Com a maioria, os conservadores aumentaram
significativamente seu poder, o que deve, inclusive, facilitar a aprovação do
projeto de Johnson para o Brexit e garantir que o Reino Unido deixe a União Europeia
em 31 de janeiro de 2020.
Para obter a maioria, um partido precisa de 326 assentos.
Antes de ser dissolvido no dia 6 de novembro, o Parlamento tinha 298
conservadores e 243 trabalhistas.
O resultado foi considerado devastador para o Partido Trabalhista,
que perdeu em uma série de locais historicamente ligados aos trabalhistas e só
manteve alguns assentos graças a vitórias bastante apertadas.
Por outro lado, o Partido Nacional Escocês (SNP) comemorou
um número de cadeiras acima do previsto em pesquisas. Das 59 vagas disponíveis
na Escócia, o SNP obtinha, até às 5 horas locais, 48 vagas, superando as 35 que
ocupava antes destas eleições.
O bom desempenho do partido da primeira-ministra Nicola
Sturgeon - que tem entre suas propostas a realização de um novo plebiscito para
independência do país - custou inclusive a cadeira de Jo Swinson, líder do
Partido Liberal Democrata.
"A Escócia enviou uma mensagem muito clara - não
queremos um governo Boris Johnson, não queremos deixar a UE", afirmou
Sturgeon. "Os resultados no resto do Reino Unido são sombrios, mas
sublinham a importância da Escócia ter uma escolha. Boris Johnson tem um
mandato para tirar a Inglaterra da UE, mas ele deve aceitar que eu tenho um
mandato para dar à Escócia uma escolha para um futuro alternativo",
acrescentou.
BREXIT
Com a ampla maioria conquistada por seu partido nestas
eleições, Johnson fica em uma posição muito mais confortável para conseguir
promover a saída do Reino Unido da União Europeia em 31 de janeiro de 2020,
como sempre prometeu.
Seu projeto não deverá enfrentar mais as mesmas dificuldades
de antes para obter aprovação perante um Parlamento predominantemente
conservador e a tendência é que avance rapidamente.
Mas a saída no dia 31 de janeiro, porém, caso aconteça, será
apenas o primeiro passo oficial do Brexit.
Ainda é necessário negociar um acordo comercial com a União
Europeia, e o prazo final para isso é 30 de junho de 2020.
A partir daí, dois cenários são possíveis: com um acordo
fechado, ele precisa ser ratificado, um processo que pode levar meses, mas
garante uma saída organizada. Sem o acordo, pode ter início a extensão de um
período de transição que duraria até dois anos – algo que Johnson já descartou
– ou uma saída sem acordo. Fonte: G1-13/12/2019
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