OMS-MEMBROS DA OMS CONCORDAM EM LANÇAR INVESTIGAÇÃO SOBRE
RESPOSTA À COVID-19
A Assembleia Mundial da Saúde, órgão decisório da
Organização Mundial da Saúde (OMS), aprovou nesta terça-feira (19/05) uma
resolução para iniciar uma investigação da resposta global à pandemia de
coronavírus, inclusive sobre o papel do
organismo ligado à ONU. A resolução não enfrentou objeções dos 194
Estados-membros da assembleia.
A resolução, aprovada durante
a conferência anual da OMS, foi patrocinada pela União Europeia. Em uma
declaração em nome do bloco, a UE solicitou uma "avaliação independente e
abrangente" da resposta internacional à pandemia.
Por outro lado, a UE
manifestou apoio à OMS na terça-feira depois que o presidente dos EUA, Donald
Trump, voltou a ameaçar cortar o financiamento do seu país ao organismo, desta
vez permanentemente.
REINO UNIDO-COM 545 NOVAS
MORTES, SUPERA MARCA DE 35 MIL VÍTIMAS DA COVID-19
O Reino Unido registrou nesta
terça-feira (19/05) 545 novas mortes por covid-19, chegando até o momento um
total de 35.341 vítimas.
Após registrar no último
domingo e na segunda-feira os número mais baixos de mortes diárias desde março
– 170 e 160 óbitos, respectivamente –, o balanço oficial registrou um
significativo aumento hoje, quando 2.412 novos casos também foram detectados.
Na entrevista coletiva diária
para relatar as medidas do governo contra o novo coronavírus, o ministro do
Meio Ambiente, George Eustice, informou que 89.784 testes foram realizados
ontem no país.
No total, durante a crise da
saúde, aconteceram quase 55 mil mortes acima da média no país, das quais cerca
de 25% não parecem diretamente relacionadas ao coronavírus, disse o chefe de
análise de saúde do Escritório Nacional de Estatística britânico (ONS, sigla em
inglês), Nick Stripe.
Os dados da agência de
estatística britânica divulgados hoje sugerem ainda que mais de 11,6 mil
pessoas morreram em casas de repouso nesta crise de saúde, alimentando críticas
à administração do governo do primeiro-ministro Boris Johnson.
A oposição trabalhista no
Parlamento acusou o governo de ter agido lentamente para tomar medidas nesses
centros e de ter priorizado planos para evitar a saturação de hospitais.
O ministro da Saúde, Matt
Hancock, argumentou que a porcentagem de mortes em asilos é maior em outros
países europeus e garantiu que seu governo está determinado a fazer tudo
"humanamente possível" para proteger os lares de idosos.
EUROPA-VENDAS DE AUTOMÓVEIS
TÊM QUEDA HISTÓRICA
As vendas de automóveis na
Europa tiveram uma queda histórica em razão da pandemia de covid-19, segundo
números publicados pela Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis
(Acea). No mês de abril, em torno de 270 mil veículos foram vendidos nos países
da União Europeia (UE), em comparação com 1,14 milhão que foram comercializados
no mesmo mês no ano anterior, o que representa uma queda de 76,3%.
"O primeiro mês cheio
com a imposição de restrições por causa da covid-19 resultou na queda mensal
mais forte da demanda por automóveis desde o início dos registros",
afirmou a associação, com sede em Bruxelas.
A indústria automobilística é
um setor fundamental da economia alemã, empregando 850 mil pessoas e
responsável por uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) do
país. O grupo Volkswagen, proprietário da Audi, Porsche, Skoda e outras marcas,
afirmou que a queda nas vendas de seus produtos na Europa foi de 61% em abril.
O registro de novos
automóveis já havia caído 55,1% em março. Entre janeiro e abril, as vendas
caíram em mais de um terço, o que deixa poucas esperanças de uma recuperação
ainda este ano.
No mês de abril, as vendas em
todos os países sofreram perdas na casa dos dois dígitos, com Itália e Espanha
registrando as piores quedas (97,6% e 96,5%, respectivamente), segundo dados da
Acea. Os dois países, que estão entre os mais atingidos pela pandemia, passaram
semanas sob medidas rígidas de confinamento, com a indústria e o comércio
fechados. Fora da União Europeia, o Reino Unido teve queda de 97,3% nas vendas
de automóveis.
