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sábado, 6 de junho de 2020

Coronavírus: Como o governo vem reduzindo a transparência de dados sobre a covid-19

O Brasil vem registrando um aumento dramático no número de mortes e novos casos de covid-19, a um ritmo que já supera mil óbitos por dia. Já são 34.021 mortes e quase 615 mil infecções pelo novo coronavírus. Mas quem acompanha como o Ministério da Saúde vem divulgando esses dados pode ter a impressão que a situação no país não poderia estar mais calma.
Cabe à pasta consolidar e divulgar os dados fornecidos pelas secretarias estaduais sobre o avanço da pandemia. Mas, a partir do início de maio, na medida em que os impactos da doença se intensificaram, o ministério passou a dar menos destaque para as mortes e novos casos.
Também esvaziou as coletivas de imprensa, que não são mais diárias, e adotou uma abordagem "otimista" em relação aos efeitos da pandemia, dando ênfase ao número de recuperados. A divulgação dos boletins com os mortos e contaminados, por sua vez, desapareceu das redes sociais da pasta.

ATRASOS
Os números consolidados da pandemia estão sendo divulgados cada vez mais tarde pelo Ministério da Saúde. Em abril, na gestão de Luiz Henrique Mandetta, eles normalmente saíam por volta de 17h no horário de Brasília, durante coletivas de imprensa.
Depois, com a nomeação de Nelson Teich para a chefia da pasta, passaram a ser divulgados por volta das 19h. No final de maio, já sem Teich na pasta, os dados passaram a ser publicados com atrasos cada vez mais constantes, muitas vezes depois da 20h.
Nesta quarta-feira, uma nova marca: 22h. Na ocasião, a pasta alegou "problemas técnicos" para explicar a demora. Estranhamente, quando a tabela foi finalmente distribuída, ela indicava que os números haviam sido fechados às 19h. 
Nesta quinta-feira, os dados foram novamente divulgados às 22h. Desta vez, a pasta não deu nenhuma explicação, apenas negou que os atrasos tenham sido propositais.
Os dois atrasos coincidiram com dois recordes consecutivos no número de mortes por covid-19. Na quarta, foram registradas 1.349 mortes. Na quinta, 1.473.

SEM NOTÍCIAS NEGATIVAS NAS REDES SOCIAIS
Não foi a primeira vez que uma mudança na forma da divulgação dos dados coincidiu com um novo recorde de mortes. Em 19 de maio, o ministério parou de divulgar a íntegra dos boletins nas redes sociais Twitter e Facebook. Foi justamente no dia em que o país registrou pela primeira vez mais de mil mortes em 24 horas.
Nas redes sociais, no lugar do boletim completo com mortes e casos, o ministério passou a replicar publicações "otimistas" da Secretaria de Comunicação do Planalto (Secom), que já vinha divulgando desde o final de abril um chamado "Placar da Vida", que inclui apenas o número de infectados, recuperados e "em recuperação", sem mencionar o número de mortos em decorrência da doença.Fonte: Deutsche Welle-05.06.2020

COMENTÁRIO:
Realmente está mais difícil coletar os dados. Agora o site dá maior divulgação a entrega de respiradores, álcool-gel, visitas aos hospitais de campanha, etc. O último dado divulgado pelo site é de 2 de junho.
Hoje,  as principais noticias do site são:
·    Arnaldo Correia de Medeiros é o novo Secretário de Vigilância em Saúde
·    Brasil já tem 7.774 leitos de UTI exclusivos para pacientes com coronavírus
·    SUS ganha reforço na identificação precoce de casos de COVID-19
·    Google apoia Ministério da Saúde na divulgação do aplicativo Coronavírus-SUS
·    Ministério da Saúde esclarece nota técnica
·    Ministério da Saúde esclarece nota técnica
·    São Paulo recebe mais 290 ventiladores pulmonares
·    Roraima recebe mais 50 ventiladores pulmonares
·    Rio de Janeiro recebe mais 245 ventiladores pulmonares
·    Pernambuco recebe mais 10 ventiladores pulmonares


Em São Paulo os valores de óbitos e casos publicados pelos boletins epidemiológicos da prefeitura não batem com os valores publicados pelos jornais. Não sei quais são os valores corretos

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