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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

São Paulo tem educação abaixo da média do País

Por Estados, só 4 redes públicas conseguem superar média; Brasil ficou em 57º lugar entre 65 países na avaliação internacional

Apenas quatro redes de ensino estaduais brasileiras têm resultados superiores à média geral do Brasil, de acordo com dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês) de 2012. A rede de São Paulo, o Estado mais rico do País, fica abaixo do Brasil na média das áreas avaliadas.

Os dados desagregados pelas redes de cada Estado são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que trabalha com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na realização do Pisa. A OCDE realiza a avaliação nos 34 países considerados de primeiro mundo e em outros convidados, como o Brasil.

Nesta última edição, o País ocupou 57.º lugar entre os 65 países participantes. O Brasil está entre os que mais cresceram em pontuação desde 2000, quando a prova foi criada, mas ainda não conseguiu sair das últimas posições. O índice geral leva em consideração as redes particular e pública. Quando separadas apenas as redes estaduais (que concentram 85% das matrículas do ensino médio, fase em que está a maioria dos alunos avaliados no Pisa), o cenário é mais preocupante.

Até a rede estadual mais bem colocada no Pisa, a de Santa Catarina, com 422 pontos, ainda fica a 75 pontos de distância da média dos países ricos. A pontuação equivale a quase dois anos de aprendizado.

São Paulo. A rede estadual de São Paulo é a quinta melhor rede estadual do País, mas está um ponto abaixo da média geral do País. Apenas na área de Matemática o resultado paulista é superior à média do Brasil.

Se São Paulo fosse um país, estaria na 58.ª posição, abaixo de Brasil, Uruguai e Chile e acima somente de oito países, incluindo Jordânia, Argentina, Colômbia e Peru. A Secretaria de Educação do Estado tem como objetivo (em seu programa Educação - Compromisso de São Paulo, lançado pela atual gestão) que a educação paulista figure entre as mais avançadas do mundo até 2030, com base nos dados do Pisa. O plano é que São Paulo chegue à 25.ª posição. Se levar em consideração também a rede particular, São Paulo subiria para 54.º, com média de 415 pontos.

Análise. A Secretaria afirmou, em nota, que a análise do Pisa 2012 é feita pela Coordenadoria de Informação e Monitoramento e Avaliação (Cima). "As escolas estaduais de São Paulo são caracterizadas pelo atendimento universal, inclusivo, e que respeita a diversidade da maior rede de ensino do País, com 4,3 milhões de alunos."

A pasta refutou a comparação da rede estadual com a média geral do País, afirmando que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do governo federal, aponta evolução no desempenho dos alunos de São Paulo. No Ideb de 2011, o ensino médio de São Paulo teve melhora, mas os dois ciclos do ensino fundamental ficaram estagnados, com o mesmo resultado no índice de 2009. Fonte: Estadão-30 de dezembro de 2013

Comentário: O ensino brasileiro lembra um laboratório de química. Ensaio de um experimento químico com tentativa e erro. É um verdadeiro tubo de ensaio educacional. Os educadores querem construir um admirável novo mundo educacional, com o centralismo no cidadão social, que não sabe ler e escrever. É cidadão com o cérebro de twitter.

Quase 70% dos estudantes brasileiros concluem o 3º ano do ensino fundamental sem dominar competências básicas de escrita e matemática. Mais da metade não sabe ler no nível adequado a um aluno dessa etapa escolar. O alarme foi dado  pela organização não-governamental Todos Pela Educação, que analisou os resultados da Prova ABC — avaliação aplicada no final de 2012 a 54.000 alunos do 2º e 3º anos de 1.185 escolas públicas e privadas de todos os estados brasileiros.

O texto de uma aluna de 11 anos, matriculada na rede municipal do Rio de Janeiro, começa assim: “Teu nome é tenho anos moro teneio irmãos”. A diretora da escola mostrou a redação à secretária de Educação como argumento para pedir aulas de alfabetização para o 6º ano.

A Secretaria de Educação do Rio descobriu que há 25 mil alunos assim na rede. Analfabetos funcionais cursando entre o 4º e o 6º ano. Os números são o resultado preliminar de provas aplicadas pelo Instituto Ayrton Senna a pedido da Secretaria Municipal de Educação. Entre os 90 mil matriculados no 6º ano, há cerca de 9 mil alunos nessa situação. 

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