Periscopio News
mundo,sociedade,política,meio ambiente,educação,tecnologia
quinta-feira, 27 de março de 2025
segunda-feira, 24 de março de 2025
sábado, 22 de março de 2025
De quanta água o organismo precisa e para quê?
O ser humano pode passar três minutos sem oxigênio, 30 dias sem comida, porém apenas três dias sem ingerir líquido. Sem água, o corpo não funciona. Mas o excesso também pode ser fatal.
O corpo de um recém-nascido
consiste em cerca de 80% de água. À medida que o ser humano envelhece, o
conteúdo de água do corpo diminui para cerca de 60%.
As células gordurosas têm um
teor de água mais baixo do que as demais. Assim, quem tem sobrepeso possui um
percentual de água menor do que os magros, e o percentual de água é menor nas
mulheres do que nos homens. Para todos, no entanto, é essencial para a
sobrevivência fornecer regularmente líquido ao organismo.
Entre os órgãos que contêm
uma quantidade extremamente grande de água está o olho, cujo corpo vítreo é até
99% líquido. Os músculos também têm alto teor de fluido, de cerca de 80%. Para
abastecer o corpo com líquido suficiente, é, acima de tudo, necessário beber
bastante.
PERIGO DE COMA
O organismo humano perde cerca
de dois litros de líquido por dia, acima de tudo através da pele, que assim
regula a temperatura corporal. Isto acontece especialmente em períodos de
calor. Mas o ar seco do sistema de calefação também pode ressecar. Os rins, que
livram o corpo de toxinas, excretam fluido sob a forma de urina.
A urina de quem não bebe o
suficiente tem uma cor amarela intensa.A cor marrom é um sério sinal de que
algo está errado. Nos intestinos, líquidos são expelidos com as fezes, e também
se perde água na forma de gotículas ao respirar.
Para compensar essas perdas,
é preciso consumir de 1,5 a 2 litros de líquido por dia. A necessidade aumenta
com esforço físico, prática de esporte, temperaturas altas, febre, vômito e
diarreia. No entanto, nem sempre tem que ser água: sopas, frutas e vários tipos
de vegetais também ajudam a manter as reservas de líquido.
Isso é absolutamente
necessário, pois uma deficiência de 1% a 2% já resulta em sintomas físicos. A
perda de 7% de líquido já representa perigo, levando à aceleração do pulso e
confusão mental, pois todas as reações e processos químicos precisam de
líquido. Um déficit de 12% pode levar a complicações: no pior dos casos a
estado de choque ou mesmo coma.
ÁGUA PROTEGE O CÉREBRO
O cérebro e a medula espinhal
tampouco funcionam sem líquido. O líquido cerebroespinhal – também chamado de
líquido cefalorraquidiano ou ainda líquor – são 140 mililitros um fluido
transparente no qual o cérebro praticamente flutua dentro do crânio, ficando
protegido de choques. Todos os dias o corpo produz cerca de meio litro desse
fluido, que se decompõe, naturalmente, precisa ser substituído.
Os primeiros sinais de que se
precisa urgentemente de água são dores de cabeça e tonturas, mucosas secas na
boca e garganta, e possivelmente dificuldade de engolir. Sente-se cansaço e
falta de disposição, que de início não se associa à falta de fluidos.
No calor e com a perda
adicional através do suor, o sistema circulatório pode entrar em colapso,
resultando em desmaio. O corpo diz inequivocamente que é urgente beber, pois a
pressão arterial também sobe. Sem líquido suficiente, o sangue se torna mais
espesso e não pode mais manter a circulação normal.
QUANDO MAIS LÍQUIDO É
NECESSÁRIO
Também não é raro os mais
idosos simplesmente esquecerem de beber o suficiente. O resultado pode ser
vertigem, confusão mental, distúrbios de consciência ou inconsciência, entre
outros. Em casos de extrema falta de fluidos, os médicos têm recorrer à infusão
de soro.
Alguns se abstêm
deliberadamente de beber o suficiente devido à dificuldade de controlar a
micção ditada pela idade. Por medo de perder o controle ou de ter que urinar
com frequência à noite, bebem muito pouco ou nada. Porém isso não é solução em
nenhum caso e em nenhuma idade.
Em caso de diarreia ou
vômitos, o mínimo de 1,5 litro por dia não basta. Se o equilíbrio hídrico não
for restaurado o mais rápido possível, o corpo se desidrata, podendo resultar
em colapso circulatório ou uma inconsciência.
Também é necessário beber
bastante quando se tomam certos medicamentos. Diuréticos desidratam o corpo a
fim de, por exemplo, evitar edemas, ou seja, retenção de líquido.
TUDO UMA QUESTÃO DE MEDIDA
Bebidas alcoólicas igualmente
têm efeito diurético, em especial a cerveja. Os rins tentam expelir as
substâncias tóxicas do corpo, forçando a ida ao banheiro.
O álcool também inibe a
liberação no hipotálamo da vasopressina, hormônio antidiurético que regula o
equilíbrio hídrico dos rins. Em caso de escassez desse hormônio, os rins
excretam água demais, e o equilíbrio hídrico é perturbado.
Beber cinco litros ou mais em
poucas horas também implica risco de morte por hiperidratação. Os rins então
não conseguem mais regular e excretar a grande quantidade de fluido e, no pior
dos casos, a consequência pode ser um edema cerebral.
Assim, concursos do tipo "quem bebe mais" podem sobrecarregar totalmente organismo dos participantes. Não só os rins não conseguem mais fazer seu trabalho: também o equilíbrio de sal é afetado. Como um organismo lida com tudo isso dependerá da idade, do peso e do estado geral de saúde. Fonte: DW - Publicado 01/06/2022