Em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro
Sérgio Machado afirmou que a Petrobras é "a madame mais honesta dos
cabarés do Brasil".
Ele afirmou que essa metáfora significava que a estatal era
um "organismo bastante regulamentado e disciplinado".
Machado afirmou aos investigadores que havia um modelo
tradicional de cobrança de propina, mas que ultimamente esse limite começou a
ser extrapolado. O ex-presidente da Transpetro disse que, nos contratos,
existiam o "custo político", ou seja, um percentual de qualquer
relação contratual entre empresa privada e poder público a ser destinado a
propinas.
Segundo ele, o percentual é de 3% no nível federal, de 5% a
10% no nível estadual e de 10% a 30% no nível municipal.
"Que recentemente, em todos os níveis de governos, as
pessoas saíram desse padrão e foram além, envolvendo a estrutura das empresas
estatais e dos órgãos públicos, o que antes não acontecia; que o depoente não
deixou a Transpetro sair do 'modelo tradicional'".
Para Machado, há outros órgãos estatais com práticas menos
ortodoxas que a Petrobras como Dnit, Docas, bancos oficiais como Banco do
Nordeste, Funasa e Dnocs.
PROPINA
Em sua delação premiada, Machado relatou ter repassado
recursos ilícitos a mais de 20 nomes de diferentes partidos, entre eles PMDB,
PT, PP, DEM, PSDB e PSB.
Machado afirmou também que o presidente interino Michel
Temer negociou com ele o repasse de R$ 1,5 milhão de propina para a campanha de
Gabriel Chalita (ex-PMDB) à Prefeitura de São Paulo, em 2012.
Na delação, Machado afirmou ainda que o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) receberam
mesadas durante anos do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava
Jato. Fonte: Folha de São Paulo - 15/06/2016
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