DIRETO PARA VERSÃO 4.0?
O Brasil precisa implementar urgentemente um projeto de
reindustrialização com ênfase em indústria 4.0, como é definida a integração na
indústria de transformação com tecnologias como Big Data, inteligência
artificial e Internet das Coisas, entre outras, com o objetivo de aumentar o
nível de automação e possibilitar novas formas de organização dos sistemas de
produção.
A avaliação foi feita por participantes do 1º Congresso
Brasileiro de Indústria 4.0, realizado pela Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo (Fiesp) em parceria com o Ciesp, Senai e a Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI).
O evento reuniu representantes de empresas e de agências de
fomento à pesquisa, desenvolvimento e inovação, com o objetivo de discutir como
o Brasil pode construir vantagens competitivas no contexto da indústria 4.0.
Ao longo das últimas duas décadas, após o processo de
privatização e uma política cambial desastrosa - o dólar desvalorizar-se é
anunciado diariamente nos telejornais como sinônimo de catástrofe -, o Brasil
virtualmente desmontou sua "indústria 1.0", voltando a ter uma
economia basicamente primária, baseada na agropecuária e na exportação de
minerais, grande parte sem qualquer beneficiamento.
DESINDUSTRIALIZAÇÃO
José Ricardo Coelho, da Fiesp apresentou dados atestando que
o Brasil enfrenta um forte processo de desindustrialização, como é definida a
redução da capacidade industrial de um país.
A participação da indústria brasileira na indústria mundial
caiu praticamente pela metade nos últimos 20 anos, de 3,47% em 1995 para 1,84%
em 2016. Já a participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro, que já se aproximou dos 30%, chegou a 11,1% em 2017, atingindo o
mesmo patamar de 1953, comparou Roriz. "A participação da indústria no PIB
brasileiro regrediu 65 anos. E, por conta disso, a produtividade brasileira
estagnou", explicou o especialista.
Em 1980, quando a participação da indústria no PIB brasileiro
atingiu o patamar de 20,2%, a produtividade brasileira em comparação com a dos
Estados Unidos chegou a 40,3%. Em 2015, porém, caiu para 24,9% - mesmo índice
de 1950. "Com a queda da participação da indústria no PIB brasileiro, a
produtividade do país em comparação com a dos Estados Unidos também regrediu
quase 65 anos. Isso representa um grande motivo de preocupação", afirmou.
ENQUANTO ISSO...
Enquanto o Brasil volta a uma economia de aspecto colonial,
economias de alta e média intensidade tecnológica têm feito grandes
investimentos para acelerar a migração para a indústria 4.0.
Uma pesquisa realizada em 2016 pela consultoria PWC com 2
mil empresas em 26 países apontou que elas investirão em indústria 4.0 o
equivalente a US$ 907 bilhões por ano até 2020 - cerca de 5% de suas receitas.
Com isso, essas empresas esperam obter uma redução de US$ 421 bilhões em seus
custos de operação e obter ganhos de receita equivalente a US$ 493 bilhões por
ano.
A Europa, por exemplo, planeja investir cerca de - 1,35 trilhão
ao longo dos próximos 15 anos em indústria 4.0. Deste total, - 250 bilhões
deverão ser aportados por empresas alemãs. Por sua vez, a China planeja
investir - 1,8 trilhão nos próximos anos para modernizar sua indústria.
"Para poder competir com esses países, o Brasil precisa
urgentemente de um projeto de reindustrialização com ênfase em indústria
4.0", avaliou Roriz.
VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPETITIVAS
Mas, sem mesmo ter uma indústria significativa, como o
Brasil pode querer dar um salto para a indústria 4.0?
Os especialistas acreditam que o país possui alguns pontos
fortes que podem contribuir para dar resposta aos desafios trazidos pela nova
realidade da indústria 4.0. Entre eles, o de ter um parque produtivo bastante
diversificado, com unidades fabris de grandes empresas estrangeiras.
O país, contudo, terá que superar alguns obstáculos, como o
de melhorar sua infraestrutura tecnológica, desenvolver competências e
capacitações em tecnologias cruciais para implementação da indústria 4.0, como
robótica avançada, manufatura aditiva (construção de objetos por impressão 3D),
realidade aumentada e materiais funcionais.
Algumas dessas tecnologias já têm sido exploradas por
pequenas empresas nascentes de base tecnológica (startups), além de
universidades e instituições de pesquisa em São Paulo, destacou Carlos Américo
Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP.
"Há uma base mínima de competências instalada em universidades e em
empresas relacionadas à manufatura avançada e Internet das coisas, por exemplo.
A gente não parte do zero nessa corrida", avaliou.
Por outro lado, há novas competências que são mais recentes
e precisam de muito maior atenção em termos de apoio a projetos para
desenvolvê-las, disse Pacheco. Entre elas estão digitalização, realidade
aumentada, impressão 3D e materiais inteligentes ou funcionais, como metais
leves e de alta resistência, ligas de alto desempenho, cerâmicas avançadas,
compósitos e polímeros.
Fonte: Inovação Tecnológica - Com informações da Agência Fapesp
- 11/12/2017
Comentário:
Sistemas Ciber-Físicos são sistemas computacionais e
colaborativos os quais as operações são monitoradas, coordenadas, controladas e
integradas por núcleos de comunicação e computação. Assim como a internet
transformou a maneira como os seres humanos interagem entre si, os sistemas
ciber-físicos vão transformar como nós interagimos com o mundo físico à nossa
volta. Muitos grandes desafios aguardam em domínios economicamente vitais, tais
como, transporte, saúde, manufatura, agricultura, pecuária, energia, defesa,
construções e outros. E-Aware Technologies
Internet das Coisas
De uma forma bem simples: é o modo como as coisas estão
conectadas e se comunicam entre si e com o usuário, através de sensores
inteligentes e softwares que transmitem dados para uma rede. Como se fosse um
grande sistema nervoso que possibilita a troca de informações entre dois ou
mais pontos.
O resultado disso é um planeta mais inteligente e
responsivo.
Mas de que “coisa” estamos falando? A resposta é qualquer
coisa.
Desde um relógio ou uma geladeira, até carros, máquinas,
computadores e smartphones. Qualquer utensílio que você consiga imaginar pode,
teoricamente, entrar para o mundo da Internet das Coisas.
Atualmente existem mais objetos na internet do que pessoas,
o que nos leva a refletir sobre esse processo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário