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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Afastada, Dilma diz que impeachment é golpe

Em seu primeiro discurso como presidente afastada, na manhã desta quinta-feira, Dilma Rousseff afirmou que o processo de impeachment é "fraudulento" e um "verdadeiro golpe".

Aplaudida diversas vezes durante sua fala no Palácio do Planalto, a petista disse que o que está em jogo no processo é "o respeito às urnas, a vontade soberana do povo brasileiro e a Constituição". Ainda em seu discurso de saída do Planalto, Dilma afirmou que não cometeu crime de responsabilidade e se disse alvo de injustiças.

"É um processo frágil, juridicamente incompetente, é a maior das brutalidades que pode ser cometida contra qualquer ser humano: puni-lo por um crime que não cometeu. Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente."

A presidente afastada afirmou também que o processo partiu de uma oposição "inconformada" com o resultado das eleições e que passou a "conspirar abertamente" pelo seu afastamento.
"Tenho sido alvo de intensa e incessante sabotagem. O objetivo evidente tem sido me impedir de governar."

E acrescentou que o maior risco para o país é ser dirigido por um governo "sem voto, que não tem legitimidade".
"A população saberá dizer não ao golpe. Aos brasileiros que são contra o golpe, faço um chamado: mantenham-se mobilizados, unidos e em paz. A luta para democracia não tem data para terminar. E nós vamos vencer."

Manifestantes
Depois desse pronunciamento, ela falou aos manifestantes pró-governo reunidos do lado de fora do Planalto.
Ao lado do ex-presidente Lula e do presidente nacional do PT, Rui Falcão, Dilma repetiu o discurso de que não cometeu crimes. E frisou que os atos dos quais é acusada - mudar gastos do governo sem aprovação do Congresso e manobras contábeis para maquiar as contas públicas - são "corriqueiros".
"Esses atos foram feitos por todos aqueles que me antecederam. Se não era crime naquela época, também não é crime agora."
Aos som de gritos de "Fora Temer", a presidente afastada atribuiu a abertura do processo de impeachment a um ato de vingança do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelo fato de o PT ter votado contra sua absolvição na Comissão de Ética da Casa.

"Que ele (Cunha) estava fazendo uma chantagem contra esse governo. E eu não sou mulher para aceitar esse tipo de chantagem." Fonte: BBC Brasil - quinta-feira, 12 de maio de 2016

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