Colônia sofreu uma das maiores evacuações de sua história após autoridades encontrarem três bombas americanas. Museus, hotéis, escolas e linhas de trem foram afetados.
Cerca de 20 mil pessoas
tiveram que deixar suas casas na cidade alemã de Colônia, no estado da Renânia
do Norte-Vestfália, para que autoridades pudessem desativar com segurança três
bombas da Segunda Guerra Mundial, numa das maiores evacuações na história da
cidade desde o fim do conflito, segundo a prefeitura.
A ordem de evacuação, válida
a partir das 8h desta quarta-feira (04/06) para um raio de mil metros, afetou
boa parte do centro antigo da cidade. A zona de exclusão incluiu o centro
histórico de Colônia, 58 hotéis, várias escolas, um hospital, casas de repouso,
creches, além de empresas e locais para eventos. Grande parte da administração
da cidade também teve que ser evacuada, assim como os estúdios da emissora de
TV alemã RTL.
As bombas, duas de uma
tonelada e uma de meia tonelada, são de fabricação americana e foram
encontradas na segunda-feira.
A ordem de evacuação foi
removida no início da noite desta quarta-feira (horário local), após
especialistas desarmarem os artefatos com sucesso.
EVACUAÇÕES POR CAUSA DE
BOMBAS ANTIGAS NÃO SÃO RARAS
Pivô da Segunda Guerra
Mundial, a Alemanha convive até hoje com a ameaça de bombas não detonadas
daquele período. Há evacuações por causa disso todos os anos, sempre que
operários escavam a terra para fazer alguma obra e descobrem algum explosivo
adormecido sob o solo.
Isso é especialmente comum em
Colônia, já que a cidade foi uma das mais bombardeadas no conflito.
Apenas na Renânia do
Norte-Vestfália, mais de 1,6 mil bombas foram desarmadas no ano passado. Um dos
motivos para o aumento significativo desses episódios é o maior número de
construções, com a instalação de cabos de fibra ótica, reformas de pontes e
reconstrução da malha rodoviária.
Regiões metropolitanas como a
região do vale do Ruhr, Hamburgo e Berlim são particularmente afetadas. Essas
áreas foram alvos de intensos bombardeiros das forças aliadas que também
visavam infraestruturas civis.
Já em Brandemburgo, só em
2024, especialistas em desarmamento de bombas coletaram, entre outras coisas,
90 minas, 48 mil granadas, 500 bombas incendiárias, 450 bombas de alto poder
explosivo com mais de cinco quilos e cerca de 330 mil cartuchos.
Colônia era considerada um
alvo estratégico pelos aliados devido à quantidade de indústrias e linhas de
trem, vitais para distribuição de bens e mercadorias. Em 1942, a Força Aérea
britânica adotou uma nova diretriz, trocando os ataques de precisão por
bombardeios maciços que afetassem "o moral da população inimiga", na
descrição de historiadores.
Um marco dessa estratégia
ocorreu em 31 de maio de 1942, quando 1.330 aviões despejaram mais de 1.500
toneladas de explosivos e bombas incendiárias sobre a cidade. O saldo foi de
1.700 incêndios, 480 mortos e 5.000 feridos. Um ano mais tarde, a Alemanha
nazista de Adolf Hitler já perdia a soberania aérea do conflito.
No total da guerra, Colônia sofreu mais de 260 ataques aéreos, que mataram cerca de 20 mil pessoas. Fonte: DW - quarta-feira, 4 de junho de 2025
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