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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Brasil vai repetir o tombo de 2015

O desempenho desastroso da economia no Brasil em 2015 vai se repetir em 2016, confirmando dois anos seguidos de profunda recessão no país, segundo o relatório Perspectivas Econômicas, divulgado nesta quarta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). 

A projeção do Fundo é de uma queda de 3,8% do Produto Interno Bruto em 2016, o mesmo resultado registrado no ano passado, quando pelo menos `1,5 milhão de brasileiros perderam seus empregos. É o terceiro pior resultado da região, atrás da Venezuela (-8%) e do Equador (-4,5%). A Argentina deve ter queda de -1%.

DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA
A dívida pública brasileira atual, de 73,7% do PIB (dado de 2015) é a maior do continente sulamericano, maior inclusive que a da Venezuela (48,8% do PIB) ou que a da Argentina (56,5%), países até pouco tempo atrás identificados como os ‘patinhos feios’ da região.

O descontrole com os gastos públicos marcou o primeiro mandato da presidenta Dilma, algo que ficou mais nítido depois da sua reeleição em 2014. A dívida bruta no início de 2011, quando ela estreou na presidência, estava na casa dos 54% do PIB. A contínua concessão de isenções fiscais a empresas para evitar o desemprego em seus primeiros anos no poder foi comprometendo a arrecadação do Governo, o que contribuiu para aumentar o nível de endividamento do Brasil.

Ao final do primeiro mandato, em 2014, e no início do atual, em 2015, Dilma recorreu a manobras contábeis para fechar as contas, ao mesmo tempo em que alterou por diversas vezes as metas fiscais (economia para pagamento de dívidas) com as quais havia se comprometido.

PIOR RECESSÃO DO SÉCULO
O FMI observa que a combinação de fragilidades macroeconômicas e problemas políticos marcam o Brasil atualmente. Com dois anos de queda significativa do PIB, não é à toa que os economistas no Brasil descrevem o quadro atual como a “pior recessão do século”. Na leitura do Fundo, a retração de consumo e investimentos se explica diante das incertezas do momento. “A atividade econômica se contrai diante da escassa confiança das empresas e consumidores, do elevado nível de incerteza a respeito da política interna, bem como da debilidade dos preços de exportações e do endurecimento das condições financeiras e escassa competitividade”, aponta o relatório.

Com espaço limitado para cortes – quase 90% do orçamento público brasileiro é engessado por despesas obrigatórias – o FMI entende que serão necessárias “medidas impositivas no curto prazo”, embora entenda que no longo prazo será necessário abordar a rigidez de gastos, incluindo os da Previdência Social. Esse é um debate que já estava presente no Governo Dilma, e que possivelmente será herdado pelo seu vice-presidente, Michel Temer, caso ele assuma o poder se o impeachment for confirmado em maio. Fonte: El País - São Paulo 27 ABR 2016

Comentário:
Segundo Roberto Campos: “A esquerda sempre soube chacoalhar as árvores para apanhar no chão os frutos. O que não sabe é plantá-las…”
Segundo Marx, para acabar com os males do mundo, bastava distribuir; foi fatal; os socialistas nunca mais entenderam a escassez.
Nada é de graça, nada pode ser de graça. O dinheiro sai de algum lugar, em geral do bolso do contribuinte.

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