ADEUS AO TRABALHO - Lucinete Nobre mora em Junco do
Maranhão, o município com a maior proporção de habitantes assistidos pelo Bolsa
Família. Ela deixou de trabalhar na roça e sustenta a família com os 216 reais
que recebe por mês: “Tomara que continue assim pelo resto da vida"
Na cidade maranhense de Junco do Maranhão, a maioria dos 3
790 habitantes passa o dia vendo televisão, cuidando dos afazeres domésticos ou
batendo papo na porta de casa. São raros os que têm horário para cumprir no
trabalho. Isso porque, em Junco, 90,5% da população vive com o dinheiro do
Bolsa Família. É o município brasileiro com a maior proporção de cidadãos
assistidos pelo programa federal. Lançado no primeiro mandato do presidente
Lula, o Bolsa Família completa uma década no mês que vem. O objetivo anunciado
era reduzir a pobreza e a desigualdade social com a transferência direta de
dinheiro às famílias miseráveis. Dez anos depois, a pobreza de fato regrediu.
Em 2003, o Brasil tinha 12% da população vivendo com menos de 2,8 reais por
dia. Em 2011, o índice caiu para 4,2%. O Bolsa Família contribuiu para essa
melhora, mas, obviamente, não foi o único responsável pelo bom resultado.
Impulsionado pelo consumo mundial de commodities como aço e
ferro, o PIB do país experimentou um crescimento anual médio de 4,3% entre 2004
e 2011. O estímulo econômico fez ascender para a chamada nova classe média 35
milhões de brasileiros. O poder de compra do salário mínimo e o total de
crianças matriculadas nas escolas aumentaram. Embora a pobreza venha
diminuindo, a quantidade de dependentes do Bolsa Família cresce a cada
recadastramento. Em uma década, o número saltou de 3,6 milhões de famílias para
13,8 milhões. Ao todo, são hoje subsidiados 50 milhões de brasileiros, um
quarto da população do país. Nesse período, apenas 1,7 milhão de famílias
deixaram de receber o auxílio. Os números superlativos fazem do Bolsa Família o
maior programa de transferência de renda condicionada do mundo.
Comentário:
Lembrando o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos; Vemos
as filhas do Bolsa Família serem mães do Bolsa Família. Vamos assistir a elas
serem avós do Bolsa Família? O
"ciclo da pobreza", explicou, só será ultrapassado pela qualificação
dos serviços universais de educação e saúde.
BOLSA FAMÍLIA
SUSPEITOS DE FRAUDE EM 2018
O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou indícios de
irregularidade em benefícios pagos pelo governo que somaram R$ 2,25 bilhões em
2018. A maior parte das suspeitas foi encontrada em benefícios previdenciários
acima do teto do INSS, acumulados indevidamente ou concedidos mediante uso
irregular de documentos, num total de R$ 957,1 milhões. Outros R$ 649,5 milhões
em repasses duvidosos são do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a
idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.
Os dados serão encaminhados ao Poder Executivo e devem
servir de base para o governo direcionar os trabalhos da força-tarefa que faz a
revisão dos benefícios com indícios de irregularidade. O pente-fino foi
instituído pela Medida Provisória (MP) 871, transformada em lei pelo Congresso
Nacional.
A auditoria analisou 55,6 milhões de benefícios pagos em
2018, incluindo Previdência, assistência, Bolsa Família, seguro-desemprego e
seguro-defeso (benefício de um salário mínimo pago a pescadores artesanais
durante o período de proibição da atividade de pesca).
Na análise dos dados da Previdência, o TCU detectou no ano
passado 34 mil casos de acumulação indevida de benefícios, além de 25,2 mil
casos de uso irregular do CPF ou do Número de Inscrição do Trabalhador (NIT).
Há ainda 1.457 pessoas que receberam valores acima do teto do INSS (na época,
de R$ 5.645,80) indevidamente. Fonte: Estadão - 01/09/19
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