A origem do vírus causador da
febre amarela foi motivo de discussão e polêmica durante muito tempo, porém
estudos recentes utilizando novas técnicas de biologia molecular comprovaram
sua origem africana. O primeiro relato de epidemia de uma doença semelhante à
febre amarela é de um manuscrito maia de 1648 em Yucatan, México.
Na Europa, a febre amarela já
havia se manifestado antes dos anos 1700, mas foi em 1730, na Península
Ibérica, que se deu a primeira epidemia, causando a morte de 2.200 pessoas. Nos
séculos XVIII e XIX os Estados Unidos foram acometidos repetidas vezes por
epidemias devastadoras, para onde a doença era levada através de navios
procedentes das índias Ocidentais e do Caribe.
No Brasil, a febre amarela
apareceu pela primeira vez em Pernambuco, no ano de 1685, onde permaneceu
durante 10 anos. A cidade de Salvador também foi atingida, onde causou cerca de
900 mortes durante os seis anos em que ali esteve. A realização de grandes
campanhas de prevenção possibilitou o controle das epidemias, mantendo um
período de silêncio epidemiológico por cerca de 150 anos no País.
A febre amarela apresenta dois
ciclos epidemiológicos de acordo com o local de ocorrência e o a espécie de
vetor (mosquito transmissor): urbano e silvestre. A última ocorrência de febre
amarela urbana no Brasil, foi em 1942, no Acre. Hoje, ainda se teme a presença
da febre amarela em áreas urbanas, especialmente depois do final da década de
70, quando o mosquito Aedes aegypti retornou ao Brasil.
O ciclo silvestre só foi
identificado em 1932 e desde então surtos localizados acontecem nas áreas
classificadas como áreas de risco: indene (estados do Acre, Amazonas, Pará,
Roraima, Amapá, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás,
Distrito Federal e Maranhão) e de transição (parte dos estados do Piauí, Bahia,
Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
No período de 1980 a 2004, foram
confirmados 662 casos de febre amarela silvestre, com ocorrência de 339 óbitos,
representando uma taxa de letalidade de 51% no período. Fonte: Ministério da Saúde
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