A presidenta Dilma Rousseff defendeu na sexta-feira (22/04) em Nova York que o processo de impeachment
iniciado no Congresso contra ela não constitui nada além de "um
golpe" à democracia e que, se for adiante, vai lutar e poderá recorrer
também ao Mercosul. Em um encontro com vários meios de comunicação depois de
seu discurso em uma cerimônia da ONU sobre o clima, a presidenta salientou que
seus opositores buscam retirá-la do poder sem fundamentos legais.
"Apelaria à cláusula democrática se o Senado aceitar o
processo quebrando as normas democráticas", disse a repórteres na casa do
Consulado do Brasil. O Mercosul tem uma cláusula democrática que pode ser
ativada para suspender um país caso um Governo seja derrubado, como aconteceu
no Paraguai em 2012.
Mas o apoio que teria no grupo de países latino-americanos
que compõem o Mercosul não está claro. O Uruguai tem defendido Dilma –e é o
país que ocupa a presidência rotativa da Unasul e do Mercosul–, mas não
conseguiu levar em frente um texto de apoio à presidenta. O Paraguai, em
especial, considera a dura crise política brasileira (paralela a uma econômica
não menos grave) como um assunto interno sobre o qual o Mercosul tem pouco a
dizer.
Aceitará o resultado do que o Senado disser se optar por
retirá-la do poder? Fizeram duas vezes a mesma pergunta a Dilma, para deixar
claro que vai lutar. "Eu vou lutar com todas as minhas forças para
assegurar que a democracia não seja rompida" no Brasil, disse, reforçando
que as eleições democráticas devem ser respeitadas. Fonte: El País - Nova York
23 ABR 2016
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