Um estudo mostrou que um voo internacional de sete horas e meia com apenas 17% de ocupação resultou em 59 infecções pelo novo coronavírus, incluindo 13 passageiros e 46 pessoas infectadas mais tarde, já no país de destino.
Os pesquisadores afirmaram
que o caso demonstra o grande potencial de disseminação do vírus relacionado ao
tráfego aéreo e que restrições de movimento após o desembarque e o rastreamento
de contatos podem limitar as transmissões.
Segundo o estudo, publicado
no site Eurosurveillance na semana passada, o voo tinha como destino a Irlanda
e ocorreu no verão europeu de 2020. A origem não foi divulgada, nem a empresa
aérea. No avião estavam 49 passageiros, de um total possível de 283, e 12
tripulantes.
Os 13 passageiros infectados
fizeram conexão num grande aeroporto europeu e eram oriundos de três
continentes. Um grupo de cinco infectados relatou ter passado a noite na área
de conexão, totalizando 12 horas. Um segundo grupo de três pessoas compartilhou
uma área de conexão separada, e mais cinco fizeram conexões curtas, de menos de
duas horas, na área de embarque.
MÁSCARAS E DISTÂNCIA A BORDO: Dos 13 passageiros que testaram positivo, 12 apresentaram sintomas de covid-19 e um resultou assintomático. Ao menos nove deles usaram máscara durante o voo, e um (uma criança) não usou. Os pesquisadores não sabem se os outros três usaram máscara.
Os passageiros que testaram
positivo tinham idade entre 1 e 65 anos. Quatro foram hospitalizados, e um
deles acabou na UTI.
Os pesquisadores destacaram
que quatro dos casos positivos no voo não estavam sentados perto de um outro
caso positivo, não mantiveram contato na área de conexão e usaram máscaras no
voo.
A origem do surto não foi
identificada, mas um passageiro, que testou negativo e era parente próximo de
um caso positivo do voo, declarou que havia testado positivo três semanas antes
da viagem.
"Viagens aéreas
aceleraram a pandemia global, contribuindo para a disseminação da doença do
coronavírus (covid-19) pelo mundo", afirmaram os cientistas.
As conclusões contradizem
estudos divulgados pelas empresas aéreas, que já afirmaram que os riscos de ser
infectado a bordo são semelhantes aos de ser atingido por um raio ou que
passageiros usando máscara no voo correm pequeno risco de contrair o vírus.
Fonte: Deutsche Welle- 28.10.2020
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