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domingo, 26 de abril de 2020

Coronavírus: Como e quando uma pandemia chega ao fim?

Quando e como uma pandemia termina pode se resumir a uma palavra: imunidade. Conforme a doença avança, mais pessoas são contaminadas e se tornam imunes a ela. Quando esse número cresce, quem se contamina não consegue passar o vírus para frente, impedindo que ele ataque novos organismos e reduzindo sua circulação.

É a lógica por trás da "imunidade de rebanho", e uma solução aparentemente plausível, que resolveria as coisas rapidamente se um grande número de pessoas pegasse o vírus. O problema é que, no caso do novo coronavírus, as projeções —e a experiência de alguns países — indicam que o custo humano seria imenso.

"Teríamos grande parte da população infectada em um curto período de tempo, isso provocaria um colapso no sistema de saúde [como já está acontecendo] e custaria vidas", afirma Naveca. "É por esse motivo que a taxa de transmissão precisa ser diluída", diz.
Existe ainda outra questão: não sabemos ao certo se essa lógica funciona, já que a própria OMS anunciou que os dados sobre o Sars-CoV-2 não permitem garantir se e por quanto tempo uma pessoa infectada se torna imune ao microrganismo. No caso da epidemia de Sars, causada por outro coronavírus em 2003, os pesquisadores descobriram que a imunidade poderia durar por cerca de três anos.

E não tem como não falar da vacina novamente. Essa é a melhor forma de garantir imunidade da população sem expor as pessoas à doença. O problema é que elas levam tempo para serem desenvolvidas e, muitas vezes —como aconteceu na pandemia de H1N1, em 2009, e na epidemia do Ebola, em 2014 —, chegam quando os casos já atingiram uma estabilidade e começam a cair.

Por isso, a estratégia do isolamento social é, no momento, a nossa melhor chance de acabar com a pandemia com um número controlado de mortes. "A quarentena é uma forma de 'comprar tempo' para que todos estejam imunizados sem sobrecarregar os sistemas de saúde", afirma Rafael Jácomo.

O especialista acredita que, enquanto a vacina não chega, um provável cenário será o do isolamento intermitente —ou seja, vamos oscilar entre períodos de "vida normal" e quarentena como forma de controlar os surtos da doença.

Sem a vacina, o vírus vai continuar circulando. E aí será preciso esse controle para mantermos o sistema de saúde funcionando. Fonte: UOL Notícias - Publicado em 24/04/2020.

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