Próximos passos do acordo são a aprovação do Conselho
Europeu e a apreciação do texto pela Eurocâmara
O acordo de livre-comércio entre União Europeia (UE) e
Mercosul, assinado no último dia 28 de junho, poderia ser ratificado em um
prazo de até dois anos, previu o presidente da Câmara de Comércio
Brasil-Espanha, José Gasset Loring.
"A política comercial, de troca comercial, já é uma
política comum (dos países da UE). Agora, só precisamos da ratificação do
Parlamento Europeu", acrescentou o empresário. "Acredito que em dois
anos (a ratificação) terá ocorrido."
Loring explicou que os próximos passos do acordo são a
aprovação do Conselho Europeu, que deve ocorrer no último trimestre deste ano,
e a apreciação do texto pela Eurocâmara, prevista para acontecer em 2020.
O empresário também destacou que o compromisso do Brasil com
o Acordo de Paris contra a mudança climática é "muito firme" e não
representa um impedimento para as negociações, como questiona o governo da
França.
Para ele, o setor agropecuário europeu não deve dificultar a
aprovação do acordo, mesmo dos produtores de carne, que exigem melhores
condições fitossanitárias por parte do Brasil. "Acredito que o acordo é
suficientemente mais amplo para não só se concentrar no comércio de produtos
agrícolas. Há produtos industriais que também serão positivamente
afetados", ressaltou.
O representante empresarial sugeriu a aplicação de medidas
compensatórias aos setores que podem ser prejudicados na Europa, como os
criadores de gado, além dos produtores de açúcar, de críticos e arroz. Eles
poderiam receber, segundo Loring, recursos oriundos dos fundos de globalização
da Política Agrícola Comum da UE.
O embaixador do Brasil na Espanha, Pompeu Andreucci Neto,
reforçou o compromisso ambiental do Brasil, dizendo que este é um ponto
fundamental e muito sensível, no qual há muito empenho do atual governo. Fonte: O Estado de S.Paulo-12 de julho de 2019
Gráficos - Folha de São Paulo, 3 de agosto de 2019
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