Um relatório da Academia Nacional de Ciências, Engenharia e
Medicina dos Estados Unidos divulgado nesta terça-feira (17/05) revela que não
foram encontradas evidências de que o consumo de alimentos geneticamente
modificados possa ser prejudicial à saúde ou ao meio ambiente.
Os pesquisadores avaliaram estudos realizados durante duas
décadas sobre as plantações de organismos geneticamente modificados (OGMs).
Eles pediram maior atenção das agências reguladoras ao produto final das novas
variedades de plantas, ao invés da forma como elas são geneticamente produzidas
ou cultivadas.
"Pesquisamos a fundo o material para possibilitar um
novo olhar sobre os dados das plantações transgênicas e convencionais",
afirmou o presidente do comitê de pesquisa, Fred Gould, que é codiretor do
Centro para Engenharia Genética e Sociedade da Universidade da Carolina do
Norte.
Gould disse que a vasta quantidade de dados e opiniões sobre
o controverso tema "criou um panorama confuso", e assegurou que o
relatório busca uma análise imparcial.
O comitê da Academia Nacional formado por mais de 50
cientistas examinou quase novecentas pesquisas e publicações sobre as
características da engenharia genética no milho, soja e algodão – que
representam a grande maioria da produção comercial de OMGs.
RISCOS À SAÚDE HUMANA
"Ao mesmo tempo em que reconhece as dificuldades
inerentes de detectar efeitos sutis ou de longo prazo para saúde ou o meio
ambiente, o comitê não encontrou evidências substanciais de uma diferença nos
riscos à saúde humana entre as colheitas geneticamente modificadas e as
convencionais, tampouco encontramos evidências conclusivas de causa e efeito de
problemas ambientais provenientes das colheitas transgênicas", afirma o
relatório.
No entanto, o relatório, de 408 páginas, alerta as agências
reguladoras para que submetam as novas variedades de plantas a testes de
segurança, "independentemente de terem sido desenvolvidas através da
engenharia genética ou de técnicas convencionais".
DOENÇAS
Os pesquisadores não identificaram uma ligação entre as
plantações geneticamente modificadas e doenças como câncer e diabetes e também
não detectaram "associação entre doenças ou condições crônicas de saúde e
o consumo de alimentos transgênicos".
Haveria ainda evidências de que as plantações desenvolvidas
geneticamente para resistir a insetos teriam trazido benefícios à saúde humana,
pelo fato de reduzirem as intoxicações por inseticidas.
RESISTÊNCIAS
Ao mesmo tempo, o desenvolvimento de resistência a algumas
características dos OGMs – incluindo insetos e ervas daninhas – é um
"grande problema agrícola", alertam os cientistas. Eles citam lugares
onde ervas daninhas desenvolveram resistência ao glifosato – herbicida ao qual
a maioria dos cultivos geneticamente modificados foi desenvolvida para ser resistente. Fonte: Deutsche Welle - Data 18.05.2016
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