em 2022
229 países e territórios em todo o mundo notificaram um total de 665.003.256 casos confirmados do coronavírus COVID-19 originado em Wuhan, China, e um número de óbitos de 6.697.442
Principais países
Worldometer- Last updated: January 01, 2023, 16:31 GMT