Fernando Segóvia, que assumiu oficialmente o cargo de
diretor-geral da Polícia Federal (PF) na segunda-feira (20/11), afirmou que a
Procuradoria-Geral da República (PGR) pode ter agido de forma apressada ao
denunciar o presidente Michel Temer, em junho, por corrupção passiva.
Em entrevista coletiva após sua posse em Brasília, Segóvia
questionou o pouco tempo dedicado pelo então chefe da PGR, Rodrigo Janot, ao
inquérito, afirmando que "uma única
mala" talvez seja insuficiente para comprovar se os investigados
cometeram, de fato, um crime.
"A gente
acredita que, se fosse pela égide da PF, essa investigação teria que durar mais
tempo, porque uma única mala talvez não desse toda a materialidade criminosa
que a gente necessitaria para resolver se havia ou não crime, quem seriam os
partícipes e se haveria ou não corrupção", afirmou.
Para Segóvia, o papel de Temer no crime apontado pela PGR
"é um ponto de interrogação que está no imaginário popular". Essa
questão "poderia ter sido respondida se a investigação tivesse durado mais
tempo", opinou.
O novo chefe da Polícia Federal se referia à mala com 500
mil reais que foi entregue por um diretor da empresa JBS, Ricardo Saud, ao
ex-deputado e ex-assessor especial de Temer Rodrigo Rocha Loures, em abril.
Investigadores da PF flagraram a entrega do dinheiro, que seria propina.
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da
força-tarefa da Operação Lava Jato, fez críticas às declarações de Segóvia
sobre o inquérito envolvendo Temer. Para ele, não cabe ao diretor-geral da PF
emitir opinião sobre investigações ou denúncias.
"Sua opinião pessoal é totalmente desnecessária e sem
relevância, ainda mais quando dada em plena coletiva após a posse que lhe foi
dada pelo próprio denunciado", disse Lima em rede social. Fonte: Deutsche Welle - Data 21.11.2017
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