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domingo, 1 de março de 2015

A tecnologia não aumenta o rendimento escolar

A tecnologia costuma ser apresentada como o grande equalizador educacional. Iniciativas como o One Laptop Per Child ("um laptop por criança") e os Massive Online Open Courses (Mooc, "cursos online abertos e massivos") deveriam servir para democratizar a aprendizagem. Mas então os laptops de US$ 400 dados a crianças pobres do mundo todo quebraram, e o índice de reprovação em alguns dos Moocs chegou a 75%.

A realidade se impôs. Muitos acreditam que os computadores possam reduzir a defasagem educacional, mas pesquisas mostram que proporcionar acesso à internet para estudantes de famílias pobres é algo que tende a ampliar essa disparidade, conforme noticiou Susan Pinker no jornal "The New York Times".

COMPUTADOR COMO FORMA DE LAZER: Jacob Vigdor e Helen Ladd, economistas da Universidade Duke, acompanharam 1 milhão de secundaristas de baixa renda durante cinco anos, a partir do momento em que eles receberam computadores. Concluíram que houve "um persistente declínio nas notas de leitura e matemática". As notas dos meninos caíram drasticamente porque eles usavam as máquinas para jogar games, navegar nas redes sociais e baixar músicas e filmes. A mesma coisa aconteceu no projeto One Laptop, no qual pesquisadores descobriram que as crianças passaram a dedicar menos tempo à lição de casa.

REDUÇÃO DE ALUNOS POR SALA DE AULA; Novos estudos sugerem que os educadores devem se preocupar mais em reduzir o número de alunos por professor, intervir precocemente nos casos necessários e observar traços de personalidade.

Em algumas escolas, ter determinação, autocontrole e curiosidade são agora parte do currículo.

DETERMINAÇÃO MAIS IMPORTANTE DO QUE  INTELIGÊNCIA;  Os cientistas dizem que a personalidade pode ser mais importante do que a inteligência. O professor de psicologia Arthur Poropat cita dados segundo os quais a tendência a ser "diligente, obediente e trabalhador" e qualidades como criatividade e curiosidade são melhores que a inteligência como indicadores para prever o rendimento escolar de um aluno. Essa é uma boa notícia, escreveu Poropat, porque "a personalidade muda com o tempo, muito mais do que a inteligência".

Mandy Benedix, que dá aulas sobre determinação numa escola do ensino médio em Pearland, no Texas, disse ao "NYT" que "características não cognitivas podem ser ensinadas". "Sabemos, também, que elas são necessárias para o sucesso. Olhe para qualquer pessoa que, por um longo tempo, tenha tido sucesso. Todas exibiram em algum momento determinação para prosseguir." Fonte: Folha de São Paulo - 28 de fevereiro de 2015 

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