Pelo quarto ano seguido, o Brasil perdeu competitividade no cenário internacional. O país ficou no 54º lugar em uma lista de 60 países no Índice de Competitividade Mundial da escola suíça IMD. Há quatro anos, o país ocupava a 38ª posição.
"Este ano não só perdemos em relação aos outros países como tivemos perda absoluta", diz Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral, responsável pelos dados do Brasil na pesquisa. "Foi nosso pior desempenho. Desde 1996, nunca estivemos no último quartil do relatório [entre os 25% piores]."
O estudo é publicado desde 1989 e baseia-se na análise de dados estatísticos relativos a mais de 300 indicadores e em pesquisas de opinião com 4.000 executivos. No Brasil, de 1.000 executivos procurados, 100 responderam ao questionário.
Segundo Arruda, o desempenho do Brasil reflete a deterioração dos números da economia e também a percepção da classe empresarial.
"Pesou muito a perda de participação do Brasil no comércio internacional, diante da nossa falta de capacidade de exportar. Mantivemos a capacidade de compra das famílias, mas estamos deixando de ser um player global", diz Arruda.
Este ano, o Brasil ficou na última posição no indicador Taxa de Comércio Internacional pelo PIB. E na penúltima posição no indicador Exportação de Produtos pelo PIB.
Como ponto a favor do país Arruda destaca o tamanho da economia.
"Apesar da queda relativa em 2014, o tamanho da economia doméstica (7ª posição no indicador consumo das famílias), a atração de investimentos diretos (7ª posição) e o emprego (6ª posição) são dados de destaque para o Brasil. Esses resultados positivos são significativos, mas, sozinhos, já não sustentam o crescimento do sétimo maior PIB do mundo", diz Arruda.
Na avaliação do professor da Fundação Dom Cabral, o que mais pesou para o mau desempenho do país foi a perda de eficiência empresarial, resultante da combinação de baixo crescimento do PIB com crescimento do emprego de menor valor agregado.
"Não geramos emprego de alto valor e estamos perdendo exportação de produtos de maior tecnologia. O emprego e o consumo doméstico crescem, mas a riqueza não cresce na mesma proporção." Fonte: Folha de São Paulo - 22 de maio de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário