O Fundo Monetário
Internacional (FMI) apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá
recuar 9,1% em 2020, em meio aos impactos negativos da pandemia de coronavírus.
A previsão consta no novo
relatório Panorama Econômico Mundial, publicado nesta quarta-feira (24/06), que
atualizou projeções de abril que já apontavam um cenário extremamente negativo
para as economias brasileira e mundial.
A previsão negativa de abril
(recuo de 5,3%) já apontava para a maior retração desde 1962, quando teve
início a série histórica disponibilizada pelo Banco Central. Tanto os dados de
abril quanto os disponibilizados nesta quarta-feira apontam para uma queda
maior até do que a de 1990, a pior da série, quando o PIB brasileiro teve queda
de 4,35%. O segundo maior recuo foi em 1981, com 4,25%.
Em janeiro, antes de a crise
do coronavírus atingir proporções globais, o FMI havia previsto que o PIB
brasileiro poderia crescer 2,2% em 2020.
Para 2021, os dados continuam
mais otimistas. Na projeção desta quarta-feira, o FMI estima um crescimento de
3,6% no PIB brasileiro.
A nova previsão do FMI também
é mais negativa que as projeções mais recentes de analistas brasileiros. Em
maio, o governo Bolsonaro estimou que o PIB de 2020 terá uma queda de 4,7%, em
meio aos efeitos da pandemia de covid-19. Na segunda-feira, o relatório Focus,
divulgado pelo Banco Central com base nas estimativas do mercado, apontou para
uma retração de 6,51%.
Já o Banco Mundial estimou na
primeira semana de junho que o PIB brasileiro deverá ter uma queda de 8%.
CENÁRIO PESSIMISTA PARA O
MUNDO
Em abril, o FMI havia
apontado que a economia global sofrerá uma retração de 3% em 2020 em razão da
pandemia. Os dados agora são ainda piores: queda de 4,9%.
A crise deve ser grave nos
países desenvolvidos, que devem registrar, em média, uma retração de 8% – a
previsão de abril apontava para uma queda de 6,1%.
· A Alemanha, por exemplo, deve sofrer uma retração de
7,8% no seu PIB.
· Os Estados Unidos, de 8%.
· A Itália, um dos países mais afetados pela covid-19 na
Europa, deve sofrer uma queda de 12,8% – em abril, o recuo previsto chegava a
9,1%.
· No entanto, o relatório aponta previsão de crescimento
de 5,4% na Alemanha em 2021. Na Itália, de 6,3%.
Outros países europeus que
aparecem no topo de mortes por covid-19 no continente também devem sofrer
recuos de dois dígitos:
· Reino Unido (-10,2%),
· Espanha (-12,8%) e
· França (-12,5%).
Já os países emergentes,
grupo do qual o Brasil faz parte, vão, em média, sofrer uma retração de 3% – em
abril, a queda prevista era de 1%. Nesse grupo, apenas o México deve registrar
resultado pior do que o Brasil, aponta o FMI, com retração de 10,5%.
A retração prevista para o
Brasil é apenas levemente melhor do que a média da América Latina e do Caribe.
As duas áreas devem, em média, sofrer um encolhimento de 9,4% na economia. Fonte: Deutsche
Welle-24.06.2020
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