O candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador
confirmou seu favoritismo e foi eleito neste domingo o novo presidente do
México, em uma eleição considerada histórica tanto pela quantidade de cargos em
disputa - mais de 18 mil em âmbitos local e federal - quanto pelos altos níveis
de violência e pela mudança radical de poder.
AMLO, como é conhecido, teve mais de 53% dos votos, mais do
dobro de seu rival mais próximo, tornando-se o primeiro presidente esquerdista
do país em décadas.
AMLO já havia tentado a Presidência duas vezes antes pelo
Partido da Revolução Democrática (em 2006 e 2012, quando perdeu para Peña
Nieto), sem sucesso. Agora, postulou-se pelo Movimento de Regeneração Nacional
(Morena), que fundou há quatro anos e hoje tenta se firmar como a segunda
principal força política do país.
É visto com ceticismo pelo mercado financeiro e pela
comunidade empresarial mexicana, por suas críticas de longa data ao
neoliberalismo e sua promessa de reverter alguns pontos da reforma do setor
energético, no que diz respeito à exploração privada das reservas petrolíferas
do México.
Partidários de AMLO afirmam que o novo presidente já não é
mais tão radical quanto no passado e lembram que ele recrutou assessores
próximos ao mercado financeiro, como um aceno conciliatório.
López Obrador também enfrentará a descrença de parte
considerável da classe média mexicana, que o vê como um radical messiânico e
que teme que o país encampe políticas socialistas e nacionalistas semelhantes
às venezuelanas, iniciadas por Hugo Chávez.
Já defensores afirmam que seu discurso de tolerância zero à
corrupção e atenção aos mais pobres lhe rendeu apoio entre profissionais
liberais e entre o eleitorado mais jovem.
Ao mesmo tempo, o novo presidente assume em um momento de
relações especialmente espinhosas com seu principal vizinho, os EUA, por conta
das políticas contrárias à imigração e por uma guerra comercial.
AMLO foi um forte crítico de Trump durante a campanha
eleitoral, pedindo "respeito aos mexicanos", prometendo colocar o
presidente americano "em seu lugar" e rejeitando a política
migratória do vizinho. Fonte: UOL Noticias - 02/07/2018
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