Pode até ser clichê, mas não é à toa que São Paulo é vista
como uma selva de pedras. Considerando a malha da cidade, sem contar os bolsões
de mata ao sul e ao norte da capital nem seus parques, o índice médio de cobertura
verde no viário urbano é de só 11,7%.
O dado foi revelado em uma pesquisa do Laboratório Senseable
City, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que já calculou, com o
auxílio do Google Street View, a cobertura verde de 23 cidades do mundo. Na
lista, São Paulo, o único município brasileiro analisado, fica na terceira pior
posição, só à frente de Quito, no Peru, (10,8%) e Paris, na França, (8,8%), a
pior colocada.
OBJETIVO
Os organizadores do projeto, apelidado de Treepedia,
explicam que a ideia não é criar um ranking para que as cidades compitam em uma
“olimpíada verde”, mas gerar reflexões entre os tomadores de decisão sobre onde
é preciso agir para melhorar esses índices. E também servir como uma ferramenta
para ajudar a decidir onde essa ação tem de ser priorizada.
O objetivo da Treepedia é quantificar e caracterizar como os
cidadãos veem e experimentam a paisagem de uma cidade e seu verde. Como as ruas
são a unidade primária pela qual as pessoas se movem e experimentam a cidade,
nos concentramos nelas. E, considerando os muitos serviços que fornecem, como o
resfriamento e a retenção da água das chuvas, as árvores das ruas são
fundamentais..
MAPEAMENTO
O mapeamento não só quantifica a cobertura das cidades, mas
também a distribuição de árvores. No caso paulistano, ele revelou nossa
desigualdade verde. Enquanto a zona oeste é bem arborizada, a leste padece sem
sombras. Em alguns poucos cantos, a cobertura supera a média das cidades que
aparecem com melhor desempenho, como Vancouver, no Canadá,(25,9%) e Cingapura,
na Ásia, (29,3%). Algumas ruas do Alto de Pinheiros chegam a ter 46%, enquanto
vias na Mooca têm menos de 3%.
Pesquisas científicas têm apontado, porém, que os benefícios
associados a uma boa arborização vão muito além do conforto térmico.
Árvores removem poluentes da atmosfera e umidificam o ar.
Estima-se que uma única árvore de grande porte pode transpirar 150 mil litros
de água em um ano – 400 litros por dia. Estudos em cidades da Europa e dos
Estados Unidos também já apontaram para uma redução da depressão, do risco de
morte por doenças cardiorrespiratórias e melhora geral do bem-estar em quem
vive em áreas urbanas mais verdes.
IMPACTO NO CLIMA
Num futuro cada vez mais quente por causa das mudanças
climáticas, a arborização urbana assume importância fundamental, afirma o
biólogo Marcos Buckeridge, da USP, que compõe o grupo do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) que analisa os cenários em
torno da meta de conter o aquecimento a 1,5°C definida pelo Acordo de Paris.
“Arborização urbana aparece como umas das principais
estratégias para amenizar ao máximo um aquecimento médio acima de 1,5°C, que
podemos sentir já a partir de 2030. Árvores serão o guarda-chuva verde que vai
proteger as pessoas”, diz. Fonte: Fonte: O Estado de São Paulo - 30 jul 2017
COMENTÁRIO:
O ultimo mapeamento de arvores realizado pela prefeitura foi
em 2014 e foram catalogadas 650 mil árvores em ruas e praças. São Paulo com 12,2 milhões de habitantes, conforme dados
de 2018 e a estimativa do número de árvores por 100 habitantes é de 5,3..
Atualmente a cidade de São Paulo conta com
·
mais de 100 parques municipais,
·
8 parques urbanos estaduais, aproximadamente 5
mil praças,
·
2 Áreas de Proteção Ambiental (APA) Municipais,
·
3 APA’s Estaduais e 2 Reservas Particulares do
Patrimônio Natural (RPPN), que são Unidades de Conservação de Uso Sustentável,
·
6 Parques Naturais Municipais e
·
6 Parques Estaduais, todos Unidades de
Conservação de Proteção Integral, e 17.800km de vias públicas.
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