O desempenho desastroso da economia no Brasil em 2015 vai se
repetir em 2016, confirmando dois anos seguidos de profunda recessão no país,
segundo o relatório Perspectivas Econômicas, divulgado nesta quarta pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI).
A projeção do Fundo é de uma queda de 3,8% do
Produto Interno Bruto em 2016, o mesmo resultado registrado no ano passado,
quando pelo menos `1,5 milhão de brasileiros perderam seus empregos. É o
terceiro pior resultado da região, atrás da Venezuela (-8%) e do Equador
(-4,5%). A Argentina deve ter queda de -1%.
DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA
A dívida pública brasileira atual, de 73,7% do PIB (dado de
2015) é a maior do continente sulamericano, maior inclusive que a da Venezuela
(48,8% do PIB) ou que a da Argentina (56,5%), países até pouco tempo atrás
identificados como os ‘patinhos feios’ da região.
O descontrole com os gastos públicos marcou o primeiro
mandato da presidenta Dilma, algo que ficou mais nítido depois da sua reeleição
em 2014. A dívida bruta no início de 2011, quando ela estreou na presidência,
estava na casa dos 54% do PIB. A contínua concessão de isenções fiscais a
empresas para evitar o desemprego em seus primeiros anos no poder foi
comprometendo a arrecadação do Governo, o que contribuiu para aumentar o nível
de endividamento do Brasil.
Ao final do primeiro mandato, em 2014, e no início do atual,
em 2015, Dilma recorreu a manobras contábeis para fechar as contas, ao mesmo
tempo em que alterou por diversas vezes as metas fiscais (economia para pagamento
de dívidas) com as quais havia se comprometido.
PIOR RECESSÃO DO SÉCULO
O FMI observa que a combinação de fragilidades
macroeconômicas e problemas políticos marcam o Brasil atualmente. Com dois anos
de queda significativa do PIB, não é à toa que os economistas no Brasil descrevem
o quadro atual como a “pior recessão do século”. Na leitura do Fundo, a
retração de consumo e investimentos se explica diante das incertezas do
momento. “A atividade econômica se contrai diante da escassa confiança das
empresas e consumidores, do elevado nível de incerteza a respeito da política
interna, bem como da debilidade dos preços de exportações e do endurecimento
das condições financeiras e escassa competitividade”, aponta o relatório.
Com espaço limitado para cortes – quase 90% do orçamento
público brasileiro é engessado por despesas obrigatórias – o FMI entende que
serão necessárias “medidas impositivas no curto prazo”, embora entenda que no
longo prazo será necessário abordar a rigidez de gastos, incluindo os da
Previdência Social. Esse é um debate que já estava presente no Governo Dilma, e
que possivelmente será herdado pelo seu vice-presidente, Michel Temer, caso ele
assuma o poder se o impeachment for confirmado em maio. Fonte: El País - São
Paulo 27 ABR 2016
Comentário:
Segundo Roberto Campos: “A esquerda sempre soube chacoalhar
as árvores para apanhar no chão os frutos. O que não sabe é plantá-las…”
Segundo Marx, para acabar com os males do mundo, bastava
distribuir; foi fatal; os socialistas nunca mais entenderam a escassez.
Nada é de graça, nada pode ser de graça. O dinheiro sai de
algum lugar, em geral do bolso do contribuinte.
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