O Reino Unido entregou na quarta-feira (29) a carta que
oficializa o início de sua saída da União Europeia, conhecida como
"brexit".
A primeira-ministra britânica, Theresa May, enviou o documento
a Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, evocando o Artigo 50 do Tratado
de Lisboa, o gatilho formal para a separação.
Uma vez disparado esse gatilho, o Reino Unido e a União
Europeia têm agora dois anos para negociar os detalhes do que vem sendo tratado
pela imprensa britânica como um divórcio, após 44 anos de integração.
May terá, até março de 2019, cumprido a tarefa histórica -e
controversa- de retirar o país do bloco europeu, uma decisão à qual ela se
opunha, antes de o plebiscito ser aprovado em junho de 2016 por 52% dos votos.
Os temas urgentes para as negociações serão o possível
pagamento de uma multa, hoje estimada em R$ 200 bilhões, o futuro dos 3 milhões
de cidadãos europeus que vivem no Reino Unido e sua fronteira com a Irlanda.
Mas também terá de ser debatida a saída do Reino Unido do
mercado único europeu, já sinalizada por May em discursos, e seu futuro dentro
da união aduaneira.
Quando o prazo de dois anos se encerrar, caso não seja
estendido, o Reino Unido sairá da União Europeia sem nenhum acordo. Esse
cenário é uma perspectiva desastrosa a ambos os lados.
"Chegou o momento de nos unirmos e de trabalharmos
juntos para conseguir o melhor acordo", afirmou May.
A declaração foi feita minutos depois de Tusk ter recebido
em Bruxelas a carta britânica notificando oficialmente a saída do Reino Unido
do bloco europeu. "Não haverá volta", enfatizou May. Folha de São Paulo - 29/03/2017
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