Os setores automobilísticos
na Dinamarca e na Suécia tiveram melhor desempenho, mas, ainda assim, sofreram
quedas de mais de um terço nas vendas.
Os dados da Acea revelam que
os fabricantes que sofreram os maiores prejuízos foram os que integram o grupo
FCA, que inclui Fiat, Chrysler, Jeep e Alfa Romeo, com diminuição de 87,8% nas
vendas. Os que sofreram as menores quedas foram a BMW, Mitsubishi e Volvo, com
números aproximadamente dois terços abaixo dos registrados no ano anterior.
CHINA-CIDADE NO NORDESTE DA
CHINA VIVE SURTO DE COVID-19
Autoridades chinesas
colocaram sob lockdown a cidade de Shulan, uma das maiores do nordeste do país,
após a eclosão de um novo surto de covid-19. Foram impostas medidas de
confinamento semelhantes às adotadas anteriormente em Wuhan, onde teve início a
pandemia do novo coronavírus.
Todos os complexos
residenciais da cidade de 700 mil habitantes foram isolados. Apenas uma pessoa
de cada residência pode sair durante um período de no máximo duas horas a cada
dois dias para atividades essenciais.
Na semana passada, Shulan foi
classificada como de alto risco após novos casos de covid-19 serem registrados
em conexão a uma mulher sem histórico conhecido de viagens ou de exposição ao
vírus. Escolas e demais espaços públicos foram fechados, e o transporte
público, suspenso.
Nesta segunda-feira, porém,
as restrições foram ampliadas, com o jornal China Daily se referindo à cidade
como "o mais recente ponto crucial pandêmico do país". Segundo o
jornal, centenas de pessoas estão sob quarentena, e a vida cotidiana não deve
retornar à normalidade durante semanas.
Nesta terça-feira,
autoridades da província de Jilin informaram que a cidade de Jiaohe, nas
proximidades de Shulan, também atravessa "circunstâncias graves" que
levaram à suspensão do transporte público interno e com as localidades
vizinhas.
O nordeste da China, que faz
fronteira com a Rússia e Coreia do Norte, se tornou uma região de grande
preocupação, com infecções que parecem ter vindo dos países vizinhos e se
espalhado pelas comunidades locais.
As medidas de confinamento na
região entraram em vigor no momento em que Pequim sinaliza o relaxamento em
alguns controles de fronteira a partir da próxima quinta-feira, em meio às
preparações para seu mais tradicional evento político, o congresso do Partido
Comunista, que havia sido adiando em razão da pandemia.
ALEMANHA-ECONOMIA ALEMÃ DEVE
RECUAR AO MENOS 10% EM 2020, PREVÊ DIHK
A Confederação Alemã das
Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK)
estima que a economia alemã sofrerá uma contração de ao menos 10% neste ano. A
previsão é mais grave que a do governo alemão, que também espera uma recessão
recorde, mas com recuo de 6,3% neste ano.
Um levantamento feito pela
entidade entre 4 e 6 de maio aponta que ao menos 75% de 10 mil empresas do país
pesquisadas antecipam algum tipo de prejuízo.
A economia alemã depende em
grande parte do comércio exterior. Segundo Eric Schweitzer, presidente da DIHK,
um em cada dois empregos na indústria alemã é diretamente dependente de
exportações.
"As empresas alemãs
enfrentam seu maior desafio desde o fim da Segunda Guerra Mundial",
avaliou Schweitzer, apontando que muitas enfrentam problemas graves de
liquidez.
Dados do Departamento Federal
de Estatísticas (Destatis) divulgados na semana passada apontam que a economia
alemã recuou 2,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao período
anterior – a maior contração trimestral registrada desde a crise financeira de
2008/2009 e a segunda maior desde a Reunificação do país, em 1990.
EUA-TRUMP AMEAÇA RETIRAR
ESTADOS UNIDOS DA OMS
O presidente Donald Trump
ameaçou retirar os Estados Unidos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e
suspender indefinidamente as contribuições financeiras de seu país á entidade
no prazo de 30 dias, em razão do que considera uma dependência do organismo em
relação à China.
"Se a OMS não se
comprometer com melhorias significativas nos próximos 30 dias, tornarei a
suspensão temporária de fundos à OMS permanente e reconsiderarei a nossa
participação na agência", disse o presidente em carta enviada ao
diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, compartilhada pelo americano
em seu perfil no Twitter nesta terça-feira (19/05).
No documento de quatro
páginas, que contém uma série de reclamações em relação à gestão da pandemia de
covid-19 por parte da OMS e da China, Trump ressalta que seu país já teria
iniciado "conversações sobre como reformar a organização" com o
diretor da entidade e disse que "não há tempo a perder". "É necessário
agir rapidamente", acrescentou.
BRASIL-DIRETOR DA ANVISA
TESTA POSITIVO PARA COVID-19.
O diretor da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, foi diagnosticado com
covid-19. O anúncio foi feito pelo próprio diretor nesta terça-feira (19/05),
durante uma videoconferência com parlamentares.
“Na semana passada apresentei sintomas gerais
que inicialmente não me fizeram suspeitar da covid-19, entretanto, devido à
intensidade e persistência (dos sintomas), passei por consulta médica e o
diagnóstico, naquela época hipotético, foi lançado. Entrei em isolamento
social, conforme prescrição médica. Efetuadas as testagens, na última sexta eu
tive o resultado positivo pelo RT-PCR para a covid-19”, disse o diretor da
Anvisa.
Nomeado para o cargo em julho
de 2019, Barra Torres é um aliado do presidente Jair Bolsonaro e chegou a ser
cotado como um possível substituto de Luiz Henrique Mandetta no Ministério da
Saúde. Em 15 de março, quando a pandemia de coronavírus já espalhava pelo país,
Barra Torres compareceu a um ato antidemocrático de apoiadores do governo ao
lado de Bolsonaro em Brasília. Na companhia de Barra Torres, Bolsonaro se
aproximou dos apoiadores, fez selfies e tocou as mãos de várias pessoas.
Na ocasião, o Ministério da
Saúde já havia emitido medidas de isolamento social e vinha desestimulando
aglomerações.
BRASIL CAMINHA PARA SUA MAIOR
CRISE
O clima de "agora
vai" em relação à economia brasileira que se viu no começo do ano,
especialmente por parte do mercado, se esvaiu no ritmo da subida da curva de
mortos pela covid-19. Se antes da pandemia já havia quem olhasse cético para a
recuperação da economia do país, queem 2019 avançou 1,1%, agora já não há
dúvidas de que o Brasil vai afundar em 2020 e, possivelmente, também em 2021.
Esta não será, no entanto, só
mais uma crise. Para economistas entrevistados pela DW Brasil, pode ser a pior
que o país já viveu. Isso porque ela surge em um momento no qual tentava-se
retomar o crescimento, ou seja, com uma economia ainda cambaleante e meio à
instabilidade política. Além disso, não será possível contar com o setor
externo, também severamente afetado pela pandemia.
A soma da perspectiva
econômica ruim e da instabilidade política fez a consultoria Gavekal Research
comparar o Brasil a um prédio em chamas no seu relatório para investidores da
última semana. "Neste momento, é melhor deixar o Brasil para o
especialistas, malucos, oportunistas de longo prazo e aqueles sem outras
opções", diz o texto assinado pelo economista Armando Castelar.
O Fundo Monetário
Internacional (FMI) estima uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,3%,
enquanto a mais recente previsão do governo é de recuo de 4,7%. Quaisquer
desses números já representam a pior retração desde 1901, quando começou o
levantamento mais confiável do indicador. Até hoje, o maior declínio foi de
4,35%, em 1990.
Combinação de instabilidade
política com catástrofe sanitária ameaça ser explosiva para uma economia já
cambaleante. Números e projeções apontam que esta não será apenas uma recessão,
mas a maior que o país já viveu. Fonte: Deutsche Welle – 19.05.2020
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